quarta-feira, dezembro 29, 2004

Até já recebemos poesia

Ora aí está o primeiro poema que nos chega de inspiração local.
O autor reside em Londres e também tem um blog.
Estamos a internacionalizar-nos.
Isto está a começar a compor-se.

ALHOS VEDROS À COCA ATRÁS DA MOITA

Verdade: Alhos Vedros é o Barreiro a dividir por três.
Mas quem puzer isso nesses termos banais muito peca
Porque das Arroteias ao Cais é se calhar aí umas dez
Vezes mais que de Coina a Santo António da Charneca

Alhos Vedros anda à rasca para provar seus direitos
De terra de marialvas antigos com anafadas barrigas
Mas há pressões da Ilha do Rato de ares rarefeitos
Que levantam saias às mulheres casadas e raparigas

Na Moita, agora submetida aos ataques de norte morno,
Os munícipes juntam-se à volta do fidalgo presidente.
E todos inchados prometem nunca ceder à dor de corno
Dos conjurados do poço mouro com sulcos de corrente

Mas o cibernário de Alhos Vedros, firme e ousado,
Faz renascer o dormente espírito da alma guerreira
E grita: se for preciso iremos reaver o que foi roubado
Com tropas, toalhas e sabões da Baixa da Banheira!

Porque esta terra vellha nunca teve medo de Salazar!
Nem quando a caganeira era coisa dolorosa intestinal!
E não é agora que esses moiteiros se vão pôr a largar
Bois e vacas na nossa querida HISTÓRIA regional!

Germano Filipe

Portugala.Blogspot.com

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