terça-feira, março 23, 2004

Esclarecimento editorial - Parte II

Algumas críticas, umas mais perspicazes que outras, que nos foram dirigidas nos últimos tempos, pessoalmente ou por mail, levam-nos a alargar o esclarecimento inserido no último post.
Fundamentalmente, as críticas mais recorrentes que nos são dirigidas focam dois pontos:
a) Que nos refugiamos no anonimato, pelo que parecemos recear dar a cara pelo que escrevemos e pelas nossas posições.
b) Que a forma como por vezes alguns dos nossos colaboradores se expressam não presta um bom serviço à causa que dizemos defender.
Vamos a ver se nos entendemos.
Este blog tem ambições bem mais modestas do que as que nos assacam.
Se é verdade que a causa subjacente (combate ao poder moiteiro, recuperação do poder de decisão municipal para Alhos Vedros) existe e nos anima, não é menos verdade que isso não está associado a projectos de intervenção pessoal na actual luta política no concelho ou nas suas freguesias.
Para esse peditório já demos.
Há entre nós quem tenha actividade partidária há cerca de duas décadas.
Há quem, não tendo intervenção partidária, teve intervenção pública em assuntos de interesse para Alhos Vedros.
Há inclusivamente quem já tenha escrito sobre a freguesia, o concelho e a própria região em que se inserem, mais do que muitos intervenientes activos no processo político concelhio.
Ou seja, já todos nós demos a cara, a seu tempo, e em diversas formas.
O problema é que os resultados foram nulos e as nossas ideias nunca tiveram grande acolhimento nas estruturas de poder político institucional em acção no concelho. Deparámo-nos com indiferença e, muito em especial, com muita ignorância e estupidez, para nos deixarmos de rodeios.
Da esquerda (o nóvel BE) à direita (o repassado CDS/PP) encontrámos muita massa cinzenta, mas mais sob a forma de cimento e betão do que de neurónios vivos.
Por isso, cansámo-nos dessa intervenção formal e decidimos enveredar por uma via mais informal e divertida, pelo menos para nós. Quisemos agitar as águas de outra forma. Parece que o vamos conseguindo a pouco e pouco, mas sem que nos tenham ainda verdadeiramente percebido.
Estamo-nos borrifando para as lutas de poder e somos inutilizáveis (diria mesmo que inúteis) para aproveitamentos e manobras políticas dos aparelhos instalados, dominados por mentecaptos com maior ou menores capacidades de (auto)ilusão.
Os comunistas instalados na Moita são mais capitalistas do que muitos capitalistas assumidos. Os socialistas e social-democratas só diferem no facto de ainda não dominarem a situação. Quando lá chegassem pouco mudaria, excepção feita às empreitadas de obras públicas e licenças de construção. Os populares brilham no escuro e exibem duplas consoantes nos nomes para patego rir. Os bloquistas estão mais preocupados em legalizar os charritos e num discurso de politiquês correcto que só engana quem os não conhece.
Por isso, fazemos o que nos diverte e quem não quer não leia. Se alguém quiser criticar publicamente, esteja à vontade, pois divulgaremos mesmo os mais descabelados textos que nos enviarem a desdizer-nos, para publicação.
O que é pena, mas isso já esperávamos, é que boa parte dos nossos leitores andam, pelos vistos, enganados com as nossas ambições, vendo em nós ânsias que devem acalentar apenas em si.
Sejamos francos: estamos fartos da inépcia e imbecilidade dos responsáveis partidários do concelho da Moita. Portanto, não se admirem se vos gozarmos de acordo com os nossos interesses do momento. Já batemos em quem tivemos de bater, do vermelho (mais ou menos vivo) ao laranja, não esquecendo o nosso pirilampo azul e irascível.
Se não perceberam ainda o nosso espírito, talvez ainda vos possamos eleger como local ideal para fazermos as necessidades no nosso Top 10 dos locais para urinar e defecar em público.
Mas, por favor, não nos poupem à manifestação da vossa burrice asneante, pois é disso que se alimenta a nossa boa disposição. E quando repararem em alguém que sorrie à vossa passagem, desconfiem, pode ser um(a) de nós.


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