Parecendo que não, o arrastão (ou pseudo-arrastão, já não sei) de Carcavelos e o insucesso nos exames de Matemática estão mais ligados do que parece, na mente de alguns governantes e vultos do PS.
Se bem se lembram os que viram a Quadratura do Círculo da 4ª feira seguinte ao "coiso" que se passou em Carcavelos, o topa-tudo Jorge Coelho declarou enfaticamente que a solução para aquele tipo de problemas passava pela Escola e pela necessidade da malta ser mais eficazmente enquadrada e acompanhada nos estabelecimentos escolares.
Nós postámos logo aqui as nossas dúvidas sobre tão peregrina teoria que, no fundo, mais não passa do que a crença que a Escola mais não passa do que um gigantesco ATL, onde se faz uma engenharia das almas, que transforma putos carenciados de bairros degradados, com imensos problemas de exclusão social e sujeitos a uma barragem de mensagens apelativas ao consumo, em exemplares cidadãos.
Passam-se umas semanas e eis que perante o conhecimento do desclabro dos exames de Matemática, numa reacção mais rápida que a sombra do Lucky Luke, a Ministra da Educação decide que os professores devem ficar nas escolas mais tempo para acompanharem os alunos.
Ontem, como escrevi logo, pareceu-me que essa não era medida que resolvesse o insucesso escolar em Matemática.
Mas hoje, já acho que é a concretização da resposta de Jorge Coelho quanto à prevenção de eventuais novos arrastões no litoral português. As crianças e jovens devem ficar nas Escolas com os professores a "acompanhá-los" de maneira a não virem chatear os veraneantes. A Escola torna-se assim o tampão para a criminalidade juvenil de grupo.
Só falta arranjarem solução para os fins-de-semana.
E equipamento de defesa pessoal para professores e funcionários de algumas escolas da periferia de Lisboa.
Mas podemos sempre mandar abrir as Escolas ao Domingo para manter lá os elementos considerados mais subversivos e colocar umas funcionárias à porta a impedir-lhes a saída..
Criar condições socio-económicas (trabalho, segurança social, habitação, etc) que minorem as dificuldades das famílias que vivem no limiar (ou abaixo) da pobreza e os perigos de comportamento disruptivo de alguns grupos de jovens, é que é uma solução completamente descabida.
AV1
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