«Estar presente
Um partido, qualquer partido que tenha exercido um mandato completo com maioria absoluta, devia ser proibido de gastar meios em campanha eleitoral para renovar promessas com vista a novo mandato. O seu trabalho ao serviço da nação devia chegar-lhe para ser reeleito ou afastado do poder. Seria assim num mundo ideal, culto, onde as pessoas informadas sobre o que dizem os programas de governo, as medidas que vão gerir o seu futuro, soubessem escolher o que é certo e exequível, premiando a ética sobre a gritaria a que nos habituaram e nos vamos habituando: por vezes a política parece uma doença inevitável e os políticos meros vírus à solta.
Em tempo de campanha vendem-nos sempre promessas, falam do futuro, esquecem o presente, enrolam uma fábula. Há mesmo quem, a seguir a ser eleito, viole promessas arregalando os olhos à depauperação a que o Estado chegou. Se era verdade, mentiram todos, os que a esconderam e os que sem a conhecerem fizeram conjecturas credíveis e ganharam votos e poleiro. Em Portugal é normal e o povo, soberano, não sabe castigar. Esconde-se na abstenção, como se virar as costas resolvesse a doença. Os políticos, espelho da massa crítica da nação, aconchegam-se e sacrificam-se.
E assim partimos para mais um acto eleitoral, cada vez mais distantes do legado florido que Abril nos prometeu no cano de uma G3 que percorreu o mundo: as fronteiras estão abertas, o ar, por vezes nauseabundo, circula e pouco mais – não saímos da cauda da Europa, depois dos 12, dos 15 e um destes dias dos 25, o que parece não deixar muita gente suficientemente revoltada, tal a apatia que se vive nas ruas do país. Os impostos e as carências, a pressão dos leasings e o spread na periferia do ruído impossibilitam o país de pensar, discutir e exigir. Os políticos que os partidos albergam sabem-no. Ouve-se cada um que se amanhe, e a nação perde coesão; eles que resolvam isto já, cheque em branco do alheamento.
Claro que isto continua visando - com razão - o PS no Governo, mas pode-se aplicar que nem uma luva aos poderes locais, em maioria absoluta em décadas.
Mas que, por acaso, têm outdoors espalhados por todo o lado, aproveitando os de empresas amigas como a Simarsul ou aproveitando publicidades institucionais com dinheiros públicos como no nosso concelho.
Ou acham que os cartazes da CML andam por aí espalhados com que objectivo e com que dinheiros?
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