sexta-feira, agosto 26, 2005

A Campanha - II

PS

Historial: Três décadas de oposição e de incapacidade, normalmente causada por fragmentações internas e por disputas pessoais que foram invalidando a apresentação de alternativas credíveis à CDU, apesar da erosão crescente do PC/CDU. A reboque dos resultados mais "gordos" do PS nacional surgem periodicamente umas esperanças que, no caso presente, são personificadas pela candidata Eurídice Pereira.

Ideias-fortes: Apresentação de uma candidatura fortemente personalizada, que ostenta apoios fortes no aparelho socialista e meios de campanha aparentemente amplos. Aposta no acumular de insatisfações com a CDU, esperando colher os proveitos de andar a ouvir os descontentes. Aposta num cenário de bipolarização para levar os munícipes a escolher entre "eles ou nós". Quanto a temas de campanha, o esencial passa pela crítica ao que existe, sendo dado algum ênfase à questão dos transportes e das acessibilidades.

Pontos-fortes: Meios de campanha acima da média e uma campanha lançada de longe. Capacidade de mobilizar diversos militantes do PS nacional para expressarem o apoio à candidata e das estruturas locais para fazerem uma barragem de artigos de opinião na imprensa local. Capitalização do descontentamento com a CDU e tentativa de criar um cenário bipolar, em que o PS surge como única hipótese para alterar a situação.

Pontos-fracos: Excessiva personalização da campanha, como se os outros membros da lista quase não contassem ou trouxessem mais-valias enquanto equipa. Atraso na divulgação do programa eleitoral (prometido para Setembro) e indefinição na determinação de um rumo, pois a sucessão de críticas não demonstra um traço identificador comum, nem uma ideia clara para o futuro do concelho. Currículo da candidata, ligado ao insucesso da gestão de Mata Cáceres em Setúbal e ao impasse que tem sido a de Emídio Xavier no Barreiro.

O erro estratégico: A posição pouco clara e a reboque de alguma pressão da opinião pública sobre o processo de revisão do PDM, em particular sobre os seus traços estratégicos estruturantes, dando a sensação de partilhar o modelo suburbanista de segunda categoria da CDU.

AV1

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