terça-feira, maio 31, 2005

Nostalgia Sportinguista



Não achei a caderneta da colecção destes cromos de final dos anos 70, deliciosamente desenhados pelo caricaturista Francisco Zambujal, mas encontrei a equipa toda do SCP.
Como não cabiam todos, aqui ficam as linhas defensiva (com os laterais trocados de lugar, por distracção minha e preguiça de repetir a digitalização) e atacante.
Os restantes quatro cromos eram do Fidalgo, dos brasileiros Meneses e Helinho e do Fraguito.

Ora muito bem !

O nosso amigo/leitor Mário da Silva acabou por aderir à bloguice, do lado da produção.
Ora aqui está ele.

Ao que parece...

... o Manifesto pela Defesa do Património Alhosvedrense tem suscitado pouca adesão, com pouco mais de 20 assinaturas, pelo que o nosso leitor Mário da Silva comentou aqui e aqui.
Nada que me espante, atendendo à desmobilização e apatia gerais na nossa freguesia.
Já a critica (in)directa de MdS a nós próprios por não impulsionarmos devidamente a iniciativa (se já a assinámos e fizemos circular) não deixa de ser curiosa, atendendo a que o nosso primeiro link é esse e, até prova em contrário, não conhece a nossa identidade e não sabe se assinámos ou não, a menos que os que assinaram estejam a ser apontados a dedo e enumerados para memória futura.
Ora a mim parece-me, mas posso estar errado, que nós já fizemos pela coisa mais do que a CACAV nos pediu e fizemo-lo por acharmos mérito à iniciativa.
E o reparo é reversível: será que na CACAV só se conhecem uns aos outros ?
Como é que só mobilizaram um par de dezenas de pessoas ?
Será que o meu amigo Raminhos pediu ao próprio João Lobo, alhosvedrense pelo menos de residência, quando esteve ao seu lado nas recentes Jornadas Pedagógicas, para assinar o Manifesto ?
Seremos nós que temos de fazer o trabalho de campo de outrém, mesmo que por uma causa legítima ?
Por isso, não nos detenhamos no que é que nós, no AVP, podemos ou não fazer.
Somos apenas dois, no meu caso não ando pelos cafés, e acho que quem teve o mérito da iniciativa não se deve dela demitir, porque as coisas não estão a correr bem.


Adenda: A CACAV já estabeleceu contactos com as colectividades da freguesia (SFRUA, CRI, Academia, Vinhense) par divulgar a iniciativa e pedir que distribuam o manifesto pelos associados ? Ou procurou a colaboração de estabelecimentos comerciais para essa mesma divulgação ?

Desculpem lá...


Foto AVP

... se quando passo por aqui tenho tendência para ver, por entre os pilaretes, as ruínas que rodeiam boa parte da Praça da República.
Ah, se tivéssemos um jovem vigoroso e com ideias no sector da Administração Urbanística na CMM que impulsionasse a reabilitação urbana !
Que bom seria !!

Anedotas II

Já no boletim Maré Cheia de Junho, a abrir o dito cujo, temos direito a vigorosa prosa de Rui Garcia, prosa essa que faz lembrar outras dos tempos em que não era vereador do sector do Ambiente, Serviços Urbanos e Administração Urbanística.
Aliás, oxalá que já o tenham informado que tem este tipo de responsabilidades executivas e que, já agora, em vez de meras palavras poderia demonstrar a validade das suas ideias através de acções concretas.
E, para isso, não chega anunciar que o sector das águas não deve ser mercantilizado.
Se calhar será preciso um pouco mais.

Anedotas

Pelas razões expostas, só hoje tive hipótese de dar uma olhadela às publicações periódicas que são distribuídas pelas nossas caixas de correio.
No Jornal da Moita vem uma memorável cobertura do lançamento da candidatura PSD/CDS do divertido moiteiro de adopção (por via casamenteira) Luís Nascimento. O que perde em quantidade de material para a de Eurídice Pereira, ganha em colorido e entretenimento.
Minhas amigos e meus amigos, não sei o que mais me impressiona: se o facto de o candidato ser o marido da líder laranjinha local (minha velha conhecida, mas com quem não contacto há muito, ainda era ela solteira), se a pose displiscente do rapaz nas fotos (é um bocadinho mais novo do que eu, por isso posso ser um pouco paternalista...), se o patusco cartaz de campanha, se as fotos do álbum de recordações reproduzidas a páginas 3, se a participação sempre cativante de Luís Filipe Meneses no lançamento da candidatura.
Pela postura, pelo discurso, pela imagética, pelo alinhamento com a facção foclórico-populista do PSD, este Nascimento vai ser um cromo difícil de esquecer nesta campanha.
Só gostaria de saber se a coligação com o CDS é uma forma de aumentar ou diminuir o score eleitoral que se adivinha fabulástico. E, já agora, o que algumas figuras locais centristas pensarão deste candidato à CMM.

AV1 - A Vingança dos Nerds

Como todos já por aqui saberão, andei com problemas no equipamento informático central cá de casa.
Por isso, sábado lá fui eu a casa de informática recomendada como de confiança para remediar a situação.
A minha sensação nestes casos é semelhante à que tive longamente com as oficinas de automóveis, até me tornar cliente regular da Nupercauto e, com altos e baixos, não me sentir tão enganado como era costume.
A atitude padrão do técnico de informática que nos atende é muito similar à do mecânico chico-esperto.
Olha para a coisa, afivela sorriso de sabichão no rosto, larga umas piadas e começa logo com o cérebro a facturar a 200%, que é para o tanso em causa pagar a crise.
Raramente fui obrigado a recorrer a assistência informática fora das marcas e sempre que o fiz arrependi-me, desde um disco rígido não recuperado naquela loja do Feira Nova, até à substituição de um painel numa impressora por outro igualmente defeituoso na do Intermarché.
Desta vez decidi ir mais longe mas a coisa não me correu melhor.
Embora tivesse expressamente pedido para me salvarem os dados antes de tentarem formatar o disco, ignoraram o pedido e lixaram-me todos os dados. Embora tivesse backups de 90% das coisas, não foi coisa bonita de aturar.
Depois, demonstrando profundo conhecimento da matéria, foram trocando peças até acharem a defeituosa e cobraram cerca de 30 contos de mão de obra por 5 horas de manifesta burrice até chegarem à conclusão que era a motherboard que teria pifado (eu trouxe-a que é para confirmar...).
Como queria despachar-me e precisava mesmo de recuperar o aparelho trouxe a coisa (mais um aumento de memória), após vários protestos e umas concessões por parte do informático responsável ("eu meto-lhe uma cooler nova"), largando 275 euros por um arranjo deficientemente executado e que, nas suas consequências, me ia deixando sem computador,
Confesso que se os meus níveis de humor andavam baixos nos últimos tempos, pela hora de almoço já se tinham elevado imenso, ao apreciar retrospectivamente como fiz - de novo, como nos velhos tempos em que ia à garagem do Teles ali junto à Largada - figura de TANSO.
Paguei para fazerem aquilo que eu sozinho teria feito, apenas com consumo de tempo e paciência.
Cá para mim o gajo nasceu na Moita.
E garanto-vos que, a partir de hoje, se é para estragar, estrago eu.

segunda-feira, maio 30, 2005

Nostalgia Barreirense



Já agora, o Barreirense também subiu de divisão no Domingo e merece menção.
Aqui também estamos de novo em 78/79, quando os encarnados do Barreiro eram um depósito do Benfica - como a CUF tinha sido em menor escala do SCP (Conhé, Manuel Fernandes) - destacando-se aqui o guarda-redes Jorge (primeiro em pé a contar da esquerda, o central Frederico (último da mesma fila) e o moiteiro Carlos Manuel (primeiro agachado do lado esquerdo).
Pelo meio (no centro da fila de baixo), o melhor de todos eles, o grande Arnaldo a quem a idade não permitiu melhores voos naqueles anos.
A treinar estava Manuel de Oliveira, famoso pelo cházinho que servia aos jogadores ao intervalo, nos dias em que as coisas não estavam a correr bem.

Nostalgia Vitoriana



No dia seguinte à vitória do Vitória na Taça, lembrei-me de recordar aqui uma equipa com cerca de um quarto de século (campeonato de 78/79), em que se encontravam entre outros, Silvino, actual adjunto de sucesso de Mourinho, e o malogrado Vitor Baptista, o primeiro de pé a contar da direita, seguindo-se-lhe José Mendes e Rebelo, dois míticos defesas sadinos dos anos 70.

Tourada Vegetariana



À base de soja (se já substituem o bife...).
O conceito vencedor de que já lhes falara há uns dias e que está no blog do Nuno Markl.

Felizmente...

... Vitor Constâncio afasta a hipótese de ser candidato à Presidência da República.
Valha-nos isso, no meio desta sarabanda de economistas de meio tostão que agora dão opinião sobre tudo e sobre nada, depois de terem participado activamente naquilo que criticam, como é também o caso do Cadilhe que no Expresso de sábado acusa Cavaco pelos diplomas que ele próprio assinou.
Fiquem-se com os vossos refúgios dourados e, por favor, não nos chateiem mais, tá bem ?

Dinheiros mal gastos

De acordo com artigo à largura de duas páginas do Expresso, Portugal é dos países que mais gasta com a Justiça, mas um daqueles onde este sector tem pior desempenho.
Já o mesmo é conhecido acerca da Educação e na própria Saúse, embora neste caso o desempenho em termos internacionais (o que é razão para algum espanto) não seja dos piores.
Significa isto que o dinheiro que é enterrado nestes sectores não conduz necessariamente a um melhor desempenho.
E esta é a principal razão do défice público ser o que é, mas todos nós acharmos que o Estado funciona mal.
Digam o que disserem o erro está em todos, desde o topo da hierarquia político-administrativa que não sabe alocar e gerir devidamente os recursos disponíveis, até ao funcionário menos relevante que se acha mal pago e por isso não cumpre devidamente as suas obrigações, passando por todo o pessoal intermédio que considera que o Estado existe para lhe resolver os seus problemas, seja como funcionário (pagando-lhe o salário, com um mínimo de esforço), seja como utente (resolvendo-lhe os problemas, seja a que custo for).
E, no fundo, todos temos culpa e todos temos razão.
O Estado existe para resolver os problemas dos cidadãos e eu até acho que o seu papel deve ultrapassar o de mero regulador.
O problema é que é mal gerido e, pior do que iso, aqueles que clamam quanto à sua monstruosidade foram aqueles que o engordaram e continuam a engordar, satisfazendo à vez os aparelhos partidários com compadrios e nomeações de toda a ordem e pactuando com os grupos de pressão mais activos em cada sector.
Na Justiça com os juízes e advogados de onde a generalidade do pessoal político é proveniente, deixando-se enredar em discussões estéreis e preocupando-se mais em assegurar que, em caso de problemas, existem mais hipóteses de escapar do que de ser apanhado.
Na Educação, usando o sistema de ensino como depósito para milhares de licenciados em áreas académicas sem outras saídas profissionais, sendo a docência uma almofada social conveninente. E aqui a aliança com os sindicatos é evidente, incluindo a coreografia das greves anuais da praxe.
Na Saúde, cedendo às indústrias do sector, das farmacêuticas às farmácias, e ainda aos interesses corporativos instalados, não fiscalizando devidamente todo o desrespeito gritante que existe do enfermeiro que desvia material para uso privado ao médico que não cumpre o seu horario no Hospital público para correr entre clínicas privadas, passando por abundante pessoal administrativo mais interessado em discutir a novela da noite ou a Quinta das Celebridades do que em atender quem espera ao balcão.
Não é que os portugueses sejam maus trabalhadores ou menos produtivos que os estrangeiros - como um amigo meu, alemão, ainda ontem insinuava -, o problema é que, em Portugal e então no sector público, não respeitamos quem tem por misão mandar em nós porque não lhe reconhecemos competência e/ou autoridade moral.
E porquê ?
Porque muitas vezes essa competência e autoridade não existem mesmo, pois as colocações foram feitas com base na cunha e as promoções se devem a tudo menos a competência. E todos se conhecem e já todos, ou quase, beneficiaram do clima geral de desresponsabilização e impunidade ("tu fechas os olhos a isto... e eu finjo que não sei que fizeste aquilo").
E, depois, o sistema fica todo viciado e não há ponta por onde se pegar ou quem tenha a tal autoridade para começar a moralizar a desordem instalada.
Resta, para iludir o resto do povinho, abanar com os números e dizer que se vai investir mais isto e colocar mais gente.
Só que o nosso problema é de (falta de) qualidade, não de quantidade.

(Mais) Memórias


Foto AVP

Por onde andarão os restos deste arco manuelino ?
Alguém sabe ou ainda se lembra do que lhe fizeram ?
Em terras onde existem museus com o património local, isto costuma ter direito a tratamento de honra.
Por cá... desaparece... apenas...

domingo, maio 29, 2005

Memórias


Foto AVP

Não vale a pena procurarem-no porque há anos que desapareceu.

Agora... o endividamento da CMM

Para além de documentos emanados do PS local que nos foram enviados (e que nós, em coerência, não publicamos porque não é esse o nosso âmbito, nem somos um órgão de comunicação social com espaço para encher e simpatias a cativar), alguns comentários avulsos em alguns posts chamam a atenção para os níveis de endividamento da CMM neste ano eleitoral.
Com a mudança do meu equipamento informático, lá se foram os ficheiros recebidos mas, pelo que me lembro, o aumento da dívida da CMM tem crescido exponencialmente nos últimos anos, apesar de ser aparente que as receitas recolhidas relativamente ao sector imobiliário (da velha sisa ao novo IMI) devem ter aumentado neste mesmo período, se atendermos ao ritmo da construção.
Mas, e voltemos ao essencial, parece que, à boa moda portuguesa, a CMM tem vindo a recorrer ao crédito para dar aparências de obra feita, em especial da obra que enche mais o olho (o reperfilamento da Marginal ocorre-me com as suas centenas de milhares de contos de participação directa da autarquia).
Ora, sendo eu um dos que acha que a obra útil da CMM é algo escassa, sou também de opinião que muito do que mais falta no concelho passa por intervenções de custos relativamente baixos, seja a manutenção em boa ordem dos espaços públicos, seja a limpeza geral das vias públicas e a remoçáo de entulhos e lixos acumulados em estaleiros feitos pela própria Câmara, não esquecendo o cuidado em não deixar degradar irremediavelmente zonas residenciais semi-abandonadas.
Ou seja, mais do que coisa nova e grande, seria de grande interesse manter o que já existe em bom estado, o que nem sempre acontece porque parece pouco capaz de cativar o eleitor.
E se é verdade que o endividamento tem vindo a acelerar, os próximos anos ameaçam ser de inacção e - muito pior - de justificação para os senhores (ou senhora) que vierem a seguir justificarem a quebra das abundantes promessas eleitorais.
É que se já funcionou com o Sócrates, porque não funcionará com a Eurídice ?

Este não foi um Domingo qualquer

Em primeiro lugar, uma equipa de verde às riscas ganhou ao Benfica a final da Taça (chamem-me sportinguista ressabiado, que eu não me importo).
Em segundo, a vitória do Não ao Tratado Constitucional Europeu em França venceu por larga margem contra grande parte do poder político instalado, desde parte do PS francês aos partidos de centro-direita que apoiam o Chirac.
Ou seja, numa votação com participação elevadíssima, as bases revoltaram-se contra as cúpulas partidárias.
As estruturas partidárias que representam teoricamente 65-70% do eleitorado viram-se reduzidas a uns meros 45%.
A Democracia é isto e ainda vale alguma coisa.

(Para mais dados, ir, por exemplo, ao Le Monde, à TF1 ou ao Libération).

A final da Taça está interessante...

... mas uma vitória do Setúbal seria problemática para o Governo e, quiçá, o país.
Vejamos se o Paulo Costa tem sentido de Estado e é patriótico.
Ainda faltam 15 minutos.
Tenhamos esperança...

Adenda (19.00): Então não é que o homem não colaborou e deu a missão por finda aos 3 minutos de jogo ? Não se pode confiar em ninguém...
Agora é que os 6 milhões vão dar pelo aumento dos combustíveis, do IVA, pela perda de regalias sociais, pela continuação da austeridade e tudo o mais.
Vai doer.

O Lado Obscuro da Força


Placide

Mais material cartonesco sobre o Tratado aqui e aqui.

Suplemento Dominical em Quadrinhos (BD) #20


Boa Tarde a todos os leitores BeDófilos do AVP e do AVVisual, com uma semana de interregno devido a problemas com o meu computador, retomamos as séries que vinhamos publicando.
O Mandrake acaba a sua aventura surrealista no planeta Vénus e o Príncipe Valente e o Tarzan continuam as suas Sagas.
Na secção Revistas em Quadrinhos surge o Zorro, a derradeira revista de Adolfo Simões Muller e na secção, Quadrinhos Dourados Diamantino da Silva conta-nos a história do Globo Juvenil.
Boas leituras BeDófilas e até para a semana !
Pode ver tudo isto no AVVisual !

Não sou francês...



... mas se fosse, já ia a correr votar no referendo sobre o Tratado Constitucional Europeu.
E depois explicarei porque votaria e votarei cá no Não.

Mudam-se os tempos

Não tendo Portugal passado pelo ciclo de crescimento e desenvolvimento do Estado-Providência das décadas que se seguiram ao fim da II Guerra Mundial, fomos obrigados a uma aceleração da História entre 1974 e 1989 quando o Estado português procurou que, por fim, a maior parte de nós passasse a dispor de um sistema de protecção social vagamente semelhante ao do chamado modelo social europeu.
Nesse período foi o Estado que definiu o rumo em termos de prestações e regalias sociais dos trabalhadores por conta de outrém, arrastando o sector privado nesse caminho.
Claro que os nossos meios são escassos e nem sempre bem usados, pelo que a corda partiu em muito pouco tempo ou, se não partiu, querem-nos fazer crer que partiu e exactamente num determinado ponto.
Por isso, é curiosamente com um governo socialista, que se faz marcha-atrás e em que o Estado prescinde do seu papel exemplar em matéria de regalias sociais e recua para a posição dominante no sector privado, nomeadamente no que se refere à idade da reforma na Função Pública , mas não só.
Ou seja, entre nós, as vacas gordas - ou melhor, menos magras - só deram mais leite durante pouco mais de uma década.
Agora, adeus...
Para governarmos a nossa vidinha, resta-nos ser nomeados para a administração de uma empresa participada pelo Estado e esperar pela indemnização quando formos convenientemente demitidos.

Hoje recomendamos...

... esta excelente prosa do Alhosvedrense sobre, entre outros assuntos, o desfasamento entre as obras de grandes custos e impacto no concelho, por um lado, e a manifesta incapacidade em assegurar tarefas rotineiras de manutenção e limpeza de baixo custo que podem tornar a vida de todos mais agradável, por outro.

sábado, maio 28, 2005

Leitura para antes de dormir



Saiu há pouco mais de um mês em paperback, são mais de 300 páginas e na Amazon não chega às 5 £ (c. 7,5 €).
É um bom negócio.

Noite de Cinema

Ao que parece...

... António Vitorino e Manuel Monteiro tinham preparado entre si andarem em digressão pela parvónia a educar o povo sobre o voto no referendo acerca do Tratado Constitucional Europeu.
A notícia já é do Expresso do outro fim de semana, mas só hoje me bateu em toda a sua esperteza saloia (típica do A. Vitorino).
Manuel Monteiro fazia-se líder de opinião dos contestatários, fugindo da sua irrelevância política com a mãozinha do PS.
António Vitorino mostrava-se aos indígenas como o cosmopolita europeísta, debatendo com um antagonista acessível e cooperante, e ganhando balanço para outros eventuais (mesmo se ainda duvidosos) voos.
Deste modo, o Não ficava colado à extremidade direita do nosso espectro político, como se fosse um nicho de nacionalistas empedernidos, enquanto o Sim apareceria como a opção moderna e "bem" de todos os que pretendem a modernização do país.
Assim se viciaria todo um debate, fechando-o num confronto dualista completamente favorável ao Sim.
Depois ainda têm a lata de acusar quem defende o Não de falta de conhecimento sobre as matérias em causa.

Já agora, para compensar o Sítio do Não do Pacheco Pereira, Marcelo Rebelo de Sousa vai lançar um site de apoio ao Sim, que ainda não está a funcionar (www.essim.net).
Este sim, vai ser um debate digno de se ver, curiosamente partindo da mesma área política, o que demonstra como este é um problema que não alinha políticas.

Se bem percebi...

... o projecto de revisão do PDM será apresentado na nossa freguesia na próxima 2ª feira, pelas 17.30.
Acho bem que o pessoal da Câmara não queira trabalhar fora do seu horário normal ou mesmo que a crise não permita pagar horas extraordinárias mas, meus amigos, a essa hora estarei a regressar a casa, com paragem no infantário, para recolher a minha descendência e, em seguida, a minha cara-metade.
Penso estar disponível só pelas 19.15, isto se sacrificar a sacrossanta hora do jantar pelas 8 da noite.
Será que podem esperar por mim ?
E por todos os outros com vida profissional e familiar como eu ?
Ou só os mais desocupados é que podem aparecer ?
Ou passam justificações para faltar no emprego ?
Ou servem um lanchinho para o pessoal se sentir bem ?
Ou será que não querem lá malta, tipo chata, interessada em questionar alguma coisa, com um mínimo de conhecimentos e opiniões próprias ?
Não é por nada... é só para saber com o que contamos.

Descubra as diferenças

Na campanha de 2002, o PSD afirmava que o défice era maior do que o declarado, que estava instalada a crise e que era necessário um "choque fiscal" para reanimar a economia, descendo os impostos.
Em Maio,de novo o PSD afirmava que o défice era inesperadamente grande e era necessário um aumento dos impostos para responder rapidamente à crise orçamental.
O PS, em resposta, afirmou que essa era uma estratégia errada porque acentuava os constrangimentos ao crescimento económico.

Na campanha de 2005, o PS afirmava que o défice era maior do que o declarado, que estava instalada a crise e que era necessário um "choque tecnológico" para reanimar a economia, não se admitindo uma subida de impostos.
Em Maio,de novo o PS afirmava que o défice era inesperadamente grande e era necessário um aumento dos impostos para responder rapidamente à crise orçamental.
O PSD, em resposta, afirmou que essa era uma estratégia errada porque acentuava os constrangimentos ao crescimento económico.

sexta-feira, maio 27, 2005

Texto de Vitor Cabral

Embora publicado previamente no Jornal da Moita de ontem, decidimos divulgar este texto de Vítor Cabral, porque o autor o enviou para o AVP e porque parece ser o único elemento da equipa do PS local a revelar interesse por defender as cores de Alhos Vedros e não tem medo de o fazer publicamente.
Se alguém de outra força partidária estiver interessado em divulgar aqui as suas ideias sobre a nossa freguesia , o tratamento dispensado será o mesmo.
Por isso, não comecem os do costume já à procura de alinhamentos não explícitos, que a drª Eurídice já aqui levou forte e feio.


Próximo do que é importante

Ao longo dos últimos anos sempre se tem falado de Alhos Vedros como terra rica de património. Mas, a não ser a Igreja Paroquial, onde tem havido um trabalho continuado de recuperação e preservação, o pouco que resta é uma tristeza.

O poço mourisco continua escondido, a capela da Misericórdia esquecida está, o moinho de maré apesar das promessas sucessivas ainda está por classificar como edifício de interesse municipal. Ao lado, o Palácio dos Marqueses de Sampaio está em perigo de derrocada. O Cais do Descarregador e todo o Largo está votado ao abandono. A caldeira permanece em lenta agonia, completamente assoreada por lamas e detritos de esgoto. As promessas demagógicas com que o poder instalado nos acenou com o PROTEJO, foram todas com a maré.

Até uma referência para a terra, o chafariz da Praça da República sofreu uma intervenção desastrosa mandada executar pelo Executivo da Junta, tendo, nesta última intervenção da Câmara acabado por desaparecer o lagedo em pedra que o envolvia. Decididamente estes autarcas da CDU que têm marcado a Freguesia: João de Almeida, João Lobo, Fernanda Gaspar, não têm jeito para cuidar do passado e do património. Nós perguntamos: e do futuro?

Cada vez mais, a vertente de dormitório está a marcar o Concelho e Alhos Vedros em especial. Veja-se os casos da Vila Verde, Vila Rosa e Fonte da Prata. Através do atractivo da habitação mais barata cativam-se casais jovens a vir morar para o concelho. Fazem-se as urbanizações, facilita-se a construção dos prédios, esquece-se ou deixa-se para as calendas a construção do jardim, a plantação das árvores, a instalação do parque infantil, o campo de jogos, os passeios, o espaço necessário e suficiente para se estacionar, etc, etc.

Dizia-me há dias um casal amigo que “apesar de terem raízes no concelho, optaram, nos próximos anos, por viver na grande cidade. Referiam isto com alguma mágoa e completavam “...porque na cidade os meus filhos podem usufruir de uma série de serviços educativos, culturais e desportivos, que aqui na ‘província’ não existe. Esta fraca oferta é agravada com a quase inexistência de transportes urbanos entre as freguesias”.

Não é isto que queremos. Não é isto que ambicionamos.

O concelho em geral e a Freguesia em particular têm potencial para, se aproveitado, oferecer melhor qualidade de vida à população. Há que preservar o património edificado, mas principalmente cuidar, acarinhar e desenvolver o património cultural e humano.

Mais, é fundamental apostar nas tradições, olhando para o futuro. No nosso concelho é indiscutível a importância das tradições relacionadas com o Rio Tejo, o peso da tradição agrícola (caramela) na Barra Cheia / Alhos Vedros e a tradição ligada ao mundo dos toiros. Pois bem, apostemos no turismo, nas actividades ligadas ao rio e na festa taurina.

Também um modo de as acarinhar e manter é levá-las às escolas cativando os mais novos. Tem que ser desenvolvido um elo muito forte entre as escolas, as associações e as autarquias de modo a potenciar o conhecimento adquirido.

O concelho tem espaço para criar infaestruturas para apoio às crianças e jovens de modo a que tenham acesso a mais bens de cultura. Os nossos filhos têm direito a tudo aquilo que as crianças doutros concelhos acedem. Desde tenra idade as nossas crianças têm que ter facilidade de acesso à formação desportiva, ao inglês, à música, à internet gratuita.

No programa do XVII Governo pode ler-se: “...A chave da competitividade da economia portuguesa chama-se inovação. Inovação de processos, inovação de produtos e serviços, inovação tecnológica e inovação na organização e na gestão.” Eu diria que a solução que procuramos “POR UM CONCELHO MELHOR” está aí: inovação na oferta, inovação no pensamento, inovação no conhecimento, inovação na formação e na cultura, inovação na oferta, para um desenvolvimento integral dos nossos filhos.

E só assim estaremos “PRÓXIMOS do que é IMPORTANTE”

Vitor Cabral


Até é bonito...


Foto AVP

... desde que se fique de costas para o Cais Novo, porque os dinheiros do Polis não passam por aqui.

Eles tarem por aí



Chegou, por fim, o único livro feito a partir de um blog - desde O Meu Pipi - a verdadeiramente merecer a honra de passar a livro impresso.
Assim, sim, dá gosto de ler, mesmo se os sacaninhas abandonaram por completo o blog.

(Quer dizer... até nós mesmos passarmos a livro, eles são os melhores.)

Certidão de Óbito

Confirma-se o estado de avançada senilidade deste equipamento informático onde, a custo e por entre muitos solavancos, se vai escrevendo este post.
Amanhã vai fazer um lifting, um peeling, uns implantes de silicone e umas injecções de colagénio.
Só assim voltarei a ter vontade de lhe colocar as mãos em cima.
Como esta geringonça se recusa a passar grande parte das pastas de ficheiros para cd's, bloqueando com uma frequência que impele ao desespero, os próximos dias de AVP, no que toca ao AV1, irão ser produzidos em equipamento de recurso, sem a base de informação acumulada ao longo destes meses.
Ninguém me tira da cabeça que isto não foi bicho infiltrado na maquinaria por um qualquer dissimulado moiteiro mascarado de apoiante da nossa causa.
Pelos incómodos causados, apresentamos as nossas desculpas (ou talvez não...).
A poluição mental que produzimos será retomada, em todo o seu esplendor, logo que possível.

AV1 - A Ameaça Informática

Após ter sido AV2 a enfrentar a dramática entrega da alma do seu disco rígido ao criador, com a necessidade de reinstalar todo o software e recuperar a documentação para o novo equipamento, foi a vez de AV1 enfrentar uma forte investida de spyware e adware.
Desta vez foram "apenas" detectados 8 programinhas malandros - em vez dos 13 da última limpeza no início do ano - que fizeram de tudo um pouco: net mais lenta, sistema instável, PC a desligar por si mesmo, até aos limites da paciência humana. Até a placa gráfica já se começou a queixar - uma NVidia qualquer coisa 440 - e não deve aguentar muito mais tempo.
A limpeza correu em parte bem, mas não se admirem se o AV1 tirar em breve uns dias para formatar o disco e reinstalar tudo novinho em folha, aproveitando para colocar a salvo todo o material do AVP.
Não há nada como o bom e velho papel.
O melhor é reunir a equipa do blog e decidirmos se não será mais simples passarmos a produzir folhetos volantes clandestinos, distribuídos caixa de correio a caixa de correio, no breu da noite.
Podia sair mais caro e ser mais arriscado, mas por certo que me faria baixar os níveis de ansiedade quando ligo esta malvada caixa.

A Cóltura, esse bicho escaraminhão

Esta semana tenho estado com familiares em casa, pelo que em parte fiz papel de cicerone das maravilhas das redondezas, desde as abundantes ofertas comerciais – Fóruns e afins, mais o Freeport – até às ainda abundantes, mas nem sempre bem aproveitadas potencialidades patimoniais, naturais e históricas.
Claro que quando se faz algo deste género se perde pouco tempo no concelho da Moita, pois o que há ainda para ver é mínimo e faz-se em pouco tempo – Matriz de Alhos Vedros, Pelourinho, Misericórdia fechada, enfim...
É necessário partir para outra paragens... Arrábida, Setúbal, Palmela e ir arejar até ao Alentejo.
Ora bem, ontem foi dia de castelo de Palmela e zona circundante.
Já há algum tempo que não contactava directamente com o trabalho editorial da CMP, mas o posto de Turismo do castelo permitiu-me encontrar abundante material, desde pequenos desdobráveis sobre o património local até guias sobre a gastronomia e a oferta local no plano turístico, passando por uma já razoável produção de monografias sobre localidades da região, do Poceirão à Quinta do Anjo, passando pela ligação do Pinhal Novo aos caminhos de ferro, mais os volumes dedicados aos Encontros sobre as Ordens Militares. Entre colaboradores e autores encontra-se principalmente pessoas de fora dos serviços camarários, mas conhecedores da realidade local. Ou seja, as publicações não parecem apenas capelinhas protegidas, mesmo se são naturais certas preferências.
Quanta diferença em relação ao que nos rodeia.
Monografias capazes sobre as terras do concelho da Moita pura e simplesmente não existem, para além do que é mais óbvio – assinalar o foral manuelino de Alhos Vedros ou a elevação da Moita a vila e pouco mais. Para além disso, diversas das monografias revelam um visível amadorismo na concepção e execução.
Enquanto Palmela aproveitou a herança da Ordem de Santiago para promover um pólo regular de debate, com os Ensontros sobre as Ordens Militares (a que nunca assisti porque não aprecio muito o tema), a Moita foi incapaz de rendibilizar o facto de ser a Misericórdia de Alhos Vedros uma das cinco ou seis mais antigas do país para dinamizar iniciativas em seu torno.
Em boa verdade, a Capela da Misericórdia podia cair que duvido que alguém na CMM se preocupasse muita com a coisa ou achasse perda de maior. Em contrapartida, sucederam-se colóquios sobre temáticas que, embora interessantes, muitas vezes não preenchem as imensas lacunas que existem nos estudos locais, mesmo se preenchem os interesses de quem os promove na autarquia.
Mesmo a recente e oportunista colagem ao lobby taurino parece uma ideia do momento, desgarrada e principalmente motivada por interesses eleitoralistas.
Ou seja, parece existir uma ausência de rumo, de ideia orientadora a médio prazo, apenas se gerindo o curto prazo e a iniciativa isolada ou de interesse particular.
Claro que não é isso que acontece em outras autarquias do distrito que, há pelo menos duas décadas (a citada Palmela, mas também o Seixal e Almada) desenvolveram políticas culturais e de juventude que ultrapassam o evento metaleiro, o fechar de olhos ao tunning nas instalações de uma Escola, a implantaçao de umas esculturas em rotundas sem qualquer enquadramento paisagístico ou as quinzenas de programa repetitivo.
Claro que isto só pode acontecer quando a Cultura é gerida, sucessivamente, por pessoal político sem qualquer apetência ou aptidão para esta área e a confunde com outras coisas.
Claro que isto só acontece quando na escala das prioridades autárquicas a Cultura vem muito atrás do Progresso, sendo este “Progresso” o betão e o alcatrão.
Claro que isto só acontece porque a Cultura é uma coisa chata e, fazendo-se um Fórum Cultural em várias décadas de poder, parece ter-se feito tudo, esquecendo-se que o essencial é uma linha programática coerente e consistente, que não pode ser repescada apenas quando interessa e evocada num par de linhas dos programas eleitorais.
E não seria muito difícil aprender com os exemplos existentes, no mesmo distrito e desenvolvidos pela mesma força política.

AV1

Nota final: Dito isto, convém dizer que, pelo menos, aprecio bastante o boletim Maré Cheia, mas penso que mais pela concepção gráfica do que algumas vezes pelo conteúdo.

O debate sobre a Europa

Sabemos que foge um bocadito às temáticas locais, mas julgamos importante debater a um nivel alargado as questões relacionadas com o Tratado Consitucional Europeu porque nos afectarão mais do que julgamos.
Por iso vamos disponibilizar brevemente links permanente para o texto completo do Tratado, para uma sua versão simplificada e para o seu resumo não-oficial, colocados online no Geocities pelo nosso leitor Mário da Silva, a quem agradecemos.
A partir daí daremos gradualmente a nossa visão sobre o assunto e esperamos o contributo dos interessados na questão.

O Cartoon de 6ª Feira


Monsieur Jean, Dupuy e Berberian

quinta-feira, maio 26, 2005

À espera...


Foto AVP

... de melhores dias

A Desculpa do Costume


Bill Waterson, Calvin e Hobbes

Planos para o futuro

Para além da continuação da análise da situação da nossa freguesia pelo Manuel Pedro e das cenas da vida de AV1, esperamos incluir brevemente uma reportagem fotográfica da situação do Largo do Mercado de Alhos Vedros (a meias entre o Brocas e nós mesmos), assim como uma secção destinada a fornecer materiais para debater a questão do Tratado Constitucional.
Logo que o nosso leitor Mário da Silva colocar os materiais no espaço que criou para nós no Geocities, disponibilizaremos os links para o texto do Tratado e ara outros documentos explicativos.

Colaboração de Manuel Pedro


Foto AVP

A Frente Ribeirinha de Alhos Vedros

Alhos Vedros chegou a uma estagnação que exige uma tomada de posição de todos os Alhosvedrenses.
Somos o caixote do lixo da CMM e do poder moiteiro, senão vejamos:
Meteram-nos no Cais Novo um desmantelamento de barcos que nos custou toda a frente ribeirinha norte.
Toda essa zona de antigas salinas, tornou-se um depósito e Alhos Vedros perdeu por isso uma frente ribeirinha que se estende desde a zona do Moinho Novo até à moita.
No Cais Velho vão desaguar os esgotos do Vale da Amoreira e da Cidade Sol (Barreiro), tornando insuportável estar perto do Rio quando é maré baixa devidos aos maus cheiros e ao risco de se poderem apanhar doenças.
A Associação Náutica, que tem as suas instalações perto do Rio, podria como nenhuma outra, denunciar este estado de coisas, mas pelo menos visivelmente não nos apercebemosde qualquer iniciativa de pressão sobre a CMM para acabarem os despejos dos esgotos frente á sua sede.
Qualquer iniciativa desta Associação que não passe por encerrar tamporariamente as suas instalações e outras actividades como forma suprema de pressão para este problema acabar, é na minha opinião, uma parte do problema e um colaboracionismo desnecessário com o poder a acção da CMM que a todos prejudica, inclusivamente para os utentes das actividades recreativas desenvolvidas no Rio, como a canoagem, ou a pesca desportiva.
Esses participantes em actividades náuticas, deveriams ser avisados para os perigos das doenças que podem apanhar, devido ao estado extremamente poluído e infecto das águas na zona do Cais Velho e advertidos para a extrema periculosidade de caírem às águas, o que é francamente absurdo para a actividade de uma Associaçlão Náutica.
Na zona da Quinta da Fonte da Prata, a “betonização” está imparável e serão mais de 10.000 pessoas que irão ver os seus esgotos a correr livremente para o Rio. Sei que fizeram uma espécie de tratamento de esgotos na nova urbanização, mas a velha não a possui e penso não serem estas pequenas estações de tratamento de resíduos sólidos que resolvem a questão, mas sim ETAR’s.
Mas infelizmente continuam as ladaínhas, lamentações e desculpas para a incapacidade de criar a ETAR da Moita/Barreiro, sem que nada mude e a frente ribeirinha de Alhos Vedros possa deixar de ser o vazadouro a céu aberto dos dejectos alheios.

Em breve desenvolverei a minha análise sobre o caos urbanístico de Alhos Vedros, com todas as suas antigas fábricas em ruínas, sobre o desprezo a que a CMM vota o património histórico da nossa vila, acabando com aquelas que acho serem as conclusões óbvias a partir de tudo isto e as soluções que proponho para a inversão desta situação de declínio, abandono e evidente colocação de AV na base da escala de prioridades da acção da autarquia moiteira.

Manuel Pedro

Voltei a ter o Poder !

Já de SO novo, o XP.
Voltei para continuar a luta e para ver Alhos Vedros no Poder !
AV2

quarta-feira, maio 25, 2005

Estatísticas


Courrier International

Tornou-se um hábito meio informal aferir o nível de vida de uma população pelo tempo que é necessário trabalhar para conseguir comprar um Big Mac, com base no ordenado médio da economia em causa.
Como se vê, ainda hoje é necessário trabalhar em Portugal cerca do dobro do tempo de um europeu não mediterrânico ou do ex-bloco de Leste para comprar aquela gronhice que não vale nada como comida.
Até o próprio pão é, entre nós, relativamente mais caro do que no resto da Europa (incluindo Sul e Leste).
Chama-se a isto convergência no infinito.

Grande Duelo

O desta noite, em Instambul.
Entre dois enormes guarda-redes, cada qual com o seu estilo.
Ganhou o espaventoso Dudek ao sóbrio Dida.

Secção Nostalgia



Edição de Maio de 1964, quando um dos editores deste blog estava prestes a deixar de ser zigoto e o outro começava a balbuciar, este livrinho é um daqueles que, não sendo propriamente uma obra-prima, ajudou a consolidar o gosto pela leitura e pelas aventuras bem-humoradas.
Custou-me 80$00 em alfarrabista alfacinha, quando andei a tentar reconstituir a biblioteca das minhas leituras da primeira metade dos anos 70, em parte feitas com o material da Gulbenkian, em parte com tudo o que me passasse à frente.

A Biblioteca do Economista-Mirim


João César das Neves, The Portuguese Economy
(Lisboa, Univ. Católica, 1994)

O João César das Neves tanto me faz sorrir pelas más razões (moralismo sexual serôdio) como pelas boas (humor agradável na generalidade de tudo o que não envolva a Igreja Católica).
Na sua área específica - a Economia - o seu posicionamento nem sempre me agrada, em especial quando as suas fórmulas (duvidosas) fogem aos resultado do seu (bom) trabalho de pesquisa.
Ou seja, quando as opiniões que emana não batem com factos que relata.
Mas isso agora não interessa nada !
O que interessa é este interessantíssimo e útil livrinho em que JCN faz um apanhado de várias séries de dados sobre a Economia Portuguesa em poucos mais de 250 páginas, repletas de factos interessantíssimos, desde a possibilidade de detectar o momento em que a dívida pública dispara enormemente - década de 80, do final da AD ao primeiro governo maioritário de Cavaco (a única excepção é o seu governo minoritário) - às próprias considerações tecidas em torno do orçamento de Estado e do papel do sector económico público (pp. 161-165).
O engraçado é que, aparentemente, o peso do Estado na economia não foi travão a nada, apenas diminuindo quando foi necessário começar com a história das receitas extraordinárias para equiilibrar o orçamento (um dos "milagres" dos períodos cavaquista e guterrista, a par da chuva de dinehiro comunitário).

Hipocrisias III

O Estado deve contratualizar os serviços que os privados podem prestar com menores custos e de forma mais eficaz.

Esta é a panaceia miraculosa da receita neo-liberal para os problemas das contas públicas.
Sejamos claros: os privados só estão interessados em prestar os serviços que dão lucro (e esses o Estado não precisa de os largar) ou então negoceiam contrapartidas para os prejuízos (veja-se o que se passa em certos nichos da Saúde, da Educação ou dos Transportes). Os privados dizem: "passa-me aí isso, desde que dê lucro, caso contrário passa-me o resto do dinheiro". Assim, não obrigado.
Claro que há os que dizem que a gestão privada conseguiria fazer render o que o Estado não consegue. Duvido por várias razões: em primeiro lugar, porque os gestores públicos e privados são muitas vezes os mesmos; quantas vezes o gestor público incompetente se veio a revelar maravilhoso no sector privado, quando aí foi acolhido. Por outro lado, a mera observação de certas empresas públicas convertidas à lógica privada fazem-me temer pelo pior, desde os Hospitais SA aos CTT actuais, mais preocupados em distribuir folhetos comerciais do que em fazer chegar a correspondência a tempo e horas aos seus destinos, como os estudos da DECO revelam. Claro que gestores públicos nomeados por conveniências partidárias (recompensa de serviços prestados, compensação pela abdicação de outras ambições) não ajudam nada. E quando aparece alguém competente como o brasileiro Fernando Pinto, surgem logo as invejas e o receio que, por comparação, se perceba o que os Miras Amarais, Cardosos e Cunhas, Celestes Cardonas, Ferreiras dos Amarais, Brandões de Britos e muitos outros (não) valem.
Vou ser muito franco quanto a isto, revelando o meu lado quase comuna - em Portugal, o sector privado só tem sucesso quando o estado lhe aplaina o caminho, se possível removendo problemas concorrenciais, facilitando a canalização de verbas públicas/comunitárias e/ou deixando os consumidores à sua mercê.
Existem excepções, é certo, mas o atraso do nosso arranque industrial, a deficiente formação das elites empresarias e o comodismo permitido pelo isolamento de 50 anos de ditadura, explicam porque são assacadas a apenas menos de 2 anos de PREC as responsabilidades pela incapacidade de mais de 25 anos de democracia convertioda ao mercado para sanear a nossa economia e as finanças públicas.

Hipocrisias II

O problema é a excessiva dimensão do Estado

Este é o chavão recorrente usado à vez, conforme a oportunidade, por Oposição e Situação, sempre que se debate o desiquilíbrio das contas públicas.
É um argumento profundamente desonesto, em especial quando é usado por alguém dos partidos do regime (PS e PSD) que governaram Portugal nos últimos 30 anos, sozinhos ou em coligação (entre si ou como CDS como muleta). Se houve quem tenha engordado o Estado com as suas clientelas foram estes dois partidos que se serviram do Estado para alimentar as bocas famintas dos seus aparelhos partidários,desde a base até ao topo da Administração Pública.
A desonestidade, política e intelectual, é enorme se tivermos em conta que:

a) Não é o grosso dos funcionários públicos que fazem o seu trabalho que fazem peso ao Estado. Pelo contrário, os funcionários que trabalham permitem ao Estado assegurar as suas funções essenciais. O problema são aqueles que lá aparecem, caídos de pára-quedas e que, graças a contactos clientelas/familiares e a profunda inépcia na sua área profissional, vão para os Ministérios como forma de receberem uma espécie de Rendimento Médio sem fazerem nada em troca. Ainda hoje encontrei uma dessas almas que, "por conta das férias" (dito com um sorriso), está de ponte até á próxima segunda -feira porque, continuo a citar, "nestes dias nem vale a pena ir trabalhar, porque ninguém faz nada". No outro extremo, temos colocações como a recentíssima nomeação de Fernando Gomes para a administração da GALP pois o homem, sem ser à custa da política, não tem aptidões para nada, em geral ou particular. Agora resta saber o que prometeram ao Marciso para ceder na candidatura à Câmara de Matosinhos.

b) Ao contrário do que se diz, o Estado tem menos peso na economia actualmente do que na maior parte do século XX - e talvez XIX - porque esse "peso" não se mede apenas pela intervenção directa (posse) em empresas de produção de bens ou prestação de serviços. Durante o Estado Novo, a Lei do Condicionamento Industrial ou mesmo a orgânica económica corporativista do regime levavam a um controle bem mais apertado da Economia pelo Estado do que gosta de fazer crer em certos meios. O que se passou em 1974/75 apenas foi a formalização de um take-over do Estado sobre os "privados" em certos grupos económicos que só floresciam graças ao beneplácito público. Neste particular, apenas Champallimaud - com todos os seus defeitos e virtudes - se rebelou e cresceu em conflito latente com o Estado. O resto são flores para encobrir o essencial, e que é o facto de, neste momento, o Estado ser ao nível do topo ocupado por um pessoal político que para lá vai aplainar o seu futuro no sector privado ou retribuir benesses recebidas. Cortem muito do fluxo financeiro do Estado para certos bolsos de grupos económicos privados (banca, seguros, cimentos) de "sucesso" e 2-3% do défice desaparecem como que por milagre.

Hipocrisias I

Não se sabia a real dimensão do défice.

Serve esta balela para justificar o incumprimento de uma promessa eleitoral (arrancada quase a ferros e a aparente contra-gosto por razões eleitoralistas, é certo) de José Sócrates, à semelhança do abandono do choque fiscal de Durão Barroso.
Ora isto não passa exactamente de uma balela pois se até Santana Lopes conseguiu explicar à Judite de Sousa como se chegava facilmente a 6,3% de défice apenas desmontando as habituais habilidades contabilísticas do Orçamento de Estado (as cativações, os cálculos favoráveis do crescimento económico e do preço do petróleo), qualquer Francisco Louçã ou aluno de Economia do 2º ano da licenciatura deveria conseguir fazê-lo, sem ser necessário estar uma comissão do Banco de Portugal mais de 2 meses a fazer os cálculos.

Hoje (também) sou economista

Após ter ouvido parte da "receita" para emagrecer o défice na rádio, também eu vou dar uma de opinador sobre a matéria e chamar à colação (sempre gostei desta expressão que não percebo muito bem) certos factos e documentos de um passado mais ou menos recente.
É que já estou farto de serem os responsáveis pelo "monstro" os que aparecem a perorar (isto hoje são só pérolas de estilo... é o que faz esperar pela hora do lanche para escrever...) sobre o dito e sobre como o podemos dominar.
Ora bolas, porque se a má governação fosse coisa assim tão reprovável certamente que aqueles que governaram Portugal durante quase todos os últimos 20 anos não acabariam todos altamente colocados, lá fora (Durão Barroso como Presidente da Comissão Europeia, António Guterres como ACNUR) e cá dentro (Cavaco Silva como provável próximo PR).
Por isso, então também eu posso opinar sobre o que conheço mal porque os que conhecem melhor o assunto, nada fizeram que se aproveitasse e ainda acabaram recompensados.

terça-feira, maio 24, 2005

DESVIEM-SE...



... que vem aí o défice !

Para breve...

... nova colaboração do Manuel Pedro sobre A Frente Ribeirinha de Alhos Vedros.

Não temos grandes esperanças no (novo?) PDM a este respeito mas nunca faz mal insistir num tema como este, que revela a incapacidade das autarquias envolvidas em fazerem prevalecer o interesse público sobre o privado, usando as costumeiras falácias para iludir os pategos.

A reescrita da História

A páginas 7 do nº 7 (isto é cabalístico, na certa) da revista Tauromaquia é apresentado o novo maestro da Escola de Toureio da Moita, o matador Vítor Mendes.
Todo o artigo anuncia amanhãs que cantam olés e oblitera para todo o sempre a memória dos escândalos do passado recente e da figura que marcou esta escola desde a sua fundação.
Só falta ter sido escrito por aquele que ainda há poucos meses se afirmava desiludido com a situação da ETM, em particular, e com o ambiente taurino da Moita, em geral.
Nada como esquecer o que incomoda e fingir que nada se passou.

Léxico moiteiro

O regresso desta rubrica ao AVP fez descobrir o espírito de linguista e etimologista do nosso leitor regular carneiro que nos presenteou num dos seus comentários, com toda uma enxurrada de termos para adicionarmos ao nosso dicionário do linguajar m(b)teiro.
Ora vejam lá:

Boitólogo - especialista em moiteiros.
Boipass - canalização vascular a um moiteiro.
Boibardear - largar moiteiros sem paraquedas.
Boiloiçar - cria de moiteiro no parque infantil.
Boizebu - o diabo à solta na moita
Boisuntar - aplicar protector solar num moiteiro
Boitonar - aplicar cimento na parede da casa de um moiteiro.
Boiterraba - componente vegetal de saladas frias.
Boijamim - filho mais novo de um moiteiro
Boinigno - moiteiro que não é má rês.
Boijoqueiro - moiteiro que gosta de beijar
Boizedura - acto de cariz religioso para afastar o Boizebu.
Blôigue - um moiteiro na net.
Boibigão - marisco da moita
Boicicleta - instrumento de duas rodas utilizado pelo moiteiro cicloturista.
Boinéfico - qualidade do que faz bem a um moiteiro
Boinelux - um moiteiro no coração da europa.
Boinemérito - um moiteiro caridoso
Boitota - um arbitro moiteiro ou um estabelecimento boi cário simpático
Boineditino - moiteiro frade.
Boilindre - esfera lúdica na moita
Boiluga - o caviar da moita
Boitano - um fulano da moita
Boileza - uma moiteira linda
Boiliche - cama dupla moiteira
Boiliscão - aperto na pele com os dedos
Boilicista - moiteiro adepto da guerra

Carneiro

A foto que eu gostava de ter tirado...


Foto do Brocas

... ainda ontem à tarde quando passei pelas Arroteias, vindo da Barra Cheia, mas em vez disso foi o Brocas que a fez e já divulgou.
Isto é uma maravilha arquitectónica, só possível com a fiscalização apurada da CMM.
E ainda por cima tem um estabelecimento comercial.
Parecido com isto, e ali perto, só aquele poste que há uns anos ficava mesmo em plena faixa de rodagem.

Afinal há vida na Moita

Seguindo a pista do Brocas sobre um blog moitense (ainda não tivemos tempo se é da estirpe moiteira), demos com outros dois exemplos de vida na Moita, o Arre-Macho e o Moita-a-Cidade.
Enfim... pelo menos sempre vamos ter onde meter o nariz para estudar como vivem e pensam os indígenas da capital.

Descrenças

Convém explicar que eu (AV1) não sou contra as touradas.
Apenas não fazem parte dos meus gostos.
Não tenho nada contra os que gostam, só que não tenho o mínimo interesse em explorar o assunto a nível pessoal. Não sou vegetariano, não sou contra as touradas de morte, não sou fanático dos direitos dos animais. Apenas me desagrada a ideia de participar em manifestações de massas que considero pouco razoáveis e em que o indivíduo faz aquilo que, isoladamente, nunca faria.
É como com a religião: por mim, podem ter a que quiserem, só não me imponham as vossas crenças ou gostos.
O que me torna indiferente nas touradas é o facto se se cobrir com mantos de coragem o que não passa de cobardia.
Os humanos juntam-se em magote para martirizar meia dúzia de animais que não lutam com as mesmas armas com os seus agressores. Mesmo que marre valentemente no cavaleiro e num matador, o touro nunca sairá vencedor. Para além disso, os humanos estão ali voluntariamente, em ambiente de festa, enquanto os animais são para ali empurrados sem qualquer alternativa e sem qualquer vantagem.
E, digam-me o que disserem, isto é a raíz de um comportamento totalitário.
Raramente tenho pena de uma colhida - a menos que seja fatal, porque desejo a morte de um número reduzido de seres humanos, conhecidos ou desconhecidos - porque quem foi para ali foi em função dos seus gostos pessoais. Queixar-se depois que levou uma cornada pelos testículos acima e ficou impotente para o resto da vida, parece-me caricato. Afinal, teve apenas aquilo que procurou... ou será que a vitória deve estar garantida à partida e o touro é apenas um adereço ?
Para além disso, e no que respeita ao mundo de cavaleiros e matadores, tudo ressuma a marialvismo passadista e bafiento, próprio de um ambiente em que não me reconheço.
Por isso, se gostam, pratiquem.
Até podem espalhar a vossa fé, agora não queiram converter os descrentes à força.
Querem os vossos recintos e tempos próprios para os vossos rituais sedentos de sangue ?
Por mim, à vontade, só não me peçam para bater palmas e achar bem.
Precisam de caução intelectual para justificar o interesse cultural do vosso passatempozito ?
Arranjem um Desmond Morris que vos ajude.

O Taurinês

O linguajar típico do mundo tauromáquico tem, pelo seu colorido e pelas suas características barrocas e revoltejantes, uma forte ligação ao futebolês, ao eduquês, ao politiquês ou mesmo ao dialecto dos críticos literários, musicais ou cinematográficos, que são todas elas formas distintas de usar a língua portuguesa de um modo arrevesado e com uma patine especial destinada a tornar menos óbvio o que poderia ser fácil de perceber por qualquer um de nós.
As prosas produzidas em folha impressa ou agora no mundo da net são obras-primas de discurso fechado sobre si mesmo e, em alguns casos extremos, maravilhas de distorção do signicado aparente do que é afirmado.
Em outras situações, o enxame de terminologia específica é tal que ficamos com a sensação de termos aterrado no meio de uma Amazónia vocabular, de que não se vê forma de sair. Eis um exemplo da revista online Toiros e Cavalos:

«(...) foi no toureio de muleta que Montoya deu mostras de que ali está um toureiro em potência pois conseguiu somar a arte à técnica, ligar os muletazos de forma primorosa, desenhar derechazos e naturais de grande expressão, a que não faltaram remates pintureros com passes de trincheira ou belos passes de peito. Serenidade, sentido das distâncias e dos terrenos, profundidade, mando e temple, tudo conjugado na medida certa para sacar olés e aplausos fortes do público que se rendeu ao bom toureio do jovem novilheiro de Santarém.
No seu segundo voltou a mostrar as suas boas maneiras toureiras na forma como lidou um exemplar com pouca fijeza e que demorou a fixar-se e a entregar-se aos voos da muleta. Mas ainda assim, voltou a conseguir alguns derechazos de muito boa nota e um ou outro passe solto que tiveram sabor e fizeram, de novo, soar os olés do público. »

Entre muito do que me confunde, alma triste não aficionada, pelo meio do taurinês acastelhanado tão ao gosto do belo espírito, não sei o que é fijeza.

Agora uma prosa crítica:

«A 6ª Corrida Farpas tinha também o aliciante da alternativa do cavaleiro algarvio Filipe Gonçalves. O jovem cavaleiro teve os seus melhores momentos no toiro da alternativa, com uma lide em crescendo, onde se destacam o terceiro e quarto curtos em sortes a quarteio cingidas. No que fechou praça, Filipe equivocou-se em demasia nas sortes e rubricou uma actuação para esquecer. Indefinições, sortes desajustadas e muitos ferros no chão, fizeram com que o público não lhe perdoasse, e lhe tributasse um forte couro de assobios.»

Aqui o que me escapa é o couro de assobios, mas penso que seja uma peça feita em pele do animal com uns orifícios para assobiar.

Material Alheio - Quartzo, Feldspato e Mica

Enquanto não apresento resultados da exploração do mundo taurino, aqui fica um belo pedaço de uma prosa que não escrevi, mas podia ter escrito, ressalvados os devidos direitos de autor para o legítimo.

«Sempre que ouço alguns cidadãos da nossa terra na sua defesa, ingénua ou interesseira, da autonomia regional, local ou institucional, esboço um sorriso amarelo. Perdoem-me aqueles que têm uma opinião contrária à minha. Mas num país minado pelo tráfico de influências (que, como se tem visto nos últimos dias, consegue apodrecer até as cúpulas do Estado), só por ingenuidade ou por interesses na questão se pode defender a autonomia - pelo menos um certo tipo de autonomia, irresponsável. Defendo a descentralização política, mas só nalgumas situações a autonomia. Pelo menos enquanto Portugal for como é. Apresento apenas um exemplo. Como podem as nossas escolas básicas e secundárias fazer a contratação directa dos seus professores, se, comprovadamente, muitas delas são geridas por redes clientelares, em função de pequenos jogos de poder? Aconteceria nelas o que hoje já sucede nalgumas instituições de Ensino Superior público e privado, onde qualquer voz que incomode as chefias é posta fora de circulação, onde o currículo é desvalorizado, em detrimento de amizades, fidelidades e/ou companheirismos político-sociais.
Que o futuro nos traga algum juízo...
Ruy Ventura»

Tarefa arrojada

Inspirado pela rubrica de hoje do Há Vida em Markl na Antena 3 sobre as touradas e as crónicas feitas a seu respeito na imprensa especializada, o trabalho de casa de hoje vai ser descobrir sites da especialidade e explorar as maravilhas da prosa taurina.
A coisa promete levar-nos onde nenhum homem/mulher com tino na cabeça e vida pessoal capaz alguma vez chegou, mas o meu sentido aventureiro ficou aguçado com o que ouvi há bocado no carro.
Adivinha-se o abate e desmembramento de suculentos nacos de prosa gongórica e a isso não resisto.
Mas vou ficar por aqui porque daqui a minutos o Markl vai revelar o seu conceito de tourada vegetariana na rubrica das 9.25.

Já agora Bom Dia e um enorme Bem-Haja... que eu hoje estou quase bem disposto.

segunda-feira, maio 23, 2005

O Choque Tecnológico...



... está entre nós !
... quando nasce é para todos !
... não escolhe idades !
... tanto bate até que fura !!
... bate leve, levemente !!!

(...podia continuar o resto da noite nisto, mas tenho mais que fazer... mesmo se por vezes não parece...)

A Irmandade do Défice

Custa-me imenso ver os debates e ler os artigos de opinião sobre o défice público em Portugal.
Não necessariamente pelos efeitos que vai ter na vida de todos nós, em virtude das medidas para que se foi preparando a arraia-miúda na última semana em que todos estavam ansiosos com o desfecho do futebol, que se irão começar a anunciar enquanto boa parte da malta anda eufórica com a vitória do Benfica e que com o efeito de uma possível vitória na Taça e a concretização da dobradinha só descerão à Terra daqui a um par de semanas e, então, serão poucos os que terão percebido o que se passou e quando.
O que me custa quase mais é ter de ver como opinadores, aúgures e curandeiros, todos aqueles que durante as últimas décadas fizeram os possíveis por manter o famigerado défice robusto, de boa saúde e melhor apetite.
Nós não temos grandes elites, nem em quantidade, nem em qualidade e, por isso, quando se chega a estas situações, não há muito por onde pegar quando é preciso meter um esqueleto andante a botar faladura na televisão.
O resultado é termos como analistas preocupados do problema, exactamente aqueles que mantiveram o problema bem vivinho da costa.
Uma verdade seja dita: a Nelita Ferreira Leite tem ficado calada porque se vê agora que tanto aperto não serviu para nada e o Bagão Félix tem feito o possível por esquecermos que existiu como Ministro das Finanças.
Agora o resto, tem sido um fartote e um corropio. Ele é Daniel Bessa, ele é Pina Moura, ele é Eduardo Catroga, ele é Elisa Ferreira (?), ele é Oliveira Martins, ele é Miguel Beleza, ele é Vítor Constâncio que, com o desplante que o "prestígio" lhe confere, aparece a falar com se tivesse chegado ontem ao Banco de Portugal, ele é o próprio Santana Lopes a colocar-se de fora como se não tivesse nada com isso (e se calhar até nem teve...).
Ele é todo o jornalista da área da Economia arvorado em mais sábio que os sábios (daqui só se excluindo o Peres Metello que sempre esbracejou com tudo isto...), ele é académico da área da Economia armado em analista político-financeiro (a começar pelo actual Min. Finanças que já andou a filtrar estados de alma para a aimprensa...).
Agora todos sabem qual é o problema e, com cenho preocupado, fazem cara de caso quanto às soluções e à sua indispensável dureza.
Défice de vergonha - por oposição ao da prosápia descarada - é que não há por estes lados.
estes senhores quando aceitaram responsabilidades executivas, o que fizeram ? Quando ocuparam cargos de relevo na estrutura do Estado, o que contribuiram para melhorar a situação ?
Ou melhor, o que andam quase todos eles a fazer se não, directa ou indirectamente, andarem a mamar do Estado, como consultores, administradores, governadores, gestores públicos e tudo o mais, sem que da sua acção se vejam exemplos positivos ?
No fundo, todos eles sempre fizeram parte da vasta Irmandade que viveu à custa do défice e assim continuarão sempre, agora ainda mais irmanados pelo desejo de nos convencer a todos que o problema somos nós e que a crise quande nasce é igual para todos...
Olhem que não, doutores, olhem que não...

Léxico moiteiro

Esta já foi uma rubrica de estrondoso sucesso no tempo em que os animais falavam e tínhamos meia dúzia de visitas diárias.
Por isso, e motivado pela leitura da revista Tauromaquia, eis mais uns termos arrancados a ferros ao léxico dos aficionados moiteiros:

Boicote - quando os bois se negam e as vacas choram.
Boifa - produção intestinal típica do moiteiro.
Boilada - levar com o boi nas bolas.
Boile - baile moiteiro, com abundância de seres chifrudos (tipo soirée na Capricho ou na Estrela).
Boirrado - estado do moiteiro quando se vê em apuros.
Boitada - uma noite bem passada com os bois.
Boitade - galicismo moiteiro que significa grossa asneira.
Boizão - moiteiro de óculos escuros e gel no cabelo, a abrir no seu pópó com a aparelhage' no máximo.

E fico por aqui porque isto já foi pesquisa digna de um antropólogo a tempo inteiro, quanto mais de um escrevinhador bissexto.

A Travessia do Deserto...

... é o que parece que estava a fazer quando hoje fui obrigado a passar pelo centro da Moita, quando andavam aquelas máquinas da CMM a recolher o areal que foi espalhado na Avenida por causa das largadas de Maio.
Nunca atravessar a Moita me pareceu, mais do que metaforicamente, uma travessia do deserto.

Já agora, quando será que aqueles semáforos que foram espetados, perto do Alto de São Sebastião, no cruzamento do/para o Carvalhinho começam a funcionar ? Será que lá estão só para enfeitar ? É que, pelas minhas contas, já lá vai um mês que estão por ali, julgo que com a função de facilitar o desvio do trânsito para o caminho alternativo à travessia da Moita para quem vem do Montijo mas até hoje, népias de batatóides.

Dúvida existencial

Será que se eu me licenciar em Ciência Política poderei sempre assinar como "Politólogo", mesmo que trabalhe como, digamos assim, assessor de direcção de uma empresa ?
Será que se eu me formar em Relações Internacionais, deverei designar-me como "Diplomata", mesmo que ganhe a vida como empresário ?
Será que se eu obtiver o meu grau académico na área da Biologia, mas a minha profissão principal for a docência, me devo apresentar como "Biólogo" ?
Será que por ter tirado o curso de Antropologia, mas seja um técnico autárquico, devo assinar todas as minhas prosas como "Antropólogo" ?

Não sei porque me terão surgido estas dúvidas existenciais ao ler a imprensa local da passada semana e a revista Tauromaquia nº 7.
Sinceramente, não estou a ver porquê...
São coisas...

Para que fique claro...



.. foi este o resultado de AV1 no Political Compass, ou seja sou um libertário de esquerda, o que não me ofende.
No Politest, fiquei situado entre o PS francês e Os Verdes, o que não me parece ser bem o mesmo, porque, numa primeira tentativa, também me chamaram europeísta o que, em França, não sei bem o que quer dizer.

Testai-vos e confessem...

Aqui está um teste destinado a posicionar o pessoal em termos políticos.
As questões são em francês e as respostas, para além de usarem como padrão os partidos franceses, deram-me um resultado algo discordante de um outro teste que fiz há cerca de um ano e que é de origem inglesa.
Mas, para perder uns minutos, este politest serve.

Banda Sonora Matinal


The Czars, Goodbye

Graças ao Brocas, a manhã de trabalho de AV1 tem sido ao som de boa parte deste álbum, com destaque para a belíssima faixa Paint the Moon.
É música normalmente a puxar para a tristeza mas está de acordo com os dias que, apesar do Sol, continuam cinzentos e a anunciar borrasca próxima.

Bom dia, pois então !


Foto do Brocas

Ao que consta, parece que todo este cenário bucólico - mais ou menos, dependendo do sítio de onde e para onde olhamos - também está na calha para ser pasto para o betão, em vez de o ser para as vaquinhas.
Temos mesmo de deitar o olho ao PDM revisto porque, com tanto estudo, certamente que saiu coisa bem pensada.

Com seis milhões felizes...

.. vai ser (muito) mais fácil passar a mensagem da nova dose de aperto do cinto.
Mais do que o Ópio, o Futebol é o Prozac do povo e enquanto andarem de sorriso nos lábios, nem sequer vão dar pelo que lhes entra pelo fundo das costas à pressão.

domingo, maio 22, 2005

E o vencedor é...



... o aprendiz ou o mestre feiticeiro ?

Educação Sexual para todos


Vicente J. Morra, Geração Consciente, Lisboa, Edição Natura, 1949, pp. 19-20.

«É infinitamente reduzido o número de pessoas que estão ao par da verdadeira finalidade do casamento. Em troca, a maioria julga que o matrimónio só representa um vínculo de sexos para satisfazer as necessidades naturais e que os seus filhos são o resultado dos seus actos imprudentes.
Se o cumprimento dos imperativos da natureza fosse normal, nada haveria que objectar; mas é que esses imperativos tornam-se mal em parte, o que faz com que as necessidades sexuais aumentem cada vez com maior frequência, até converter essa função em um vício repudiável. É por este caminho que se chega à luxúria e, com ela, a todas as imoralidades.
Onde melhor poderia realizar-se essa obra educativa é na Escola, nos Institutos de ensino e nas Universidades, por meio de classes especializadas na época que cada estabelecimento educacional considerar mais apropriada. É sabido que presentemente nada se ensina a este respeito e tanto os alunos universitários como os alunos de todas as escolas nada sabem sobre o verdadeiro objectivo do casamento, a que chegam tarde ou cedo. E que poderia dizer-se das classes populares, que não têm a mais leve noção acerca dessa finalidade ? É essa ignorância que contribui para que a raça humana vá degenerando, cada vez com mais refinamento, a sagrada função do matrimónio.»

Texto que condensa de forma ímpar uma noção do que deve ser a Educação Sexual, nem de propósito tida como Educação para o Casamento, o qual é também nem de propósito confundido com Matrimónio.

Finalmente !



Deverá ter começado hoje na SIC a série Desperate Housewives, que também terá início amanhã na FOX pelas 22.15 (o vídeo já está apontado, porque a SIC não é de fiar).
Consta que mete as últimas séries de O Sexo e a Cidade numa algibeira, o que é obra.
Para além disso, alguma das senhoras (com a Teri Hatcher em primeiro plano) dariam óptimas Educadoras Sexuais para qualquer aluno do Ensino Básico.
Não sei a Associação das Famílias Mais do que Numerosas irá promover um abaixo-assinado por passar tal blasfémia televisiva numa tarde de Domingo. Provavelmente prefeririam um filmezito com o Rambo a matar hereges soviéticos no Afeganistão ou quiçá o Chuck Norris nas matas no Vietname a dizimar comunas amarelos. Isso já seria mais saudável.

Pruridos e outras comichões



Não tenho grande dificuldade em perceber o pé-de-vento que algumas almas têm levantado por causa da introdução da Educação Sexual nas escolas do Ensino Básico e nomeadamente da estratégia adoptada de, seleccionando um exemplo caricato, investirem desabridamente contra a iniciativa.
O resumo é fácil de fazer e eu não vou encher isto de links porque não tenho pachorra para tal, chegando dizer que depois de muitas pressões subterrâneas a coisa chegou às páginas do Expresso no passado fim-de-semana e isso funcionou como efeito multiplicador.
Alguém encontrou um manual destinado ao primeiro ciclo do ensino básico repleto (ou nem isso...) de situações que se podem considerar manifestamente excessivas e mesmo caricaturais.
Em vez de se procurarem responsabilizar os responsáveis e contribuir para que sejam produzidos manuais mais adequados, as hordas soltaram-se contra a Educação Sexual nas Escolas, por essa ser uma matéria que invade as competências e o domínio exclusivo das famílias. Este tipo de reacção é próprio de quem usa o subterfúgio da árvore podre para justificar o abate da floresta. Ninguém se preocupou em exemplificar como seria o ensino correcto do assunto.
Sejamos claros.
O que está em causa não é um manual mal concebido para o fim a que se destina.
Se fosse isso, não existiria ensino entre nós, de tantos que são os erros ou equívocos que proliferam em manuais de Matemática, Língua Portuguesa, História, Biologia, etc.
O que está em causa é a recusa pura e simples de determinados sectores da sociedade em admitirem que é necessária uma Educação Sexual nas Escolas, como forma de acabar com determinados comportamentos de risco para a Saúde Pública e, também, a redução de muitos preconceitos intolerantes para com modos de vida diferentes.
Pior: deste exemplo, passou-se para a argumentação anexa que é a do excessivo papel do Estado nestas matérias e, por tabela, a necessidade de apoiar a existência de escolas privadas para nichos do mercado educativo maiores ou menores que pretendem controlar aquilo que é transmitido como conhecimento válido.
Em nome dos valores da Família e da Moral, pretende-se subtrair ao Estado a função de ministrar um ensino generalizado a todos e, se possível, os fundos que dão jeito à criação de escolas que ministrem aquele ensino que é considerado o mais adequado a determinados grupos de pressão com uma forte matriz ideológica.
E a Educação Sexual como matéria nova e sensível, mais vulnerável a ataques moralistas, é um alvo preferencial destas associações de Famílias Numerosas, Menos Numerosas e Outras que tais que, curiosamente, parecem esquecer que o ensino ministrado nas Escolas deve ser acompanhado e enquadrado exactamente no ambiente familiar.
Provavelmente, estas Associações terão menos problemas com o facto de serem ensinados erradamente conteúdos relacionados com os regimes totalitários que dizimaram milhões de pessoas no século passado do que com o que os meninos podem fazer com as suas pilinhas. E quase por certo preferirão que se ensinem dogmas que levaram a guerras e carnificinas do que ensinar as funções do "pipi" das meninas. Nunca ouvi estas Associações pronunciarem-se sobre mais nada do que o lado errado da Educação Sexual. Nunca os ouvi debruçarem-se sobre a qualidade de ensino de outras disciplinas, nem sobre a (eventual) má qualidade dos manuais. No fundo, só querem que as Famílias continuem Numerosas e a multiplicarem-se de acordo com a sua leitura dos textos bíblicos.
Não ocultemos o que está em causa e ponto final parágrafo.
Sou muito claro acerca disto: não tenho o mínimo problema que ensinem à minha descendência o que é a masturbação e que podem existir casais homossexuais que se consideram como famílias.
Pelo contrário, sou favorável à maior circulação possível da informação na sua forma mais cristalina e completa possível pois só dessa forma poderei exercer a minha função de esclarecimento como pai responsável e preocupado.
Tenho menos receio que a minha descendência faça mau uso do conhecimento do que da ignorância ou do conhecimento enviesado por preconceitos que, mais do que morais, são moralistas.
É claro que os pedagogos e sexólogos de pacotilha enrodilhados nas suas teorias coladas com cuspo são aliados objectivos de todos os que querem desacreditar a possibilidade de uma Educação Sexual nas Escolas.
E a pena é mesmo essa. É que dos dois lados da barricada estejam grupos de pressão mais interessados em provar o seu ponto do que em ajudarem ao estabelecimento de um serviço público - indispensável nos tempos que correm - de qualidade.
Mas fiquemos por aqui que a coisa já vai longa e não sei se interessante.

Cenas da vida de um editor do AVP - III


AV1 nos tempos em que assumiu uma forma (quase) humana

Interlúdio - As Primeiras Dores do Crescimento

Com o passar do tempo, AV1 foi obrigado a assimilar os hábitos humanos, o que teve alguns efeitos traumáticos, pela extrema estranheza que lhe provocavam, apesar da sua experiência prévia de contactos com outras civilizações e da formação intensa que teve antes de ser enviado para a Terra.
Por isso, fica aqui a lista das dez primeiras ideias erradas que ele formou sobre o novo mundo que o rodeava:

1) O cabelo que começa a faltar, a certa altura da vida, no topo do crâneo de muitos machos humanos, transmigra para o lábio superior e queixo de várias fêmeas da espécie.

2) A depilação feminina é um ritual de auto-mutilação típico dos ritos de passagem das civilizações pré-históricas, embora tenha efeitos bastante agradáveis ao olhar masculino, pelo que combina uma clara componente de estratégia de acasalamento.

3) A observação do papel higiénico depois de ter sido usado para limpar o extremo rectal do intestino é uma forma que deriva directamente das técnicas de previsão do futuro, como a leitura das folhas de chá.

4) As cuecas-slip e os fatos de banho masculinos, muito justinhos ao material, típicos do final dos anos 60 e parte dos anos 70, eram formas de planeamento familiar baseadas num princípio próximo da castração por asfixia.

5) As cintas das senhoras eram feitas com materiais constituídos por moléculas super-resistentes e capazes de suportar as forças gravíticas extremas de um buraco negro.

6) A escarreta era uma das formas mais sofisticadas de comunicação humana.

7) As largadas eram uma menifestação colectiva destinada a exorcizar a cobardia individual dos humanos (talvez esta não fosse assim uma ideia tão errada quanto isso...).

8) A condução de automóveis era (e ainda é) uma forma permanente de controle do excesso populacional, sendo as cartas de condução dadas preferencialmente a psico e sociopatas.

9) Os 10 Mandamentos foram o primeiro sketch imaginado pelos Monty Python para um programa de televisão.

10) O moiteiro é o elo perdido entre os grandes símios e os primeiros hominídeos (também ainda por provar que seja um conceito errado).

Bom Dia !



Após o colapso do equipamento informático de AV2, enquanto se dedicava ao esforço heróico por erguer a Rádio Alhos Vedros, parece impossível a produção do Suplemento Dominical em Quadrinhos de hoje.
No entanto, continuam as cenas da vida de AV1, com a sua difícil adaptação aos costumes terráqueos e o que mais se verá lá mais para a frente.

sábado, maio 21, 2005

Para compensar...

... o alinhamento do Jornal da Moita com a campanha do PS, o Distrito Online vai fazer nova edição impressa sobre o concelho da Moita com o indisfarçável patrocínio da CMM.

«O concelho da Moita vai estar outra vez em destaque na edição impressa do Distritonline. A Feira de Maio e a I Feira do Movimento Associativo são assuntos em destaque, assim como os 30 anos que a Cercimb se prepara para comemorar.
(...)
Nesta edição, vão ainda estar em destaque os vários projectos que estão em curso no concelho e outros que já se encontram concluídos. A rede de ciclovias e de piscinas municipais são também assuntos que merecem especial atenção.»

Secção de Classificados


Do Diário de Notícias de ontem

E ainda dizem que não divulgamos as iniciativas da CMM !
Sempre são mais 10 postos de trabalho !
E descansem, que aqui ninguém vai concorrer !

Leituras Subversivas



Edição do quente mês de Março de 1975, penso que foi esta a primeira edição do Spirou em álbum por terras portuguesas (juntamente com o álbum Os Herdeiros), depois da sua publicação em continuação em algumas revistas, entre as quais a efémera primeira colecção com o seu nome do início dos anos 70.
Como curiosidade, o facto de a tradução ter sido de Maria Alberta Menéres, que se veio a tornar uma autora consagrada de livros infanto-juvenis.

Eleições CMM - A Santíssima Trindade

Está completo o ramalhete de candidatos daquelas que têm sido as três forças políticas mais votadas no concelho, mesmo se o Bloco pode vir a morder os calcanhares dos laranjinhas.
Pela Situação, temos, após algumas dúvidas mais artificiais que reais, João Lobo numa tentativa de rejuvenescer a imagem mais do que desgastada da CDU. Infelizmente, e como é fácil constatar pelo currículo do homem, o rejuvenescimento será apenas geracional já que no plano da carreira política, JL está mais do que comprometido com o que tem sido feito pela gestão moiteira nos últimos 15-20 anos.
Pela Oposição, temos Eurídice Pereira num esforço enorme por mobilizar tudo o que é apoios do PS nacional para assaltar a Câmara. Infelizmente, e apesar da novidade aparente, EP traz o lastro típico de uma aparellhista partidária, sem história ou experiência profissional externo à ocupação de cargos de confiança política nas paragens por onde andou o aparelho rosa. E, mais grave, em paragens onde a obra rosa é escassa ou de valor muito duvidoso. Em seu redor, movem-se alguns (já não tão) “jovens turcos” que produzem verborreia inócua para a comunicação social local mas onde é difícil encontrar uma ideia nova – NOVA – que não seja reaproveitamento de chavões ou denúncias do óbvio, daquelas que até eu aqui sentado, olhando pela janela, escrevo em duas penadas.
Pelo Resto, leia-se PSD, temos a divertida candidatura de Luís Nascimento, a qual tem o condão de, pelo menos a mim, me suscitar o sorriso pelo seu aspecto de caricatura do que é uma candidatura laranja populista. Desde a sua participação no Congresso que entronizou efemeramente Santana Lopes e lhe permitiu aprovar uma moção a favor da liberdade das touradas de morte, que LN parece ter passado a viver nas nuvens e ter encontrado um desígnio na vida. O seu nóvel cartaz de candidato, que vi ontem junto à rotunda da BP só me fez alargar o sorriso ao ler algo como “um candidato independente” ou “uma candidatura independente”, o que é uma afirmação com evidentes problemas de correspondência à verdade, para além de surgir com aquele tipo de foto típica de “bom rapaz” evidentemente enganado com o que anda a fazer.

Perante isto, diria o camarada Lenine, “Que Fazer ?”
Esperar, camaradas (salvo seja...) e amigos(as), esperar e ver no que isto dá, porque nem que seja por eliminação sucessiva, chegaremos a alguma conclusão.

Sumidades de Pacotilha

Ontem no programa Expresso da Meia-Noite da SIC-Notícias lá se debatia o sacramental défice.
Sobre o assunto já falaram todos e mais alguns dos que têm direito a 30 segundos de verborreia televisiva pelo que os convidados já eram, em parte, do género "raspar o fundo do tacho".
Do lado esquerdo de quem olhava sentavam-se dois daqueles experts que só num país risível como o nosso podem considerar-se dignos de menção.
Antes de mais, Pina Moura, um dos pais de um défice orçamental por controlar, opinava com ar seráfico sobre as soluções que deveria explicar porque não praticou enquanto responsável pelas Finanças. Nada como um comunista convertido às delícias do xuxalismo capitalista para me agoniar as entranhas.
Em seguida, uma das minhas embirrações de estimação, Luciano Amaral, vult(g)o que conheço há mais de duas décadas e a quem nunca encontrei uma ideia original sobre nada, em geral ou particular. Sempre se caracterizou por simplificar o complicado (única maneira de o compreender) e de complicar o simples (única maneira de se fazer passar por um pensador).
De tudo aquilo, mais dois moderadores em mangas de camisa com ar de quem está a trabalhar e um Miguel Beleza que ali parecia estar para justificar a avença ou para cumprir o seu tempo de antena mensal, pouco se espremeu de sumo que valesse o esforço dos olhos.
Desta maneira, e com este tipo de opinadores em saldo, o défice crescerá forte e robusto.

Bom Dia !


Que bom que é viver no campo !!

sexta-feira, maio 20, 2005

Então, até amanhã...


Natalie Imbruglia

... quando voltaremos com uma primeira análise da Santíssima Trindade, ou seja dos candidatos à CMM das três principais forças partidárias do concelho.
Entretanto, deliciem-se com esta simpática rapariga que, com a Jennifer Love Hewitt e a Natalie Portmann constituem a trilogia que AV1 considera estar à altura de serem as Audrey Hepburn dos tempos que correm.

Adenda: Mais para a frente espera-se abordar a questão da Educação Sexual nas escolas, atendendo ao bruá que algumas almas mais sensíveis (tipo Acidentais cheios de tiques de infância mal resolvidos) têm feito por causa de um (1) manual, ainda por cima espanhol sobre o tema. Como de costume, usa-se a árvore raquítica, para justificar o abate da floresta.

Questões de Fé



AV2 foi ontem assistir à estreia comercial do episódio III da Guerra das Estrelas e declara-se esmagado pela imponência da coisa. Afirma mesmo que, a certo passo, esteve para prostrar-se na sala de cinema em atitude de profunda manifestação de devoção religiosa.
AV1 franze o sobrolho e vai gastar mais um pouco da cassete VHS com a versão inicial do Blade Runner, recitando orações retiradas do livrinho Do Androids Dream with Electric Sheeps ? do enorme e alucinado Philip K. Dick.

De volta


Coldplay, X&Y

Os Coldplay estão de volta e, pela amostra (single Speed of Sound), temos uma boa continuação para o Parachutes e o A Rush of Blood to the Head.
Trilogia inaugural melhor de um grupo nem a dos U2 (Boy/October/War).

Rádio Alhos Vedros

Em reunião editorial de 6ª feira (também temos disso...) a equipa do AVP decidiu recuperar a ideia de criar uma Rádio Alhos Vedros online como alternativa à inserção de música no blog, opção que, para além de outros detalhes, também poderia tornar o AVP ainda mais pesado ao carregar.
Dessa forma, teríamos permanentemente em emissão selecções semanais ou bi-semanais, temáticas ou de novidades, daquela música que nos inspira ou inspirou.
Ninguém espere muita rapidez, porque em nós ainda corre uma boa parcela de sangue alentejano e o tempo já começou a aquecer, pelo que...

O Puro Disparate

O facto de lá estar assim há muitos anos (cerca de um quatro de século), nunca mudando para melhor, tem-me feito esquecer o enxerto urbanístico que é o largo que circunda, em Alhos Vedros, a Praça (que já foi “nova”) e o depósito da água. Lembrei-me hoje ao ver uma das fotos de hoje o Brocas no seu blog.
Espaço que, pela sua amplidão, poderia ter dado origem a uma intervenção pensada e planeada com um mínimo de bom-senso e sentido de conjunto, mais não passa do que um largo mal aproveitado, com equipamentos urbanos deficientes e um enquadramento perfeitamente atroz.
Situado na confluência de várias ruas, algumas das quais com um traçado que não se percebe verdadeiramente o que estava a pensar quem fez o seu desenho, enquadrado pelas traseiras e quintais das casinhas da Vasco da Gama, da Bela Rosa e dos quintais/pátios da Francisco de Almeida, pela frente de alguns blocos de apartamentos cada um de sua cor e feitio, seu paladar, e pelas ruínas das antigas fabriquetas de cortiça, o toque final – a cereja em cima do bolo – foi a edificação daquele bunker de apartamentos que lhe nasceu a nascente e que, por muito boa gente que lá viva, não consigo nunca encontrar palavras para descrever verdadeiramente na sua incongruência (desde a utópica zonal comercial na cave virada para a Duarte Pacheco à betesga onde se sucedem as garagens).
O Largo da Praça/Mercado (e do depósito da água) é desde há muito um espaço deprimente fora dos momentos de mini-feira (e se calhar mesmo nesses)que para ali está, com um renque de arbustos raquíticos e um ajardinamento de quarta categoria a condizer com uma pavimentação de refugo, tudo completado com aquele puro e simples disparate que é o traçado do próprio largo, que não se percebe onde é rua, onde é largo, onde dá para estacionar, onde não dá, onde se pode andar à vontade, onde a esquina é quase cega...
Enfim, será má língua mas esperamos obter em breve (via Brocas ou nós mesmos) imagens suficientes para mostrar o que não deve ser um largo de mercado digno de si mesmo, de quem vive em seu redor e de quem o frequenta.

Nós e os Outros

Surgem ciclicamente críticas ao nosso blog, e mais recentemente ao do Brocas, porque nós só nos ocupamos em demonstrar o que está errado no concelho e não nos preocupamos em mostrar tudo o que há de bom.
Dando de barato a questão do “muito” que haverá de bom no concelho, gostaríamos de destacar diversos pontos essenciais, retomando alguns aspectos do que o próprio Brocas já escreveu em legítima defesa:

a) A CMM tem suficientes meios para divulgar a sua obra, desde o seu site até ao Boletim Municipal, passando por toda a parafernália de cartazes que – à moda santanista – tem espalhado pelo concelho. Fossem tantos painéis ocupados de forma comercial e muita receita se faria. Se a obra está feita deve ser visível, não deve ser assim tão necessário relembrá-la, poucos meses depois de inauguradas.
b) Não temos qualquer obrigação de fazer mais do que o nosso trabalho e aquilo que a nossa consciência nos dita. Tanto nós como o Brocas somos livres e dispomos dessa liberdade da forma como nos apraz, mostrando o que achamos errado. Até hoje ninguém demonstrou que as fotos são montagens ou que as situações denunciadas são inexistentes. Por isso, se acham que somos muito negativos, façam blogs alternativos e mostrem as vossas coisas, que nós apoaremos a iniciativa.
c) Nós temos destacado parte do que há de bom na nossa terra, nomeadamente o que resta do seu património natural e a sua memória e identidade próprias. Lamentamos que isso não seja considerado relevante. Já por aí escreveram (acho que o amigo “bs”) que nos preocupamos mais com as árvores do que com casas para as pessoas. Repetimos que não nos parece que exista qualquer falta de casas e, de caminho, acrescentaríamos que o autarca de Benavente (da CDU, não é ?) também concordará com o facto de existir um claro excesso de árvores no país, nomeadamente de sobreiros.
d) Em tempo de revisão do PDM, e apesar de todas as limitações do processo de consulta e discussão pública que muitas vezes não passa de uma formalidade viciada à partida, iremos analisar o documento e dar a nossa opinião sobre o que acharmos por bem. E a opinião será a nossa, não a de outros, nem ditada por outros.
e) Este espaço continua sempre aberto a todo o tipo de opiniões, sem filtragem dos comentários, mas não esperem que prescindamos do nosso posicionamento desalinhado e independente, mesmo quando se manifestar o apoio a esta ou aquela força política ou candidato, com fizemos no caso das eleições legislativas. E também não esperem que não respondamos quando achamos que as críticas são feitas apenas para chatear o próximo (que, nesse caso, somos nós).