terça-feira, outubro 28, 2003

Colaboração e comentário cultural – José Silva

Inicia hoje a sua colaboração o jovem e entusiasta comentador cultural José Silva que, periodicamente, abordará questões da cultural alhosvedrense e moiteira.
Pedimos desculpa se, em algumas passagens, José Silva incorre em algum excesso de linguagem, mas este é um espaço de plena liberdade de expressão.


“Carta aberta à CACAV”

Caros amigos e conterrâneos,

Venho por esta carta lançar-lhes o repto de deixarem de ser uma força passiva em Alhos Vedros, adoradora do próprio umbigo e arautos de uma pretensa herança que pensam ser a herança de vultos como “Agostinho da Silva” ou “Zeca Afonso” com quem se cruzaram uma vez na vida, para se tornarem um movimento activo e transformador que toma o destino nas suas mãos, faz algo de verdadeiramente útil pela sua terra e não fala em “revolução” apenas quando é além-fronteiras.
Pergunto-vos eu, que conheço alguns de vós desde os bancos da Escola:

· Não será tempo de ultrapassarem as sessões de terapia em grupo, à base de má poesia e divagações vazias de sentido, mesmo que aromatizadas com os eflúvios do Moscatel de Setúbal, e AGIREM por uma vez que seja ?
· Não será tempo de sacudirem esse manto de esquerdismo passadista e de validade indemonstrável que só serve para os vossos líderes nacionais governarem a vidinha e, pela ACÇÃO CONCRETA, a nível local, fazerem algo pelo desenvolvimento da nossa terra, que não seja só paleio (pois para isso cá estamos nós) ?
· Não será tempo de deixarem de ser aliados objectivos do poder central da Moita, pois pela reverência submissa com que o tratam em busca de migalhas do bolo, apenas servem para o legitimar ?
· Não será tempo de esquecerem esse anacronismo de “Cooperativa” (tão anos 70) e passarem pelo menos a “Movimento” (Já mais anos 80, mas não se pode avançar tudo de uma vez) para pelo menos darem a ilusão semântica de acção ?

Ilustres membros da CACAV – meus amigos - , antes formassem a MERDA (Movimento para a Emancipação, Restauração e Desenvolvimento Alhosvedrense), porque pelo menos o nome se ajustaria à coisa e se explicaria o seu aroma.

Tenho dito


José Silva, Alhos Vedros, 26 de Outubro do ano de 2003

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