I - Da Importância da Casa de Banho para o Bem-Estar do Veraneante
Aspecto nem sempre devidamente cuidado na literatura de viagens e de férias, talvez devido a um desnecessário pudor, é o da importância decisiva das instalações sanitárias disponíveis para nos abrigarmos sempre que necessário ou conveniente.
Sei que este tema, que assoma alguma obsessão escatológica, pode parecer recorrente para quem leu o meu texto sobre os festivais de Verão, mas asseguro-vos que não será bem o caso.
No particular, o relevo que dou à casa de banho como porto de abrigo, não passa necessariamente pelo aspecto mais brutal e directo da execução de qualquer necessidade fisiológica, nem mesmo do desempenho da higiene diária, mas mais pelo seu papel como recanto para onde nos podemos recolher quando por qualquer razão de (in)conveniência nos não apetece confraternizar com as almas e criatura viventes disponíveis.
Ora bem...
A alegação de uma indisposição ocasional, o lamento quanto a uma refeição mal digerida, a certeza de uma bebida ingerida por distracção a uma temperatura incoveniente, tudo pode servir como pretexto para nos recolhermos às instalações sanitárias domésticas mais próximas e, dessa forma, gozar de alguns minutos de privacidade e repouso.
Claro que, neste caso, as instalações devem cumprir com um mínimo de condições para merecerem a nossa preferência: limpeza, luz, arejamento, espaço e eventual material de leitura previamente deixado à disposição.
A necessidade de limpeza, luz e arejamento é óbvia; a de espaço talvez menos, mas justifica-se pelo facto de ser possível que seja de nossa preferência deambularmos um pouco e não apenas nos sentarmos no sanitário com a altura mais adequada e o tampo mais confortável. Quanto a leitura à mão, penso que seja de conhecimento universal que, mesmo sendo possível recorrer aos detalhes técnicos de um champô ou uma pasta de dentes, sempre é preferível dispormos de uma obra literariamente mais atractiva (um livrito de bolso ou uma revista de temas cor-de-rosa, se a necessidade apertar muito).
Este ano é com agrado que registo que voltei a ter à minha disposição duas boas casas de banho no local onde me acomodei a grande maioria dos dias que passei fora, com destaque para uma ampla (diria que com uns confortáveis 12 metros quadrados), iluminada e arejada (janela exterior, deitando para telhado vizinho e inacessível a mirones) casinha de banho de que vos apresento padrão do respectivo chão, em tons de calmo azul e com um padrão suficientemente interessante (nota-se uma clara influência dos temas geométricos árabes) e capaz de nos fazer esquecer conversas mais insípidas em decurso em outras divisões da moradia.
É graças a estes pequenos nadas que podemos ficar a dever alguns dos melhores momentos de repouso de umas férias, de outro modo passíveis de merecer qualificação menos honrosa.
AV1
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