sexta-feira, novembro 28, 2003

Colaboração de Manuel Pedro

Fundamentos históricos para a restauração do concelho de Alhos Vedros

Alhos Vedros é vila e sede de concelho desde a Idade Média, tendo foral manuelino de 1514.
Do concelho de Alhos Vedros foram tornados independentes os concelhos do Barreiro, bem como as localidades de Coina e do Lavradio
Depois, já no séc. XVII em 1691 foi criada a Vila da Moita sendo desanexada do concelho de A.Vedros para pertencer aos domínios do Conde do Alvor. Esta situação de convivência entre as duas entidades administrativas separadas prolongou-se até à primeira metade do século XIX, tendo como fronteira natural a ribeira da Moita.
Na segunda metade do século XIX Alhos Vedros foi integrado no concelho da Moita e perdeu assim a sua independência
O concelho de A.Vedros foi extinto por lei de 1855, na sequência da legislação anterior de Mouzinho da Silveira que extinguiu mais de 500 antigos concelhos, por via a “modernizar “ a estrutura geográfica do País.
Lembro-lhes que estavamos em 1855 e nessa altura talvez tenha havido justificação para
que tal acontecesse, mas depois disso muitos concelhos anteriormente extintos por essa lei legislação foram restaurados, uns devido à força dos poderes locais, outros devido a grupos de influência nos poderes nacionais. O caso específico de Alhos Vedros será o que aqui nos irá proximamente merecer um comentário mais detalhado.

Manuel Pedro, Novembro de 2003

Concelhos e conselhos

A discussão sobre o municipalismo e as origens e natureza do poder local em Portugal levar-nos-ia muito para além do âmbito e ambições deste blog.
Convém, no entanto, analisar esta questão numa perspectiva da sua evolução e aplicação a nível local, nomeadamente quanto à situação actual do território do antigo concelho de Alhos Vedros e às razões que justificam e legitimam um movimento tendente à sua restauração.
Comecemos pelo enquadramento teórico do problema, o qual passa pela definição do que entendemos dever ser um concelho. Ora, o problema radica mesmo aqui.
Actualmente, não existe uma conceito de «concelho» que ultrapasse as conveniências políticas conjunturais, que resista às leituras e adaptações locais ou que seja invulnerável aos desmandos e atropelos praticados pelas elites políticas locais/nacionais quando lhes interessa (um pouco como com os PDM’s).
Nenhuma definição é perfeita ou a todos satisfaz. Provavelemente, quanto mais perfeita for, mas atemporal será e, por natural consequência, menos agradará aos apetites de cada momento que passa e respectivas clientelas- Por isso, podemos construir uma nova ou pedi-la emprestada ao passado.
Eu pedi a minha emprestada aos primórdios do nosso municipalismo liberal moderno, em particular ao Decreto 65 de 28 de Junho de 1833 nos seus artigos 12º e 13º, em que ssão dadas as bases de organização dos concelhos saídos da reforma dos forais:

«Artigo 12º (...) §1º Combinarão as duas bases da população e da extensão, de uma maneira que nem a população, por excessiva, torne difficil o expediente Judicial e Administrativo do Concelho; nem, por diminuta, forneça um numero insufficiente de Cidadãos activos para as eleições e para o serviço dos cargos publicos.
§ 2º Terão igualmente cuidado em que não sejam grandes as distancias das Povoações às cabeças do Concelho, para não causarem grave incomodo e distracção aos povos.
Artigo 13º Para que o disposto no artigo antecedente se possa mais facilmente conseguir, poder-se-hão unir dous, ou mais, dos antigos Concelhos; ou desannexar freguezia, ou partes de freguezias de uns, para unir a outros, segundo melhor convier, formando-se dessa união um só Concelho (...)
§ 1º Nesta operação não se terá sómente em vista a commodidade ostensiva dos povos; mas sobre tudo, os seus habitos e relações com o Concelho e Cabeça deste, a que os outros se tiverem unido.»

Nesta passagem encontramos enunciados vários princípios essenciais:

a) Equilíbrio entre o espaço e as gentes, devendo evitar-se situações extremas de concelhos com gente mas sem terra e vice-versa (artº 12).
b) Centralidade da sede do concelho (§ 1º do artº 12).
c) Concentração racional do território e não desintegração (§ 2º do art. 12).
d) Predominância da tradição sobre os interesses na definição da sede de um conclho aglutinador de outros (§ 1º do art. 13)

Podemos sempre afirmar que os tempos são outros, mas estes são princípios que na sua formulação abstracta são tão válidos hoje como ontem. Eu apenas lhes acrescentaria a necessidade de um concelho ter os recursos e estruturas (económicas, culturais, de transporte, saneamento, etc) indispensáveis às necessidade da sua população.

Como se aplica isto ao caso do(s) concelho(s) de Alhos Vedros e Moita desde as suas origens e sucessivas desanexações e integrações ?
Relembremos que Alhos Vedros foi sede de concelho desde a Idade Média até à menos de 150 anos, incluindo até à primeira metade do século XVI todos os actuais territórios dos concelhos do Barreiro e Moita, dele se autonomizando sucessivamente o Barreiro, o Lavradio e a Moita, até finais do século XVII. Após perder relevo político-administrativo, gente e recursos, o concelho de Alhos Vedros acabou por ser extinto em 1855 e sucessivamente integrado nos do Barreiro e Moita, numa «dança» muito próprio dos interesses eleitorais dos caciques locais do período do chamado Rotativismo.
Não vou aqui analisar as causas remotas da decadência demográfica e da diminuição do “peso político” de Alhos Vedros no contexto da margem sul mas apenas confrontar a realidade coeva com os princípios abstractos que definiriam um concelho. Ora, enquanto sede de concelho, Alhos Vedros preencheu longamente todos os quesitos (equilíbrio, centralidade, concentração, tradição) nos seus limites do século XVII, anteriores à desanexação da Moita.
Em contrapartida, o concelho da Moita na sua formulação actual não cumpre muito desses parâmetros, nomeadamente quanto aos itens da centralidade (fica quase num dos extremos do concelho) e da tradição (por motivos óbvios), sendo ainda muito polémica a questão de, sendo sede do concelho, a Moita ser factor mais de desitegração do que de unificação, devido à manifesta crescente insatisfação das populações das freguesias de Alhos Vedros, Vale da Amoreira e Baixa da Banheira. Nem tudo pode rodar em volta dos touros, porque essa é uma tradição da chamada “Moita do Ribatejo” que a não une à larga maioria do seu concelho e respectivas populações.

Para além disto, as autoridades locais do concelho não conseguiram, nas últimas décadas, desenvolvê-lo de forma sustentada, equilibrada e harmoniosa, o que se manifestou principalemte em quatro fenómenos:

1) Ausência de infraestruturas fundamentais no concelho, quer no plano da fixação do emprego (vejam-se os casos de sucessivas “deslocalizações” de empresas têxteis, com destaque para os “elefantes brancos” da ex-GEFA e da ex-Helly Hansen deixados ao abandono no meio de Alhos Vedros, depois de terem cumprido a missão de captar fundos comunitários para alguns interessados), quer no do lazer, cultura e desporto (falta de equipamentos desportivos de qualidade, de uma sala de espectáculos moderna, digna do nome, etc, etc).

2) Critérios duvidosos na criação de algumas das estruturas existentes, nomeadamente da sua qualidade quando fora da sede do concelho, de que exemplos notórios são os espaços verdes e a zona ribeirinha de Alhos Vedros; o parque de Alhos Vedros nasceu tarde e mal, entalado entre um viaduto rodoviário, a linha férrea e as ruínas industriais da Cortceira Ibérica; quanto a poluição sonora, ambiental e paisagística estamos falados. Quanto à faixa ribeirinha de Alhos Vedros é um acumular de lixeiras ao abandono, enquanto a da Moita foi recuperada. Já na Baixa da Banheira, o enorme parque José Afonso está nas costas da freguesia e é o exemplo claro de um investimento mal planeado e sem o devido aproveitamento.

3) Desprezo pelo património histórico matricial do concelho, com a memória histórica do concelho de Alhos Vedros a parecer resumir-se ao pelourinho manuelino (o tal que queriam levar), caindo a antiga cadeia aos bocados e estando ao abandono o edifício onde antes funcionavam os Paços do Concelho, paredes meias com um moinho de maré que nem está lá para enfeitar e ser aproveitado em articulação com o parque.

4) Decapitação das elites locais, através da sua cooptação para o exercício do poder local central (passe-se o aparente paradoxo), o que também funciona como estratégia para “calar” as contestações de fora da Moita. É o caso da Presidência da Câmara da Moita que raramente lá viu sentado um moiteiro mas que, nem por isso, deixou de ser acerrimamente injusta para muitas das freguesias que viram nascer e/ou crescer os seus ocupantes. O caso de alguns edis alhosvedrenses, já em período democrático, é particularmente infeliz e vergonhoso neste aspecto, com destaque para o penúltimo Presidente, afastado por “razões pessoais e familiares” do seu exercício.

Enfim, a prosa vai longa e o essencial fica dito.
Por isso, caros leitores, pensem bem se a actual configuração deste concelho e a distribuição do seu poder não será a razão para o seu desiquilíbrio e assimetria, devendo ser encarada a restauração de Alhos Vedros como sede do concelho o caminho para a superação de tão graves dilemas.

Saudações restauracionistas.

António da Costa, 28 de Novembro de 2003

terça-feira, novembro 25, 2003

Debatendo ideias

Queixou-se o nosso leitor João Titta Maurício que teríamos treslido o seu artigo do passado dia 20 de Novembro de 2003 no «Jornal da Moita».
Fomos reler a prosa e quer-nos parecer que não treslemos assim tanto.
Passando por cima dos enfeites, o essencial passa pela possibilidade de se reflectir e debater sobre a transferência da sede do concelho da Moita para a Baixa da Banheira, atendendo ao seu peso populacional e apesar de algumas ideias preconcebidas contra tal solução.
Esta parece-me ser a ideia central explícita do texto em causa, com mais ou menos hesitações e ziguezagues retóricos, sendo apresentada como alternativa à mais radical de elevação do binómio Baixa da Banheira/Vale da Amoreira a concelho ou da “meio-estrambólica” (sic) elevação da Baixa da Banheira a cidade.
As vantagens apontadas parecem ser principalmente de ordem económico-comercial e a fundamentação baseia-se em questões de peso demográfico.

Ora bem, ora bem...
Sobre as questões de fundo do municipalismo, do que deve ser um concelho e em que sentido deveríamos evoluir existem diversas opiniões na equipa deste blog. Há quem goste da atomização e do poder mais próximo do povo e os mais concentracionários, como o autor deste post, que acha que deveriam existir menos concelhos e um reordenamento do nosso território que não passasse por mantas de retalhos saídas de interesses político-económicos.

Cada uma destas facções apresenta soluções diversas para o actual concelho da Moita que serão expostas em próximos textos mais desenvolvidos. Só para resumir, temos os secessionistas como Manuel Pedro, que defende a separação de Alhos Vedros/Baixa da Banheira/Vale da Amoreira da Moita, deixando os moiteiros a falar sozinhos e os restauracionistas como eu (Paulo) e o José Silva (redactor cultural) que achamos que o movimento deve ser inverso, restaurando o concelho de Alhos Vedros, com a sua tradicional sede secular e limites anteriores ao século XVIII.

Neste momento, vamos apenas analisar, do ponto de vista dos restauracionistas, a proposta de Titta Maurício com a seriedade possível, para não sermos mal entendidos.
Antes de mais entendamo-nos: aqui não há alinhamentos partidários e as propostas nascem de convicções e não de aritmética eleitoral. O autor deste texto, referendos à parte, acha que foi votar uma vez nos últimos 15 anos e foi no Movimento Partido da Terra (devemos ter sido uns 5 ou 6 em Alhos Vedros), por isso estamos conversados quanto à velha polémica dos «comunistas» ou «não-comunistas». Para não dar alimento a acusações infundadas, diga-se desde já que o abstencionismo é um direito como qualquer outro de um cidadão desiludido com as caras que vê a votos na terra em que cresceu.

Dito isto, passemos por fim à análise das ideias de Titta Maurício:

a) Podia não ter ficado apenas implícita a questão da ideia de clivagem entre as cores partidárias das várias freguesias do concelho actual, sendo mais laranja azulada a B.B. e o Vale, enquanto o resto é mais vermelho ou mesmo rosa. Era mais claro que abríssemos o jogo a admitíssemos que uma cisão do binómio BB/VA era uma forma de arranjar cadeiras de poder a uma pseudo AD local.

b) A abstenção, como no caso exposto, não é só dos que pensam já ter perdido. Também pode afectar o campo dos que pensam que já está ganho ou dos que pensam que nem vale a pena, ganhe quem ganhar.

c) Uma fundamentação meramente demográfica para a criação de concelhos criaria as maiores aberrações geográficas. Por um lado, «municípios-dormitório» às carradas com 10-20 km2 na Grande Lisboa (só na Margem Sul, teríamos todos os concelhos actuais fragmentados), enquanto no Interior e no Alentejo se manteriam municípios de enormes dimensões.

d) As razões para a definição de um concelho – mais do que aqueles critérios que agora se aprovam à medida dos clientes – devem ser lógicas e visarem a criação de unidades territoriais dotadas dos meios, estruturas e serviços indispensáveis à qualidade de vida da sua população. Por se esquecerem disso, é que depois é preciso criarem-se “Zonas Metropolitanas” e “Associações de Municípios” para resolver questões (saneamento, transportes, equipamentos culturais e desportivos) que cada um não consegue por si só.

e) A fragmentação dos municípios existentes, salvo muito diminutas excepções, é muitas vezes feita não apenas a favor dos novos concelhos mas principalmente contra os existentes e apenas serviria para a multiplicação de micro-elites ou nomenklaturas locais cada vez mais medíocres, a avaliar pelos maus serviços que as actuais já prestam.

f) A solução para a insatisfação das populações das zonas mais afastadas das sedes dos concelhos ou que se sentem negligenciadas passa pela reactivação de poderes e competências (com os convenientes meios) das Juntas de Freguesia, pois se elas ainda existem formalmente para alguma coisa será.

g) E última: não devemos invocar o nome do Povo (como o de Deus, meu caro leitor conservador) em vão. Em última análise todas as ideias têm origem no Povo, pois já não existem outros estatutos sociais especiais.
Quando vejo ou leio políticos a invocarem o povo, vem-me logo à cabeça aquela célebre frase do respeitável conservador francês Alexis de Tocqueville que afirmava adorar o povo, mas que por nada deste mundo gostaria de viver no seu seio.


Esperando ter, por agora, dado resposta e comentário mais ajuizado ao texto em apreciação, prometo novas investidas para breve, em tom mais sério ou mais jocoso, conforme a disposição o ditar.

segunda-feira, novembro 24, 2003

Nova colaboração de Manuel Pedro - O Imposto Taurino

Ora aqui está, fresquinho, o novo texto que Manuel Pedro preparou para nós:

O Imposto Taurino da Moita

Finalmente os Moiteiros estão todos de acordo, a tauromaquia é a base de toda a sua cultura local, senão vejamos:
A Revista Tauromaquia que no dizer do seu fundador Manuel Filipe é a primeira revista a cores no concelho da Moita feita pelo movimento associativo.
Também nas palavras de Vitor Mendes outro dos fundadores da dita revista: "A cultura taurina na Moita, presentemente está forte e em crescendo."
O arranque próximo da construção de um monumento de evocação tauromáquica na vila da Moita, terra com um historial rico na tradição taurina, está
também nos planos dos mentores de tão louvável iniciativa.
O presidente da camâra João Lobo, a tudo tem assistido e incentivado.
O C.T.M. Clube taurino da Moita, pretende legalizar a prática da sorte de
varas, que consiste em espetar uma lança no touro multíplas vezes, com o fim de cansar o animal por perca de sangue, para que a força natural do touro seja reduzida de forma que seja mais fácil ao matador de touros o matar na arena. O cavalo está coberto por uma couraça que lhe proteje todo o corpo, excepto as pernas. Se o cavalo cair é díficil de se levantar devido ao peso da couraça e fica por isso exposto todo o abdomén e peito do animal às cornadas do boi em pontas, como acontece em Espanha. Morrem bastanres cavalos
nas lides de varas, mas concerteza que não serão os cavalos altamente
treinados dos cavaleiros tauromáquicos que são extremamente caros. Goya um magistral artista espanhol, fez nos finais do séc XIX uma soberba pintura, bastante elucidativa sobre o que é a sorte de varas.
Estão também previstos colóquios sobre " A sorte de varas no contexto legal português ",
" O regulamento taurino português " e a " Feira taurina da Moita e as corridas picadas ",ora querem maior aproximação de Portugal a Espanha. A Moita segue na frente da futura união ibérica.
O presidente da junta de freguesia ofereceu a o novilheiro e futuro matador de touros, Luís " Procuna" um modesto capote, mas João Lobo, ilustre Moiteiro, ofereceu um soberbo capote, que não nos poderemos sequer a especular quanto poderia ter custado tal obra de arte e quem a poderá ter executado, confesso desconhecer se existem em Portugal este tipo de artesãos ou se a câmara da Moita o foi comprar a Espanha, quiçá Sevilha, tal obra de arte tauromáquica.
Mas a arte não tem preço e os Moiteiros, são do mais aficionado que há
neste país à beira mar plantado, e como diz João Lobo "Os sucessos do futuro matador, são triunfos de todos os Moiteiros".
Outras associações do mesmo cariz enobrecem a Moita, como por exemplo: O Grupo Tauromáquico Moitense, A Escola de toureio da Moita que se Deus quiser será a sede da Associação Portuguesa de Escolas de Toureio , A Touro Arte e a Sociedade Moitense de Tauromaquia perdoem se esqueço alguma ... mas a lista é tão grande.
A Moita além de ser vice-presidente ou será já presidente...( Não tenho a certeza...no Jornal da Moita, edição nº 169, diz que a Moita já foi eleita
para a sua direcção, mas no Boletim Municipal de 25 de Abril de 2003, diz que é vice presidente. Será ou não será, esta é a questão) ... da secção de Municípios com actividade taurina,da Associação Nacional de Municípios, foi convidada ainda a integrar a Confederação Mundial das Cidades Taurinas.
O que prova que a Moita consegue entrar para uma associação de Cidades quando é apenas uma vila, isto é digno de figurar no Guiness.
Naturalmente que com toda esta "afficion" o P.S. da Moita tinha de
concordar com a criação do conselho taurino da Moita, como vem expresso no comunicado dos eleitos do P.S. na assembleia Municipal da Moita, que passo a transcrever:
"O PS atendendo às tradições centenárias que o povo da vila da Moita tem dedicado à festa brava, de encontrar aqui ( na Moita ) uma das mais
prestigiadas praças de touros e feiras taurinas anuais, escola de toureiros etc. deu todo o seu apoio à criação do conselho taurino da Moita"- O Rio nº 135.
Ora parece que os dois principais partidos da Moita, estão de acordo neste ponto, aliás como a esmagadora maioria dos moiteiros.
Crie-se pois o conselho taurino da Moita ! Direi mesmo mais, com tantas
associações taurinas até se poderiam criar dois ou três conselhos taurinos aqui na Moita !
Mas, os casos como o de Pedrito de Portugal, levam-me a pensar quão pouco é o muito que a Moita tem feito pela tauromaquia...
Todos vimos na TV a cara triste de Pedrito de Portugal pelo facto do Tribunal da Moita o ter multado em 100 000 ¤, por ter exercido a sua profissão que é; matador de touros.
Claro que em Portugal é ilegal, mas então para que é que existe essa
profissão se não se pode exercer.
É como ser pescador Português daqui a alguns anos, quando entrarem os
espanhóis nas nossas águas e destruirem todas as espécies de peixes que existem nas águas Portuguesas !
Não é admissivel que Pedrito de Portugal tenha de pagar tão enorme soma de dinheiro !
Foi o povo da Moita do Ribatejo (os moiteiros ) que o incentivou a matar o touro e o carregou em ombros, vitoriando e aprovando assim a sua brilhante "actuação".
Por isso eu acho que são os Moiteiros é que devem pagar !
E como ? perguntam os aficionados .
Podem enviar donativos para a minha conta pessoal, mas não é só assim que se pode ajudar! Têm de ser todos os moiteiros, aficionados ou não !
Proponho para isso a instituição do Imposto Taurino da Moita que pode ser cobrado em conjunto coma factura da água e seria apenas mais um acréscimo a somar à taxa de saneamento básico.
Dir me-ão os não aficionados e até os que são contra e acham que a tourada é crime, que não têm nada de contribuir para este imposto !
Não concordo !
Há um caso que me contou um amigo meu; no Poceirão é onde ele vive,
cobraram-lhe a taxa de saneamento básico, e ele foi à câmara de Palmela para
questionar porque pagaria ele essa taxa se não usufruia desse saneamento básico , dado os esgotos terem sido feitos por ele.
Responderam-lhe que era exactamente por isso, que ele apenas pagava 50% e os outros munícipes que tinham esse serviço camarário, esses sim pagavam a totalidade da taxa !
Está aberto o precedente, os moiteiros não aficionados pagarão apenas 50% do Imposto Taurino da Moita a instituir, digo eu.
Pensem nas vantagens de tal imposto...
Na altura das largadas, existem sempre casos de acidentes que acontecem nessas largadas, muitas vezes famílias pobres ficam sem algum dos seus membros, ou então alguém é colhido duma maneira que fica incapacitado, também muita gente é vítima de coma alcoólico e postriores curas de desintoxicação, estou-me a lembrar de uma inscrição que vi numa t-shirt que envergava com muito orgulho um jovem moiteiro do clube de aficionados "Drunk Bulls"-Evite
a Ressaca, Mantenha-se Bébado.
A tudo isto o Imposto Taurino da Moita poderia acudir !
Poderse-ia também instituir que outros matadores, possam matar touros aqui na Moita e depois o ITdaM* cobria as despesas, que nem seriam grandes, devido ao acréscimo de aficionados e não só, de todo o País e do Mundo que encheriam assim todos os Hoteis e Pousadas da vila da Moita.
Proponho por fim ao Presidente da Camâra, o exímio Dr.João Lobo, agora que o PTP (Partido Taurino Português), está de pedra e cal na Camâra da Moita que se mude o slogan que neste momento já se vê ultrapassado ; "Viver Bem à Beira Tejo", e substituir pelo slogan ; "Matar bem o Boi à Beira Tejo" e também sustituir o Flamingo, que ao que parece anda aborrecido com esta situação e já pouco aparece no Rio, pelo Touro , esse sim bem vivo, e bem dentro de todos os moiteiros.


* ...é o Imposto Taurino da Moita...

Manuel Pedro
22 de Novembro de 2003

Resposta ao desmentido

Não incluímos aqui a resposta que mandámos ao autor deste desmentido porque nos esquemos de guardar o mail, mas não há problema porque em breve será feita análise detalhada do texto que suscitou a polémica.
De qualquer modo, salientámos em nome da equipa que este blog, sendo muito sério, tem a sua pontinha de sátira, o que poderá escapar ao leitor mais desatento.

Desmentido

O autor do texto mencionado no post anterior enviou-nos o seguinte desmentido que passamos a incluir (somos demasiado democráticos e defensores da liberdade de opinião, essa é que é essa):

Li no blog "Alhos Vedros ao Poder" que teria treslido um artigo meu: não só não defendo a elevação da BB cidade, como sequer pretendo a criação do concelho da BB. Simplesmento proponho que reflictamos sobre alguns problemas e debatamos a hipótese de transferência ou não da sede de concelho.
Peço por isso que releia, confirme e proceda à correcção.

Mais, sou muito sensível às pretensões de Alhos Vedros. Aliás, como conservador que sou, sou adepto das velhas Liberdades concelhias, abafadas e esbulhadas no Liberalismo afrancesado e concentracionista do Séc. XIX.

Só mais uma coisa: diga ao seu amigo que não embarque nas bocas do costume, pois (segundo julgo saber) a BB é outro...


João Titta Maurício

sábado, novembro 22, 2003

Próximas novidades

O nosso colaborador Manuel Pedro informou-nos que uma alma iluminada do PP da BB (é do Partido Popular da Baixa da Banheira e não do Paulo Portas da Brigitte Bardot, seus mal-intencionados) quer elevar a Banheira a cidade e depois a concelho.
Iremos ler a prosa mas, pela ideia exposta, cheira-nos de longe a caca de galinha.
Mas nada como ver para crer. Cá para mim isto é um submarino moiteiro perdido nos arbustos do Parque da Baixa da Banheira e que por aí deve ter visto a "luz" quando limpava o rabo ao texto de um discurso do Portas Júnior.

quarta-feira, novembro 12, 2003

Simpatia e eficiência moiteiras

Por extrema necessidade de horário, foi-me impossível deixar de ir hoje a uma farmácia da Moita.
Fui brindado com o atendimento moiteiro típico a qualquer um que pareça estranho.
Eram 12.50, só estávamos 2 pessoas para atender e exitiam 3 empregadas. O senhor à minha frente começou a ser atendido por uma das farmacêuticas que desapareceu para o interior da loja, gritando ocasionalmente para o cliente se queria caixas grandes ou pequenas dos medicamentos. Outra desapareceu de vista. A terceira arrumava cosméticos numas vitrinas, fazendo assíduas viagens para cá e para lá.
E eu a olhar.
Às 12.55, o primeiro cliente continuava a ser atendido, eu à espera e, entretanto, chegou mais uma senhora de idade.
Às 13.00, a situação só não era a mesma, porque a senhora se foi embora, barafustando. Certamente que não era moiteira, pelo que tive sentimentos de solidariedade.
Infelizmente, como precisava mesmo de ser atendido, continuei a ferver em fogo lento.
Enquanto a 1ª empregada continuava em digressão em busca dos medicamentos do 1º cliente e a 3ª procurava a melhor posição para os cremes destinados a ocultar as rugas e pelengas das moiteiras, lá apareceu a 2ª criatura com ar de, vamos lá que são horas de fechar e estão a dar as badaladas na torre sineira.
Despachou-me em duas penadas, porque eram horas de fechar as portas.
O primeiro infeliz ainda lá continuava à espera dos medicamentos.
A velhota ia lá ao fundo do largo sem os remédios de que certamente precisava.
As 3 avantesmas lá se preparavam para o almocinho.
Nada como estar doente para poder contar com a simpatia moiteira.
Devem ter visto pela minha cara que era um desconhecido subordinado alhosvedrense.

terça-feira, novembro 11, 2003

Propostas culturais a sério

Olhem uma alhosvedrense que sabe pintar a sério.

Estamos a processar informação

Não pensem que estamos parados.
O léxico restauracionista é apenas um entretém, enquanto amadurecemos mais alguns artigos de fundo.
Orelhas com grão, não perdem pela demora.

Léxico restauracionista

A saga continua:

Orelha com grão = Moiteiro de um cabrão.

sábado, novembro 08, 2003

Léxico restauracionista - II

Estando a pensar no tema restauracionista, que também tem a ver com restaurantes, eis o Menu...

Venho propôr um código restauracionista:

Por exemplo eu digo - Hoje há Pipis, isto significa obviamente : Alhos Vedros ao poder

Já no caso de - Alheira de Mirandela, significará : Obviamente demito-os

Mandem as vossas contribuições escrevendo para mapedro@sapo.pt

Léxico restauracionista

Por proposta do nosso colaborador Manuel Pedro vamos começar a divulgar termos, ditos e frases do vocabulário específico dos restauracionistas alhosvedrenses. Comecemos por umas “rapidinhas”.

Sabes o que é um morteiro ?
É um moiteiro morto.

Na festa da moita morreu um moiteiro,
foi atingido por um morteiro que foi lançado por um toureiro.

sábado, novembro 01, 2003

Interactividade

Já temos uma nova funcionalidade. Quem quiser colaborar connosco pode enviar os seus comentários e contribuições para avedros@clix.pt.
Cá ficamos à espera.