O meu colega co-editor e boa parte dos frequentadores do blog que manifestam a sua opinião, são aparentemente favoráveis à constituição de uma lista independente para concorrer, para já suponho, à Junta de Freguesia.
Não sou favorável, neste momento, a tal solução, embora pense que se tornará um imperativo nas autárquicas seguintes.
Porque não sou favorável, neste momento, a tal solução ?
Existem razões gerais e particulares. Entre as gerais, destaco a quase impossibilidade de uma lista verdadeiramente independente em meia dúzia ou um par de meses conseguir colocar-se de pé e lutar com armas capazes contra as estruturas instaladas.
Já escrevi aqui algures que até agora só falsas listas independentes têm possibilidades vitoriosas ou mesmo de mediano sucesso nas eleições. Só quando os candidatos partem de uma cisão no seu partido e/ou de uma posição de poder instalado (Isaltino, Valentim), ou então quando se colocam a coberto da bandeira de um partido já existente, sendo a transferência verdadeira ou apenas conveniente (caso dos autarcas que se abrigaram no BE ou no MPT).
Listas independentes, puras e duras, então quando a massa de eleitores já é razoável, têm que ser preparadas com muita antecedência e partindo da sensibilização das populações para os graves problemas existentes, demonstrando como as alternativas tradicionais os não podem, conseguem ou querem resolver.
E é daqui que passo para as condições particulares de Alhos Vedros.
Eu acredito que se pode constituir uma massa crítica capaz de dar forma a uma lista independente para concorrer à JFAV.
Mas não acredito que exista uma penetração no eleitorado que justifique já o seu lançamento.
Reparem que o AVP foi lançado há quase dois anos, entre outras razões mais lúdicas, para tentar despertar esse mesmo sentimento e, apesar disso, eu não acho que tenhamos conseguindo raspar mais do que a superfície.
Poderá ser uma superfície importante e até poderemos considerar que atingimos alguns centros nevrálgicos, mas ainda não existe um impacto suficiente no eleitorado, muito preso às fidelidades tradicionais. Por isso, continuo convencido que ainda estamos numa fase mista de trabalho de sapa (junto das pessoas) e de sensibilização (junto das "elites").
O lançamento para já de uma lista independente, poderia ser uma espécie de marcação de posição para posterior desenvolvimento.
Dificilmente teríamos uma votação relevante, quer pela dificuldade de fazer passar a mensagem, quer de resistir aos ataques que nos seriam dirigidos de vários quadrantes.
Bastaria levantarmos reservas a certas opções relativas ao urbanismo e iríamos ver o que seriam as pressões em cima de nós e os esforços par nos cortarem o pio e desacreditarem (como já fizeram com o próprio AVP como blog no passado, entrando por certas acusações de ordem pessoal). Tenho as costas largas, mas...
E correríamos o risco de nos desarticularmos nos 4 anos seguintes, para além de alguns poderem vir a achar que a aventura terminara e seria melhor partir em busca de outros portos.
Por isso, no meu caso particular, e apesar do estado crítico em que Alhos Vedros vai mergulhando cada vez mais, este é um projecto a médio prazo destinado a ir juntando vontades e espalhando a palavra para, a meio do próximo mandato, se avaliar a situação (que, com ou sem a CDU na CMM, irá de algum modo mudar...) e decidir então o que fazer.
Desde já afirmo que, como sou paciente e muito teimoso, estarei disponível para colaborar em tudo o que for preparação de tal lista, desde que não tenha que ser eleito ou candidato para nada. A minha aversão aos efeitos do poder executivo é imensa.
Mas, o que acho que podemos fazer já, mais do que um programa de candidatura para uma lista, é um caderno reivindicativo a apresentar aos partidos em confronto, à laia de check-list, destinado a obter um compromisso expresso de quem o aceitar em implementar e que, mais tarde, possa ser verificado com objectividade se foi cumprido ou não.
Isso, amigos Alhosvedrense, Conde, Oliude, Brocas, AV2 e todos os que aderem a essa ideia de uma lista independente, podemos fazer com vantagem e sem o perigo de nos precipitarmos com tiros de pólvora seca.
Neste momento, é mais importante tentar agarrar quem está a caminho do Poder com compromissos concretos e passíveis de cobrança.
E isso é possível.
E a isso voltarei logo que possível.
AV1
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