sexta-feira, janeiro 02, 2004

Cadáveres

Após breve interregno em paragens não devastadas pelo poder moiteiro, voltei à santa terrinha no novo ano para encontrar velhas chagas.
Para não ir mais longe, para quem chega da sede do poder pela Estrada Nacional, que ex-libris mais simbólico do que o cadáver das instalações fabris da Helly-Hansen ? O estado de decomposição avança, com tudo o que pode ser roubado e vandalizado a sê-lo à vista de todos. Há uns anos quando inquiri, numa sessão pública, o então PC da Moita (Presidente da Câmara, claro, uns dois lá para trás) sobre as condições da construção do 3º e 4º mamarrachos da empresa (claramente despropositados atendendo à zona envolvente), foi-me respondido com irritação que os postos de trabalho criados deviam impedir críticas do tipo das minhas. Vê-se agora os postos de trabalho que sobreviveram a um par de anos de chegada de subsídios para a construção. Nada que não se tivesse passado com a Gefa, digo, Guston, dito, Qualquer Coisa, com outro belo conjunto de barracos a entalarem a igreja e o actual verdejante parque. Mas esta é uma tradição do espírito empresarial e da visão de futuro do poder moiteiro, a de alimentarem a ganância alheia e facilitarem as falências fraudulentas, como bem se lembram quando a Igreja do Deus da Cueca Rota ainda se chamava Lander e tantos outros nomes depois. Pois, porque se Alhos Vedros tem são cadáveres das maiores estruturas fabris do concelho: veja-se o destino da Corticeira Ibérica, para além das já atrás referidas. Sorte teve a Socorquex: como já ficava em território plenamente moiteiro teve direito a passar a núcleo museológico.
Destinos...

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