
Está patente até 1 de Junho de 2007,no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI) na Amadora, uma exposição sobre «O Mosquito» a que a organização deu o sugestivo nome de «Uma Máquina de Histórias». Este jornal infanto-juvenil, que marcou várias gerações de leitores, nasceu na Amadora, criado pela mão do Tiotónio, (filho de António Cardoso Lopes, o fundador do Bairro da Mina) que arrastou no seu sonho o vizinho Raul Correia, para Director literário de «O Mosquito».
Como o sonho é o que faz avançar a humanidade, e está implícito no desenvolvimento da Amadora desde os seus primórdios, gosto de o incluir nas obras que realizo sobre a minha terra, como por exemplo, «Levem-me Nesse Sonho… Acordado», em Banda Desenhada. Por isso, com o consentimento da Direcção do CNBDI, utilizo este título para uma série de artigos sobre «O Mosquito» onde trabalhei também na Arte Gráfica, na sua mítica Redacção/Oficina.
Considero genial a ideia de atribuir a este jornal o epíteto de «Máquina de Histórias», até pelo facto de ter sido o Único em Portugal a possuir uma oficina própria, onde a peça principal foi a máquina de impressão. «O Mosquito», que se publicava desde o início de 1936, três anos depois, por já não ser possível à casa Litográfica que o imprimia dar resposta à sempre crescente tiragem, imposta pela procura, montou a sua oficina e adquiriu uma máquina «Rolland» de fabrico alemão. Coincidiu com a deflagração da 2ª Guerra Mundial o que impossibilitou a importação de outros exemplares, ficando assim como único existente em Portugal.
Considero genial a ideia de atribuir a este jornal o epíteto de «Máquina de Histórias», até pelo facto de ter sido o Único em Portugal a possuir uma oficina própria, onde a peça principal foi a máquina de impressão. «O Mosquito», que se publicava desde o início de 1936, três anos depois, por já não ser possível à casa Litográfica que o imprimia dar resposta à sempre crescente tiragem, imposta pela procura, montou a sua oficina e adquiriu uma máquina «Rolland» de fabrico alemão. Coincidiu com a deflagração da 2ª Guerra Mundial o que impossibilitou a importação de outros exemplares, ficando assim como único existente em Portugal.
E é a essa máquina que tantas histórias imprimiu, em milhões de exemplares durante anos, que eu também chamo de sonhos. Era uma imagem de sonho, ver a magia no brilho do olhar da miudagem do bairro, que acotovelando-se no corredor da entrada da instalação, observava através da porta envidraçada que a separava da impressora, essa complexa engrenagem que «cantava» na sua voz de rolamentos, à medida que puxava o papel ainda em branco do tabuleiro, o aconchegava em seguida entre cilindros depositando-o no outro lado, já com as aventuras completas e coloridas.
As esperas faziam-se às Quartas e Sábados, nas saídas do jornal. Mas não eram só os miúdos. Os adolescentes, os pais e avós, assinantes ou compradores nas bancas, ansiavam a continuação das histórias, os novos poemas do Raul Correia, as peripécias do «Zé Pacóvio & Grilinho» criação do Tiotónio, as novelas de José Padiña, de Lúcio Cardador, de Fidalgo dos Santos, Orlando Marques, do próprio Raul Correia e tantos outros.
Na exposição patente na Avenida do Brasil Nº 52 A, na Amadora, apresenta-se algum mobiliário gráfico da mítica oficina, numa recriação possível, e também desenhos originais publicados no jornal, que mostram a qualidade e o cuidado empregue na sua criação.
Mas a alma que fez movimentar todos esses objectos agora inertes, não está perceptível ao visitante desprevenido; para a sentir é preciso sonhar, e é a esse sonho que me proponho dar forma de realidade ao escrever estas linhas; narrarei episódios e histórias paralelas às que foram perpetuadas nas folhas de papel, e darei voz à máquina ausente na exposição, para que os seus lamentos ou recordações de melhores dias cheguem aos que tanto sonharam através das suas histórias.
As esperas faziam-se às Quartas e Sábados, nas saídas do jornal. Mas não eram só os miúdos. Os adolescentes, os pais e avós, assinantes ou compradores nas bancas, ansiavam a continuação das histórias, os novos poemas do Raul Correia, as peripécias do «Zé Pacóvio & Grilinho» criação do Tiotónio, as novelas de José Padiña, de Lúcio Cardador, de Fidalgo dos Santos, Orlando Marques, do próprio Raul Correia e tantos outros.
Na exposição patente na Avenida do Brasil Nº 52 A, na Amadora, apresenta-se algum mobiliário gráfico da mítica oficina, numa recriação possível, e também desenhos originais publicados no jornal, que mostram a qualidade e o cuidado empregue na sua criação.
Mas a alma que fez movimentar todos esses objectos agora inertes, não está perceptível ao visitante desprevenido; para a sentir é preciso sonhar, e é a esse sonho que me proponho dar forma de realidade ao escrever estas linhas; narrarei episódios e histórias paralelas às que foram perpetuadas nas folhas de papel, e darei voz à máquina ausente na exposição, para que os seus lamentos ou recordações de melhores dias cheguem aos que tanto sonharam através das suas histórias.
(continua)
copiado do blogue de BD Kuentro
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarComentário "pulbicitário":
ResponderEliminarCOnfesso que este comentário é meramente publictário...Porquê???...Porque tenho andado um pouco desaparecida deste mundo e o meu blog anda um pouco à deriva, mas como é um projecto que não pretendo abandonar, ando a reorganizar o meu tempo para "postar" pelo menos uma vez por semana, o que aconteceu exactamente HJ!! E por isso convito-te a ti AV e a todos os que passarem por aqui a passarem pelo meu cantinho!!!