sexta-feira, fevereiro 25, 2005

E agora... para algo completamente diferente...

Nos últimos dias dei umas voltas pelos bairros de Alhos Vedros porque a nossa vila, tal como Nova York, tem cinco grande bairros, a saber, de nascente para poente e de sul para norte, Morçoas, Arroteias, Campo da Forca/Bairro Gouveia, Vila e Vinha das Pedras, se excluirmos aqui a Fonte da Prata como unidade autónoma.
Não gostei do que vi, mas também já estou habituado.
Se as Arroteias continuam iguais a si mesmas, e não pioraram muito depois da confusão que foi a segunda metade dos anos 70, já o Campo da Forca tem sofrido a bom sofrer com as ideias urbanísticas da CMM e o corte da ligação directa pela passagem de nível ao centro de AV. Um espaço que tinha tudo para articular as urbanizações com a Natureza e zonas de lazer, está uma confusão, com tudo em obras e os blocos de apartamentos com pouco cerca de uma década a apresentarem sinais de evidente degradação. Ficaram umas árvorezitas no meio dos prédios que, para variar, servem para abrigar estaleiros. Junto ao Circuito de Manutenção, está um arremedo de Zona Industrial, com uns armazéns que se está a ver no que vão acabar daqui a um par de anos. A Piscina - equipamento indispensável - parece desterrada lá para o canto, numa baixa de terreno que dá a sensação de ter afundado.
Quando tivermos tempo vamos fazer reportagem fotográfica de alguns dos maiores acidentes daquela zona (um deles veio no Jornal da Moita de há um par de semanas) mas desta vez estava a ser seguido por uns senhores de idade que passeavam uns cãezinhos e olhavam para mim com ar muito desconfiado.
A caminho das Morçoas deparei com um daqueles espectáculos memoráveis, típicos da nossa terra, que é um fiscal da CMM a tirar medidas a uma obra. Na esquina da Vasco da Gama com a Tristão da Cunha foram feitas obras de ampliação de uma antiga vivenda, e lá estava o rapaz, de fato e gravata e tudo, a fazer umas pseudo-medições; o problema é que, a medir as janelas, fazia-o na diagonal, sem seguir nenhuma linha definida, e depois apontava o que passava por ter sido a medição.
Melhor, só há uma meia dúzia de anos quando foram medir um bloco de apartamentos que estava a ser construído nas traseiras da minha casa. Fiquei fascinado com os três tipos agachados a puxarem de uma fita métrica e a medirem tudo menos as dimensões do prédio. Fiquei pregado à janela como se estivesse a ver o canal Odisseia ou o National Geographic. Não fiz ruído para não perturbar os espécimes pois, mesmo se não estão em extinção, não os devemos perturbar pois podem tornar-se agressivos, quando confrontados.

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