As eleições presidenciais trouxeram para o centro do debate político o escândalo do BPN, porque o candidato professor Cavaco Silva se envolveu na compra de acções da SLN, aos homens fortes do cavaquismo, obtendo com isso ganhos de 140%.
Sabemos agora que a nacionalização do BPN nos vai custar cerca de dois mil milhões de euros, verba avançada pelo Ministro das Finanças na Assembleia da República e ainda ninguém nos disse onde foi parar tão elevada quantia, isto é, quem roubou todo este dinheiro do banco que os contribuintes vão ter que pagar.
Os homens do BPN, tiveram uma grande actividade no distrito de Setúbal, na área da especulação imobiliária, adquiriram a herdade de Rio Frio, no concelho de Palmela (6.000hectares de sobreiral), 100 hectares na zona do Vale das Rosas na cidade de Setúbal e a quinta das fontaínhas com 27 hectares na Moita.
Envolveram-se numa grande trapalhada para adquirirem o estádio do Bonfim, propriedade do Vitória de Setúbal.
Eram proprietários de órgãos de comunicação social de nível local e regional.
As pessoas mais importantes da região nos últimos anos,empresários tidos como de sucesso,amigos de políticos locais e regionais, sairam de cena mas deixaram atrás de si um rasto que tem que ser esclarecido. Até porque somos nós que vamos pagar.
Nada está esclarecido nem com Rio Frio, nem com o Vale das Rosas, nem com a quinta das fontaínhas e também nada se sabe em relação ao Vitória de Setúbal, uma colectividade centenária de grande prestígio e com um grande historial na cidade de Setúbal. Temos que saber a quem pertencem estas propriedades, quanto valem e por quanto estão hipotecadas.
Os homens do BPN, pessoas bem informadas, certamente que não adquiriram esta quantidade de terrenos para a agricultura e a floresta, fizeram-lo com a esperança de transformarem o uso do solo de agrícola ou florestal para urbanizável com a colaboração das Câmaras Municipais.Nada se faz nesta área sem a colaboração das Câmaras.
Os políticos locais e regionais, muitos deles conhecidos e amigos dos representantes do Gupo BNP na região, têm estado calados e não dizem uma única palavra sobre isto.
Todos aqueles que estão interessados no combate à corrupção devem discutir a actuação dos homens do BPN na região e a sua relação com o poder, para avaliarmos os prejuizos que nos causaram e a forma como actuam no terreno. Só assim se ganha experiência para evitar casos futuro.
A actual administração do BPN tem obrigação de esclarecer as populações da região de quais os valores das grandes propriedades do Grupo BPN e as hipotecas que sobre elas recaem. Para esclarecer isto não é preciso esperar pelo Ministério Público ou pelos tribunais.
O Jornal “O Sol” no dia 14 de Fevereiro de 2009, escrevia o seguinte:
“A jóia da coroa da Pluripar acabam por ser os terrenos próximos do futuro aeroporto, avaliados em mais de 730 milhões de euros- “negócio concretizado em Dezembro de 2007, através da compra à Sociedade Agrícola de Rio Frio”, (detentora de mais de 60 hectares de área de construção na futura cidade aeroportuária), afirma Fernando Fantasia.”
Estes terrenos de Rio Frio não valem mais do que 35 milhões de euros e a quinta das fontaínhas na Moita que estava hipotecada ao Banco Popular por 28 milhões de euros,vale pouco mais do que zero,dado que depois da ractificação do PDM da Moita, os terrenos desta quinta continuaram de uso agrícola, ficando sem efeito os protocolos que a empresa proprietária do terreno tinha assinado com a Câmara da Moita.
José Bastos
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