... já que os compromissos apresentados por Eurídice Pereira continuam vagos e, por isso, é melhor esperar pelo Programa Eleitoral, onde se perceba exactamente ao que vamos.
Por isso, eis umas observações, por atacado:
a) Rede urbana de mini-autocarros: eu criaria antes uma rede mais rural do que urbana, pois não me parece que as zonas urbanas estejam assim tão mal servidas de transportes. Só se for para levar o pessoal da Moita para a estação ferroviária. Os problemas encontram-se em zonas mais interiores do concelho. Por isso, vamos lá: linhas dessa rede e custos, custos !!!
b) Criação de 1000 lugares de estacionamento: mmmm..... não será difícil, se reconverterem espaços meio selvagen de estacionamento que existem na Moita e Alhos Vedros e não estarão contabilizados como tal. Se para os contar, basta pintar umas listas no alcatrão ou ordenar a ocupação do espaço a coisa faz-se sem muita dor... menos na Baixa da Banheira, que é a freguesia mais populosa. Só se estão a pensar tornar aquela zona descampada entre os pinheiros mansos onde fazem o Mercado e a Escola D. João I. Mas isso não seriam locais centrais. Em Alhos Vedros era só preverem que parte do espaço da antiga Bore ficava para estacionamento e a coisa também se resolvia. Não vale se for para contabilizar os lugares de estacionamento obrigatoriamente criados com a construção de novos lotes de apartamentos.
c) Afirmar o concelho como pólo dinamizador do ensino profissional: A Câmara pode ajudar neste tipo de ideia meuio utópica, mas parece-me que isso depende de outras instituições. É daquelas promessas que só vendo o modo de operacionalização para acreditar. É que, realmente, em termos educativos e de formação profissional, a Moita deixa muito a desejar, mais em qualidade até, do que em quantidade.
d) O Passaporte Cultural: Já falei nisso ontem. Especifiquem como pensam operacionalizar a coisa. Adiante.
e) Plataforma Municipal para a criação de emprego: se não for a contar com o novo pessoal que entrará na CMM se o PS ganhar, quero ver como se faz. A ideia é boa, só espero que existam verdadeiras estratégias para cativar investimento para iniciativas empresarias a sério e não para brincadeiras subsidiodependentes que acabam logo que os subsídios se esgotam. Disso já temos a nossa conta. Com a economia e as finanças públicas no estado em que estão, gostaria que isso fosse possível, mas... Pensando bem, o Armando Vara ficou na CGD com o pelouro do finaciamento ás PME's. Afinal, talvez se arranje qualquer coisinha.
f) Programa "Moita-Concelho Seguro": depende mais do Poder Central, mas também depende de não aumentarem a suburbanização de má qualidade do concelho. Com falta de emprego, baixo poder económico e uma política urbanística que nivela por baixo a captação de novos habitantes e não prevê equipamentos de apoio que permitam integrar a população, em especial os jovens, é perfeitamente aleatório afirmar que se vai conseguir tornar a Moita um concelho mais seguro. Não criem guetos sociais e bairros fechados sobre si mesmos, sem infraestruturas para o lazer e tempos livres, e já metade do problema se torna mais fácil de resolver.
Como nota final, não posso deixar de notar que nenhum dos compromissos se relaciona com políticas de protecção ambiental, de preservação patrimonial, de criação cultural (o Passaporte é para consumo...) ou mesmo umas linhas de política de Juventude ou Desporto (apesar do PS local apresentar uns especialistas nestas matérias).
Ou seja, é uma visão fundamentalmente tecnocrática e economicista do desenvolvimento do concelho.
O que não me deixa muito descansado.
AV1
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