Pois, esses também terão as suas responsabilidades

Um leitor fez-nos um reparo perfeitamente pertinente acerca de toda esta questão da polémica em torno do PDM moiteiro.
Com efeito, as críticas têm-se centrado na estrutura política do poder moiteiro, deixando quase incólumes de qualquer crítica as chefias e estruturas técnicas dos departamentos municipais que deram, por acção ou omissão, o seu contributo para que o documento final fosse aquilo que conhecemos.
Se é verdade que, em última instância, as decisões deste tipo são essencialmente políticas, não podemos descurar a existência de interesses instalados, ao nível técnico, que também estejam de acordo e batam palmas a um modelo de PDM que pode, de forma mais ou menos directa, beneficiá-los.
Não vale a pena, desde já, apontar o dedo, pois o AVP sempre procurou fundamentar com clareza as suas sugestões ou suspeitas. Mesmo quando essa fundamentação não foi logo claramente colocada à luz do dia, ela existia em arquivo.
Por agora resta colocar aqui à apreciação de quem sabe, até que ponto existirão interesses - não apenas políticos - que justificarão que certas soluções sejam propostas com a conivência de estruturas técnicas que possam ter o interesse de validar aqui algo que facilite a vida de quem, além, lhes possa lavar a mão com uns projectozinhos à maneira.
Porque, afinal, a Moita pode ser o centro do cosmos moiteiro, mas não é o único sítio onde se pode trabalhar.
E, tal como os empresários "de sucesso", também parecem existir outros profissionais "de sucesso", que aliam a estabilidade de um lugar no quadro com a prática (mais do que justificável e legítima em tempos de crise) privada.
Tipo turbo-médicos, que atendem no Hospital à pressa e recomendam uma consultazinha na clínica.