Tróia está numa encruzilhada, estava assim com a Torralta e está pior com a Sonae, porquê ?
A Tróia é uma peninsula e a ligação mais rápida com Setúbal é por barco, o caminho terrestre é muito distante, quem vai para Tróia fica isolado do exterior e se for residente então é como viver numa cidade fantasma. A aposta no turismo de "qualidade", quer dizer turismo para os ricos, inviabilizou a Torralta e inviabilizará a Sonae.
A Tróia só teve sucesso aquando o pós 25 de Abril, entre 1975 a 1983, quando havia o parque de campismo e as praias estavam a abarrotar de turistas da margem sul e de Setúbal, aí como diz na reportagem do Diário de notícias de ontem, os restaurantes da Torralta estavam cheios e os hotéis também, porque era uma mistura de turistas ricos e pobres que agradava a ambos. Os turistas ricos gostam de ver o "povão" e não estar num casulo hermético e os turistas pobres tinham o Parque de Campismo e todos gozavam.
O grande erro da Torralta foi ter fechado o Parque de campismo e apostar a partir de princípios de 1980 no turismo para ricos, os ricos deixaram de aparecer porque a Tróia perdeu o elemento Povo.
Claro que houve um caos de construção ilegal, mas que podia ser condicionado ou extinto, salvaguardando-se porém estas duas vertentes turísticas, porque uma não vive sem a outra.
Agora com a Sonae a condicionar ainda mais a visita dos turistas pobres, aumentando os preços dos Ferrys exageradamente, as pessoas escolhem outras praias mais baratas e por sua vez com a baixa de preços e multiplicidade de escolhas por parte dos turistas ricos a Tróia não lhes é atractiva porque fica distante de tudo e não tem uma referência histórica recente, (gastrónómica, cultural, etnográfica etc.) se exceptuarmos as Ruínas Romanas.
Estes projectos de turismo para ricos tem consequências gerais e nas zonas de influência local, por exemplo Setúbal perde muitos turistas devido ao encasulamento de Tróia, como a região ao pé do Alqueva perderá se apostar únicamente neste tipo de turismo. Imaginem o que será ir para um hotel junto ao Alqueva e ter de percorrer dezenas de Kms. para ir a uma tasca Alentejana, tendo de rodear 4 campos de golfe 7 hotéis e 666 condomínios fechados !
Se não houver um turismo inter-classista, acaba o turismo em Portugal, será possível que os experts em turismo, não saibam disto, é muita mediocridade que está a gerir empresas privadas e públicas e todos os sectores da nossa economia, por isso estamos no caos económico que estamos.
Soluções imediatas para a Tróia-Sonae se aguentar:
1-Ferrys gratuitos ou a preço simbólico.
2-Abertura de um mercado de restauração econômico para os turistas pobres.
3-Reabertura de um Parque de Campismo normal e outro para Nudistas, mais caro.
4-Abertura de zona de nudistas concessionada nas praias e zona de nudistas na zona hoteleira, para os nudistas ricos, fazerem da Tróia um ponto de referência do turismo nudista internacional.
5-As zonas nudistas não podem ser vedadas mas sim assinaladas para haver o inter-classismo.
AV2
Candidatando-me a um lugar na direcção de Turismo da Sonae-Tróia.
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1 comentário:
Realmente só sabem dar lições de moral e religião
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