Boas malhas

Nem tudo corre mal por cá e por vezes existem surpresas de comportamentos individuais ou colectivos que, apesar de teoricamente normais, vão sendo raridade:

a) O PSD mandou mesmo para as urtigas o Major Valentão e com ele as inenarráveis e inumeráveis bocas à estatura de Marques Mendes. Só por isso o homem merecia ser enviado para a estratosfera com o João Jardim. A primeira e a segunda adimitiam-se como graçola; a partir daí é apenas mau-gosto. Vejam-nos a nós; gozámos uma vez a esse respeito com o A. Vitorino e chegou.

b) Afinal o golpe de génio da dupla maravilha socialista Coelho/Vitorino para as presidenciais, ao irem buscar Soares ao baú da reforma, está a fzer ricochete e a levantar imensos anti-corpos, principalmente na esquerda que deveria unir. Os fios do teatro de marionetas ficaram demasiado à vista e, pelo menos por enquanto, as sondagens mostram o descontentamento da arraia-miúda. E não vale comparar com 1986, porque aí Soares vinha de dirigir um governo impopular do centrão e Freitas tinha uma aura de perigoso radical de direita que hoje Cavaco (nem o próprio Freitas) tem.

c) O camarada Louçã, na sua tirada mensal acertada de Setembro (sai-lhe uma boa de quando em vez), acertou em cheio na questão dos interesses que se movem na área do combate aos incêndios, trazendo para a nossa frente uma figura que se tem esmerado por mexer os cordelinhos nos bastidores da política e por criar uma imagem de "senador", mas que não passa de um habilidoso como outros. Fala-se, é claro, de Dias Loureiro e do seu papel como Min. Adm. Interna quando dispensou a existência de meios próprios do Estado de combate aos incêndios e, depois, como empresário, participando no grupo empresarial a quem são concessionados esses serviços pelo Estado a bom preço, não esquecendo ainda a colocação de um seu fiel Daniel Sanches, como Ministro da mesma área num dos governos PSD/CDS, que tomaria aquela decisão que alguns ainda se lembrarão de decidir a compra de meios aéreos àquela mesma empresa de onde saira para entrar no Governo.

AV1