Num esforço digno de monta para justificar o injustificável o Nosso Cavaco (NC) lança-se em longo comentário numa série de confusões estranhas em alguém que devia ter ideias claras.
Penso que a razão será do calor.
Ou talvez não.
Talvez o interesse seja misturar tudo, para lançar uma cortina de fumo sobre a populaça.
Vamos lá então a isto: eu manifesto solidariedade ou divulgo com gosto posições de pessoas ou grupos de pessoas com as quais posso ter maior ou menor grau de afinidade.
Quando assino AV1 é a minha opinião.
Quando são outros a assinar os posts, já não será o caso.
NC incorre (involuntariamente, espero) em dois erros de palmatória:
- Afirma que eu elogiei o livro do ex-vereador portuense Paulo Marques, no qual ele manifesta adesão a um "modelo americano" qualquer de gestão urbanística ou autárquica. Está errado por várias razões, sendo a principal a que eu nunca aqui falei do livro ou sequer o referenciei. Porquê? Porque o não li e não posso manifestar apoio a uma posição que desconheço. Apenas houve uma altura em que citei passagens de um entrevista do homem. Quem destacou o livro foi o meu caro colega blogueiro Ponto Verde no seu blog A-Sul, não fui eu. Por estranho que pareça, não somos a mesma pessoa, não nos conhecemos pessoalmente, não sei sequer quem ele é em concreto, apesar de simpatizar com muitas das posições dele.
- Afirma ainda que eu tenho um qualquer problema com a questão da REN e respectiva legislação. Outro equívoco (espero que involuntário repito), pois quem tem abundantemente citado e argumentado com base nessa lei tem sido o nosso leitor e colaborador que se denomina Conservador. Eu "apenas" estou contra a lógica global subjacente a todo o PDM, com ou sem REN. Discordo da mancha urbana prevista, discordo do destino nebuloso reservado à zona ribeirinha típica do estuário, discordo da opção pelo betonismo e pelo crescimento demográfico sem estruturas que o suportem devidamente, como tem acontecido até agora. Não quero saber se é culpa do Poder Central se não fazem isto ou aquilo; acho que as autoridades locais devem promover um crescimento ou desenvolvimento sustentado/equilibrado e isso passa por olhar para o que há e projectar o futuro sem ser com base em megalomanias, em acordos pré-existentes feitos a contar com o ovo antes de sair do esfíncter da galinha e com a pura e simples alienação de todo o tipo de terreno com interesse para loteamento pelos interesses privados. A REN no meio disto é apenas mais um elemento. A lei da REN é da responsabilidade dos socialistas? Pois seja! E o desenho da REN local foi da responsabilidade de quem?
A verdade límpida é que andam a tentar esconder o sol com uma peneira e até acredito que o consigam, porque a malta por cá acha que estas coisas da conservação da Natureza é mania de elitistas e conservadores doidinhos.
Se eu fosse dado a processos de intenções diria que NC opta deliberadamente por tudo confundir, tudo misturar, para alargar o alvo sobre o qual dispara. É uma técnica como qualquer outra. Há os que defendem que as balizas devem ser maiores para ser mais fácil marcar golo, em vez de apurarem a técnica do chuto.
Eu não estou interessado nisso e gosto de clareza.
E a minha posição é que o projecto de PDM não serve para o concelho porque tem uma lógica de ocupação do solo que é errada, que compromete a qualidade de vida das populações, que aposta num modelo de suburbanização ultrapassado e que já arruinou grande parte da margem norte (com responsabilidades do PSD ao PCP). Nisto tudo, a REN é um aspecto - importante, é certo - que a autarquia tentou resolver da forma mais cómoda, mais rentável para os seus cofres e eleitoralmente com menos custos, sacrificando a população da Barra Cheia.
Eu, por exemplo, tinha preferido que toda a zona a nascente das Morçoas e das Arroteias (leia-se Quinta da Fonte da Prata) não se fosse expandir desmesuradamente, assim como gostaria de uma zona de protecção às margens taganas que não existe na prática.
Se perceber a minha posição e a distinguir das de outros, com as quais terei alguns pontos de contacto mas que não são minhas, talvez eu deixe de implicar com o mau uso que aparentemente dá da sua formação académica, implicação que já notei que lhe toca num ponto sensível.
Mas, à laia de fecho, afirmo-lhe o que já respondi em outrro lado
Se a autarquia (e note que não escrevo "o partido" ou "a ideologia") que serve conseguir impor este modelo de desenvolvimento, graças a manobras diversas de diversão e a pura teimosia, dou-lhe os meus lamentosos cumprimentos, pela missão que ajudou a concretizar.
AV1
Em primeiro lugar tenho a dizer que tanto se me dá que você ou outro alguém considerem que sou incompetente ou muito competente. Já deixei de jogar às caricas à muito tempo.
ResponderEliminarEm segundo lugar você tem a sua opinião, que é legitima e ainda bem que a partilha mas, existem outras, igualmente legitimas e que também são partilhadas. O ponto fundamental do P.D.M. é perceber se o que vem cartografado a nível da R.E.N. é responsabilidade única e exclusiva da autarquica ou se é ponto de lei, ou seja se é imposta pela demarcação/delimitação da lei da R.E.N. (isto é extensível à lei da R.A.N.). Um bom post a fazer (não digo por si, mas por alguém) era pegar nos critérios de delimitação das Reservas e comparar com o que saiu, aí muitas das dúvidas seriam mais facilmente explicadas e pode querer que se percebia facilmente a inutilidade de uma lei castradora. Também podiam comparar a lei com o que diz o Prof. Sidónio Pais, principalmente a R.A.N. A questão do livro, e aqui peço desculpa, efectivamente foi o ponto verde que o referiu (ainda o homem diz que é ambientalista) apresenta o modelo americano como bom. Em que um empreendedor constrói e depois é fiscalizado, se estiver de acordo tudo bem, se não ... Está a ver é complicado.
Um abraço
Você lá pega na questão da "incompetência". Lá saberá porque fala tanto disso.
ResponderEliminarÉ óbvio que eu não serei capaz de escrever um "bom post" sobre assunto algum. Mesmo que tente, e mesmo antes de se informar sobre o assunto, há logo quem me chame "tendencioso".
Mas ainda quanto à REN, que insiste em meter-me pelas goelas abaixo, também gostaria de saber se certas desanexações à la carte também são impostas pela lei".
Quanto ao resto, é palha, só palha, mas eu mesmo se fosse burro, neste momento não estou com fome.