sábado, julho 31, 2004

Análise crítica sobre o espectro partidário em Portugal em 2004

O nosso colaborador Manuel Pedro apresenta-nos uma longa e erudita colaboração em que analisa a política nacional e em que, talvez graças aos telefonemas com o Roldão Preto, demonstra um vigor e uma acutilância raramente vistos/lidos neste blog.


"Os partidos políticos nacionais começam neste momento a ser questionados e isto acontece por uma série de motivos; é o caso do esvaziamento ideológico dos partidos de esquerda como no caso do Partido Socialista, que do socialismo só mantém o nome...
Os fundadores do actual Partido Socialista, criado em 1973 na França, são os herdeiros morais do Partido Republicano, muitos ainda acreditam na herança Maçónica, primeiro sindicato Medieval de pedreiros-livres ou maçons. Nos séc. XVIII e XIX, os intelectuais ateus criaram essa sociedade secreta liberal e anti-monárquica de burgueses que viam nos ideais da revolução Francesa, Liberdade, Igualdade e Fraternidade ...a religião do futuro, e acreditavam que o ser humano no sentido Hegeliano, seria sempre um potencial ascendente a melhoramentos e à evolução...Isto à mistura com as teorias Rosa-Cruz da ascenção espiritual por etapas até ao completa união com Deus, deu este resultado pseudo humanista, pseudo cristão pseudo Ateu e pseudo Socialista.... que tornou, no caso do actual Partido Socialista, uma União Internacional de ideologias que vai desde a direita mais racista, à esquerda mais Libertária, isto tudo combinado com a grande maioria silenciosa que acha, e muito bem, que todos devemos ser é burgueses, porque na realidade é a classe onde se está melhor...
Devido ao falhanço estrondoso do Comunismo que foi posto em prática na União Soviética e China com todos os seus países satélites, e que nunca passou de uma ditadura oligárquica e militar, dum regime opressivo e que nunca conseguiu o principal objectivo do Marxismo que era uma sociedade sem classes, continuarão sempre a existir duas classes, a dos opressores (os governantes e seus lacaios, forças da ordem, policias políticas e assessores do partido "Comunista"), e os oprimidosque eram todo o povo em geral, que trabalhava ou era escravizado para que toda esta máquina "Comunista" funcionasse e desse uma imagem exterior de progresso, quando a miséria dos seuscidadãos e a falta de liberdade a todos os níveis era a maior realidade do antigo poder oligárquico soviético.
O PCP sempre foi um fiel seguidor do regime autoritário da URSS, sendo Leninista quando a URSS era Leninista, depois Stalinista quando a URSS foi Stalinista deixando de ser Stalinista quando a URSS deixou de ser Stalinista, para resumir penso que a altura em que o PCP, se tornou mais Português e talvez mais comunista foi quando o Bloco de Leste se desmoronou e o PCP ficouórfão. E penso que isso é bom para Portugal. O PCP é agora um partido não revolucionário, que se integrou perfeitamente dentro da "democracia" burguesa vigente, é por isso um partido democrático como todos os outros.
Os Trotskistas do PSR aliaram-se aos Stalinistas da UDP (seu inimigo natural) e criaram o Bloco de Esquerda, uma mistura explosiva que resulta pela negação e quando estiver no poder apanhará todos os vícios do poder como todos os outros que ficam no Poder; quanto mais tempo lá ficam mais vícios apanham...é só ver o exemplo do PCP local que não fica nada a dever a qualquer partido de direita ou centro na sua defesa da tauromaquia e da tradição e porque não, da religião de Estado, o Catolicismo.
O presidente da câmara da Moita desloca-se em carro com motorista, o que nenhum cidadão que trabalhe poderá esperar conseguir durante a sua existência a não ser que ganhe muitos milhões de Euros no Totoloto.
O que nós fazemos votando, em qualquer partido "democrático" é dar poder a pessoas que nunca com o seu trabalho o poderiam conseguir, isto aliado às benesses inerentes a quem tem o poder, que são os lautos almoços e jantares e passeios e palmadinhas nas costas dos seus coadjuvantes e quem lhes ganhou um tachinho para ele ou algum familiar (no caso da Moita, são famílias inteiras, que usufruem dessas benesses, o que se tornará um problema grave, e tem de se ponderar também, no caso de Alhos Vedros como merece, e seguramente, conseguirá, reconquistar a sua independência e secessão, ou como pretende o mentor do blog Alhos Vedros ao Poder, conseguirá a Restauração de todo o espaço territorial do concelho de Alhos Vedros, dado por Foral Manuelino em 1514... o que implica que o Barreiro, também será parte integrante do futuro Macro Concelho aventado pelo meu idealista camarada Restauracionista, que se assina como Paulo... )
Mas não tenhamos ilusões, qualquer governo que entre terá sempre direito a estas benesses, quanto mais tempo estiver no poder mais cumplicidades arranjará e mais afastado do Povo estará...Por isso eu acho que não se pode votar no mesmo partido mais de uma vez e nunca dar a nenhum, nenhuma maioria absoluta.
Já falei dos Partidos de Centro e Esquerda, vou agora referir-me aos Partidos de Direita: PSD e PP, vou começar pelo PP, que começou por ser o CDS: Centro Democrático e Social, foi um partido que começou por ser contra-revolucionário, no sentido que havia uma revolução em curso, o amosoPREC, que significa: Período Revolucionário em Construção, o CDS pretendia uma democracia burguesa com caractrísticas Europeias, mas tinha herdado do antigo regime Salazarista/Marcelista, todos os fascistas da ala extremista que eram fiéis defensores do orgulhosamente sós e da manutenção da guerra colonial a todo o custo, o CDS era o partido "democrático" dentro do regimepós revolucionário de Abril de 1974, outros partidos e movimentos, alguns declaradamente Terroristas como o Exército de Libertação de Portugal ou ELP, trabalhavam em actos de sabotagem e actos terroristas na clandestinidade, o CDS não pode ser conotado com esses grupos, mas era a faceta legal de muitos indivíduos que assim pensavam; Marcelo Caetano nunca pode lutar contra essa extrema-direita Imperial, e nunca pode reformar o regime porque a questão era sempre as colónias, toda a ideia do Estado Novo com ou sem Salazar era a manutenção do Império Português de aquém e além Mar, se a guerra colonial fracassou, foi devido a estar a acontecer em trés frentes Guiné, Angola e Moçambique e os movimentos nacionalistas destas colónias Portuguesas terem oapoio do Bloco de Leste, da Europa e dos EUA, cada um à sua maneira, Portugal não tinha possibilidades técnicas de vencer contra todo o hemisfério Norte.
O golpe de estado que aconteceu no 25 de Abril de 1974, teria mais tarde ou mais cedo de acontecer, porque Salazar não era um estadista com uma visão real da mutação das sociedades, era um conservador de raiz católica, pouco viajado, não gostava de viajar de avião e detestava ver televisão, não acompanhava os acontecimentos... Pensava que por estar contra o bloco de Leste o bloco do Oeste, o apoiaria ou pelo menos não interferiria na sua política colonial, ora todos os outros países imperialistas tinham já perdido os seus impérios no final da década de 1960.
A Inglaterra tinha perdido a sua jóia da coroa a Índia e as suas colónias africanas eram como eles diziam...A White man's Hell, ... os Ingleses detestam o clima das colónias Africanas e não são gente de muitas miscigenações, ao contrário dos ortugueses, que fazem sexo com todas as raças da espécie humana. Inteligentemente criam a Commonwealth, donde conseguem usufruir vantagem sem terem a desvantagem de ter de estar nas colónias de corpo presente.
Os franceses tinham-se dado mal com o problema argelino e ainda se estão a dar mal porque milhares de retornados chegaram a França mas trazendo uma religião Islâmica o que criou guetos dentro da sociedade xenófoba Francesa, eles também acabaram com o seu problema colonial.
Restava Portugal...Um Portugal com Províncias Ultramarinas que éramos obrigados a saber dos nomes no exame da 4ª classe.A realidade é que pouca gente em Portugal Continental conhecia as colónias, isto incluindo Salazar, que penso as nunca visitou e se as visitou enjoou, devido ao seu pouco gosto por longas viagens e aquilo das colónias era longe como o caraças. Os que lá viviam depois de em 1953 Salazar permitir a ida de Portugueses para as colónias, gostaram ... Então não! Bom clima, boas praias, pretos à farta para os servirem e pretas boas como o milho, qualquer cidadão Português que nada possuía aqui, se via lá no Paraíso, e especialmente em Moçambique, Lourenço Marques na baía comendo camarão bebendo Cuca, olhando as meninas...ou os meninos, não há Português que resista !Até eu me apetece estar lá agora, eu que nunca estive nas colónias africanas.
Foi pena não se ter começado a colonização mais cedo, se fosse para aí em 1900, ou antes, logo após o Brasil se ter tornado independente, isso é que tinha sido, mas não, iam só para lá deportados e presos políticos... O Henrique Galvão ainda pensou em fazer de Luanda a capital do Império e Portugal Continental passar a ser uma província ultramarina, mas o Salazar não gostava de viajar e quem lhe tirava o seu sapateiro ortopédico tirava-lhe tudo.
Ora o que tem isto a ver com o CDS, dirão os leitores ?
Embora Freitas do Amaral, até actualmente diga que a direita Portuguesa é saudosista deste Marcelismo colonial e dum Salazarismo pós-nacionalista, a verdade é que dizendo isso está a cuspir no prato onde comeu porque foi ela que lhe deu os votos que o fizeram entrar na Assembleia da República em 1975.
O CDS acabou porque o império acabou, quando o PP sucede ao CDS com Manuel Monteiro, a andorinha, já só uma coisa importava para a direita Portuguesa e essa coisa começava porD... e acabava em ...inheiro.
Qual Pátria qual História qual nada, e se hablarmos castellano que mal tien ?
Sucede a Monteiro o Paulo Portas, que quer ser vizir no lugar do vizir, é o Iznogoud da política Portuguesa mas nem é vítima das más leituras, só o faz mesmo é pelo dinheiro...
Por isso hoje o PP é apenas a sigla do partido do Paulo Portas e quando ele o abandonar para criar quiçá a Neo DemosKratia, o PP acabará... e com ele ...Mas por morrer uma andorinha não acaba a Primavera Marcelista.
Vou agora falar sobre o PSD ou nas palavras de Santana Lopes o PPD/PSD...Nasceu laranja que é na minha opinião uma cor que não tinha culpa nenhuma disso, penso que a cor indicada para este partido deveria ser o verde lima, para se tomar com cachaça ou vodka os sapos vivos que temos de engolir por este partido estar situado em Portugal.
Chamava-se anteriormente Partido Popular Democrático e foi fundado por alguns frequentadores da Assembleia Nacional; Sá Carneiro ao criar o partido em 1975 pretende reunir todo centro e a direita liberal que ansiava por um Portugal que atingisse a média económica europeia...Só que se esqueceu de dizer que essa média económica era apenas para uma pequena parte da população Portuguesa, e o povo começou a pensar que também iria beneficiar dessa evolução económica e que bastava termos entrado para a CEE para ficar tudo cheio de dinheiro, cartões de crédito e telemóveis, ficamo-nos pelos telemóveis e pelas dívidas...
Porque a mentalidade do povo Português é a seguinte; Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos.
Não existe uma consciência colectiva dum futuro, os patrões Portugueses, assim que as suas empresas têm algum lucro, em vez de apostarem na inovação da sua imagem de marca e investirem no acréscimo de qualidade do seu produto, contratando por exemplo designers e criativos que façam a sua qualidade aumentar, não...
Compram mais um apartamento para uma segunda amante e mais um carro topo de gama para o filho se espetar a 230 kms à hora numa qualquer aposta à saída duma discoteca muita In, em qualquer cidade neste país à beira mar deitado.Se esta é a mentalidade vigente dos empresários Portugueses e então qual será a dos trabalhadores ?
Os trabalhadores Portugueses já não têm ilusões sobre o seu futuro, como no sistema de castas indiano, os nossos trabalhadores já se habituaram a ser os intocáveis, sabem que por maiores capacidades de aprendizagem de criatividade de potencial a nível humano e de inteligência, existe sempre um bardamerda qualquer que é afilhado do patrão e não vale nada a nível profissional ehumano, mas só por ter uma cunha, subirá sempre mais que o outro trabalhador que é esforçado, isto além de desgastar moralmente quem tem capacidades, ainda por cima é visto com inveja pela massa informe de medíocres seus companheiros de trabalho e ridicularizado por quem tem as cunhas...
De cariz perfeitamente popular pretende pela sua "modernidade" fazer a nossa Pátria regredir ao séc.XVII pelo estilo Barroco e Rocócó que impôs na política Portuguesa, poderia ser um partido de qualquer país da América Latina e até teria uma certa graça, mas aqui não tem graça nenhuma.
Destruidor dos fundos públicos não poderá jamais viver sem a protecção de uma qualquer Super Potência, no caso a União Europeia, mas se a ela não pertencessemos seriam os EUA o seu Super Protector, isto acontece porque não é um partido que represente os Portugueses mas sim que representa uma certa centralidade de pessoas que acreditam que existem uns que têm e outros quepodem vir a ter e se não tiverem é porque não têm a manha para o conseguir ou têm pouca sorte ou não são suficientemente bonitos ou apresentáveis para poder ter... e nesse caso coitados, são tipos com azar ou com defeitos que justificam serem sempre os elos mais fracos na hierarquia social vigente e por isso mesmo tem de se acomodar e viver felizinhos dentro da medida das suasfracas possibilidades humanas genéticas e adquiridas, se aqui fosse a Índia este partido concerteza que defenderia o sistema de Castas ainda vigente nesse país.
O PSD deveria ter como lema: "Deixa arder que o meu pai é empresário".O índice de riqueza e desenvolvimento Nacional na óptica do PSD é o numero de telemóveis por cada 10 habitantes, se for de 6 para 10 então isto está Bom, se for mais que isso é um Oásis, podem arder todas as zonas ecológicas e Reservas Nacionais de Portugal desde que não ardam as vivendas está tudo bem, e até dá depois para plantar outras espécies de arvores que não ardam tão facilmente e para quê, termos uma frota de aviões Canadair nossa que seja gerida pela nossa força aérea se podemos sempre alugar esses aviões a empresas privadas.
Sim ! É que só há incêndios no Verão e agora há mais porque o clima está a mudar e está a ficar mais quente e com mais dois Verões assim deixam de haver florestas porque já tudo ardeu e sempre se poupa este dinheiro.
Para se poderem organizar aqui mais uns Mega eventos e quem sabe se façam cá os Jogos Olímpicos.Esta mentalidade sacana atravessa o espectro político desde a direita do PCP que está representada no concelho da Moita pelo presidente João Lobo até á extrema direita do PP.
Por isso os Portugueses estão bem lixados com estes partidos que existem em Portugal.Resta-nos rezar à Nª Srª de Fátima e agradecer-lhe por não estarmos ainda pior, porque poderíamos sempre estar pior, isso é verdade. O PSD tem de agradecer também a essa entidade por ter um povo tão submisso e dócil como é o povo Português, que ainda espera os D. Sebastiões que vão estando sempre adiados e nunca aparecem a não ser para lhes dizer que não estão disponíveis...
Sem ter um projecto estrutural para com a nossa Pátria e apenas vivendo dos despojos da venda do nosso património vou mudar-lhes o nome para PAD ou seja Partido dos Abutres Democratas ou no caso mais Santana Lopista o PHD/PAD, Partido das Hienas Democrata/Partido dos Abutres Democratas.
O PCTP/MRPP é o partido estuário, serve para criar os parasitas jovens que depois se tornam grandes parasitas como é o caso de Durão Barroso.
Defensores dum regime fascista como é o que está vigente na China, são pessoas que se estivessem no poder o mal que fariam aos seus cidadãos seria de tal forma que todos os 48 anos de regime Salazarista seriam o Paraíso em comparação com o inferno que seriam essas manhãs que cantam.Basta-nos lembrar do regime do Pol Pot, para termos uma ideia da extensão da catástrofe.
Para terminar gostaria de dizer que os Portugueses em geral, não valorizam a inteligência nem a criatividade mas sim a esperteza o saber safar-se o enganar o outro antes que me enganem mim, enfim a mediocridade reina e quem estiver acima dessa mediocridade e for bom ou muito bom, se não tiver as costas quentes e as devidas cunhas é bem capaz de se dar pior do que o resto da cambada que apenas quer é safar-se e bajular os patrões.
Quem é que ele pensa que é ?
É filho de quem ?
Não querem lá ver...já a pulga tem catarro !
A verdade é que desde que a burguesia, tomou o lugar à nobreza em Portugal, as famílias têm-se mantido sempre as mesmas nos lugares de poder económico; são os Tottas, os Mellos, os Champaullimauds tudo o que tenha duas consoantes, depois há os emergentes como os Castellos, os Tittas etc... mas a realidade é que a nossa sociedade está cristalizada e isso impede a evolução e especialmente a transformação. "

Manuel Pedro

Notas dispersas de José Silva

O nosso Santana

O país andou alvoroçado com a sucessão do Primeiro-Ministro, sendo afiadas as vozes, principalmente da esquerda, contra a «entronização» de Santana Lopes por carecer de legitimidade democrática.
No entanto, no concelho da Moita, bem entre nós, também temos o nosso Santana.
Também o nosso actual Presidente da Câmara, João Lobo, sucedeu ao titular do cargo quando este foi tratar da sua vida, ou vidinha, como diz Pacheco Pereira.
Também ele ascendeu ao topo da hierarquia, sem eleições, por aparente sucessão natural.
Também ele é bem apessoado e fica bem nas fotografias.D
irão alguns que é diferente, porque ele já era um autarca em exercício de funções, eleito na lista do partido vencedor para a vereação camarária.
É diferente, digo eu, porque o executivo camarária é eleito em lista própria, em que o cabeça de lista é o candidato a Presidente da Câmara, não o segundo ou terceiro da lista, enquanto o Governo da República é uma emanação da distribuição dos deputados na Assembleia da República. Por isso, pode acontecer que o Primeiro Ministro não seja do partido mais votado, apenas com maioria relativa, mas de um partido que, embora menos votado, assegure uma coligação governamental maioritária. Em contrapartida, quantos Presidentes de Câmara conhecem que tenham assumido o cargo sem pertencerem à lista vencedora, mesmo que seja sem maioria absoluta ?

Centralismos

Alguns são contra o centralismo, porque dizem que está errado ser o centro (capital do país, sede do concelho) a tomar as decisões sobre o todo.Para mim, centralismo não é isso.
Nada me repugna que o centro, num país como o nosso, em autarquias como as nossas, que seja o centro a tomar as decisões necessárias. Para quê multiplicar burocracias em tão pouco território, se não para alimentar clientelas ?
O que me choca é que o poder central tome decisões em proveito próprio e em favor, quase exclusivo ou de forma claramente desproporcional, desse mesmo centro, desprezando as periferias. O mau centralismo é esse. E é esse de que padecemos neste concelho durante muito tempo, não servindo de muito a cosmética recente para o disfarçar.

Revitalização porquê ?

No Boletim Municipal da Moita de Junho/Julho de 2004 é dado enorme destaque às operações de revitalização urbana da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira.Não tenho nada contra tais iniciativas. Apenas gostaria de salientar o seguinte ponto:
Porquê embadeirar em arco com operações de revitalização, se quem as promove foi responsável pela degradação contínua que agora leva à necessidade de recuperação ?
Será que o poder autárquico nos últimos 30 anos não foi o responsável pelas más condições verificadas em grande parte do concelho ? E esse poder autárquico não foi dominado pela mesma cor partidárias, pelo mesmo grupo político (PCP), de forma contínua e aparentemente sem sobressaltos ou grandes inflexões de trajectória durante essas três décadas ?
O arrependimento bateu agora à porta, ou será que têm receio que, com eleições à porta, a coisa possa virar se não aparecer obra (tardia, muito tardia) feita ?

José Silva



sexta-feira, julho 30, 2004

Esclarecimento (atempado) do Manuel Pedro

O Roldão Preto telefonou-me hoje; diz que tem estado numa clinica na Galiza e que se anda a sentir melhor, como tu sabes os traumatismos da nossa guerra colonial marcaram muita gente, ainda por cima ele foi voluntário para a Guiné, porque acreditava na "grande nação Portuguesa", seja lá isso o que for...disse-me tb q não tem lido o Blog por os médicos disseram-lhe que não se deveria enervar, mas que em Setembro diz que vai voltar, espero que até lá as crónicas do Titta tenham entrado num rumo que tenha a ver com a restauração do concelho, e não essas banalidades estivais como têm vindo a acontecer; não sei se o R.Preto vai entretanto ler o Blog, mas se o fizer receio que aconteça uma recaída e violenta...
Acho bom publicares esta mensagem no Blog, ou avisares o Titta porque temo o pior...

Saudações Restauracionistas de Manuel Pedro

Colaboração de Roldão Preto

Roldão Preto enviou-nos este texto para publicarmos no Blog; pensamos ter detectado uma subtil ironia no texto o que demonstra uma evolução do seu estado de demência feroz para qualquer coisa estranha, uma mutação em curso pelo que notamos ... será que a medicação está surtindo os seus efeitos ou será que está de férias ?
Algo estranho parece estar a acontecer com Roldão Preto, vamos esperar para ver o tom dos seus próximos textos.

O Conceito de Freguesias "Chave" no futuro concelho de Alhos Vedros:

#1 Vinha das Pedras

Alhos Vedros tem uma área territorial de mais ou menos 24 Km2, enquanto a Baixa da Banheira tem mais ou menos 4 Km2 e o Vale da Amoreira cerca de 2 Km2. No futuro concelho de Alhos Vedros as dimensões físicas das freguesias serão consideradas secundárias às questões culturais, históricas populacionais ou empresariais. O caso da Vinha das Pedras, com a sua identidade cultural bem construída, muito antes da urbanização agora existente no Vale da Amoreira ter sido feita, é disso um exemplo. Zona de transição entre Alhos Vedros e a Baixa da Banheira é um simpático bairro de Alhos Vedros que tem como expoente máximo o Sporting Clube Vinhense, única equipa de A.Vedros no futebol regional. A Vinha das Pedras tem uma população de invictos lutadores em diáspora pelo actual concelho da Moita, aguardando na clandestinidade a altura em que verão por fim repostos os seus direitos inalienáveis de ser a Vinha das Pedras considerada uma Freguesia "Chave" do futuro concelho de Alhos Vedros.Com potencialidades de domínio dos mares interiores e da Ilha do Rato, a Vinha das Pedras terá um futuro brilhante, dado que dominam o Cais Velho com a sua frota de Catraios e...outros barcos, são potencialmente grandes potenciais criadores da Armada Alhos Vedrense.
Na Vinha das Pedras está também situado o furo de água, reserva natural do precioso líquido, que nos poderá salvaguardar no futuro. As suas populações são constituídas por mulheres e homens audazes, que colonizaram todo o actual concelho da Moita e arredores. Levando por todo o lado a grande mensagem VinhaPedrense :"Enquanto dura, vida doçura, em acabando gemendo e chorando."
Por todos estes motivos, a Vinha das Pedras terá um papel essencial na construção do futuro Concelho de Alhos Vedros.

Roldão Preto

Moiteiros sobre rodas

Nos últimos tempos tem estado esquecida a nossa componente de análise dos costumes moiteiros, algo que tem profundo interesse sociológico, para além de nos dar muito gozo fazer.
Por isso, voltamos aqui a esse eforço árduo que é tentar descrever e compreender o comportamento dos moiteiros naquelas que, sendo actividades quotidianas, muito revelam da sua forma de estar no mundo, talvez mesmo da sua cosmovisão (se é que sabem o que isso é, pois devem pensar que é um novo modelo de televisão).
Comecemos pelo comportamento do moiteiro de sucesso (aquele que pensa aspirar ao estatuto de novo-rico) no que diz respeito às sua relação com os veículos automóveis, a sua condução e os restantes automobilistas.
a) Relação com o automóvel – em primeiro lugar, moiteiro que se preza de ser alguém tem de ter um carro turbodiesel, quase por certo de marca alemã e em formato carrinha que é para ser maior, ou então um jipe. No primeiro caso, encontramos o reino dos VW (Golf Tdi) e dos Audis (A4, A5, A6, etc, etc), que custam os olhos da cara mas que devem ser comprados e exibidos, mesmo que em casa não se coma mais do que esparguete com molho de tomate (nos dias bons) ou sem molho (nos dias maus) para ser possível pagar a prestação do empréstimo; ninguém em casa muda de cueca toda a semana que é para poupar água e detergente da lavagem, e os cotonetes são substituídos pela unhaca na limpeza de diversos orifícios corporais, tudo em nome da poupança. O carro deve ter todos os apetrechos que, vistos de fora, são sinal de pseudo-status, a começar por tubos de escape prateados e jantes de liga leve. No entanto, apesar do carro ter custado acima de 6-7000 contos, não houve uns miseráveis 300-500 contos para o ar condicionado (não se vê de fora) e então o moiteiro e família são obrigados em tempo de canícula a andar de vidros bem abertos e braços de fora, disfarçando com o gosto de sentir o vento na cara. Quanto aos caso dos que optam pelo jipe, a situação ainda é mais caricata porque o mais certo é nunca andarem com o dito cujo em terrenos que justifiquem um todo-o-terreno, a menos que contemos a subida de passeios para estacionar ou a travessia da avenida da terra em dias de largada (com a areia toda espalhada na via pública) como ocasiões apropriadas para tais veículos. No entanto, ainda no período cavaquista ouviram dizer que ficava bem ter um jipe e, a partir de então, nunca mais quiseram ouvir falar em outra coisa. E sentem-se os maiores.

b) O moiteiro ao volante – o comportamento do moiteiro de sucesso em estrada é um espectáculo digno de figuar nos anais dos programas de vida selvagem da National Geographic. Em sua opinião a estrada é sódele e anda a meio da via, fazendo curvas fora de mão, desrespeitando qualquer sinalização que lhe não dê prioridade e aterrorizando os peões. A velocidade a que transita, seja qual for, é sempre a certa, desde os que andam a passo de caracol atrapalhando todos, aos que apenas conhecem o prego a fundo. O estacionamento é outra pequena maravilha porque não obedece a qualquer critério que não seja o do puro egoísmo; pára-se em qualquer local, mesmo que se atrapalhe todo o trânsito ou se impeça a saída de outros automóveis estacionados. Quando se quer tomar a bica, ou comprar o jornal, o carrinho tem que ficar em frente do estabelecimento (não vá ele fugir), em 2ª ou 3ª fila (se já estiverem lá outros moiteiros). Se é para esperar alguém, o moiteiro pára, abre a porta sem ver se alguém vai a passar, e sai para a via pública, onde fica a olhar para onde pensa vir a companhia; o carro fica com o motor a trabalhar, de porta escancarada e o moiteiro, ao fim de 30 segundos, acende o cigarrinho e fica práli à espera com a maior das descontracções enquanto mais ninguém passa. Quando é mesmo para estacionar, o moiteiro escolhe o lugar vazio mais próximo, aproveitando tudo a começar pelos lugares para deficientes, no que até têm alguma razão, porque não se especifica claramente se esses lugares são apenas para deficientes físicos, ou se incluem todos aqueles com evidente deficiência mental. Quando estacionam em espaços delimitados por linhas, atravessam sempre o veículo de forma a inviabilizar 2 ou 3 lugares que é para ter espaço para passar à vontade. Se alguém estaciona mais perto, fazem o possível por bater com a parte mais aguçada da porta na chaparia do vizinho, ou raspam-na ao sair do estacionamento, sem qualquer drama. Enfim, mostram apenas que são os maiores.

c) Relação com os outros - se alguém chama a atenção de um moiteiro para alguma asneira praticada ao volante, ele (ou mesmo ela) grita, gesticula e diz o maior número de palavrões possível, passando logo para a ameaça de violência física, masmo se for para uma velhota acabada de atropelar na passadeira. Na estrada ou em qualquer via, quando dois moiteiros se cruzam, já sabemos que temos grandes buzinadelas, gestos e cumprimentos que acabam, vulgarmente, com cada um a parar na sua faixa para porem a conversa das últimas semanas em dia, mesmo se isso implica ficar toda a gente à espera. No caso dos semáforos o moiteiro passa sempre que lhe apetece, mesmo que o vermelho já tenha acendido há um bom bocado e buzina selvaticamente se alguém, à frente, não arranca quando se adivinha um verde. No entanto, quando está a conversar ao telemóvel e nem olha para as luzes para arrancar, ofende 32 gerações de parentes de quem ousar fazer-lhe um pequeno sinal para avançarem. Porém, se não reparou que no carro de trás estão vários indivíduos de bom porte, que começam a sair para lhe pedir satisfações, o moiteiro acelera e foge a sete pés/rodas, porque a sua coragem passa essencialmente pela garganta. Em caso de acidente, nunca admite a culpa e passa sempre pelas fases, já atrás enunciadas, da ofensa verbal e ameaça física se o outro automobilista tiver aspecto mais frágil. Quando surgem as autoridades, tenta dizer umas graçolas e perguntar se conhecem o primo que é da GNR, para ver se escapa. Quando lhe pedem os documentos, descobre-se que afinal não tem carta de condução (quando a tem foi obtida grças ao método clássico do chamado «envelope»), que o seguro não está pago (o dinheiro chega a custo para prestação do carro) ou que o carro nem é dele, pelo que os outros é que se lixam. O que apenas prova que eles é que são maiores.

quarta-feira, julho 28, 2004

Para aligeirar

Como isto ultimamente anda demasiado para o erudito, prometemos que brevemente teremos posts mais ligeiros, para desanuviar o ambiente, entre os quais um prometedor ensaio sobre Os Moiteiros sobre Rodas, em que se escalpelizam ao detalhe os hábitos e comportamentos dos filhos e filhas da Moita ao volante; isto enquanto nos continuamos abalançar para tratar Os Malucos da Terra, de que já há uma imagem no fotoblog.

Propostas de Verão de Titta Maurício

Titta Maurício eleva o nível da sua colaboração e apresenta-nos as suas propostas de leituras de Verão, as quais registamos com agrado, em particular o blog do Pacheco Pereira de Estudos sobre o Comunismo, em que um de nós até tem colaboração (quem a detectar, ganha um crédito de 3 posts). Quanto ao site da recandidatura de George. W. Bush, é sempre útil dá-lo a conhecer, mais que não seja para que um qualquer hacker desocupado o ataque.

Meu Caro,
Em primeiro lugar, devo comentar a minha "promoção": julgo dela não ser merecedor! Mas, uma vez que é o exercício de um poder despótico, como humilde mortal, devo conformar-me e agradecer... mas confessar que não fico convencido! E, por isso, continuarei a responder... com respeito e carinho... aos "toques"!
Assim:
- tal como o seu "paternalimo" é uma «pequena "picada"» a minha observação sobre o modo como gere o blog era uma "pequena "dentadinha"... - e se a referência ao cuidado no escolha da linguagem apropriada, saiba que não uso usar "vernáculo não erudito": ficaria mal a um dos representantes da direita esclarecida em terras lusitanas! - quanto à chave do blog: guarde-a e faça dela bom uso! Mas cuidado, nalguns aspectos sou perfeitamente locke-ano: não obstante reconhecer-se legitimidade ao governo, o Povo sempre reserva para si o inalianável direito à revolta contra aqueles que abusarem do Poder... Até porque tenho por certo que o modo de legitimação do exercício do Poder se faz pela análise que os governados fazem do resultado do exercício do Poder e não do modo como os que os governam lá chegaram! Mas essa seria outra discussão.
Quanto às suas escolhas para sugestões de leitura, na qualidade de "colaborador" (ainda uso as aspas) nomeado, permita-me que acrecente:
. a versão britânica da "Prospect" (www.prospect-magazine.co.uk);
. "The New Statesmen" (www.newstatesman.com) a proposta semanal da esquerda britânica;
. a sua opositora ideológica, a mais do que centenária "The Spectator" (www.spectator.co.uk/frontpage.php), um espaço de debate do pensamento conservador britânico;
. naturalmente a "American Conservative" (www.amconmag.com);
. e, já agora, o "The Times Literay Suplement" (http://www.the-tls.co.uk/), ressenções das mais recentes publicações.

Noutro registo, porque não:
. Estudos sobre o comunismo (http://estudossobrecomunismo.weblog.com.pt);
. Portugal's contemporary political History (www.cphrc.org.uk);
. Michael Oakeshott's Association (www.michael-oakeshott-association.org);
. International Policy Institute for Counter-Terrorism (www.ict.org.il);
. Réseau Voltaire (www.reseauvoltaire.net);
. Policy Library (www.policylibrary.com);
. Eric Voegelin (www.terravista.pt/PortoSanto/1139/ericvoegelin.htm);
. The Karl Popper scholars' page (www.hayekcenter.org/karl_popper);
. The Friederich von Hayek scholars' page (www.hayekcenter.org/friedrichhayek).

As utilidades:
. Diccionário Portugês on-line (http://webmail.clix.pt/privado/www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx); . o portal do Governo (http://webmail.clix.pt/privado/www.portugal.gov.pt/portal/pt); . o site do Ministério da Defesa Nacional (http://webmail.clix.pt/privado/www.mdn.gov.pt);
E, para provocar:
. a página oficial da candidatura de George W. Bush (http://webmail.clix.pt/privado/www.georgewbush.com).
Sem mais
Com os Melhores Cumprimentos e genuflectindo, como é forçoso, perante Vossa Majestade, que sobre nós reina com Suprema Iluminação,

João Titta Maurício

terça-feira, julho 27, 2004

Leituras de Verão - revistas

Para quem gosta de ler bons artigos de imprensa, é melhor saber/aprender inglês, porque é nessa língua que se publicam algumas das melhores do mundo.
Para mentes mais cosmopolitas e tolerantes, vamos propôr meia dúzia, todas americanas, todas muito boas: a Mother Jones, a Atlantic Monthly, a Prospect, a New Republic, a (para a malta mais esquerdista) The Nation e (para os mais moderados) a Policy.
Bom proveito, que a gente não vive sempre.

(Já lhe podemos chamar) Colaboração de Titta Maurício

Aquele que, pela frequência, já podemos mais chamar colaborador do que leitor - Titta Maurício - responde de uma vez ao editor (em chefe) do blog e ao nosso colaborador António da Costa.
Quanto ao segundo, se quiser responder, responderá.
Quanto a mim, só três "toques":
- O paternalismo era aquela pequena "picada" que nós reservamos para provocar aqueles que já são quase dos nossos.
- Quanto à ausência de censura no blog às opiniões isso é daqueles dados adquiridos que nem se deveriam nunca colocar em causa em qualquer espaço como este. Sempre dissemos e repetimos que este espaço é livre, dentro dos limites de algum decoro na linguagem (o vernáculo, a menos que erudito, não nos cai bem).
- Quanto à chave para inserir textos é realmente só minha. É como nos jogos de bola, à antiga, em que o dono da bola era o capitão, seleccionador e treinador da equipa.
Continuo a achar que o melhor regime político é o despotismo esclarecido, modelo D. João V (não necessariamente D. José e Pombal), e dísso não abdico.


Meu Caro,

Relevo, com desagrado, um tom paternalista no seu comentário («começamos a gostar mais do seu tom e do facto de já detectar a diferença entre os nossos textos mais irónicos e aqueles que são para levar mais a sério»; ou «pelo menos, agora surgem com alguma fundamentação; podemos não concordar, mas pelo menos têm um pouco mais de substância»), o qual me parece nada justificado... mas, "prontos": quem é dono da "chave" que permite a inserção dos textos sempre tem o poder de fazer os comentários que entende... porém, reconheçamo-lo sem pudor, sempre com lealdade (porque sem qualquer censura, truncagem ou adulteração do texto)!
Só por isso vale a pena continuar... assim o queiram!
Um Abraço,
João Titta Maurício


Senhor António da Costa,

Não querendo fazer da questão motivo de debate (cuja substância útil não descortino), não poderei deixar de treplicar no diálogo que começou no Paulo e que de si mereceu contestação: a "vergonhosa" campanha eleitoral Europeias 2004. Primeiro, é abusivo que pretenda que eu tenha atribuído gravidade diferente entre um ou outro tipo de "argumentação" eleitoral! Porque é exactamente o contrário do que eu afirmei! O que eu disse é que, ao contrário do que a comunicação social fez passar (e alguns "comentaristas" se esforçaram por repetir e amplificar) é eticamente reprovável que o insulto e a mentira sejam usados como argumentos de campanha! Mas mais inaceitável é que uns pretendam que é mais grave um do que outro e que hajam escondido um facto importantíssimo como o pedido de desculpas de João de Almeida! E que os principais incendiários depois se finjam virgens vestais! Quem foi que chamou tumor a um adversário? Quem foi que apelidou a sua adversária eleitoral de «nem servia para dona-de-casa»? Quem foi que disse que os seus adversários mentiam... e depois se prova que quem mentiu foram eles? E se lhe chamarem a si xenófobo, racista, lacaio, mentiroso, ou extrema-direita é uma crítica às ideias e comportamentos políticos é um problema seu! Eu não gosto, nem o permito... principalmente porque a questão da veracidade não é indiferente! Se alguém se orgulha que lhe chamem comunista... sinceramente é uma pena, mas (se ele gosta e não tem vergonha) é um problema dele! Mas se, mentindo, me chamam fascista, racista ou xenófobo para mim isso é ofende-me! E é uma ofensa grave: é uma calúnia!!! A diferença, vai desculpar-me, não é nada subtil: é uma evidência!
Quanto à defesa que pretende fazer, é mais como as outras: como pode pretender invocar a defesa quando ninguém procurou ofender Sousa Franco! Até comecei por dizer «e é uma pena que um dos seus maiores protagonistas haja falecido!» E repito-o: «Um dia, com calma, poder-se-à compreender quem foi o autor da "campanha eleitoral vergonhosa"... » porque a vitimização por calúnia foi uma estratégia deliberada! Não do candidato, mas de quem, na sombra, planificou e coordenou a campanha! Limitei-me a criticar os que por cá estão (e muitos ainda continuam nesse registo.. e mentem, mentem, mentem!) e que omitem o essencial! A pena pela morte do Prof. é, por um lado, pelo desaparecimento prematuro do Homem, do Académico e do Político, mas a dimensão política não está relaccionada a ajustes de contas com ele, mas porque a sua morte inibe uma discussão política e o esclarecimento sobre as recorrentes inverdades e insultos que a campanha do PS desferiu contra o CDS e contra Paulo Portas... e que certa comunicação social "engagé" propagou e tornou "verdade oficial"! Finalmente, espero que não me responda como outros já o fizeram: que eu posso não ter dito nada e até nem ter tido a intenção de o fazer... mas, como sou do CDS, isso basta para que eu (ao ter referido o nome do Prof. Sousa Franco) seja culpado de insulto!
Com os Melhores Cumprimentos,

João Titta Maurício

segunda-feira, julho 26, 2004

Nova colaboração de António da Costa

As Ideias, as Pessoas e as Acções

No que, entre nós, passa por ser debate político, desde o plano nacional ao local, existe uma enorme incapacidade para distinguir níveis de discussão que são muito diferentes.
Nos textos que produzi para este blog ou que enviei para a imprensa local (em especial os não publicados), procurei sempre fixar as minhas posições no debate das ideias e das acções das pessoas e não fazer uma discussão das pessoas, por si mesmas, independentemente das suas ideias e acções.
Sempre que individualizei críticas, fi-lo quando as pessoas nomeadas se tornaram veículo da expressão de ideias ou da realização de acções das quais discordo frontalmente.
No campo das acções, as minhas críticas dirigem-se ao poder autárquico sediado na Moita, pela sua omissão, acção tardia ou meramente errada, apesar de um exercício ininterrupto da governação local nos últimos 30 anos.
No campo das ideias, critiquei e critico aqueles que, por não terem responsabilidades directas no exercício do poder, se limitam a debitar discursos vagos e vazios de conteúdo, sem propostas concretas, limitando-se a coreografias de combate político. É que se passa com a generalidade dos que se afirmam como alternativa ao poder vigente, mas apresentam projectos concretos de mudança para o futuro.
Porque há que distinguir os que erram por acção, porque têm o poder para agir, e os que erram por não terem a capacidade de formular ideias alternativas que, chegando ao poder, pudessem ter o efeito de alterar o que está errado.
No concelho da Moita, em minha opinião, estamos muito mal fornecidos de elites ou do que, por cá, poderemos considerar como tal, desde os que, de forma muito pouco competente, têm vindo a exercer o poder, até aos que, na ânsia de lhes suceder, criticam sem o cuidado de aprofundar a sua argumentação.
Tomando como referência as publicações oficiais do município (Boletim Municipal da Moita, agenda Maré Cheia), ou a imprensa local (jornal O Rio, publicação de nome Jornal da Moita e Baixa da Banheira), a que conclusões chegamos:
· No primeiro caso, que vivemos a caminho do melhor dos mundos, em virtude da acção renovadora do executivo autárquico por todo o concelho, como se o que está mal e está em renovação não fosse resultado de décadas de incompetência dos sucessivos executivos da mesma organização política. O facto do actual Presidente da Câmara ter herdado o poder num contexto similar ao nosso actual Primeiro Ministro – sem leições, por fuga do detentor anterior – não justifica uma situação de dupla personalidade em que se afirma uma identidade nova, mesmo se esta nasceu do seio da anterior.
· No segundo caso, que tudo parece estar mal para as forças da chamada oposição, mesmo quando essa oposição já domina posições importante no concelho, nomeadamente no caso de Juntas de Freguesia. Aliás, existem pequenos vultos locais que, apesar de estar já ao seu alcance o que parece ser o aroma do poder local, não conseguem abandonar um discurso de debate político que, criticando, nunca vai além da crítica e chega ao plano da proposta concreta, para ser cumprida sem obedecer a calendários eleitoralistas.

O meu intuito como o deste blog não é de acção política no contexto partidário.
Nós não temos interesse em ser poder, por eleição ou cooptação.
Por isso, não nos digam que nós também só criticamos, poque essa é a nossa verdadeira missão e, diria mesmo, obrigação moral e cívica.
O que pretendemos é dar voz aos eleitores da freguesia de Alhos Vedros e apresentar questões, tanto a quem nos governa como a quem nos pretende governar.
E tentar obter respostas.
Como cidadãos intervenientes e eleitores, recusamo-nos a ser ouvidos apenas de 4 em 4 anos quando vamos colocar o papelinho da urna ou, formalmente, em ocasiões de debate público aberto com responsáveis autárquicos que não servem, pura e simplesmente, para nada, se não para encenar um simulacro de contacto como o «povo», essa massa informe que só serve para encher a boca e os discursos de quem mais o despreza, o mesmo se passando com as iniciativas com responsáveis das restantes forças políticas.
Por tudo isto, comecemos a abrir o jogo e, para além de jogos florais de má qualidade literária e argumentativa, passemos à fase das respostas às questões em aberto.
Tendo sido a freguesia de Alhos Vedros, a mais sacrificada e desprezada do concelho da Moita desde, pelo menos, meados do século XX, o que pretendem os detentores do poder, ou candidatos a detê.lo, fazer para inverter a situação de degradação existente ?
E, por favor, não nos respondam que é com novas urbanizações, com mais betão e alcatrão distribuídos sem critérios ou gosto.
Não é isso que é qualidade de vida.
E, apesar de dizimados, em Alhos Vedros ainda há quem saiba o que isso é, nem que seja por já viu em outros lugares, ou mesmo na TV.


Nota final: Em post recente, Titta Maurício parece querer dar a entender que chamar, na discussão política, «senhor careca de óculos esquisitos» é menos grave que charmar «xenófobo, racista, etc». Poderá ser menos grave, no seu entender, mas não deixa de ser o exemplo de uma crítica que, fugindo aos argumentos, se refugia na ofensa pessoal a traços físicos e pessoais individuais de cada um. Por outro lado, chamar xenófobo ou racista, independentemente da veracidade, pelo menos é uma crítica quanto às ideias e comportamentos políticos de alguém.
A diferença poderá subtil mas penso que é claramente perceptível.
E só faço aqui este comentário porque, não estando o visado (António de Sousa Franco) já entre nós e independentemente de simpatias partidárias, alguém que o defenda quando é atacado de forma que esquece o essencial.

António da Costa



Curiosidades

O debate em torno da impreparação do novo Ministro do Ambiente teve o condão de chamar a atenção para uma questão de interesse para a nova região.
Em protecção da sua seriedade política, o nóvel Ministro alegou que até foi contrado pela Câmara (comunista) de Setúbal para defender os interesses da Amarsul, empresa municipal, contra uma grande empresa.
O senhor Ministro apenas se esqueceu de dois pormenores:
a)      A Amarsul não é uma empresa municipal de Setúbal mas, penso eu, quiçá erradamente, uma empresa formada pela conjunção de vários municípios.
b)      O presidente da administração da Amarsul é um seu correlegionário do CDS, Domingos Saraiva de seu nome (pelo menos isto, o Expresso de sábado descobriu). Como este senhor lá chegou e porque terá escolhido logo Nobre Guedes para advogado da Amarsul são questões que, por certo, só o acaso das coincidências poderá explicar.

Afinal eles vivem

Para grande espanto nosso, registamos a existência no jornal O Rio nº 158  de um texto do responsável distrital da JSD no Distrito de Setúbal.
Afinal os laranjinhas vivem entre nós.
O texto, no entanto, é demasiado risível, no lambe-botismo, para merecer grande comentário.
Não sabemos se o autor também fez parte do longo beija-mão que há uns dias abrilhantou o Palácio da Ajuda, mas tudo faz adivinhar que sim.
Também não sabemos se no seu afã erudito, o dito Nuno Matias, se apercebeu da ironia do título do seu artigo.
Ao homenagear a excelente série de humor inglesa Sim Sr. Ministro ter-se-á esquecido das características do Primeiro Ministro em causa: James Hacker sobe ao cargo sem outro mérito que a força das circunstâncias, exerce o seu cargo com a obsessão da sua imagem na comunicação social e é regularmente manipulado pelo seu secretário permanente, Humphrey Appleby, por ter um conhecimento mais do que deficiente das matérias sobre as quais necessita de tomar decisões.
Não sei se o líder distrital da JSD está a par do conteúdo da série ou se, estando, a sua referência é uma crítica subliminar a Santana Lopes, disfarçada pela retórica bajulenta.
No entanto, acreditamos que essa não seja a sua intenção e que a sua referência resulte apenas de um deslize típico de quem, das coisas, só conhece o nome.

Resposta tardia ao Luís Carlos

Lamentamos só agora ser possível fazer a devida vénia ao Luís Carlos Santos por se ter lembrado de nós quando escreveu no último Rio sobre a bola Roteiro do Euro 2004. Sendo o nome da bola devido ao Roteiro (da viagem à Índia com Vasco da Gama) de Álvaro Velho, sendo Álvaro Velho do Lavradio e sendo, então, o Lavradio parte integrante do concelho de Alhos Vedros, esta seria uma informação que nos daria imenso gozo.
É verdade, mesmo se não se pode chamar alhosvedrense ao homem.
Como também nos dá gozo que, como escreve Fernão Lopes na Crónica da Tomada de Ceuta, a decisão de conquistar Ceuta tenha sido tomada por D. João I em Alhos Vedros, onde se encontrava refugiado da peste que então grassava em Lisboa, sendo para o efeito visitado pelos seus filhos.
Desta forma, é em Alhos Vedros que se dá o arranque da Expansão Portuguesa pelo mundo.
Glórias do passado conhecêmo-las.
O que nos desgosta é o presente e a (aparente) ausência de perspectivas de futuro.

sábado, julho 24, 2004

Destaque

O nosso colaborador Manuel Pedro publicou no último O Rio um excelente artigo de opinião sobre a inexistência do inexistente, ou seja, sobre mais um dos aspectos ridículos da vaidade taurina moiteira.
Leiam-no e riam-se ou, se forem aficionados moiteiros, chorem e cubram a cara de lama.

Os malucos da terra - ponto da situação

Não sabemos se é pela quantidade e qualidade dos malucos da terra, se pela falta de tempo dos nossos colaboradores, está difícil arrancar com esta rubrica.
Mas, como já dissemos, se alguém tiver fotos de alguma das figuras referidas em posts anteiores, mandem-nas que talvez nos inspirem.
Com quase 40º não há inspiração que resista.

Resposta/comentário de Titta Maurício

O nosso leitor Titta Maurício responde aqui a dois textos anteriormente inseridos no blog e, confessemo-lo, começamos a gostar mais do seu tom e do facto de já detectar a diferença entre os nossos textos mais irónicos e aqueles que são para levar mais a sério.
Se um dia pensar abandonar o CDS/PP, convidamo-lo para uma caracolada, se for no Verão, os para uns passarinhos fritos, se for Inverno.
Registamos os argumentos e, por ora, nada temos a obstar pois as opiniões são livres e todas têm lugar. Pelo menos, agora surgem com alguma fundamentação; podemos não concordar, mas pelo menos têm um pouco mais de substância.
Mais adiante veremos se algum dos nossos colaboradores (estamos a pensar no António da Costa) considerará a hipótese de voltar aos temas aqui aflorados.


Meu Caro,
Primeiro, peço desculpa pelo atraso na resposta: a época é de exames e a situação política de excepção deixou-me pouco tempo disponível!
O conteúdo: - Não me queixei... apenas respondi à provocação! - O meu texto foi elaborado a partir de anotações usadas para produzir os comentários que fiz na noite das eleições. Não repeti o argumentário das luminárias na noite eleitoral. Apesar de não acreditar na originalidade pura, prezo-me de tentar inovar, de procurar trazer algo mais (ainda que errado - coisa que poderá ser demonstrada depois de sujeita à publicidade crítica). A argumentação apresentada no texto a que aludiram foi a minha tentativa de controlar os efeitos de uma muito ineficaz resposta do meu partido aos resultados eleitorais! Se me provar que antes de mim outros analisaram os resultados eleitorais do modo como o fiz... aceitarei a acusação de não autoria... mas não a de plágio (que pressupõe o prévio conhecimento)... ou de repetição cega e acrítica de argumentos oficiais!
É por isso profundamente ofensivo que me impute a actividade de repetir «o que Pires de Lima Jr e outros dizem quando apanham um microfone, uma câmara ou um jornalista por perto»! E a análise fala em Ferro Rodrigues porque... era uma análise ao PS e aos propósitos públicos pretendidos por... Ferro Rodrigues!
Possivelmente era mais adequado falar de batatas!?!
Além disso, quando o homem falava na sua vitória... foi ele que a transformou em sua e nela estribou a sua recandidatura à liderança do PS (a oposição interna falva de vitória do PS e de todos os socialistas... recorda-se?!?)! Quem se pôs a jeito foi ele... foi ele quem, pela sua inabilidade política e ânsia de esmagar tudo e todos (dentro e fora do PS), tornou uma vitória eleitoral numa derrota política! E nem preciso recordar porquê... os factos o demonstram! - Quanto à táctica, reconheço que é esse o objectivo: "damage control"! É óbvio, é natural... mas foi intelectualmente honesto e correcto! Foi ou não verdade que Ferro Rodrigues perdeu? Não falo da demissão... mas da emergência de várias candidaturas importantes a desafiarem o (então) Secretário-Geral do PS, as quais perceberam que, não obstante a vitória, ela era o produto da diminuição da votação na Coligação... mas com uma insipiente capacidade de captação desse descontentamento? Esta é uma perspectiva verdadeira e que politicamente permitia uma análise aos resultados (uma derrota) e revelava uma realidade politicamente menos sombria... mas é essa a função de quem tem responsabilidades de liderança! - É óbvio (e far-me-à justiça não discordando), que bem sei que não fui eu quem baralhou as diferentes eleições: apenas respondi aos que pretenderam extrapolar os resultados de um para outro sufrágio... e onde demonstrei (penso) que a legitimidade eleitoral da maioria parlamentar não havia sido diminuída! Não pretendi chegar a lado nenhum... a não ser o de provar que aquele caminho argumentativo era um beco-sem-saída...
Aliás a versão primeira do texto (que teve de ser retirada em nome do espaço disponível) dizia: «Afirmar que, por isso, a coligação sofre de uma “menor legitimidade” para governar, ou que «a maioria é agora minoritária» é retirar “ilações” que, de tão “criativas”, se tornam “delirantes”: nas eleições onde se decide a governação do país, as legislativas, os partidos da coligação receberam mais 640.000 votos dos que, no Domingo, foram obtidos por toda a oposição... somada! Esta não é uma leitura “desculpativa”, mas apenas reparos a interpretações politicamente abusivas. É legítima a comparação dos resultados... até porque foi o PS (seguido pela esquerda extrema e a extrema-esquerda) quem levantou a questão da legitimidade do Governo (que lhe advém das eleições de 2002)!» - Nego por isso a insinuação de que me faltou objectividade na análise dos resultados. Poderia até ousar afirmar que tive razão, pois os factos provaram que Ferro Rodrigues teve uma vitória de Pirro! - Um dia, com calma, poder-se-à compreender quem foi o autor da "campanha eleitoral vergonhosa"... e e uma pena que um dos seus maiores protagonistas haja falecido! É engraçado que referir-se a alguém (contando uma "história" que, em termos retóricos, exigia que não se referisse explicitamente a identidade do personagem) como «um senhor careca de óculos esquisitos» seja muito ofensivo! E dizer que alguém é «o pai, a mãe, o cão, o gato e o piriquito do déficit» é um pecado de bradar aos Céus... Mas chamar «extrema-direita, racista, xenófobo, fascista, radical, submarino, mentiroso» etc é normal. Ou seja (e o argumento não é meu), segundo esta escala de gravidade de termos é pior ser careca do que mentiroso?!?
Quanto ao «copinho de leite aguado João Almeida» é uma pena que ninguém dê relevo ao facto de, não tendo dito nada de mais, ele haja tido a coragem de, publicamente, ter dito que não havia pretendido ofender o Prof. Sousa Franco e que se ele entendia as palavras dele como ofensivas ele pedia desculpa por elas! - Quanto à análise da situação decorrente da demissão do PM: eu até posso ter muitos defeitos e virtudes... mas bruxo não consta que seja! O texto, repito, foi escrito na noite das eleições...
Sobre a «incoerência argumentativa da coligação em situações quase similares» o TM não fala porque não percebe o que o Paulo quis dizer?!? Se fala na demissão de Durão Barroso... já expliquei! E por isso esquecimentos todos temos... mas usar de argumentos contextualmente anacrónicos para imputar aos outros erros não existentes como se devem classificar? Cegueira? Desonestidade intelectual? Ou mera falta de pudor, onde tudo vale para à outrance atacar os outros?!?
A banalidade... dou de barato!
Quanto ao texto... o outro... o mais denso e que (por alto) me pareceu intelectualmente sério... não me esqueci: apenas aguardo tempo para o ler! Mas folgo em saber que sente a falta do meu comentário! Também eu prezo os seus... excepto quando eles demonstram as limitações daqueles que se pretendem dedicar a «apontar as limitações daqueles que aspiram ao poder no nosso concelho, porque quanto ao país é aquilo que se vê e não se acredita»!
E, Paulo, permita-me que, no mesmo, comente o comentário do Senhor António Costa. Assim:
Noutra altura (promessas, promesas... já estará o Paulo a bradar!), terei todo o prazer em acrescentar algo à sua análise sobre o passado autárquico do nosso concelho. Por ora, admito que as suas palavras são assisadas!
Já discordo da sua antevisão do futuro.
Em primeiro lugar, porque me parece pouco provável que o PS «herde a criança»... a não ser que haja um deliberado estímulo à abstenção... poderá usar uma táctica semelhante à tão vitoriosa nas europeias! O problema é que poderá funcionar com a direita (por fixação de um bloco opositor que se deixou diabolizar por toda a esquerda - mas que só funcionou porque o PCP e, principalmente, o BE tinham a ilusão de poderem beneficiar da sua aceitação como parceiros de governação!). Mas não creio que funcione quando o alvo é a própria esquerda... ainda que poder!
Segundo, não falando da política de alianças à direita e à esquerda, detenho-me apenas na sua afirmação sobre a (suposta) «agressividade da liderança local [do CDS-PP] para com a esquerda». Como sou eu quem tem protagonizado os textos, penso ser-me legítimo que explique onde está a agressividade? Admito que sou radical nos termos (e com radical quero dizer aquele que busca ir à raíz das coisas), isto é, que gosto de chamar as coisas como eleas são e de ter a coragem de discutir, dando a cara pelas minhas opiniões. O que acha que deveria fazer? Repetir argumentos estafados? Acobardar-me e calar-me na esperança de uma monetariamente vantajosa transferência de partido? Além disso, a agressividade é mútua... com a particularidade de eu a protagonizar e os outros mandarem os "cães-de-fila" para insultar (não estou a referir-me a si nem a este blog... é público e, por isso, "todos sabem de quem é que eu estou a falar"!!! Mas deixe lá. É minha convicção que este seu (saudável e sério) exercício teórico de análise poderá ficar esgotado se se apresentar(em) alternativa(s) séria(s)... assim os partidos da oposição as queiram! E não voltem a acontecer "coisas esquisitas" no apuramento final dos resultados...
Há ideias, há alternativas... falta a humildade e a vontade de querer apresentar soluções ganhadoras! Aqui, como no país, a hora é não de mera mudança de pessoas, mas de geração! Não porque sim... mas porque o Futuro o exige!
Mas isso são conversas para "pregar noutras freguesias"...
Quanto ao mais, concordo com a necessidade de um Plano Estratégico... só não concordo com a sua previsão pormenorizada como defende: parece proposta de plano central... e os efeitos seriam sempre contrários às suas (admito) bondosas intenções!
As suas dúvidas e levantamento de problemas em Alhos Vedros e no concelho, registo-os e procurarei que o responsável que o CDS vier a escolher sobre eles se pronuncie!
Quanto ao seu argumento final, perdoar-me-à, é revelador de desencanto e (pior) anuncia desistência!
A alternativa não pode (nem é!) entre mudar a teta ou os que nela mamam... porém, manter uns e outros ainda é pior! A incapacidade de as oposições se apresentarem aos eleitores como alternativas credíveis é um mal bem pior do que um mau governo!
Finalmente, tomar todos pela parte parece-me errado: a melhor maneira de manter tudo na mesma é usar argumentos como os seus! Quando se diz que a alternativa é igual à situação a conclusão lógica é que mais vale manter no poder os que se conhece! Não esqueça que o Povo canta que «para melhor está bem, está bem!»
E você sabe... que nem todos são iguais!
Com os Melhores Cumprimentos,

João Titta Maurício

quinta-feira, julho 22, 2004

Pedido legítimo

Gostaria de saber se já pensaram em "abrir" a intervenção dos leitores através da inclusão de
comentários nos post's.
Acho que iria aumentar a interactividade de todos os alhos vedrenses que visitam o blog.

Cumprimentos.

José Luís Pinto
 
 
Caro leitor,

O seu pedido é perfeitamente lógico e legítimo e ainda não instalámos tal funcionalidade no blog por duas razões:
Em primeiro lugar porque, nos primeiros tempos, recebemos algum correio que apenas consistia na pura e simples asneira que, no caso de existir abertura a comentário livres, não levava o blog a lado nenhum. Por isso, decidimos manter o blog aberto a todas as colaborações enviadas para o nosso mail (avedros.clix.pt), as quais depois fomos inserindo quando os autores não o proibiam expressamente. Daí não resultou qualquer tipo de censura à manifestação de opiniões (a polémica entre o nosso colaborador Roldão Preto, o nosso leitor Titta Maurício e eu próprio aí está nos arquivos para o provar) mas apenas ao palavrão, ofensa e disparate sem sentido, na nossa opinião.
Em segundo, porque ainda não houve tempo para explorar todas as funcionalidades que o Blogger agora já permite, incluindo a inserção de imagens. No nosso fotoblog já existe a possibilidade de comentários, pois essa é uma funcionalidade base que não eliminámos.

Enquanto não reformularmos o aspecto do Alhos Vedros ao Poder, vamos ficando pelo envio de comentários para o mail que nós inserimos sempre como pode ser constatado pela evolução dos posts destes últimos tempos.

De qualquer modo teremos brevemente a sua proposta em apreciação pela equipa de colaboradores internos regulares. Quem estiver com tempo em Agosto irá ficar encarregue da coisa.

quarta-feira, julho 21, 2004

Mais tabernas

A nossa iniciativa sobre as tabernas de Alhos Vedros continua a colher colaborações. Agora é o nosso leitor Guerreiro que junta uma outra à nossa inventariação.
Isto sim, é serviço público.

 
Bom dia
 
Gostaria de acrescentar à lista de tabernas o "Ferrinho de Engomar" que ficava na zona atrás dos correios, mesmo junto á actual passagem pedonal sobre a linha férrea para o Bairro Gouveia.
 
Saudações Alhosvedrenses
 
Guerreiro

Mais propostas

Não queremos que isto seja um inventário, por isso seremos um bocadinho selectivos nas nossas novas propostas para ocupar os tempos livres do Verão.
 
Comecemos pelo cinema:
 
·        Fora de casa, para miúdos e graúdos, vejam o Shrek2 que é uma nova pequena maravilha. De caminho, comprem o DVD do primeiro Shrek que custa cerca de € 15 e vale todo o dinheiro que gastam. Depois, esperem pelo fim do mês (estreia a 29) e vejam o Farenheit 9/11 do Michael Moore que, mesmo se polémico e discutível nas opiniões, é algo que se não deve perder.
·        No recato da casa, como proposta económica, vejam se ainda apanham o DVD distribuído com o Público de há 1 ou 2 semanas Casamento Debaixo de Chuva que serve para percebermos que as famílias são basicamente o mesmo em todo o lado e em todas as culturas. Neste caso é na Índia, mas podia ser em Itália, em Portugal, na comunidade jucaica, etc, etc. Como proposta um pouco mais cara (aí para perto de € 20) arranjem o Mystic River do Clint Eastwood que, tal como o livro, também vale o dinheiro que custa. Para quem gosta de séries de televisão, e apesar de não ser um clássico absoluto da comédia britânica (aí temos o Sim, Sr. Ministro, o Alô, Alô, as Faulty Towers, o Black Adder, etc, etc), saiu o conjunto de 2 DVD’s da série The Office que ainda anda a passar pela Sic Radical em horário que não percebo.
 
Passando de novo aos livros, e correndo o risco de parecer pago pelas Publicações Dom Quixote, tentem ler um ou dois destes livros:
 
·        Middlesex de Jeffrey Eugenides, sobre as atribulações da identidade sexual no mundo moderno. Ganhou prémios mas é bom. É difícil de ler um bocadinho, mas não estou a escrever para moiteiro ler.
·        Sete Mares e Treze Rios de Monica Ali, também com prémios mas muito bom. De novo famílias indianas fora do seu ambiente, mas muito bem também.
·        O Cego de Sevilha de Robert Wilson, bom policial para espairecer, não sendo de esquecer Uma Pequena Morte em Lisboa, do mesmo autor, já de há alguns anos.
·        O Estranho Caso do Cão Assassinado (ou algo parecido, pois não li a edição portuguesa, sou muito snob) de Mark Haddon, um falso livro para crianças da Editorial Presença.
·        As Cinzas de Ângela (Frank McCourt, Editorial Presença), de preferência no original, para melhor percebermos o humor negro da miséria na Irlanda de meados do século.
·        Youth de J. M. Coetzee, sem edição portuguesa, mas uma edição de bolso inglesa muito acessível de preço da Vintage (Random House) que se acha numa Fnac perto de si.
·        De autores de língua portuguesa leiam a Fantasia para Dois Coronéis e uma Piscina de Mário de Carvalho (pela acidez irónica do olhar sobre o nosso país), o Fio das Missangas de Mia Couto (o melhor escrito na nossa língua, de muito longe), ou qualquer livro de contos ou crónicas de Luís Fernando Veríssimo (pelo humor no seu estado puro).
·        Em Banda Desenhada, as edições são tantas que não é possível acompanhar tudo o que sai de bom, em especial das edições Asa. Quanto a clássicos, registe-se para os mais nostálgios que estão a sair os volumes (com 3 ou 4 álbuns na sequência original) da L’Intégrale do Ric Hochet (em francês, é óbvio, vai no 3º volume com o 4º aprazado para 31 de Agosto).  Quanto a revistas, para quem não gosta de japonesadas soft-core ou de super-heróis a vida está difícil mas nas papelarias de centros comerciais acham-se revistas como a Bo-Doi (formato mais clássico) ou a L’Écho des Savanes (formato mais atrevido com artigos de fundo de temas mais marginais), as duas com números especiais de Verão, que servem para matar um pouco a saudade de coisas maiores como a (a suivre), a Metal Hurlant francesa ou mesmo a velhinha Pilote.
·        Para os políticos locais leiam o livro Glória de Vasco Pulido Valente (está meio gágá mas o livro é aproveitável) para verem como, já no século XIX, o vazio de conteúdo e de talento chegava com alguma facilidade a posições de destaque na política.
·        Para os moiteiros que sabem ler, não nos esquecemos, e recomendamos dois livros fundamentais – a História de um Idiota contada por ele mesmo de Félix de Azúa (de 1988 da Editorial Querco, livro quase por certo esgotado) ou o Elogio do Imbecil de Pino Aprile (Publicações D. Quixote, 2000). 
    
  Quanto a música, e por expressa pressão do Manuel Pedro (com ameaças de coacção física), recomenda-se a audição do álbum dos Scissor Sisters,  para reviver os anos 70 com ironia, seguindo pelos regressos de Morrissey (I’m the Quarry com o antológico Irish Blood, English Heart a provar que o homem não está tão decrépito como julgávamos) e dos Beastie Boys (To the 5 Boroughs) e acabando por agora nos Keane (Hopes and Fears), mas não esquecendo o (também falsamente infantil) álbum de Adriana Partimpim.
 
Lá para a semana faremos outra listinha.
‘Inté.

terça-feira, julho 20, 2004

Pedido

A equipa do blog gostaria de pedir a todos os nossos leitores que tenham fotos do património antigo da vila (edifícios que cairam, tabernas antigas, lojas, quintas ou oputros locais - como a praia "da Gorda", etc) que nos mandem as imagens digitalizadas (por scanner ou outro meio) para o endereço avedros@clix.pt para que as possamos inserir no nosso fotoblog. Vejam lá o que é que fazem e mandem as imagens de preferência em jpg até 150 Kb para serem passíveis de inserir no fotoblog.
O Blogger já nos permite inserir imagens no blog mas como já temos o outro criado (o AVedros Visual), vamos continuar na modalidade actual.
 
Obrigado

As Tabernas de Alhos Vedros

O nosso leitor Luís Sancho manda-nos um novo e inestimável contributo, agora para o inventário das tabernas de Alhos Vedros. Isto é que são leitores como deve ser. Muito e muito obrigado.
 
Bom dia 
 
Pretendo aqui colaborar na inventariação de antigas tabernas de AlhosVedros.Aqui vão umas quantas cuja origem remota à primeira metade do século passado e cujo nome tem normalmente a ver com quem as explorava. 
 
Taberna do Laureano           - Talvez a mais antiga, ficava onde hoje é o Café S. Lourenço. 
 
Taberna do Américo Pinto   - Ficava em frente do Coreto. 
 
Taberna da Ivone                   - Já vinha do tempo de seu pai e ficava perto do Mercado antigo, no Largo da Igreja, hoje em frente do Centro Cultural José Afonso.  
 
Taberna do Tec Tec                - Veio depois a ser a taberna do Zé António, onde se comiam os melhores caracóis da vila [é verdade, sim senhora, Nota da redacção] e ficava onde hoje é o Café do Ferreira. 
 
Taberna do Zé da Cruz        - Ficava ao lado dos Correios, em frente da CACAV. 
 
Taberna 1º Maio                 - Ficava no cantinho junto ao CRI 
 
Taberna do Figueiredo        - Ficava na rua que vai para estação da CP, onde hoje é um descampado e onde ficava um prédio onde funcionaram os antigos Correios e a Central telefónica de Alhos Vedros.  
 
Saudações Alhosvedrenses. 
 
Luís Sancho
 

segunda-feira, julho 19, 2004

Mais leituras

Para quem queira saber como vai o mundo fora do nosso concelho e do nosso país, foram publicados por estes dias dois livros fabulosos que ninguém devia deixar de ler.
O primeiro é de Richard Clarke, o senhor que coordenou a luta antiterrorista nos EUA durante uma década e que, nas audições do inquérito sobre o 11 de Setembro, deu uma tareia monumental na administração Bush; chama-se o livro Contra Todos os Inimigos e é da Difel.
O outro chama-se O Futuro da Liberdade, é de Fareed Zakaria, um editor chefe da revista Newsweek, é publicado pela Gradiva, e é um ensaio brilhante sobre a forma como a imposição da democracia pelo mundo é um processo complicado.
 
Prometo que para a próxima as propostas serão mais ligeiras, mas estes são livros que só podem fazer bem a quem os ler, pois nos ajudam a perceber o que nem sempre é óbvio.

Questão pertinente

Um nosso leitor chama-nos a atenção para um detalhe que um dos nossos colaboradores já tinha aflorado mas que nunca é demais realçar.
 
 
Bom dia
 
Não é que seja contra a Liberdade de Imprensa, mas para quê circular emAlhos Vedros, algo que se autodenomina Semanário Independente da Moita e Baixa da Banheira ???
 
Saudações Alhosvedrenses. 
 
Luís Sancho

domingo, julho 18, 2004

Leituras de Verão

Para ocuparem um pouco do tempo que por vezes sobra no Verão e que pode ser útil para actualizar, renovar ou adquirir novos conhecimentos, ficam aqui algumas propostas sobre a evolução histórica de Alhos Vedros e a sua inserção no contexto da margem sul do Tejo.
 
Em primeiro lugar para um enquadramento geográfico-económico, mas não só e muito mais, o clássico livro de Maria de Alfreda Cruz, A Margem Sul do Estuário do Tejo – Factores e formas de organização do espaço (1973).
 
Como a (ainda) melhor introdução ao processo histórico de criação dos concelhos da margem sul, leia-se o artigo de José Manuel Vargas “De Alcochete ao Barreiro – Alguns elementos para o estudo do antigo concelho do Ribatejo”, incluído no volume História de Palmela – Palmela na História (1988). Para complementar existe um outro artigo, mais antigo, de João Luís da Cruz, sobre os “Concelhos Ribeirinhos da Margem Sul do Tejo” no Boletim da Junta da Província da Estremadura (nºs 38-40 de 1955).
 
Como retrospectiva da evolução de Alhos Vedros, continua actual a obra do Padre Carlos Alves, Subsídios para a História de Alhos Vedros – Informações paroquiais de Alhos Vedros e Moita (1992, com nova edição mais recente).
 
Embora sobre o actual concelho do Barreiro, mas com boa informação sobre o que foi parte do concelho de Alhos Vedros até ao início do século XVI, de Ana de Sousa Leal, O Barreiro e a Expansão Portuguesa – Imagens do concelho dos séculos XV a XVII (1992).
 
Da mesma autora e de Fernando Pires, é do maior interesse o pequeno volume Alhos Vedros nas Visitações da Ordem de Santiago (1994).
 
Para um enquadramento do que resta actualmente em Alhos Vedros e região envolvente em termos de património, com abundante documentação, de Eulália Paulo e Paulo Guinote, A «Banda d’Além do Tejo» na História (2000).
 
Sobre o imbróglio da autonomização da Moita do concelho de Alhos Vedros, leia-se ainda o trabalho de Maria Clara Santos, Moita – Vila há 300 anos (1991).
 
Quando tivermos mais tempo, recomendaremos a leitura de textos de época com descrições da região, mas por agora fica-se por aqui. Como quase tudo isto já não está disponível para compra, nada como fazer uma vista à Biblioteca Municipal que, se não tem, devia ter este tipo de documentação. Boa sorte.

sábado, julho 17, 2004

Mais material alheio, que a imaginação falta

O texto que se segue é uma pequena maravilha.
Pertence ao blog jaquinzinhos, que aqui se recomenda vivamente, com arrozinho de tomate e um vinhito verde, bem fresquinho.
 
 
 
  O Monstro das Bolachas
 
Santana mandou uma boca e foi o que se viu. O autarca de Santarém dá saltinhos de alegria. As rádios e as TVs fizeram foruns. Os antiregionalistas do PSD aplaudiram e os regionalistas do PS criticaram. No Jaquinzinhos sugere-se uma alternativa. Em vez de mudar o Ministério da Agricultura para Santarém, porque não extingui-lo? Para que é que precisamos de um Ministério da Agricultura? Para distribuir subsídios contrata-se um banco, que o fará com eficácia alocando meia dúzia de funcionários. Uma ou duas funções necessárias de fiscalização concessionam-se. Testes laboratorias fazem-se nas universidades. Fazia-se uma boa limpeza. Acontece que este minstério é um excelente representante da burocracia à portuguesa. É assim "O Monstro das Bolachas": O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS é composto pelo GABINETE DO MINISTRO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS, que para lá do chefe de gabinete e três secretárias pessoais comporta ainda um chefe de gabinete adjunto, quatro assessores normais, dois assessores de imprensa e dois assessores para a reforma agrária. Acompanham esta equipa meia dúzia de secretárias e uma catrefada daquilo a que se costuma chamar staff. O Ministério tem três secretarias de estado. O SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO E DAS PESCAS não me parece ser um homem só. Está acompanhado pelo Chefe de Gabinete do Secretário de Estado Adunto e das Pescas, ajudados por 3 secretárias pessoais. Existem dois adjuntos do Chefe de Gabinete do Secretário de Estado Adunto e das Pescas e três assessores do Secretário de Estado Adjunto e das Pescas. Já o SECRETÁRIO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO RURAL tem uma chefe de gabinete da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional e é mais comedido nas secretárias pessoais. Duas chegam. O Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural tem apenas dois adjuntos e três assessores. No meio de tudo isto, a SECRETARIA DE ESTADO DAS FLORESTAS merece um aplauso. Não vejo como é que o senhor Secretário de Estado das Florestas consiga gerir o seu estaminé apenas com uma chefe de gabinete da Secretaria de Estado das Florestas, duas secretárias pessoais e apenas três adjuntos. Entramos depois nos Serviços Centrais. O primeiro com interesse é o GABINETE DE PLANEAMENTO E POLÍTICA AGRO-ALIMENTAR. Serve este gabinete para apoiar a concepção e assegurar a coordenação, avaliação e acompanhamento das políticas agro-alimentares, do desenvolvimento rural e das pescas, no âmbito nacional e comunitário, participar na formulação das políticas sectoriais e acompanhar a execução das medidas que as sustentam e coordenar e apoiar as relações dos serviços do Ministério com a União Europeia, organizações internacionais e países terceiros. Tem uma directora de gabinete de planeamento e política agro-alimentar e dois subdirectores. Para cumprir a sua nobre missão, existe uma DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ASSUNTOS EUROPEUS E RELAÇÕES INTERNACIONAIS que, dada a complexidade das tarefas se divide em três outras divisões: A DIVISÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS, a DIVISÃO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS e a DIVISÃO DE COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO. Como é evidente isto é muito insuficiente para o GABINETE DE PLANEAMENTO E POLÍTICA AGRO-ALIMENTAR. Tem mais divisões. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO que por sua vez se divide na DIVISÃO DE FORMAÇÃO E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS e na DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL. Não nos devemos esquecer da DIVISÃO DE DIVULGAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS, da DIVISÃO DE DOCUMENTAÇÃO, do GABINETE JURÍDICO e da DIVISÃO DE ORGANIZAÇÃO E INFORMÁTICA. Aparte destas divisões, chamadas de apoio técnico e administrativo, existem os chamados SERVIÇOS OPERATIVOS. O primeiro é a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ESTATÍSTICA E GESTÃO DE INFORMAÇÃO, que tutela a DIVISÃO DE ESTATÍSTICAS AGRÍCOLAS E DOS MERCADOS AGRO-ALIMENTARES e a DIVISÃO DE INQUÉRITO, METODOLOGIA ESTATÍSTICA E GESTÃO DE INFORMAÇÃO. Depois existe a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ESTUDOS, PLANEAMENTO E PROSPECTIVA que não quer ficar atrás e também tem as suas divisões: a DIVISÃO DE ESTUDOS E ANÁLISE DE CONJUNTURA, a DIVISÃO DE PLANEAMENTO E POLÍTICAS, a DIVISÃO DE POLÍTICA SÓCIO-ESTRUTURAL e a DIVISÃO DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO. Por sua vez a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE PRODUÇÕES VEGETAIS tutela a DIVISÃO DE CULTURAS ARVENSES, a DIVISÃO DE AZEITE E AZEITONAS, a DIVISÃO DE AÇUCAR, TABACO, BANANA, TÊXTEIS E OUTROS E A DIVISÃO DE FRUTAS, HORTÍCOLAS E FLORES. (Não se pode dividir isto mais um bocadinho? Talvez separar o tabaco das bananas não seja má ideia.) Continuando que ainda estamos longe do fim. Chegamos à DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE PRODUÇÕES ANIMAIS, com as suas orgulhosas DIVISÕES DE BOVINOS, OVINOS E CAPRINOS, DIVISÃO DE LEITE E LACTICÍNIOS e a DIVISÃO DE AVES, OVOS E SUINOS. Assim encerramos o GABINETE DE PLANEAMENTO E POLÍTICA AGRO-ALIMENTAR. Passemos aos seguintes. Além do parcimonioso serviço central de AUDITORIA JURÍDICA, temos a INSPECÇÃO-GERAL E AUDITORIA DE GESTÃO, com um director-geral e uma Subdirectora-Geral. Esta Inspecção Geral tem uma DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE AUDITORIA DE ACÇÕES ESTRUTURAIS E DE GESTÃO que coordena a DIVISÃO DE AUDITORIA DE ACÇÕES ESTRUTURAIS e a DIVISÃO DE AUDITORIA DE GESTÃO. Por sua vez a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE AUDITORIA DE ACÇÕES CONJUNTURAIS E DE GESTÃO coordena a DIVISÃO DE AUDITORIA DE ACÇÕES CONJUNTURAIS e a DIVISÃO DE AUDITORIA DE GESTÃO. Elementar. Também aqui encontramos a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE INSPECÇÃO E PROCESSOS ESPECIAIS (SIPE), com a sua DIVISÃO DE PROCESSOS ESPECIAIS e a DIVISÃO DE INSPECÇÕES ESPECÍFICAS. Voltemos aos Serviços Centrais para vos apresentar a SECRETARIA GERAL DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS. Aqui encontramos a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE RECURSOS HUMANOS, com as suas necessárias DIVISÃO DE PLANEAMENTO E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS, a DIVISÃO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL e a REPARTIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL. Também por aqui se encontra a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS FINANCEIROS E PATRIMONIAIS que ostenta as orgulhosas DIVISÃO DE PROGRAMAÇÃO E GESTÃO FINANCEIRA, REPARTIÇÃO DE ORÇAMENTOS E CONTABILIDADE e a REPARTIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL. Continuando na viagem, passamos pela DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO INFORMÁTICA mais a sua DIVISÃO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO, o CENTRO DE FORMAÇÃO E PRODUÇÃO DE AUDIO VISUAIS (o que seria uma organização destas sem auto-produção de audio visuais?) e finalmente a DIVISÃO DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO INFORMÁTICA. Finalmente, na SECRETARIA GERAL DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS encontramos um GABINETE JURÍDICO. Continuando a viagem pelo Ministério, eis-nos num novo serviço central. A DIRECÇÃO GERAL DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLO DA QUALIDADE ALIMENTAR. Para lá do Director-Geral e do Subdirector-Geral, esta Direcção geral também tutela várias Direcções, a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO que coordena a DIVISÃO DE RECURSOS HUMANOS E INFORMÁTICA, o NÚCLEO DE INFORMÁTICA e a DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE ALIMENTAR por sua vez coordena a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL e a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL. Existe também nestes serviços centrais a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE CERTIFICAÇÃO, NORMALIZAÇÃO, PROMOÇÃO E GARANTIA DA QUALIDADE ALIMENTAR. Aqui todos gostam de nomes grandes. Esta Direcção coordena a DIVISÃO DE CERTIFICAÇÃO E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DOS PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL, a DIVISÃO DE CERTIFICAÇÃO E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DOS PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL, a DIVISÃO DE NORMALIZAÇÃO E GARANTIA DA QUALIDADE ALIMENTAR e o NÚCLEO DE ROTULAGEM E EMBALAGENS. Por sua vez, o DEPARTAMENTO DE COORDENAÇÃO E APOIO TÉCNICO coordena o NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO, INFORMAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS, o NÚCLEO DE FORMAÇÃO e o NÚCLEO DE PLANEAMENTO E ESTATÍSTICA. Um outro importante departamento é DEPARTAMENTO DE REGULAMENTAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO ALIMENTAR. Também aqui preferem os núcleos. Têm dois, o NÚCLEO DE REGULAMENTAÇÃO e o NÚCLEO DAS CONTRA-ORDENAÇÕES. Já o imprescindível GABINETE DAS TROCAS INTRACOMUNITÁRIAS E COM PAÍSES TERCEIROS parece-me muito só. Não tem núcleos nem divisões. Injusto. Ainda por aqui, encontramos o LABORATÓRIO CENTRAL DE QUALIDADE ALIMENTAR, com as suas DIVISÃO DE MICROBIOLOGIA, DIVISÃO DE GÉNEROS ALIMENTÍCIOS COMUNS, ADITIVOS E CONTAMINANTES e a DIVISÃO DO VALOR FÍSICO E TECNOLÓGICO E MICROBIOLOGIA. Pura ciência. O SERVIÇO DO AUDITOR DE AMBIENTE DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS parece-me ser mais contido. Aguenta-se com um pequeno gabinete de apoio e secretariado. Um dos Serviços Centrais mais importantes é o INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E HIDRÁULICA, que resulta da fusão entre a DIRECÇÃO GERAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL (DGDRural) e o INSTITUTO DE HIDRÁULICA, ENGENHARIA RURAL E AMBIENTE (IHERA). A lei orgânica que criará as dezenas de capelinhas ainda não chegou, mas os fundidos tinham as suas organizaçõezinhas. A DIRECÇÃO GERAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL tinha a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO, o GABINETE JURÍDICO e a DIVISÃO DE INFORMAÇÃO E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL, que deve dar para pagar umas viagenzitas. Esta direcção ainda tem mais uns directores e respectivo staff nos seus serviços operativos: o primeiro é a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE PLANEAMENTO E AMBIENTE, que se subdivide na DIVISÃO DE ORGANIZAÇÃO E INFORMÁTICA, na DIVISÃO DE FORMAÇÃO E GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS, na DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL e ainda na REPARTIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL. Em segundo lugar aparece a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DOS RECURSOS NATURAIS E DOS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLAS, também alimenta bastantes clientelas, nomeadamente na DIVISÃO DE CARTOGRAFIA E INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA, na DIVISÃO DE SOLOS, na DIVISÃO DE HIDROLOGIA AGRÍCOLA E QUALIDADE DA ÁGUA e na não menos importante DIVISÃO DE APOIO AOS PERÍMETROS DE APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA. O que seria de nós sem eles? A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE HIDRÁULICA E ENGENHARIA RURAL também está bem cheinha de divisões. São elas a DIVISÃO DE REGA, DRENAGEM E CAMINHOS, a DIVISÃO DE ESTRUTURAS HIDRÁULICAS, a DIVISÃO DE MECANIZAÇÃO AGRÁRIA e a DIVISÃO DE ESTRUTURAÇÃO AGRÁRIA. Gosto de ver a quantidade de gente que trabalha a bem do país. Finalmente, a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE GESTÃO DE PROJECTOS E OBRAS dá trabalho a mais uns quantos chefes de divisão e respectivas equipas, na DIVISÃO DE TOPOGRAFIA, na DIVISÃO DE OBRAS E FISCALIZAÇÃO e no GABINETE DE GESTÃO DO PARQUE DE MÁQUINAS. Mas se isto era a DIRECÇÃO GERAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL, a outra que com esta se fundiu é bem mais interessante. É presiso fôlego para descrever esta direcção. Junto ao Director, há 4 gabinetes: o GABINETE DE APOIO JURÍDICO, o NÚCLEO DE PROMOÇÕES E RELAÇÕES PÚBLICAS, o SERVIÇO DE COMÉRCIO DE GADO, LEILÕES E BOLSAS e o serviço de APOIO TÉCNICO À CAMPANHA LANAR. Pois. Depois temos 4 Direcções de Serviços e 19(!!!) divisões ou unidades orgânicas. É assim: A primeira direcção é a DIRECÇÃO DE AMINISTRAÇÃO que tem a DIVISÃO DE FORMAÇÃO, GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E INFORMÁTICA, a DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL e a REPARTIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL. A segunda é a DIRECÇÃO DE PLANEAMENTO com as suas DIVISÃO DE DOCUMENTAÇÃO E TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO, DIVISÃO DE ESTUDOS, PLANEAMENTO E PROSPECTIVA, e DIRECÇÃO DE PROGRAMAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO. E o importantíssimo OBSERVATÓRIO DO MUNDO RURAL. Em terceiro lugar temos a DIRECÇÃO DE ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ESPAÇO RURAL, mais as suas DIVISÃO DE GESTÃO DE PROGRAMAS E PROJECTOS DE DESENVOLVIMENTO RURAL, a DIVISÃO DE VALORIZAÇÃO DO AMBIENTE NATURAL E DO PATRIMÓNIO CULTURAL, a DIVISÃO DE DIVERSIFICAÇÃO DE ACTIVIDADES NO MEIO RURAL e a DIVISÃO DE PROMOÇÃO DE PRODUTOS DE QUALIDADE. A quarta e última mas não menos importante direcção chama-se DIRECÇÃO DE QUALIFICAÇÃO E ASSOCIATIVISMO. As suas divisões são todas de morrer e pedir mais. Temos a DIVISÃO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, a DIVISÃO DE ASSOCIATIVISMO E APOIO INSTITUCIONAL, a DIVISÃO DE GESTÃO E CONTROLO DE FORMAÇÃO, a DIVISÃO DE RENOVAÇÃO DO TECIDO PRODUTIVO e ainda a importante unidade orgânica que dá pelo nome de CENTRO NACIONAL DE FORMAÇÃO TÉCNICA E HERDADE DE GIL VAZ. Voltando aos Serviços Centrais do Ministério, aqui está mais um: a DIRECÇÃO GERAL DE PROTECÇÃO DAS CULTURAS. O organigrama desta imbatível direcção geral é mais uma longa lista de direcções, divisões e coisas afins. Assim, adjuntos ao Director Geral e ao Subdirector-Geral (há sempre um amigo perto de nós), temos o sempre presente GABINETE JURÍDICO e o GABINETE DE GARANTIA DE QUALIDADE. Esta Direcção Geral tutela o CENTRO NACIONAL DE REGISTO DE VARIEDADES PROTEGIDAS e tem mais 4 Direcções de Serviços. Começemos a viagem pela DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE FITOSSANIDADE, e pelas suas 4 divisões, a DIVISÃO DE INSPECÇÃO FITOSSANITÁRIA, a DIVISÃO DE SANIDADE VEGETAL, a DIVISÃO DE PRAGAS E MEIOS DE PROTECÇÃO e a DIVISÃO DE IDENTIFICAÇÃO E BIOECOLOGIA DE PATOGÉNEOS. O passeio continua pelas 3 divisões da DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE SEMENTES E PROPÁGULOS, a DIVISÃO DE SEMENTES, a DIVISÃO DO CATÁLOGO NACIONAL DE VARIEDADES e a DIVISÃO DE MATERIAIS DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA. Muito bonitas, todas elas. A terceira direcção a visitar é a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS que tem apenas 4 divisões: a DIVISÃO DE HOMOLOGAÇÃO, a DIVISÃO DE TOXICOLOGIA AMBIENTE E ECOTOXICOLOGIA, a DIVISÃO DE FORMULAÇÕES E RESÍDUOS e a DIVISÃO DE AVALIAÇÃO BIOLÓGIGA. Para ajudar todos estes serviços temos a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE GESTÃO, ADMINISTRAÇÃO E APOIO TÉCNICO, mais as suas basilares divisões: a DIVISÃO DE PLANEAMENTO, INFORMÁTICA E ESATÍSTICA, a DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL, a DIVISÃO DE FORMAÇÃO E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS, a DIVISÃO DE DOCUMENTAÇÃO, INFORMAÇÃO E RELAÇÔES PÚBLICAS e a REPARTIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL. Uauuu... Isto só pode ser uma S&P 500... Já em 2004 foi criada a DIRECÇÃO GERAL DOS RECURSOS FLORESTAIS. Esta direcção geral aguarda a lei orgânica que lhe permitirá criar todos os tachos e capelinhas para dar emprego a muitos amigos, mas para já tem apenas um director e três sub-directores. Em breve terá muitos mais. No âmbito da DIRECÇÃO GERAL DAS FLORESTAS encontram-se outras organizações úteis, como a AGÊNCIA PARA A PREVENÇÃO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS. Chegamos então à DIRECÇÃO GERAL DE VETERINÁRIA. Eu bem queria descrever esta organização, mas fico por aqui. Esta é das mais mastodônticas e só de olhar para o organigrama, canso-me. Chegado a este ponto, descrevi 10 serviços. Faltam ainda 12. E faltam também 7 serviços regionais, cada um a mimetizar o serviço nacional. Por exemplo, a DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA DE ENTRE-DOURO E MINHO, tem um Director Regional e dois Subdirectores Regionais. Os SERVIÇOS DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO têm a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO e a DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL, a DIVISÃO DE FORMAÇÃO E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS, a DIVISÃO DE DOCUMENTAÇÃO, INFORMAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS e a DIVISÃO DE ORGANIZAÇÃO INFORMÁTICA. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE PLANEAMENTO E POLÍTICA AGRO-ALIMENTAR tem uma DIVISÃO DE ESTUDOS e uma DIVISÃO DE PROGRAMAÇÃO, RECOLHA E TRATAMENTO DE DADOS. Depois vêm os SERVIÇOS OPERATIVOS DE ÂMBITO REGIONAL. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE AGRICULTURA tem a DIVISÃO DE LEITE E LACTICÍNIOS, a DIVISÃO DE PRODUÇÃO ANIMAL, a DIVISÃO DE VITIVINICULTURA E FRUTICULTURA, a DIVISÃO DE PROTECÇÃO DAS CULTURAS e a DIVISÃO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO RURAL tem a DIVISÃO DE INFRAESTRUTURAS RURAIS, HIDRÁULICA E ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL, a DIVISÃO DE ASSOCIATIVISMO E RENDIMENTO DO TECIDO PRODUTIVO e a DIVISÃO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLO DA QUALIDADE ALIMENTAR tem a DIVISÃO DE AJUDAS À PRODUÇÃO E AO RENDIMENTO, a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL e a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DAS FLORESTAS tem a DIVISÃO DE VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO FLORESTAL, a DIVISÃO DE PROTECÇÃO E CONSERVAÇÃO FLORESTAL e a DIVISÃO DE CAÇA E PESCA NAS ÁGUAS INTERIORES. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE VETERINÁRIA tem a DIVISÃO DE INTERVENÇÃO VETERINÁRIA DE VIANA DO CASTELO, a DIVISÃO DE INTERVENÇÃO VETERINÁRIA DE BRAGA, a DIVISÃO DE INTERVENÇÃO VETERINÁRIA DO PORTO, o CORPO DE INSPECÇÃO SANITÁRIA e a DIVISÃO DE CONTROLO FITOSSANITÁRIO. Temos ainda na direcção regional o NÚCLEO REGIONAL DO CORPO NACIONAL DA GUARDA FLORESTAL, o NÚCLEO TÉCNICO DE LICENCIAMENTO, as ÁREAS DE SUPERVISÃO do ALTO MINHO, do BAIXO MINHO, da ÁREA METROPOLITANA DO PORTO E BAIXO DOURO e de SOUSA E RIBADOURO, a ESTAÇÃO DE HORTOFLORICULTURA, a ESTAÇÃO DE CULTURAS ARVENSES, a DIVISÃO DE PRODUÇÃO ANIMAL, a DIVISÃO DE VITIVINICULTURA E FRUTICULTURA, a DIVISÃO DE LEITE E LACTICÍNIOS e o CENTRO AQUÍCOLA DO RIO AVE. Ainda na Direcção Regional, temos o MUSEU AGRÍCOLA REGIONAL DE ENTRE DOURO E MINHO, os CENTROS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL de VAIRÃO, ARCOS DE VALDEVEZ, AROUCA, S. TORCATO, BARCELINHOS, PAÇOS DE FERREIRA e VILA NOVA DE CERVEIRA. Agora é só multiplicar por 7 e ficamos com o panorama da regionalização deste ministério. E isto é só no insignificante Ministério da Agricultura. Deus nos ajude.

Agradecimento

O nosso leitor José Luís Pinto escreveu-nos a chamar a atenção para alguns dos malucos da terra de que nos esquecemos na nossa lista provisória, a saber, o Sebastião, o bom e velho Tagacha, e a sempre presente Leonilde (ou Deonilde), na sua mítica cadeira de rodas.

Propostas de Verão

Como o pessoal também gosta de ir de férias e como, mesmo sendo vários os colaboradores do blog, não conseguimos escrever à velocidade do Pacheco Pereira, iremos brevemente deixar umas sugestões de leituras, músicas e filmezinhos que poderão ver no período em que o blog vai estar assim mais para o inactivo.
Começaremos por uma pequena bibliografia sobre a história do concelho de Alhos Vedros e respectivo património mas depois daremos algumas indicações úteis para um melhor conhecimento sobre o que se passa no resto do mundo.

Os malucos da terra

Andávamos nós a pensar escrever sobre os malucos "clássicos" da terra, quando nos aparece este site com malucos actuais da terra, daqueles que já pequeninos não deixam nada a dever aos antigos.
Viram o Jackass na MTV e parece que gostaram.
Enfim, gostam de fazer figura de moiteiros.

Filipe Fonseca sobre as tabernas de A. Vedros

A nosso pedido, passamos a contar com nova colaboração, neste caso sobre a nossa iniciativa de escrever sobre as tascas/tabernas de Alhos Vedros. Ora aqui temos:
 
Do encanto perdido das tabernas
 
Pediram-me que escrevesse sobre as tascas de Alhos Vedros.
Quanto a isso, convém fazer duas notas preliminares: em primeiro lugar, suponho que querem dizer “tabernas” de Alhos Vedros, porque “tasca” já é nome que, mesmo se com tradição, só se tornou de novo popular aí pelos anos 80 em certos ambientes de boémia urbana. Por isso, de tabernas falarei, porque em Alhos Vedros eram tabernas que existiam. Em segundo lugar, não tenho idade para falar delas com verdadeiro à-vontade, pois apenas conheci algumas enquanto petiz, acompanhando pessoa da família ou fazendo algum recado, ouvindo porém algumas das histórias que nelas se contavam.
Nestes tempos que se dizem de progresso deixou de existir espaço para estas instituições que parecem anacrónicas e herdeiras de um passado que se quer definitivamente enterrar e esquecer.
E uma das instituições mais características de uma convivialidade que foi desaparecendo era exactamente a taberna, estabelecimento para o qual é difícil encontrar algum paralelo actual.
Antes de mais porque era um espaço eminentemente masculino; tolerava-se a presença da mulher ou uma filha do dono para ajudar ao serviço da casa, mas os frequentadores regulares eram homens.
Em seguida porque era um estabelecimento destinado, quase em exclusivo, à venda e consumo de um só produto, o vinho, aquele que «dava de comer a um milhão de portugueses» como alguns cartazes enegrecidos ou gordurosos lembravam ainda nos anos 70. Também se vendia tabaco, uns refrigerantes já em garrafa (a boa e velha gasosa) alguma cerveja e os tremoços em cima das mesas não deixavam de aparecer mas a taberna caracterizava-se, antes de mais, pelo vinho, acompanhado ou não com um ou outro petisco típico das diversas épocas do ano.
Em terceiro lugar, a taberna também era um lugar em que se jogava, por divertimento e para passar o tempo, às cartas e ao dominó, mas não só, coisa que agora é impensável em qualquer espaço público que se preze.
Por fim, porque a sua atmosfera era fruto de um tempo que passou e de vivências que o nosso actual mundo europeu e asséptico declarou pouco consentâneo com as regras da modernidade.
 
As minhas memórias das tabernas de Alhos Vedros estão longe de esgotar a vastidão do tema e a riqueza dos lugares, da taberna Lagarto junto ao cais velho até à taberna Mosquito, junto às bombas da gasolina, à entrada da terra para quem vinha da Moita, passando por muitas outras como as do Alentejano (na antiga Óscar Carmona), do Salvador (na esquina com a Bela Rosa), do Venâncio ou do Martinho (estas duas bem vizinhas na 5 de Outubro), das quais o óbito tem vindo a ser lavrado a pouco e pouco, por puro e simples desaparecimento (incêndio, demolição) ou transformação em restaurante, snack-bar ou cervejaria).
Lembro-me de nelas entrar, ainda de calções, pela mão do meu pai, e ficar entre o atemorizado e o fascinado pelo que via, ouvia ou cheirava pois porque então eram só estes os sentidos que a taberna me estimulava, visto que aí nada bebia. Nas mesinhas de madeira, por vezes com tampo de mármore, juntavam-se velhos e menos velhos a conversar e a discutir, como então podiam, as novidades do momento. À vontade só se falava verdadeiramente de futebol e, quando comecei a ler, aproveitava para apreciar as “gordas” d’A Bola, jornal oficial da taberna nacional, normalmente nas mãos dos seniores durante quase toda a manhã das 2ªas, 4ªs e sábados. Tal como com as cartas, os ânimos por vezes exaltavam-se e não era rara a gritaria mais exaltada que, por vezes, me deixava mais assustado quando, de garrafa debaixo do braço, ia comprar um litro de tinto para consumo familiar, vinho esse que corria directamente do barril do produtor.
Longe vão esses tempos em que o vinho se comprava a granel, conforme a necessidade, sem ser preciso pagar tara pela garrafa. Cada vez isso é mais raro, bem como a possibilidade de beber vinho a copo que não seja engarrafado e de marca, mesmo que má.
Mas voltando às memórias desses tempos, à medida que fui crescendo um pouco, passei a ter preferência por aquelas tabernas que tinham matraquilhos, onde se jogavam àrduos desafios de 11 bolas por 10 tostões, em moeda de cobre de bom diâmetro.
Por um daqueles acidentes felizes que acontecem na vida, aí por meados dos anos 70 apareceu uma colecção de chapinhas (apresentadas como medalhas, que já nem sei em que produtos vinham) redondas com a efígie dos ciclistas do momento (o Agostinho estava no seu auge) que tinham a medida exacta de uma moeda de escudo e então lá serviam, quando as tínhamos repetidas, para furarmos o sistema e jogarmos quase à borla. Claro que o truque não se podia repetir muitas vezes no mesmo sítio porque, no fim da semana, quando o dono fazia revista à caixa das moedas lá ficava com não sei quantos Eddy Merckxs e Luís Ocañas. As alternativas eram usarmos um fio colado às moedas para tentarmos que elas não deslizassem completamente pela ranhura ou então tentarmos colocar qualquer coisa nas balizas para impedirmos que as bolas descessem para o depósito a cada golo, mas esses eram métodos nem sempre fiáveis e por vezes pouco discretos.
E quando éramos descobertos lá ficávamos queimados durante uns bons tempos na taberna em causa.
E se era naquela em que o avô de um de nós tinha assento reservado, era certo que acabávamos com chatices em casa.
Mas isso era preocupações de curta duração.
Ao contrário desta crónica, que já vai longa e que deve acabar por aqui até uma próxima oportunidade.
 
Filipe Fonseca