segunda-feira, março 29, 2004

Revista de Imprensa I

Uma leitura da imprensa local é sempre um “must” para qualquer crítico do poder moiteiro que se queira bem informado das iniciativas das personalidades e instituições do burgo.
O “semanário independente da Moita e Baixa da Banheira” (note-se que não é de Alhos Vedros) que responde pelo nome de “Jornal da Moita” é um manancial de pretextos para dar brilho à pena.
Guardando para mais tarde a análise da aliança entre o poder tauromáquico, o poder político, a imprensa e a intelectualidade moiteira (e apêndices), podemos começar pela página 2 da edição de 25 de Março de 2004, onde se noticia o abespinhamento do actual vice-presidente da edilidade (lindo vocabulário, já parece que estagiei no jornal e tudo) com a situação da nossa agricultura e tece considerações de diversa ordem sobre o sector agrícola nacional e o mal que faz importar produtos do estrangeiro.
O homem tem toda a razão. Aliás, a autarquia a que tão ilustre edil pertence é um caso notório de grande apoio aos agricultores locais e de desenvolvimento das áreas agrícolas. A produção de urbanizações e barracões tem vindo a aumentar exponencialmente em tudo o que são terrenos livres, estando quase em situação de a Moita se tornar grande exportadora de apartamentos para países carenciados. Em matéria de nabos, bem ramudos, a produção também é abundante na Moita, sendo o vice-presidente da CMM um exemplo excepcional do seu viço (embora a rama comece a escassear).
Questões do tipo “como se classifica um país onde a situação agrícola vai diminuindo” são prementes e revelam um domínio brilhante e inovador da língua portuguesa e dos conceitos que esta temática mobiliza.
Rui Garcia adianta algumas respostas, embora esqueça uma essencial: a que só há boa produção, com bons terrenos e bom adubo. E, como até defende a produção biológica, o nosso edil deve estar feliz pois se há produção inesgotável na Moita é a de estrume, fisíco (a bosta propriamente dita, feita à base do belo dejecto intestinal) e intelectual (a bosta num sentido mais simbólico-metafórico, do género é merda mas está coberta por verborreia e pesporrência).

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