sexta-feira, abril 01, 2011

O país falido e dissolvido

O presidente apareceu a falar com ar grave e compungido o que já se sabia. O socretino tinha pedido demissão e todos estamos mortinhos por o mandar borda fora. Menos alguns.
O problema é que o presidente quer um governo tipo paella, com muita coisa lá dentro, mas não toda. Já nós, só queremos saber se o buraco do défice chega aos 10%, de o peso da dívida chega aos 100% do PIB e se há país disponível pelo Verão, se teremos de o alugar para as férias de árabes, chineses, indianos e angolanos.
Na televisão surgem picaretas falantes a dizer coisas sem nexo, que desta vez o mundo mudou em 3 minutos e que a crise de uma dívida imensa foi causada pelo chumbo do PEC44, quando o enterro foi feito pelos mil estudos sobre o TGV, o aeroporto, as Parcerias e o roubo descarado do dinheiro de todos por uma cáfila carnívora e faminta.
Portugal tem uma bela história de períodos de embaraço internacional. Mas desta vez era escusado, depois de tantos milhões da Europa a entrarem cá durante 25 anos.
Desta vez, a roubalheira atingiu níveis inusitados. Pagarmos todos a gestão vergonhosa do BPP e do BPN é algo que raia o delírio, mas pior vai ser ver o buraco do BCP e descobrirmos que a Caixa se enterrou para salvar as salganhadas alheias.
O divertido vai ser ver os capitalistas a pedir a nacionalização da banca e a esquerda a dizer que não.
O mundo está ao contrário e já me parece que nem quero saber disso para nada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro,não foste á assembleia de irmãos? Então porque não dizes nada?