Continuo em interregno pelo país real (leia-se, interior rural).
Não é que, normalmente, viva no país virtual, mesmo se o poder moiteiro nos deixa um tanto ou quanto sem saber a quantas andamos.
Mas, voltando ao país real só posso dizer que me está a deixar meio deprimido.
O país real está cada vez mais feio.
O país real está cada vez mais deserto.
O país real está cada vez mais queimado.
Há SCUT's mas há muito pouco mais.
Há emigrantes e as suas casas em construção.
Há supermercados, mas não há jornais.
Há espaço, mas a paisagem desapareceu.
Há rotundas, mas não há senso comum.
O país real está cada vez mais amoitado.
O mau gosto venceu em quase toda a linha.
Bem ditos os estrangeiros que nos compram os montes alentejanos e as casas de pedra da serra.
Esses ainda lutam contra a maré.
Os portugueses renderam-se em quase toda a linha ao pior que tinham dentro de si.
Apenas temos aquilo que merecemos.
O país está a transformar-se numa enorme Moita.
segunda-feira, agosto 30, 2004
quinta-feira, agosto 26, 2004
Interregno
Também temos direito ao descanso.
Estamos em merecido repouso até final do mês, por isso não se esperam grandes novidades até dia 31.
Se puderem façam o mesmo.
Estamos em merecido repouso até final do mês, por isso não se esperam grandes novidades até dia 31.
Se puderem façam o mesmo.
domingo, agosto 22, 2004
Serviço público
O nosso Alhos Vedros Visual está numa de serviço público.
Se lá forem não vos arrependereis. Tem material de grande actualidade.
Se lá forem não vos arrependereis. Tem material de grande actualidade.
sábado, agosto 21, 2004
Paradoxos e interesses
Hoje sinto-me profundo, deve ser do Agosto frescal, pelo que me digno partilhar convosco uma reflexão política digna de um Manuel Pedro ou um António da Costa.
No modelo europeu ocidental do Estado-Providência, todos devem participar com a sua quota-parte para o esforço do Estado em assegurar as suas funções.
Em termos ideais, o modelo redistributivo baseia-se em que os indvíduos, empresas, etc, com mais meios contribuam mais, para assegurar que os que têm menos recebam a ajuda de que necessitam.
Em Portugal existe um modelo alternativo; os que têm pouco contribuem todos para que a redistribuição se faça para os que têm mais, sejam os que fazem grandes negócios com o Estado, sejam aquelas empresas que nunca dão lucros, mas funcionam anos a fio, permitindo visível prosperidade aos seus proprietários.
Porque se passa isto assim ?
Porque após os curtos anos revolucionários em que o chamado «grande capital» foi afastado, se seguiu um longo processo em que aqueles que se opuseram (vitoriosamente) contra a tomada do poder pelas facções marxistas estatizantes se dedicaram a um longo namoro no sentido de fazerem esse grande capital regressar.
Nos últimos 20 anos, mais coisa menos coisa, interesse políticos e económicos emaranharam-se de tal forma que é difícil desmanchar o nó. Os políticos dos partidos à direita do PC entretiveram-se a tentar atrair para seu proveito os dinheiros dos interesses económicos privados sob a promessa de, conquistado o poder, retribuirem com vantagens concorrenciais ou, mais prosaicamente, com o dinheiro do Estado.
A formação dos imberbes grupos económicos nacionais actuais passou quase sempre por este processo.
Os interesses económicos apostam em determinados grupos ou indivíduos para conquistarem o poder político (principalmente nos partidos centrais da nossa democracia, PS e PSD) e depois, quando ele é conquistado rotativamente, a retribuição fica na ordem do dia. O equilíbrio só é ameaçado quando uma determinada facção exagera no desmando ou no tempo em que controla o poder (foi o caso da década cavaquista).
Por isso, Portugal é dificilmente governável, seja a nível nacional ou local.
O problema não está necessariamente nos portugueses, em geral, por serem preguiçosos, pouco produtivos, pouco empenhado numa ética do trabalho ou com má formação (profissional, cultural, etc). Embora isso seja parte do problema, não é todo, ou mesmo o essencial, do problema.
O pior deve-se à ganância das elites que se consideram no direito de dominar o aparato estatal em seu proveito e no daqueles que os conduziram ao poder, via financiamentos chorudos para campanhas eleitorais e outros mimos.
Claro que é isso que impede uma reforma do sistema político a começar pelo financiamento dos partidos e pelos limites de despesas das campanhas.
Em nome da liberdade, movem-se interesses que, a existirem esses limites, perderiam margem de manobra.
Claro que, em primeiroa e última instância, os maiores culpados são os políticos que em vez de dedicação à coisa pública se movem por interesses privados, pessoais, em que o exercício do poder político apenas funciona como meio para atingir objectivos mais elevados.
Um exemplo paradigmático desta atitude, deste estar e depois não estar, estando, na política, é o de Dias Loureiro, bem respaldado nos dividendos da sua actividade privada, conseguida graças aos 10 anos de estadia no poder político, que agora se esquiva ao exercício de cargos executivos mas que não foge a manobrar nos bastidores aqueles que, a seu mando e graças à sua influência, são colocados em postos-chave da governação.
Ao contrário do que dizem alguns, mesmo que com boas intenções, os cargos políticos não são mal remunerados pois essa remuneração, desde a sua criação na Atenas do século V a. C., se destinava apenas a compensar minimamente quem servia o interesse público e não tinha outros meios de subsistência e não a compensar eventuais perdas de rendimentos mais elevados.
Não percebo que um ministro se sinta mal ao ganhar menos do que um gestor de uma empresa, pois a sua posição e autoridade não deve residir na sua capacidade económica mas na dignidade da sua função e da sua acção. E o problema está aí, muitas vezes o exercício das funções públicas é feito de forma indigna por aqueles quie as encaram como mero trampolim no seu currículo, como etapa necessária para conhecer os meandros do aparelho estatal que permitirá, mais tarde, colher dividendos.
O percurso tipo deste género (menoríssimo) de político é o seguinte: até aos vintes dar nas vistas nas jotas, gritando até chegar a ser alguém numa Associação de Estudantes, escrevendo artigos inflamados na imprensa partidária ou local e exercendo cargos locais/regionais de relevo discutível; até aos trintas conseguir um posto de chefia intermédia na estrutura partidária nacional, ascendendo a deputado, assessor ou (sub)secretário de Estado nos casos mais afortunados; aos quarentas chegar a administrador de empresa com participação no Estado ou ministro e, no fim dos quarenta, estar já em posição de viver dos rendimentos, depois de ser chamado para cargo bem pago num grupo económico privado, acidentalmente bafejado pela sorte na sequência da sua acção política.
Assim se constrói uma figura política respeitável de sucesso.
O passo seguinte é passar a ser comentador residente na SIC-Notícias ou no noticiário da noite de um dos canais generalistas, ganhando o estatuto de reserva moral da Nação.
Assim se (nunca) constrói um Portugal de sucesso.
No modelo europeu ocidental do Estado-Providência, todos devem participar com a sua quota-parte para o esforço do Estado em assegurar as suas funções.
Em termos ideais, o modelo redistributivo baseia-se em que os indvíduos, empresas, etc, com mais meios contribuam mais, para assegurar que os que têm menos recebam a ajuda de que necessitam.
Em Portugal existe um modelo alternativo; os que têm pouco contribuem todos para que a redistribuição se faça para os que têm mais, sejam os que fazem grandes negócios com o Estado, sejam aquelas empresas que nunca dão lucros, mas funcionam anos a fio, permitindo visível prosperidade aos seus proprietários.
Porque se passa isto assim ?
Porque após os curtos anos revolucionários em que o chamado «grande capital» foi afastado, se seguiu um longo processo em que aqueles que se opuseram (vitoriosamente) contra a tomada do poder pelas facções marxistas estatizantes se dedicaram a um longo namoro no sentido de fazerem esse grande capital regressar.
Nos últimos 20 anos, mais coisa menos coisa, interesse políticos e económicos emaranharam-se de tal forma que é difícil desmanchar o nó. Os políticos dos partidos à direita do PC entretiveram-se a tentar atrair para seu proveito os dinheiros dos interesses económicos privados sob a promessa de, conquistado o poder, retribuirem com vantagens concorrenciais ou, mais prosaicamente, com o dinheiro do Estado.
A formação dos imberbes grupos económicos nacionais actuais passou quase sempre por este processo.
Os interesses económicos apostam em determinados grupos ou indivíduos para conquistarem o poder político (principalmente nos partidos centrais da nossa democracia, PS e PSD) e depois, quando ele é conquistado rotativamente, a retribuição fica na ordem do dia. O equilíbrio só é ameaçado quando uma determinada facção exagera no desmando ou no tempo em que controla o poder (foi o caso da década cavaquista).
Por isso, Portugal é dificilmente governável, seja a nível nacional ou local.
O problema não está necessariamente nos portugueses, em geral, por serem preguiçosos, pouco produtivos, pouco empenhado numa ética do trabalho ou com má formação (profissional, cultural, etc). Embora isso seja parte do problema, não é todo, ou mesmo o essencial, do problema.
O pior deve-se à ganância das elites que se consideram no direito de dominar o aparato estatal em seu proveito e no daqueles que os conduziram ao poder, via financiamentos chorudos para campanhas eleitorais e outros mimos.
Claro que é isso que impede uma reforma do sistema político a começar pelo financiamento dos partidos e pelos limites de despesas das campanhas.
Em nome da liberdade, movem-se interesses que, a existirem esses limites, perderiam margem de manobra.
Claro que, em primeiroa e última instância, os maiores culpados são os políticos que em vez de dedicação à coisa pública se movem por interesses privados, pessoais, em que o exercício do poder político apenas funciona como meio para atingir objectivos mais elevados.
Um exemplo paradigmático desta atitude, deste estar e depois não estar, estando, na política, é o de Dias Loureiro, bem respaldado nos dividendos da sua actividade privada, conseguida graças aos 10 anos de estadia no poder político, que agora se esquiva ao exercício de cargos executivos mas que não foge a manobrar nos bastidores aqueles que, a seu mando e graças à sua influência, são colocados em postos-chave da governação.
Ao contrário do que dizem alguns, mesmo que com boas intenções, os cargos políticos não são mal remunerados pois essa remuneração, desde a sua criação na Atenas do século V a. C., se destinava apenas a compensar minimamente quem servia o interesse público e não tinha outros meios de subsistência e não a compensar eventuais perdas de rendimentos mais elevados.
Não percebo que um ministro se sinta mal ao ganhar menos do que um gestor de uma empresa, pois a sua posição e autoridade não deve residir na sua capacidade económica mas na dignidade da sua função e da sua acção. E o problema está aí, muitas vezes o exercício das funções públicas é feito de forma indigna por aqueles quie as encaram como mero trampolim no seu currículo, como etapa necessária para conhecer os meandros do aparelho estatal que permitirá, mais tarde, colher dividendos.
O percurso tipo deste género (menoríssimo) de político é o seguinte: até aos vintes dar nas vistas nas jotas, gritando até chegar a ser alguém numa Associação de Estudantes, escrevendo artigos inflamados na imprensa partidária ou local e exercendo cargos locais/regionais de relevo discutível; até aos trintas conseguir um posto de chefia intermédia na estrutura partidária nacional, ascendendo a deputado, assessor ou (sub)secretário de Estado nos casos mais afortunados; aos quarentas chegar a administrador de empresa com participação no Estado ou ministro e, no fim dos quarenta, estar já em posição de viver dos rendimentos, depois de ser chamado para cargo bem pago num grupo económico privado, acidentalmente bafejado pela sorte na sequência da sua acção política.
Assim se constrói uma figura política respeitável de sucesso.
O passo seguinte é passar a ser comentador residente na SIC-Notícias ou no noticiário da noite de um dos canais generalistas, ganhando o estatuto de reserva moral da Nação.
Assim se (nunca) constrói um Portugal de sucesso.
sexta-feira, agosto 20, 2004
História Local
Para os amantes e amadores de História Local, aqui fica o texto introdutório do site da Torre do Tombo sobre o assunto. Não faz mal nenhum seguir algumas das recomendações aí existentes. Sempre se evitam asneiras ou lacunas desnecessárias.
HISTÓRIA LOCAL
Fazer a história de uma localidade ou região implica recuperar memórias disseminadas por um conjunto de vestígios onde o espaço e as sociedades se inscrevem.
Face à diversidade dos temas possíveis de abordar, em consonância com a trajectória da vida das comunidades, a investigação é complexa, exigindo que se percorram arquivos, bibliotecas, museus, etc., ou seja todos os locais onde a memória da presença humana se encontra preservada.
1. Antes mesmo de se procurar um documento de arquivo, e a fim de se obter uma visão de conjunto e se gizarem os contornos do estudo que se pretende fazer, importa conhecer, desde logo, a bibliografia já publicada sobre a localidade ou região, recorrendo, em primeira instância, a obras de índole geral, tais como enciclopédias e dicionários.
De entre outras, consideramos de uma enorme utilidade as seguintes obras de síntese e de referência:
Bibliografia corográfica de Portugal. Lisboa: Biblioteca Popular de Lisboa, 1962-1975;
COSTA, Américo - Dicionário corográfico de Portugal Continental e Insular: hidrográfico, histórico, orográfico, biográfico, arqueológico, heráldico, etimológico, 12 vol. Porto: Livraria Civilização, 1929-1949;
COSTA, Padre António Carvalho da - Corografia portuguesa e descripçam topográfica. Braga: Typographia de Domingos Gonçalves Gouvea, 1868;
Dicionário de História de Portugal, dir. de Joel Serrão,4 vol. Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1961-1971;
LEAL, Augusto Soares d´Azevedo Barbosa de Pinho . Portugal Antigo e Moderno. 12 vol. Lisboa: Livraria Ed. Matos Moreira, 1873-1890;
LIMA, João Baptista de - Terras Portuguesas, 8 vol. Póvoa do Varzim, 1931;
RODRIGUES, Guilherme; PEREIRA, João Manuel Esteves - Portugal: dicionário histórico, chorográfico, biographico, bibliographico, heraldico, numismatico e artístico, 7 vol. Lisboa: João Romano Torres e Cª,1904-1915;
VASCONCELOS, José Leite de - Etnografia Portuguesa: tentame de sistematização, 6 vol. Lisboa: Imprensa Nacional, 1933-1975.
Dever-se-á, em seguida, inventariar a bibliografia especializada, com especial destaque para as monografias.
2. A identificação de documentos de arquivo exige que a investigação se processe em vários fundos. O IAN/TT dispõe de um instrumento indispensável ao investigador, que simultaneamente lhe permite a selecção dos fundos arquivísticos e o orienta no acesso aos documentos, através da indicação dos respectivos IDD (Instrumentos de Descrição Documental). Trata-se dos volumes I e II do Guia Geral dos Fundos da Torre do Tombo, publicados em 1998 e 1999, reportando-se às Instituições do Antigo Regime (os restantes volumes deste Guia estão em curso de elaboração e publicação).
No contexto de uma abordagem global, merece-nos uma referência especial o manuscrito conhecido por Memórias Paroquiais de 1758, organizado alfabeticamente por freguesias. O índice L 321, que se lhe refere, remete de imediato para a localidade pretendida.
Os forais, cuja importância e interesse são por demais reconhecidos, encontram-se dispersos por diversos fundos e colecções, tais como Chancelarias Régias, Gavetas, Leitura Nova, etc. Torna-se, pois, de primordial valor o contributo de Francisco Nunes Franklin, cuja obra Memórias para servir de índice dos forais (...) fornece todas as indicações necessárias. A referida obra encontra-se na Sala de Referência à disposição dos leitores (L 483).
Relativamente à história contemporânea é de grande utilidade o Roteiro das Fontes da História Portuguesa Contemporânea, com coordenação de Joel Serrão e direcção de Maria José da Silva Leal e Miriam Halpern Pereira, disponível igualmente na Sala de Referência (L 534).
Para um estudo mais detalhado revestem-se de grande interesse os seguintes fundos e colecções documentais, existentes no IAN/TT, e aos quais se pode facilmente aceder percorrendo os respectivos instrumentos de descrição disponíveis:
Alfândegas de Lisboa, índice L 266. Inventário publicado;
Alfândega do Funchal, índice F 77;
Alfândega do Porto, índice L 533;
Capelas da Coroa, índices L 11 e F 45;
Casa do Infantado, índices L 13, catálogo C 7;
Casa das Rainhas, índice L 13, catálogo C 8;
Chancelarias das Ordens Militares: Ordem de Cristo, índices L 393 a 434; Ordem de Santiago de Espada, índices L 436 a 444; Ordem de São Bento de Avis, índices L 385 a 392;
Chancelarias régias, índices L 20 a 206, por ordem sequencial de reinados, de D. Afonso I a D. Pedro IV. As Chancelarias de D. Duarte e de D. João II dispõem de índices informatizados e impressos;
Corpo Cronológico, índices L 223 a 234; inventários 299 e 299A, catálogo C 79 a 169A;
Conselho da Fazenda, índices L 212 a 512, C 27. Inventário publicado;
Desembargo do Paço - Repartição da Corte, Estremadura e Ilhas, guia de remessa L 237, índices L 246 a 255; Repartição do Alentejo e Algarve, inventário L 570 e índices L 257 e 258, F 48 a 56; Repartição da Beira, guia de remessa L 237 e índices L 256, F 57 a F59; Repartição do Minho e Trás-os-Montes, guia de remessa L 237, índices L 238 a 242, F 47, F 98 e F 99 e inventário L 569;
Documentos do Reino do Algarve, índice L 487;
Gavetas, índices e catálogo L 267 a 273;
Impostos, índices L 510 e 511;
Inquirições, índices L 278 a 280;
Instituições religiosas, catálogo;
Junta do Comércio, índices L 305, C 466 a C 467 (refere as alfândegas do Alentejo, Algarve, Beira, Minho e Trás--os-Montes);
Leis, índices L 306 a 310A;
Leitura Nova – índices das chancelarias régias;
Ministério da Instrução Pública, índice L 378 a 379;
Ministério do Interior, índice L 497;
Ministério dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça,índice L 380;
Ministério do Reino, índices L 210 e 382. Inventário publicado;
Núcleo Antigo, índice L 574. Inventário publicado;
Provedoria e Junta da Real Fazenda do Funchal, índices L 266, F 77;
Provedorias de Santarém e Tomar, índice L 446, catálogo C 742 a 916;
Provedoria de Setúbal, catálogo C 917 a 970;
Provedoria de Torres Vedras, catálogo C 791;
Provedorias de Torres Vedras e Ourique, índice L 447;
Registo geral de mercês, informatizado;
Registo geral de testamentos, índices L 479 e 480, catálogo C 992 a 1060;
Registos notariais, índices L 435, 439-443, 388-392, 418-434, C 268, 270, 638-643, 654-656, 730, F 61-67.
3. Para representações iconográficas sugerimos a consulta dos fundos e colecções seguintes:
Armorial de Francisco Coelho, intitulado Thesouro da Nobreza, CF 169, onde se representam brasões de vilas e cidades com assento nas Cortes;
Casa Real. Cartório da Nobreza; maço 73, constituído por uma colecção de gravuras representando brasões municipais;
Casa Cadaval, índice L 523;
Livro das fortalezas situadas no extremo de Portugal e de Castela, fac-símile disponível na Biblioteca de apoio à Referência;
Ministério do Reino. Colecção de plantas, mapas e outros documentos iconográficos, índice L 523. Inventário. Desdobrável;
Colecção Olissiponense, catálogo C 635 a 637.
HISTÓRIA LOCAL
Fazer a história de uma localidade ou região implica recuperar memórias disseminadas por um conjunto de vestígios onde o espaço e as sociedades se inscrevem.
Face à diversidade dos temas possíveis de abordar, em consonância com a trajectória da vida das comunidades, a investigação é complexa, exigindo que se percorram arquivos, bibliotecas, museus, etc., ou seja todos os locais onde a memória da presença humana se encontra preservada.
1. Antes mesmo de se procurar um documento de arquivo, e a fim de se obter uma visão de conjunto e se gizarem os contornos do estudo que se pretende fazer, importa conhecer, desde logo, a bibliografia já publicada sobre a localidade ou região, recorrendo, em primeira instância, a obras de índole geral, tais como enciclopédias e dicionários.
De entre outras, consideramos de uma enorme utilidade as seguintes obras de síntese e de referência:
Bibliografia corográfica de Portugal. Lisboa: Biblioteca Popular de Lisboa, 1962-1975;
COSTA, Américo - Dicionário corográfico de Portugal Continental e Insular: hidrográfico, histórico, orográfico, biográfico, arqueológico, heráldico, etimológico, 12 vol. Porto: Livraria Civilização, 1929-1949;
COSTA, Padre António Carvalho da - Corografia portuguesa e descripçam topográfica. Braga: Typographia de Domingos Gonçalves Gouvea, 1868;
Dicionário de História de Portugal, dir. de Joel Serrão,4 vol. Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1961-1971;
LEAL, Augusto Soares d´Azevedo Barbosa de Pinho . Portugal Antigo e Moderno. 12 vol. Lisboa: Livraria Ed. Matos Moreira, 1873-1890;
LIMA, João Baptista de - Terras Portuguesas, 8 vol. Póvoa do Varzim, 1931;
RODRIGUES, Guilherme; PEREIRA, João Manuel Esteves - Portugal: dicionário histórico, chorográfico, biographico, bibliographico, heraldico, numismatico e artístico, 7 vol. Lisboa: João Romano Torres e Cª,1904-1915;
VASCONCELOS, José Leite de - Etnografia Portuguesa: tentame de sistematização, 6 vol. Lisboa: Imprensa Nacional, 1933-1975.
Dever-se-á, em seguida, inventariar a bibliografia especializada, com especial destaque para as monografias.
2. A identificação de documentos de arquivo exige que a investigação se processe em vários fundos. O IAN/TT dispõe de um instrumento indispensável ao investigador, que simultaneamente lhe permite a selecção dos fundos arquivísticos e o orienta no acesso aos documentos, através da indicação dos respectivos IDD (Instrumentos de Descrição Documental). Trata-se dos volumes I e II do Guia Geral dos Fundos da Torre do Tombo, publicados em 1998 e 1999, reportando-se às Instituições do Antigo Regime (os restantes volumes deste Guia estão em curso de elaboração e publicação).
No contexto de uma abordagem global, merece-nos uma referência especial o manuscrito conhecido por Memórias Paroquiais de 1758, organizado alfabeticamente por freguesias. O índice L 321, que se lhe refere, remete de imediato para a localidade pretendida.
Os forais, cuja importância e interesse são por demais reconhecidos, encontram-se dispersos por diversos fundos e colecções, tais como Chancelarias Régias, Gavetas, Leitura Nova, etc. Torna-se, pois, de primordial valor o contributo de Francisco Nunes Franklin, cuja obra Memórias para servir de índice dos forais (...) fornece todas as indicações necessárias. A referida obra encontra-se na Sala de Referência à disposição dos leitores (L 483).
Relativamente à história contemporânea é de grande utilidade o Roteiro das Fontes da História Portuguesa Contemporânea, com coordenação de Joel Serrão e direcção de Maria José da Silva Leal e Miriam Halpern Pereira, disponível igualmente na Sala de Referência (L 534).
Para um estudo mais detalhado revestem-se de grande interesse os seguintes fundos e colecções documentais, existentes no IAN/TT, e aos quais se pode facilmente aceder percorrendo os respectivos instrumentos de descrição disponíveis:
Alfândegas de Lisboa, índice L 266. Inventário publicado;
Alfândega do Funchal, índice F 77;
Alfândega do Porto, índice L 533;
Capelas da Coroa, índices L 11 e F 45;
Casa do Infantado, índices L 13, catálogo C 7;
Casa das Rainhas, índice L 13, catálogo C 8;
Chancelarias das Ordens Militares: Ordem de Cristo, índices L 393 a 434; Ordem de Santiago de Espada, índices L 436 a 444; Ordem de São Bento de Avis, índices L 385 a 392;
Chancelarias régias, índices L 20 a 206, por ordem sequencial de reinados, de D. Afonso I a D. Pedro IV. As Chancelarias de D. Duarte e de D. João II dispõem de índices informatizados e impressos;
Corpo Cronológico, índices L 223 a 234; inventários 299 e 299A, catálogo C 79 a 169A;
Conselho da Fazenda, índices L 212 a 512, C 27. Inventário publicado;
Desembargo do Paço - Repartição da Corte, Estremadura e Ilhas, guia de remessa L 237, índices L 246 a 255; Repartição do Alentejo e Algarve, inventário L 570 e índices L 257 e 258, F 48 a 56; Repartição da Beira, guia de remessa L 237 e índices L 256, F 57 a F59; Repartição do Minho e Trás-os-Montes, guia de remessa L 237, índices L 238 a 242, F 47, F 98 e F 99 e inventário L 569;
Documentos do Reino do Algarve, índice L 487;
Gavetas, índices e catálogo L 267 a 273;
Impostos, índices L 510 e 511;
Inquirições, índices L 278 a 280;
Instituições religiosas, catálogo;
Junta do Comércio, índices L 305, C 466 a C 467 (refere as alfândegas do Alentejo, Algarve, Beira, Minho e Trás--os-Montes);
Leis, índices L 306 a 310A;
Leitura Nova – índices das chancelarias régias;
Ministério da Instrução Pública, índice L 378 a 379;
Ministério do Interior, índice L 497;
Ministério dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça,índice L 380;
Ministério do Reino, índices L 210 e 382. Inventário publicado;
Núcleo Antigo, índice L 574. Inventário publicado;
Provedoria e Junta da Real Fazenda do Funchal, índices L 266, F 77;
Provedorias de Santarém e Tomar, índice L 446, catálogo C 742 a 916;
Provedoria de Setúbal, catálogo C 917 a 970;
Provedoria de Torres Vedras, catálogo C 791;
Provedorias de Torres Vedras e Ourique, índice L 447;
Registo geral de mercês, informatizado;
Registo geral de testamentos, índices L 479 e 480, catálogo C 992 a 1060;
Registos notariais, índices L 435, 439-443, 388-392, 418-434, C 268, 270, 638-643, 654-656, 730, F 61-67.
3. Para representações iconográficas sugerimos a consulta dos fundos e colecções seguintes:
Armorial de Francisco Coelho, intitulado Thesouro da Nobreza, CF 169, onde se representam brasões de vilas e cidades com assento nas Cortes;
Casa Real. Cartório da Nobreza; maço 73, constituído por uma colecção de gravuras representando brasões municipais;
Casa Cadaval, índice L 523;
Livro das fortalezas situadas no extremo de Portugal e de Castela, fac-símile disponível na Biblioteca de apoio à Referência;
Ministério do Reino. Colecção de plantas, mapas e outros documentos iconográficos, índice L 523. Inventário. Desdobrável;
Colecção Olissiponense, catálogo C 635 a 637.
quinta-feira, agosto 19, 2004
Propostas de Verão - BD
quarta-feira, agosto 18, 2004
Material alheio (ao quadrado)
Para compensar os horrores que se encontram no blog anterior, e para melhor compreender (verdadeiramente) aquilo que são os actuais «anos de chumbo» (para usar a expressão de TM) temos aqui um poemito de Francisco de Quevedo inserto no blog do Pacheco Pereira.
Mais que não seja prova que de Espanha não vêm só maus ventos e maus casamentos.
Madre, yo al oro me humillo;
él es mi amante y mi amado,
pues, de puro enamorado,
de contino anda amarillo:
que, pues, doblón o sencillo,
hace todo cuanto quiero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Nace en las Indias honrado,
donde el mundo le acompaña;
viene a morir en España
y es en Génova enterrado.
Y pues quien le trae al lado
es hermoso, aunque sea fiero,
Poderoso caballero
es don Dinero
Es galán y es como un oro,
tiene quebrado el color,
persona de gran valor,
tan cristiano como moro;
pues que da y quita el decoro
y quebranta cualquier fuero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Son sus padres principales
y es de noble descendiente,
porque en la venas de Oriente
todas las sangres son reales;
y pues es quien hace iguales
al duque y al ganadero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Mas, ¿a quién no maravilla
ver su gloria sin tasa
que es lo menos de su casa
doña Blanca de Castilla?
Pero pues da al baxo silla
y al cobarde hace guerrero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Sus escudos de armas nobles
son siempre tan principales,
que sin sus escudos reales
no hay escudos de armas dobles;
y pues a los mismo robles
da codicia su minero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Por importar en los tratos
y dar tan buenos consejos,
en las casas de los viejos
gatos le guardan de gatos.
Y pues él rompe recatos
y ablanda al juez más severo,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Y es tanta su majestad
(aunque son sus duelos hartos),
que con haberle hecho cuartos
no pierde su autoridad:
pero pues da calidad
al noble y al por diosero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Nunca vi damas ingratas
a su gusto y afición,
que a las caras de un doblón
hacen sus caras baratas.
Y pues las hace bravatas
desde una bolsa de cuero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Más valen en cualquier tierra,
(mirad si es harto sagaz),
sus escudos en la paz,
que rodelas en la guerra.
Y pues al pobre lo entierra
y hace propio al forastero,
Poderoso caballero
es don Dinero
(Francisco de Quevedo)
Mais que não seja prova que de Espanha não vêm só maus ventos e maus casamentos.
Madre, yo al oro me humillo;
él es mi amante y mi amado,
pues, de puro enamorado,
de contino anda amarillo:
que, pues, doblón o sencillo,
hace todo cuanto quiero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Nace en las Indias honrado,
donde el mundo le acompaña;
viene a morir en España
y es en Génova enterrado.
Y pues quien le trae al lado
es hermoso, aunque sea fiero,
Poderoso caballero
es don Dinero
Es galán y es como un oro,
tiene quebrado el color,
persona de gran valor,
tan cristiano como moro;
pues que da y quita el decoro
y quebranta cualquier fuero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Son sus padres principales
y es de noble descendiente,
porque en la venas de Oriente
todas las sangres son reales;
y pues es quien hace iguales
al duque y al ganadero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Mas, ¿a quién no maravilla
ver su gloria sin tasa
que es lo menos de su casa
doña Blanca de Castilla?
Pero pues da al baxo silla
y al cobarde hace guerrero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Sus escudos de armas nobles
son siempre tan principales,
que sin sus escudos reales
no hay escudos de armas dobles;
y pues a los mismo robles
da codicia su minero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Por importar en los tratos
y dar tan buenos consejos,
en las casas de los viejos
gatos le guardan de gatos.
Y pues él rompe recatos
y ablanda al juez más severo,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Y es tanta su majestad
(aunque son sus duelos hartos),
que con haberle hecho cuartos
no pierde su autoridad:
pero pues da calidad
al noble y al por diosero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Nunca vi damas ingratas
a su gusto y afición,
que a las caras de un doblón
hacen sus caras baratas.
Y pues las hace bravatas
desde una bolsa de cuero,
Poderoso caballero
es don Dinero.
Más valen en cualquier tierra,
(mirad si es harto sagaz),
sus escudos en la paz,
que rodelas en la guerra.
Y pues al pobre lo entierra
y hace propio al forastero,
Poderoso caballero
es don Dinero
(Francisco de Quevedo)
Proposta de TM
Segue-se uma proposta do nosso leitor Titta Maurício.
Não faz bem o nosso género de blog, mas gostos não se discutem.
Penso que é um blog... interessante!
Espero que gostem... e que pelo menos possam ter acesso a mais uma fonte de informação! Não sei se é verdade, ou se é mais uma teoria da conspiração... pero que las ay, ay!
De qualquer modo, merece que o leiamos com atenção crítica! Há lá muita informação para melhor compreendermos os "dias de chumbo" que vivemos... e os interesses que se movem!
Não faz bem o nosso género de blog, mas gostos não se discutem.
Penso que é um blog... interessante!
Espero que gostem... e que pelo menos possam ter acesso a mais uma fonte de informação! Não sei se é verdade, ou se é mais uma teoria da conspiração... pero que las ay, ay!
De qualquer modo, merece que o leiamos com atenção crítica! Há lá muita informação para melhor compreendermos os "dias de chumbo" que vivemos... e os interesses que se movem!
terça-feira, agosto 17, 2004
O Foral de Alhos Vedros
Gente amiga comentou off the record que os os nossos reparos sobre a obra de Maria Clara Santso e José Manuel Vargas sobre o foral de Alhos Vedros eram algo injustos na apreciação do estudo, da bibliografia e no comentário algo personalizado sobre o que esperávamos dos autores.
Esclareçamos as questões por pontos:
Quanto ao estudo, se à parte técnica da transcrição e comentário pouco haverá a acrescentar, tirando uma ou outra questão de critério paleográfico, o mesmo se não poderá dizer do estudo de enquadramento histórico pois a primeira parte limita-se a debitar um discurso dezenas de vezes repetido por todo o país sempre que se publica um foral manuelino, sem nada de mais original, enquanto a segunda sobre Alhos Vedros se acomoda aos elementos do próprio foral, aos dados de uma publicação de Ana Leal e Francisco Pires sobre as Visitações e muito pouco mais, sendo bastante pobre, porque meramente descritiva do que as fontes dizem de forma directa e não fazendo um enquadramento espacial no âmbito da região em que Alhos Vedros se inseria.
A propósito da bibliografia mais haverá a dizer, pois são ignoradas positivamente todas as publicações existentes sobre documentos similares da margem sul ou do distrito de Setúbal (já nem falo de outro tipo de textos ou fontes), as quais não sendo muitas sempre são algumas: António Nabais publicou o foral de Alcochete e Aldeia Galega em 1995 para as respectivas Câmaras Municipais; o mesmo autor e Alexandre Flores já tinham publicado um estudo sobre os forais de Palmela em 1992 (CM Palmela); Alexandre Flores também tem obra publicada sobre Almada e até o foral de Canha foi publicado em 1999 pela Câmara do Montijo com transcrição de Rosa Bela Azevedo. Como se vê, tudo publicações anteriores à ques está sob análise e que, sendo da iniciativa de autarquias vizinhas, os autores teriam obrigação de conhecer. Se as não conhecem, talvez estejam no ofício errado; se as conhecem e, por comodidade, preguiça ou imposições externas, as não usaram, o caso talvez até seja pior.
Em relação aos autores, e em atenção aos antecedentes, esperaria certamente que o José Manuel Vargas fosse mais além do que foi, pois há já bastantes anos atrás fez trabalhos de boa qualidade que até já recomendámos neste blog. Quando à Drª Maria Clara Santos não lhe conhecemos obra historiográfica original em extensão suficiente para depositarmos nela mais ou menos esperanças e acreditamos que certamente o trabalho na autarquia lhe deverá ter ocupado o tempo em outras actividades que não o estudo da memória histórica e doo património do antigo concelho de Alhos Vedros.
Justificar-se-ão os autores que esta era uma obra despretensiosa, de divulgação, patati, patátá, sem grandes ambições e todo o rosário que costuma acompanhar estes textos. Ora aí está o problema !
A ambição não pode faltar nestas iniciativas e o comodismo preguiçoso típico da burocracia autárquica não se deve instalar. Se nem com apoio vão lá, como é que querem que se faça alguma coisa. E para que é que servem Núcleos de Amigos da História Local se o trabalho produzido se reduz a papaguear o que já é conhecido e a transcrever facsímiles ?
E depois temos ainda de suportar aqueles textops introdutórios dos Presidentes e Vereadores de serviço que, não percebendo nada da coisa, escrevem sobre esta “maravilhosa obra”. Tenho a sensação que as obras de que percebem são outras e quanto a maravilhas nem se fala.
Esclareçamos as questões por pontos:
Quanto ao estudo, se à parte técnica da transcrição e comentário pouco haverá a acrescentar, tirando uma ou outra questão de critério paleográfico, o mesmo se não poderá dizer do estudo de enquadramento histórico pois a primeira parte limita-se a debitar um discurso dezenas de vezes repetido por todo o país sempre que se publica um foral manuelino, sem nada de mais original, enquanto a segunda sobre Alhos Vedros se acomoda aos elementos do próprio foral, aos dados de uma publicação de Ana Leal e Francisco Pires sobre as Visitações e muito pouco mais, sendo bastante pobre, porque meramente descritiva do que as fontes dizem de forma directa e não fazendo um enquadramento espacial no âmbito da região em que Alhos Vedros se inseria.
A propósito da bibliografia mais haverá a dizer, pois são ignoradas positivamente todas as publicações existentes sobre documentos similares da margem sul ou do distrito de Setúbal (já nem falo de outro tipo de textos ou fontes), as quais não sendo muitas sempre são algumas: António Nabais publicou o foral de Alcochete e Aldeia Galega em 1995 para as respectivas Câmaras Municipais; o mesmo autor e Alexandre Flores já tinham publicado um estudo sobre os forais de Palmela em 1992 (CM Palmela); Alexandre Flores também tem obra publicada sobre Almada e até o foral de Canha foi publicado em 1999 pela Câmara do Montijo com transcrição de Rosa Bela Azevedo. Como se vê, tudo publicações anteriores à ques está sob análise e que, sendo da iniciativa de autarquias vizinhas, os autores teriam obrigação de conhecer. Se as não conhecem, talvez estejam no ofício errado; se as conhecem e, por comodidade, preguiça ou imposições externas, as não usaram, o caso talvez até seja pior.
Em relação aos autores, e em atenção aos antecedentes, esperaria certamente que o José Manuel Vargas fosse mais além do que foi, pois há já bastantes anos atrás fez trabalhos de boa qualidade que até já recomendámos neste blog. Quando à Drª Maria Clara Santos não lhe conhecemos obra historiográfica original em extensão suficiente para depositarmos nela mais ou menos esperanças e acreditamos que certamente o trabalho na autarquia lhe deverá ter ocupado o tempo em outras actividades que não o estudo da memória histórica e doo património do antigo concelho de Alhos Vedros.
Justificar-se-ão os autores que esta era uma obra despretensiosa, de divulgação, patati, patátá, sem grandes ambições e todo o rosário que costuma acompanhar estes textos. Ora aí está o problema !
A ambição não pode faltar nestas iniciativas e o comodismo preguiçoso típico da burocracia autárquica não se deve instalar. Se nem com apoio vão lá, como é que querem que se faça alguma coisa. E para que é que servem Núcleos de Amigos da História Local se o trabalho produzido se reduz a papaguear o que já é conhecido e a transcrever facsímiles ?
E depois temos ainda de suportar aqueles textops introdutórios dos Presidentes e Vereadores de serviço que, não percebendo nada da coisa, escrevem sobre esta “maravilhosa obra”. Tenho a sensação que as obras de que percebem são outras e quanto a maravilhas nem se fala.
segunda-feira, agosto 16, 2004
Léxico moiteiro III
O Manuel Pedro avança um passo e recria diálogos quotidianos em lares moiteiros:
Quando a mãe moiteira vê o filho muito sujo diz-lhe para ele ir tomar BOInho:
- Ó Toinho, vai tomar BOInho e limpa-me esse rainho !
Quando a mãe moiteira vê o filho muito sujo diz-lhe para ele ir tomar BOInho:
- Ó Toinho, vai tomar BOInho e limpa-me esse rainho !
Esclarecimento (tá bem...)
A propósito de um comentário nosso sobre obras coercivas da CMLisboa na sede do CDS-PP o sempre atento leitor Titta Maurício mandou-nos o seguinte esclarecimento (achamos que seja para nós embora ele se dirija a um sr. Pedro, será o Manuel Pedro, nosso colaborador ?):
Meu Caro Pedro (???),
Só umas pequeninas achegas:
1º As obras coercivas não são realizadas na sede do CDS-PP (essa é a forma de vender uma notícia nesta já recorrente "silly season"): se-lo-ão no prédio que, entre outras, também está parcialmente arrendado ao CDS-PP;
2º As obras no imóvel são, supletivamente, responsabilidade do proprietário - ainda que, no caso em concreto, contratualmente, o CDS-PP haja assumido como sua a responsabilidade de o fazer no espaço que arrendou;
3º Porém, subsiste a responsabilidade do proprietário sobre o restante espaço do imóvel;
4º Parte dele (e não parte despicienda) é composta por espaço devoluto ou arrendado (nos quais, como sabe, a realização de obras depende da autorização do proprietário ou de quem o tomou de arrendamento);
5º Assim, não obstante o CDS-PP se ter disponibilizado a proceder a obras de recuperação... só o poderia fazer no seu espaço e, no restante, apenas e só com o acordo e comparticipação financeira quer do proprietário quer dos restantes inquilinos (o que não foi possível por estes não haveram concordado);
6º Agora sim as obras serão realizadas, e o CDS-PP, assim que a conta lhe for apresentada, pagará as despesas efectuadas no espaço que tomou de arrendamento;
7º Assim, se alguém beneficia de um empréstimo sem juros (como alguns acusam), não será o CDS-PP!
Quanto ao que esta ou outras câmaras façam a outros inquilinos não sei, mas esta é a realidade... por muito pouco sumarenta que seja! Ainda não é desta que apanham o CDS e o seu líder... mais uma invenção ou uma tempestade num copo de água! Continua o tiro ao Salvado... e aos que a esquerda extrema e a extrema-esquerda juraram vingança.
Que não o seu caso... que é, sobre o assunto, um exemplo de falta de informação... que espero haja contribuído para debelar!
Com os melhores cumprimentos,
João Titta Maurício
Meu Caro Pedro (???),
Só umas pequeninas achegas:
1º As obras coercivas não são realizadas na sede do CDS-PP (essa é a forma de vender uma notícia nesta já recorrente "silly season"): se-lo-ão no prédio que, entre outras, também está parcialmente arrendado ao CDS-PP;
2º As obras no imóvel são, supletivamente, responsabilidade do proprietário - ainda que, no caso em concreto, contratualmente, o CDS-PP haja assumido como sua a responsabilidade de o fazer no espaço que arrendou;
3º Porém, subsiste a responsabilidade do proprietário sobre o restante espaço do imóvel;
4º Parte dele (e não parte despicienda) é composta por espaço devoluto ou arrendado (nos quais, como sabe, a realização de obras depende da autorização do proprietário ou de quem o tomou de arrendamento);
5º Assim, não obstante o CDS-PP se ter disponibilizado a proceder a obras de recuperação... só o poderia fazer no seu espaço e, no restante, apenas e só com o acordo e comparticipação financeira quer do proprietário quer dos restantes inquilinos (o que não foi possível por estes não haveram concordado);
6º Agora sim as obras serão realizadas, e o CDS-PP, assim que a conta lhe for apresentada, pagará as despesas efectuadas no espaço que tomou de arrendamento;
7º Assim, se alguém beneficia de um empréstimo sem juros (como alguns acusam), não será o CDS-PP!
Quanto ao que esta ou outras câmaras façam a outros inquilinos não sei, mas esta é a realidade... por muito pouco sumarenta que seja! Ainda não é desta que apanham o CDS e o seu líder... mais uma invenção ou uma tempestade num copo de água! Continua o tiro ao Salvado... e aos que a esquerda extrema e a extrema-esquerda juraram vingança.
Que não o seu caso... que é, sobre o assunto, um exemplo de falta de informação... que espero haja contribuído para debelar!
Com os melhores cumprimentos,
João Titta Maurício
domingo, agosto 15, 2004
Léxico moiteiro - II
Continuemos com a parte dos vegetais:
Aboicate - abacate, para as pessoas normais.
Ceboilinho - cebolinho.
Agora parte do corpo começando pela caboiça (é mesmo assim que o moiteiro fala, acentuando bem a sílaba tónica no meio da caboiça):
Boica - a boca, que estão sempre a usar.
Boilhos - os olhinhos, é claro.
Boirelhas - orelhas, que raramente usam quando a conversa lhes não interessa.
Aboicate - abacate, para as pessoas normais.
Ceboilinho - cebolinho.
Agora parte do corpo começando pela caboiça (é mesmo assim que o moiteiro fala, acentuando bem a sílaba tónica no meio da caboiça):
Boica - a boca, que estão sempre a usar.
Boilhos - os olhinhos, é claro.
Boirelhas - orelhas, que raramente usam quando a conversa lhes não interessa.
sábado, agosto 14, 2004
Aleluia
Eis que se não quando nos aparece na net em formato pdf (requere o Acrobat Reader para ler) o texto de uma publicação da CMM, da autoria de Maria Clara Santos e José Manuel Vargas, uma obra sobre "O Foral de Alhos Vedros", datada de 2000.
Bem, àparte as gralhas logo nas primeiras páginas, que acontecem até nas melhores publicações (quanto mais nas da CMM), a obra em si não é má, mesmo se eu nunca a tenha visto em lado algum (problema certamente meu).
A bibliografia é quase boa, embora o estudo seja muito sofrível, pois queda-se por Alhos Vedros no século XVI, pouco indo atrá e nada indo à frente.
E aqui fica o busílis da questão.
Aguardamos a publicação das actas da vereação do concelho de Alhos Vedros, mais de 20 livros que cobrem o período de 1625 a 1855, para percebermos o que se passou no crucial século XVII e dos problemas da elevação da Moita a vila e, no século XIX, da forma como o declínio de Alhos Vedros se acentuou ao ponto de se extinguir enquanto sede de município.
Pelo menos do José Manuel Vargas esperamos um pouco melhor do que este estudo, pouco ousado e convencional até à raíz dos cabelos.
Ficamos à espera da próxima.
Por nós, nem que seja nos 600 anos do Foral (é já em 2014) faremos certamente melhor, esperando já ter devolvido a Alhos Vedros a dignidade municipal vilmente subtraída.
sexta-feira, agosto 13, 2004
Para distrair
Embora as propostas de Verão estejam meio paradas, para quem gosta de BD, e a pedido de várias famílias (foi mais de uma família só, mas...), podem sempre dar um salto ao blog Beco das Imagens. É como o dos Marretas: mesmo não sendo genial, sempre alivia.
quinta-feira, agosto 12, 2004
Brasão
O nosso leitor José Luís Pinto mandou-nos o endereço de um site onde se podem encontrar as imagens das armas e brasão de Alhos Vedros. O endereço é este.
A descrição das armas é a que se segue, prometendo nós que tentaremos incluir as imagens no nosso fotoblog. Veremos só se o formato das imagens é aceite.
Armas - Escudo de prata, dois remos passados em aspa, acompanhados em chefe da cruz da Ordem de Santiago, de púrpura, de duas flores-de-lis de vermelho nos flancos e de uma cabaça de verde em ponta. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com a legenda a negro, em maiúsculas : “ ALHOS VEDROS “.
A descrição das armas é a que se segue, prometendo nós que tentaremos incluir as imagens no nosso fotoblog. Veremos só se o formato das imagens é aceite.
Armas - Escudo de prata, dois remos passados em aspa, acompanhados em chefe da cruz da Ordem de Santiago, de púrpura, de duas flores-de-lis de vermelho nos flancos e de uma cabaça de verde em ponta. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com a legenda a negro, em maiúsculas : “ ALHOS VEDROS “.
terça-feira, agosto 10, 2004
Favores
A Câmara Municipal de Lisboa decidiu assumir a realização de obras coercivas na sede do CDP/PP no Largo do Caldas, apesar de o contrato de arrendamento estipular que seria o inquilino (a dita cuja agremiação política) a responsabilizar-se por tal.
Nada como ver as boas relações P(edro)P(aulo) a funcionar.
Já viram se a moda pega entre nós ?
A quem iria a CMM fazer obras em casa ?
MMMMM!!!!!!!
Nada como ver as boas relações P(edro)P(aulo) a funcionar.
Já viram se a moda pega entre nós ?
A quem iria a CMM fazer obras em casa ?
MMMMM!!!!!!!
Léxico moiteiro
Na esteira do léxico restauracionista (cf. posts do ano de 2003), inauguramos aqui o léxico moiteiro:
Secção de produtos vegetais (algumas achegas):
Boilota - bolota moiteira.
Ceboila - cebola moiteira.
Secção de produtos vegetais (algumas achegas):
Boilota - bolota moiteira.
Ceboila - cebola moiteira.
O que interessa
Só para acalmar os impacientes interessados, assegura-se que o texto sobre a Isabel Angelino ainda estará pronto este mês.
Os ricos que paguem a crise
Alguém se lembra (ou fotografou) daquele mural da UDP que havia à entrada do Campo da Forca, de frente para a estação da CP ?
Ao ler as memórias políticas do José Silva lembrei-me das horas que passei sentado à espera de comboio a olhar para o dito cujo mural
Não tinha a pinta dos do MRPP mas aquele capitalista com um calhau enorme às costas com "Crise" escrita era bem original.
Ao ler as memórias políticas do José Silva lembrei-me das horas que passei sentado à espera de comboio a olhar para o dito cujo mural
Não tinha a pinta dos do MRPP mas aquele capitalista com um calhau enorme às costas com "Crise" escrita era bem original.
sábado, agosto 07, 2004
Fracasso
Eu tentei
Tentei, tentei.
Tentei descarregar o software "Hello/Picasa" que o Blogger disponibiliza para inserir imagens directamente no blog, mas a coisa deu erro de memória no sector xpto e depois a memória não pode ser "writen" e blá-blá-blá e eu não tenho paciência para isto.
Fica como está e acabou-se.
Para me distrair fui ao Blogue dos Marretas, que não sendo genial, também não é mau.
Tentei, tentei.
Tentei descarregar o software "Hello/Picasa" que o Blogger disponibiliza para inserir imagens directamente no blog, mas a coisa deu erro de memória no sector xpto e depois a memória não pode ser "writen" e blá-blá-blá e eu não tenho paciência para isto.
Fica como está e acabou-se.
Para me distrair fui ao Blogue dos Marretas, que não sendo genial, também não é mau.
Mais umas fotos
Embora já estejam novos textos na forja, fiquemo-nos por mais umas fotos no AVedros Visual.
É fim de semana.
Descansemos, porque até o Senhor descansou (mesmo se ao Sábado tenha sido o do Judeus).
É fim de semana.
Descansemos, porque até o Senhor descansou (mesmo se ao Sábado tenha sido o do Judeus).
sexta-feira, agosto 06, 2004
Resposta aos reparos
Aqui vão os esclarecimentos tidos como necessários aos reparos do post anterior:
1) Quanto às estatísticas do PTBloggers convém explicar que os chamados hits out que aí se contabilizam correspondem exactamente às entrdas no blog a partir do apontador. Ou seja, correspondem, em teoria, a novos visitantes, pois os regulares normalmente entrarão a partir dos favoritos ou mesmo digitando o endereço e o administrador do blog entra a partir do site do próprio Blogger usando a sua palavra-passe.
Nós não afirmámos que éramos os maiores do planeta e arredores, apenas sublinhámos que, para nossa surpresa, tínhamos um nível de entradas bem acima da média dos blogs regionais e mesmo bastante bom para qualquer blog generalista, se descontarmos aqueles mais na moda. Claro que nos podem visitar e nunca mais voltar mas, mesmo assim, não podemos deixar de ficar satisfeitos porque na última semana verificámos que o número de hits out tem aumentado com regularidade.
Quanto a outros métodos para contabilizar o tráfego da blogosfera não é nossa prioridade pois não é isso que nos interessa. Apenas fizemos um reparo, que para nós foi uma agradável surpresa.
2) Ao Luís Rodrigues só podemos responder que opiniões não se discutem. No entanto, se ler com atenção alguns dos primeiros posts poderá encontrar a nossa definição de «moiteiro», que não corresponde a qualquer habitante da Moita, mas um seu tipo específico e bem característico, que até pode existir fora da Moita. Já agora, e como conselho adicional, passe a usar alguma pontuação para além das vírgulas, porque não é Saramago quem quer e nós não temos tempo para editar tudo o que nos mandam.
3) Grande falta a nossa, é muito verdade. A Isabel Angelino não merecia o nosso esquecimento. Vamos ver o que se arranja. Um grande obrigado a este leitor atento ao que interessa a sério.
4) A crítica do J. C. Guimarães revela alguma falta de leitura dos nossos arquivos, pois já abordámos algumas destas questões no início da nossa polémica com o nosso leitor/colaborador Titta Maurício.
Realmente o pessoal é muito má língua. O que é que se há-de fazer. Mas garantimos-lhe que não queremos substituir ninguém e a nossa causa é meramente cívico-humorística.
Quanto a mamar, vamos ficar por aqui porque nos ocorrem demasiados trocadilhos fáceis, mesmo se de gosto duvidoso.
Para acabar, apenas um outro reparo: o pessoal escreve, não diz (o blog não tem som). E a propósito disso fiquemo-nos com um pensamento erudito:
Verba volant, scripta manent (em português “as palavras passam, a escrita permanece”, não sei quem disse/escreveu, mas que é bonito e acertado é).
1) Quanto às estatísticas do PTBloggers convém explicar que os chamados hits out que aí se contabilizam correspondem exactamente às entrdas no blog a partir do apontador. Ou seja, correspondem, em teoria, a novos visitantes, pois os regulares normalmente entrarão a partir dos favoritos ou mesmo digitando o endereço e o administrador do blog entra a partir do site do próprio Blogger usando a sua palavra-passe.
Nós não afirmámos que éramos os maiores do planeta e arredores, apenas sublinhámos que, para nossa surpresa, tínhamos um nível de entradas bem acima da média dos blogs regionais e mesmo bastante bom para qualquer blog generalista, se descontarmos aqueles mais na moda. Claro que nos podem visitar e nunca mais voltar mas, mesmo assim, não podemos deixar de ficar satisfeitos porque na última semana verificámos que o número de hits out tem aumentado com regularidade.
Quanto a outros métodos para contabilizar o tráfego da blogosfera não é nossa prioridade pois não é isso que nos interessa. Apenas fizemos um reparo, que para nós foi uma agradável surpresa.
2) Ao Luís Rodrigues só podemos responder que opiniões não se discutem. No entanto, se ler com atenção alguns dos primeiros posts poderá encontrar a nossa definição de «moiteiro», que não corresponde a qualquer habitante da Moita, mas um seu tipo específico e bem característico, que até pode existir fora da Moita. Já agora, e como conselho adicional, passe a usar alguma pontuação para além das vírgulas, porque não é Saramago quem quer e nós não temos tempo para editar tudo o que nos mandam.
3) Grande falta a nossa, é muito verdade. A Isabel Angelino não merecia o nosso esquecimento. Vamos ver o que se arranja. Um grande obrigado a este leitor atento ao que interessa a sério.
4) A crítica do J. C. Guimarães revela alguma falta de leitura dos nossos arquivos, pois já abordámos algumas destas questões no início da nossa polémica com o nosso leitor/colaborador Titta Maurício.
Realmente o pessoal é muito má língua. O que é que se há-de fazer. Mas garantimos-lhe que não queremos substituir ninguém e a nossa causa é meramente cívico-humorística.
Quanto a mamar, vamos ficar por aqui porque nos ocorrem demasiados trocadilhos fáceis, mesmo se de gosto duvidoso.
Para acabar, apenas um outro reparo: o pessoal escreve, não diz (o blog não tem som). E a propósito disso fiquemo-nos com um pensamento erudito:
Verba volant, scripta manent (em português “as palavras passam, a escrita permanece”, não sei quem disse/escreveu, mas que é bonito e acertado é).
Alguns reparos
Os nossos leitores não são só os fãs incondicionais e alguns vão-nos fazendo críticas mais ou menos acertadas. Aqui está uma selecção daquelas que se podem publicar sem ofender sensibilidades.
1.
Li no v/ blog que eram os mais lidos a nível regional de acordo com as estatisticas do Pt bloggers e que estavam nos mais lidos a nível nacional. Isso não é bem assim porque esse apontador não contabiliza o tráfego mas apenas as entradas a partir dele por isso a vossa conclusão é um pouco abusiva. Existem melhores métodos para fazer a estatística dos visitantes que vocês não usam.
Fábio S. Sousa
2.
Venho por este meio dizer-vos que vivo na Moita e não percebo as críticas que fazem aos que vocês chamam «moiteiros» com ar de gozo, tenho muito gosto de viver na Moita e acho que voces gozam mas não sabem do que falam porque a Moita é terra de gente boa e trabalhadora e voces só sabem falar e não fazem nada de util para ninguem era melhor que ficassem calados.
Luís Miguel Rodrigues
3.
Leio-os há uns tempos e não posso deixar de vos fazer o reparo de não terem cumprido uma das vossas promessas de há uns meses que era escreverem sobre a Isabel Angelino. Lembram-se ?
António Mesquita
4.
Aquilo que vos quero dizer é que vocês falam muito e criticam tudo e todos mas não sabemos que vocês são e o que fizeram até hoje para melhorar aquilo de que dizem mal.
Porque dizer mal é muito fácil, mas fazer é outra coisa, o mais certo é terem qualquer interesse só em dizer mal. Dizem que não têm partido mas isso é treta e devem é estar à espera para mamarem como aqueles de que dizem mal.
João Carlos Guimarães
1.
Li no v/ blog que eram os mais lidos a nível regional de acordo com as estatisticas do Pt bloggers e que estavam nos mais lidos a nível nacional. Isso não é bem assim porque esse apontador não contabiliza o tráfego mas apenas as entradas a partir dele por isso a vossa conclusão é um pouco abusiva. Existem melhores métodos para fazer a estatística dos visitantes que vocês não usam.
Fábio S. Sousa
2.
Venho por este meio dizer-vos que vivo na Moita e não percebo as críticas que fazem aos que vocês chamam «moiteiros» com ar de gozo, tenho muito gosto de viver na Moita e acho que voces gozam mas não sabem do que falam porque a Moita é terra de gente boa e trabalhadora e voces só sabem falar e não fazem nada de util para ninguem era melhor que ficassem calados.
Luís Miguel Rodrigues
3.
Leio-os há uns tempos e não posso deixar de vos fazer o reparo de não terem cumprido uma das vossas promessas de há uns meses que era escreverem sobre a Isabel Angelino. Lembram-se ?
António Mesquita
4.
Aquilo que vos quero dizer é que vocês falam muito e criticam tudo e todos mas não sabemos que vocês são e o que fizeram até hoje para melhorar aquilo de que dizem mal.
Porque dizer mal é muito fácil, mas fazer é outra coisa, o mais certo é terem qualquer interesse só em dizer mal. Dizem que não têm partido mas isso é treta e devem é estar à espera para mamarem como aqueles de que dizem mal.
João Carlos Guimarães
quinta-feira, agosto 05, 2004
Memórias Políticas I
Aqui começam as heróicas memórias políticas do José Silva.
O editor do blog agradece tanta colaboração, logo agora que estava a pensar ir de férias.
O Roldão Preto na Galiza, o Manuel Pedro pró Sul, o António da Costa prestes a partir para algures e eu aqui, agarrado ao computador.
Vidas...
Para além da GNR à porta de casa, à espera do meu pai, felizmente sem grande sucesso, antes do 25 de Abril (25/A para alguns), a minha primeira memória política passa pelo meu precoce activismo contra a profusão de cartazes em Alhos Vedros entre 1974 e 1975.
Por todas as fachadas das casa por onde passava a caminho da Primária as paredes passaram a estar cobertas de papelada de todas as cores e formas.
Eu não percebia grande coisa do que aquilo era mas confesso que não gostava por já achar então que aquilo era um bocado de lixo agarrado às paredes.
Digamos que era assim meio antidemocrata, meio ecologista.
Vai daí e toca de arrancar o máximo de cartazes que podia.
Os mais numerosos e mais fáceis de arrancar eram os do MRPP, porque eram colados a uma altura a que eu chegava, a cola usada era aquele mistura de água, farinha e mais não sei o quê e, para mais, colavam os cartazes uns sobre os outros, sobrepondo um dos lados; acho mesmo que aquilo já devia vir assim da sede, tipo faixa pronta a colar. Era uma beleza, porque vbastava puxar um dos cantos de baixo e aquilo ia quase tudo de uma vez.
Claro que fazia a coisa meio às escondidas quando ninguém estava a ver, pois era puto mas não era assim tão parvo. Uma vez distraí-me gabei-me da coisa em casa e foi um alarido, com a minha mãe em pânico, porque então era crime capital arrancar cartazes de partidos do PC para a esquerda (eram práí uns 25 ou mais).
Os cartazes mais irritantes eram os da FEC (m-l) porque, ao contrário da maior parte dos restantes, eram colados mais alto, eram pequenitos e a cola era das boas. Digamos assim, eram poucos e pequenos, mas bons. Um, muito em particular, escapou a toda essa temporada sem eu lhe conseguir pôr as mãos em cima. Lembro-me, como se fosse hoje, da minha sensação de impotência em chegar-lhe por muito que me esticasse. Estava colado num dos vidros superiores da então dependência do BPA, onde agora está uma Igreja Evangêlica, na Avenida Bela Rosa.
Chegava a desviar-me dos meus trajectos normais só para mirar o dito cartaz que não tinha mais de um palmo de largura por menos de dois de altura com uns dizeres a preto sobre um fundo azul ou verde desmaiado.
O sacana do cartaz sobreviveu bem mais do a própria FEC (m-l).
A propósito, quem é que em Alhos Vedros era então da FEC (m-l) ?
E quem é que colou o maldito cartaz que me fez passar por um dos meus maiores traumas de infância e pelo primeiro insucesso da minha carreira política ?
Se eu o apanho ainda lhe colo um autocolante do PDC na testa.
José Silva
O editor do blog agradece tanta colaboração, logo agora que estava a pensar ir de férias.
O Roldão Preto na Galiza, o Manuel Pedro pró Sul, o António da Costa prestes a partir para algures e eu aqui, agarrado ao computador.
Vidas...
Para além da GNR à porta de casa, à espera do meu pai, felizmente sem grande sucesso, antes do 25 de Abril (25/A para alguns), a minha primeira memória política passa pelo meu precoce activismo contra a profusão de cartazes em Alhos Vedros entre 1974 e 1975.
Por todas as fachadas das casa por onde passava a caminho da Primária as paredes passaram a estar cobertas de papelada de todas as cores e formas.
Eu não percebia grande coisa do que aquilo era mas confesso que não gostava por já achar então que aquilo era um bocado de lixo agarrado às paredes.
Digamos que era assim meio antidemocrata, meio ecologista.
Vai daí e toca de arrancar o máximo de cartazes que podia.
Os mais numerosos e mais fáceis de arrancar eram os do MRPP, porque eram colados a uma altura a que eu chegava, a cola usada era aquele mistura de água, farinha e mais não sei o quê e, para mais, colavam os cartazes uns sobre os outros, sobrepondo um dos lados; acho mesmo que aquilo já devia vir assim da sede, tipo faixa pronta a colar. Era uma beleza, porque vbastava puxar um dos cantos de baixo e aquilo ia quase tudo de uma vez.
Claro que fazia a coisa meio às escondidas quando ninguém estava a ver, pois era puto mas não era assim tão parvo. Uma vez distraí-me gabei-me da coisa em casa e foi um alarido, com a minha mãe em pânico, porque então era crime capital arrancar cartazes de partidos do PC para a esquerda (eram práí uns 25 ou mais).
Os cartazes mais irritantes eram os da FEC (m-l) porque, ao contrário da maior parte dos restantes, eram colados mais alto, eram pequenitos e a cola era das boas. Digamos assim, eram poucos e pequenos, mas bons. Um, muito em particular, escapou a toda essa temporada sem eu lhe conseguir pôr as mãos em cima. Lembro-me, como se fosse hoje, da minha sensação de impotência em chegar-lhe por muito que me esticasse. Estava colado num dos vidros superiores da então dependência do BPA, onde agora está uma Igreja Evangêlica, na Avenida Bela Rosa.
Chegava a desviar-me dos meus trajectos normais só para mirar o dito cartaz que não tinha mais de um palmo de largura por menos de dois de altura com uns dizeres a preto sobre um fundo azul ou verde desmaiado.
O sacana do cartaz sobreviveu bem mais do a própria FEC (m-l).
A propósito, quem é que em Alhos Vedros era então da FEC (m-l) ?
E quem é que colou o maldito cartaz que me fez passar por um dos meus maiores traumas de infância e pelo primeiro insucesso da minha carreira política ?
Se eu o apanho ainda lhe colo um autocolante do PDC na testa.
José Silva
Generosidade moiteira
Ainda não tínhamos aqui manifestado o apreço por ter a CMM disponibilizado 6 pavilhões 6 para a Feira do Livro de Alhos Vedros.
Foi tanta a generosidade e simpatia que, dizem os organizadores, só ficaram metade dos livros por desempacotar e expôr.
Já viram o raio de manias da malta de Alhos Vedros ?
Fazer feiras do Livro !
Comprar livros !!
LER LIVROS !!!
Que raio de hábitos estranhos estes.
Nada que cheire a bosta.
Só letras, papel e às vezes uns desenhitos.
Já agora, porque será que, apesar de raízes tidas como tão profundas, existem tão poucos livros sobre a tauromaquia em Portugal e, muito em especial, não tão secular taurina Moita ?
Será que os interessados nos bois não sabem ler ou não conseguem escrever ?
Ou as duas coisas ?
Será que só lá vão com desenhos ?
O azar é que nós, em Alhos Vedros, é que acabamos por ficar a olhar para o boneco.
Foi tanta a generosidade e simpatia que, dizem os organizadores, só ficaram metade dos livros por desempacotar e expôr.
Já viram o raio de manias da malta de Alhos Vedros ?
Fazer feiras do Livro !
Comprar livros !!
LER LIVROS !!!
Que raio de hábitos estranhos estes.
Nada que cheire a bosta.
Só letras, papel e às vezes uns desenhitos.
Já agora, porque será que, apesar de raízes tidas como tão profundas, existem tão poucos livros sobre a tauromaquia em Portugal e, muito em especial, não tão secular taurina Moita ?
Será que os interessados nos bois não sabem ler ou não conseguem escrever ?
Ou as duas coisas ?
Será que só lá vão com desenhos ?
O azar é que nós, em Alhos Vedros, é que acabamos por ficar a olhar para o boneco.
Chulos
Diálogo entre leitores do Jornal da Moita e Baixa da Banheira
- Conheces o Luís Chula ?
- Chula quem ?
- O Luís Chula !
- Chula quem ?
- O Luís Chula, pá, o moiteiro, o dos bois !!!
- Ah, já percebo, o moiteiro Luís que chula os bois.
- Realmente não estás a perceber, ou melhor, se calhar até estás a perceber bem de mais.
- Obrigado... acho eu...
- Conheces o Luís Chula ?
- Chula quem ?
- O Luís Chula !
- Chula quem ?
- O Luís Chula, pá, o moiteiro, o dos bois !!!
- Ah, já percebo, o moiteiro Luís que chula os bois.
- Realmente não estás a perceber, ou melhor, se calhar até estás a perceber bem de mais.
- Obrigado... acho eu...
Correcção do link
O José Luís Pinto enviou-nos a correcção do link que não estava a funcionar.
Tentem este que nós vamos metendo mais uns posts.
Alteraram o artigo e trocaram a foto...
Mas tentem este:
http://www.diariodobarreiro.pt/sociedade/xartigo3.asp
Tentem este que nós vamos metendo mais uns posts.
Alteraram o artigo e trocaram a foto...
Mas tentem este:
http://www.diariodobarreiro.pt/sociedade/xartigo3.asp
quarta-feira, agosto 04, 2004
Curiosidades moiteiras
Reparem na foto ;)
http://www.diariodobarreiro.pt/Primeira%20Pagina/xartigo2.asp
Agora a Moita "do Ribatejo" já se estende até ao Cais Velho ?
Cumprimentos
José Luís Pinto
Nota: O link parece já não estar activo para a notícia que nos interessa, mas quem tiver paciência pode procurar.
http://www.diariodobarreiro.pt/Primeira%20Pagina/xartigo2.asp
Agora a Moita "do Ribatejo" já se estende até ao Cais Velho ?
Cumprimentos
José Luís Pinto
Nota: O link parece já não estar activo para a notícia que nos interessa, mas quem tiver paciência pode procurar.
Os Malucos da Terra - novos dados sobre o #3
No fotoblog Alhos Vedros Visual, inserimos uma foto de um "maluco" sobre o qual não tínhamos quase nenhumas informações.
Eis se não quando o José Luís Pinto aqui nos surge com um esclarecimento em cima da hora e que muito agradecemos.
Que belas noites passei eu no mítico (pelo menos para mim) Mobil Garden a ouvir este "maluco" que costumava parar por lá, a troco duma imperial tinhamos direito a relatos de experiencias com todo o tipo de drogas; fracas, fortes, químícas, era um desenrolar de histórias que parecia não ter fim.
Não tenho a certeza mas acho que se chamava Joaquim e tinha vindo de algures no Alentejo, rejeitado pela família.Durante um tempo teve apoio psicológico no hospital onde lhe trataram das "luzes psicadélicas" e das "unhas com formigas" que ele via, depois foi acolhido no lar de Alhos Vedros, a partir daqui perdi-lhe o rasto, ouvi dizer uns anos mais tarde que teria morrido, mas não posso afirmar que corresponda à verdade.
José Luis Pinto
Eis se não quando o José Luís Pinto aqui nos surge com um esclarecimento em cima da hora e que muito agradecemos.
Que belas noites passei eu no mítico (pelo menos para mim) Mobil Garden a ouvir este "maluco" que costumava parar por lá, a troco duma imperial tinhamos direito a relatos de experiencias com todo o tipo de drogas; fracas, fortes, químícas, era um desenrolar de histórias que parecia não ter fim.
Não tenho a certeza mas acho que se chamava Joaquim e tinha vindo de algures no Alentejo, rejeitado pela família.Durante um tempo teve apoio psicológico no hospital onde lhe trataram das "luzes psicadélicas" e das "unhas com formigas" que ele via, depois foi acolhido no lar de Alhos Vedros, a partir daqui perdi-lhe o rasto, ouvi dizer uns anos mais tarde que teria morrido, mas não posso afirmar que corresponda à verdade.
José Luis Pinto
Os Bois e a Política ou a Política dos Bois
Não há férias para os nossos colaboradores.
Agora é o António da Costa com novo artigo sobre política local
A seguir é o José Luís Pinto com um contributo sobre os Malucos da Terra.
Para os próximos dias são as memórias políticas do José Silva
Até parece que somos pagos para isto.
Como já expus em análise anterior, o PS prepara-se para, em princípio para breve, ver cair-lhe no regaço a Câmara da Moita, sem que para isso tenha feito nada de assinalável mérito.
Um pouco à semelhança do que se passou no Barreiro, também na Moita a incapacidade da gestão autárquica do PC conduziu a uma erosão profunda do seu eleitorado o que, aliando-se a questões demográficas, tem consequências eleitorais naturais e óbvias para qualquer observador.
Neste contexto, o PS apresenta-se como o herdeiro natural do poder autárquico, mesmo que não consiga atingir os resultados das eleições para os Parlamentos Português e Europeu. No entanto,e apesar de uma aparente renovação do aparelhos partidário local, o PS do concelho da Moita caracteriza-se – a avaliar pelos documentos que divulga publicamente – por uma ausência de ideias novas ou mesmo de propostas concretas que só faz jus ao seu alinhamento socrático na luta interna pelo poder.
Mas, apesar desta vacuidade da oposição mais próxima, o PC sente bem a ameaça e, com a gestão presente, procurou inverter a situação de marasmo em que o concelho viveu longamente, em especial fora da sede do poder.
Algumas obras públicas de certo vulto, uma tentativa de patine cultural, e uma renovação dos esforços de relações públicas não se adivinham, apesar do esforço, suficientes para contrariar a força natural das coisas.
Perante o perigo de ver acabar três décadas de poder, os responsáveis autárquicos actuais lançaram mão daquele que é o último recurso disponível para tentar ganhar uns votos-extra em terreno hostil.
Ou seja, e ao arrepio de toda uma ortodoxia com profundas raízes, viraram-se para os bois e abraçaram a causa taurina com a força do desespero
Os aspectos mais caricatos desta viragem já foram denunciados aqui em textos do Manuel Pedro, mas nunca é de mais sublinhar o denodo com que a CMM passou a apoiar já não só as festividades taurinas locais, como a promovê-las com vigor e a subsidiar tudo o que seja organização ou publicação em que surja o rabo de um boi ou a teta de uma vaca.
A imprensa local sobrevive com dificuldades e, tirando as agendas e boletins municipais de propganda oficial, as publicações culturais dignas desse nome inexistem no concelho da Moita. No entanto, a revista Tauromaquia brilha com as suas cores impressas em papel couché conseguindo sobreviver afortunadamente mesmo se a sua distribuição – pasme-se – é gratuita.
Em post recente, noticiava-se neste blog a existência de novas verbas cedidas pela cãmara a organizações locais ligadas aos espectáculos taurinos.
Dirão os entendidos, em especial os que se consideram antropólogos, que é uma forma de projectar a Moita.
Certo.
A Moita projecta-se; o problema é que o resto do concelho fica na sombra.
E, pior, esta aliança política/bois é apenas uma derradeira estratégia dos detentores do poder moiteiro tentarem obter apoios num momento em que eles escasseiam.
E nada melhor que tentar pescá-los (melhor seria escrever “pegá-los”) num terreno tradicionalmente adverso à implantação do PC.
Penso, todavia, que esta é uma pega destinada ao fracasso, porque os bois, mesmo com a aparência de mansos, são falsos e não conhecem a mão que lhes deu de comer.
De certa forma, fazem bem, porque quem os engorda agora, pode querer matá-los amanhã.
Mas deixemo-nos de figuras de estilo de gosto duvidoso.
Peguemos os bois pelos cornos ou passemos a dar os nomes aos ditos cujos:
A CMM actual converteu-se aos bois por conveniência, e os apaniguados locais dos ditos ruminante quadrúpedes muito agradecem, apanhando o que podem, enquanto podem.
Daqui por uns tempos veremos quem se fica a rir.
Eu, pela minha parte, há muito que me rio de forcados de última hora, armados em grandes heróis, que levam a bela da cornada quando menos esperam.
António da Costa
Agora é o António da Costa com novo artigo sobre política local
A seguir é o José Luís Pinto com um contributo sobre os Malucos da Terra.
Para os próximos dias são as memórias políticas do José Silva
Até parece que somos pagos para isto.
Como já expus em análise anterior, o PS prepara-se para, em princípio para breve, ver cair-lhe no regaço a Câmara da Moita, sem que para isso tenha feito nada de assinalável mérito.
Um pouco à semelhança do que se passou no Barreiro, também na Moita a incapacidade da gestão autárquica do PC conduziu a uma erosão profunda do seu eleitorado o que, aliando-se a questões demográficas, tem consequências eleitorais naturais e óbvias para qualquer observador.
Neste contexto, o PS apresenta-se como o herdeiro natural do poder autárquico, mesmo que não consiga atingir os resultados das eleições para os Parlamentos Português e Europeu. No entanto,e apesar de uma aparente renovação do aparelhos partidário local, o PS do concelho da Moita caracteriza-se – a avaliar pelos documentos que divulga publicamente – por uma ausência de ideias novas ou mesmo de propostas concretas que só faz jus ao seu alinhamento socrático na luta interna pelo poder.
Mas, apesar desta vacuidade da oposição mais próxima, o PC sente bem a ameaça e, com a gestão presente, procurou inverter a situação de marasmo em que o concelho viveu longamente, em especial fora da sede do poder.
Algumas obras públicas de certo vulto, uma tentativa de patine cultural, e uma renovação dos esforços de relações públicas não se adivinham, apesar do esforço, suficientes para contrariar a força natural das coisas.
Perante o perigo de ver acabar três décadas de poder, os responsáveis autárquicos actuais lançaram mão daquele que é o último recurso disponível para tentar ganhar uns votos-extra em terreno hostil.
Ou seja, e ao arrepio de toda uma ortodoxia com profundas raízes, viraram-se para os bois e abraçaram a causa taurina com a força do desespero
Os aspectos mais caricatos desta viragem já foram denunciados aqui em textos do Manuel Pedro, mas nunca é de mais sublinhar o denodo com que a CMM passou a apoiar já não só as festividades taurinas locais, como a promovê-las com vigor e a subsidiar tudo o que seja organização ou publicação em que surja o rabo de um boi ou a teta de uma vaca.
A imprensa local sobrevive com dificuldades e, tirando as agendas e boletins municipais de propganda oficial, as publicações culturais dignas desse nome inexistem no concelho da Moita. No entanto, a revista Tauromaquia brilha com as suas cores impressas em papel couché conseguindo sobreviver afortunadamente mesmo se a sua distribuição – pasme-se – é gratuita.
Em post recente, noticiava-se neste blog a existência de novas verbas cedidas pela cãmara a organizações locais ligadas aos espectáculos taurinos.
Dirão os entendidos, em especial os que se consideram antropólogos, que é uma forma de projectar a Moita.
Certo.
A Moita projecta-se; o problema é que o resto do concelho fica na sombra.
E, pior, esta aliança política/bois é apenas uma derradeira estratégia dos detentores do poder moiteiro tentarem obter apoios num momento em que eles escasseiam.
E nada melhor que tentar pescá-los (melhor seria escrever “pegá-los”) num terreno tradicionalmente adverso à implantação do PC.
Penso, todavia, que esta é uma pega destinada ao fracasso, porque os bois, mesmo com a aparência de mansos, são falsos e não conhecem a mão que lhes deu de comer.
De certa forma, fazem bem, porque quem os engorda agora, pode querer matá-los amanhã.
Mas deixemo-nos de figuras de estilo de gosto duvidoso.
Peguemos os bois pelos cornos ou passemos a dar os nomes aos ditos cujos:
A CMM actual converteu-se aos bois por conveniência, e os apaniguados locais dos ditos ruminante quadrúpedes muito agradecem, apanhando o que podem, enquanto podem.
Daqui por uns tempos veremos quem se fica a rir.
Eu, pela minha parte, há muito que me rio de forcados de última hora, armados em grandes heróis, que levam a bela da cornada quando menos esperam.
António da Costa
terça-feira, agosto 03, 2004
Alhos Vedros Visual
O fotoblog Alhos Vedros Visual está actualizado pois mãos amigas fizeram o favor de nos enviar fotos do lendário Mosca assim como de aspectos perdidos da nossa vila.
Maravilha - Parte II
Após exploração atenta do PbBloggers, chegámos à conclusão que se estivéssemos na categoria maior de blogs (generalistas) estávamos nos 15 mais visitados a partir daquele apontador (hits out) e que, em termos globais, estamos certamente no top 30 ou 40 dos mais de 2000 blogs nacionais aí referenciados.
Nada mau para esta terrinha à beira-rio plantada e para esta meia-dúzia de descabelados.
Nada mau para esta terrinha à beira-rio plantada e para esta meia-dúzia de descabelados.
O Tagacha
As minhas recordações do Tagacha são algo diversas da evocação feita pelo Filipe Fonseca, mesmo se reconheço a situação por ele descrita como muito frequente nas ruas de Alhos Vedros dos anos 70 e 80.
Por variadas as razões, a minha relação com ele sempre foi particularmente pacífica.
Nunca o chamei pela alcunha que o irritava, algo que sempre achei muito cruel por ver o estado alterado em que ele ficava. Mas, infelizmente, desde crianças temos uma tendência inata para pisar/desprezar os mais fracos e abusar do nosso poder, seja ele físico, económico, político ou apenas (de ofensa) verbal. Em contrapartida, nunca fui por ele ameaçado ou vagamente molestado.
Ligações algo indirectas faziam com que ele fosse longinquamente aparentado com alguns conhecidos meus e, por via da amizade, com um avô meu. Talvez por isso sempre o tenha visto como alguém merecedor de respeito.
Os seus olhos muito claros e límpidos e a correcção com que tratava quem o tratava com um mínimo de consideração estavam em contradição com as «bocas» que se ouviam sobre o seu comprtamento.
Quando passava por mim, apé, no seu passo algo trôpego ou na sua bicicleta, sempre de casaquinho abotoado só com o botão do meio, cumprimentava-me com aquela sua voz algo entaramelada, ao que eu respondia sem problemas.
Quando ia em grupo, ele evitava-me para escapar ao gozo dos outros, que já sabia que aí vinha, mas muitas vezes era eu que lhe falava, não me incomodando de distribuir umas boas «sapas» por algum amigo que se estendesse no comentário subsequente.
Por isso, embora tenha o seu lugar garantido de pleno direito na vasta galeria dos malucos de Alhos Vedros, o Tagacha é aquele que sempre considerei pior tratado por quase todos nós.
(Outros testemunhos - textos ou fotos - para avedros.clix.pt)
Por variadas as razões, a minha relação com ele sempre foi particularmente pacífica.
Nunca o chamei pela alcunha que o irritava, algo que sempre achei muito cruel por ver o estado alterado em que ele ficava. Mas, infelizmente, desde crianças temos uma tendência inata para pisar/desprezar os mais fracos e abusar do nosso poder, seja ele físico, económico, político ou apenas (de ofensa) verbal. Em contrapartida, nunca fui por ele ameaçado ou vagamente molestado.
Ligações algo indirectas faziam com que ele fosse longinquamente aparentado com alguns conhecidos meus e, por via da amizade, com um avô meu. Talvez por isso sempre o tenha visto como alguém merecedor de respeito.
Os seus olhos muito claros e límpidos e a correcção com que tratava quem o tratava com um mínimo de consideração estavam em contradição com as «bocas» que se ouviam sobre o seu comprtamento.
Quando passava por mim, apé, no seu passo algo trôpego ou na sua bicicleta, sempre de casaquinho abotoado só com o botão do meio, cumprimentava-me com aquela sua voz algo entaramelada, ao que eu respondia sem problemas.
Quando ia em grupo, ele evitava-me para escapar ao gozo dos outros, que já sabia que aí vinha, mas muitas vezes era eu que lhe falava, não me incomodando de distribuir umas boas «sapas» por algum amigo que se estendesse no comentário subsequente.
Por isso, embora tenha o seu lugar garantido de pleno direito na vasta galeria dos malucos de Alhos Vedros, o Tagacha é aquele que sempre considerei pior tratado por quase todos nós.
(Outros testemunhos - textos ou fotos - para avedros.clix.pt)
segunda-feira, agosto 02, 2004
Bem haja, Lourivaldo
O chefe de redacção do jornal O Rio brinda-nos no presente número com um extraordinário e pouco usual texto de opinião sobre aquilo que para os moiteiros (ele chama-lhes moitenses, mas nós percebemos porquê) é cultura, ou seja, os bois e seus anexos, com destaque para a bosta (imagem do texto já disponível no nosso fotoblog).
A propósito de bosta, o texto em causa é motivado por um outro do distinto moiteiro Luís Chula que se queixa de ter a Câmara da Moita organizado uma sessão de homenagem a Carlos Paredes durante as festas da Moita e, por isso, ter desafiado os moitenses para (não) participar numa actividade cultural em dia de «vacada», o que para ele parece ser pecado muito mais do que venial, por violar o 11º mandamento moiteiro – “Não disputeis a primazia da cultura da vaca e do boi em caso algum”.
Mas o melhor é comprarem e lerem logo a 2ª página do jornal porque há muito que a sisuda imprensa local precisava de textos desassombrados como este.
Bem haja, Lourivaldo, e para si vai a medalha honorária (mesmo se virtual) do nosso blog por serviços prestados à causa do bom senso, mesmo com o risco da própria vida (cerebral), perante tais atentados à inteligência humana.
Nota final: Isto pega-se, pois até o Luís Carlos Santos (pg 14) se apresenta ao serviço com um irrevente texto com a sua dose certa de ironia crítica o que, convenhamos, só pode ser bem-vindo.
A propósito de bosta, o texto em causa é motivado por um outro do distinto moiteiro Luís Chula que se queixa de ter a Câmara da Moita organizado uma sessão de homenagem a Carlos Paredes durante as festas da Moita e, por isso, ter desafiado os moitenses para (não) participar numa actividade cultural em dia de «vacada», o que para ele parece ser pecado muito mais do que venial, por violar o 11º mandamento moiteiro – “Não disputeis a primazia da cultura da vaca e do boi em caso algum”.
Mas o melhor é comprarem e lerem logo a 2ª página do jornal porque há muito que a sisuda imprensa local precisava de textos desassombrados como este.
Bem haja, Lourivaldo, e para si vai a medalha honorária (mesmo se virtual) do nosso blog por serviços prestados à causa do bom senso, mesmo com o risco da própria vida (cerebral), perante tais atentados à inteligência humana.
Nota final: Isto pega-se, pois até o Luís Carlos Santos (pg 14) se apresenta ao serviço com um irrevente texto com a sua dose certa de ironia crítica o que, convenhamos, só pode ser bem-vindo.
Os Malucos da Terra - Parte I
A muito custo lá conseguimos arrancar umas linhas ao nosso colaborador Filipe Fonseca sobre o tema.
Aceitam-se todos os contributos que este Agosto permite
Aldemiro, o “Mosca”
Grande figura das ruas de Alhos Vedros durante muitos anos, o Aldemiro foi um dos muitos que vieram da Guerra Colonial com o seu cérebro meio desarranjado.
No entanto, ao contrário de outros, o seu traço principal sempre foi para mim a sua aparente boa disposição e mesmo humor.
Com um estilo muito próprio de se vestir e andar, o Aldemiro merece inteiramente o título de maluco mais elegante da terra. Com o seu andar gingão e, apesar da decadência com o passar dos tempos e quando deixou de ter os cuidados que a família, fatiota a condizer, o Mosca como era conhecido faz parte das memórias de muitos de nós que o vimos nas suas deambulações entre o Campo da Forca (perdão, Bairro Gouveia) e a “vila”.
Bem haja, onde quer que esteja.
O impagável Tagacha
Quem é que, agora entre os trinta e os quarenta anos, não gritou em miúdo “Ta-ta-tagacha” ao vê-lo passar e não fugiu imediatamente debaixo da ameaça de uma pedrade e de uma boa dúzia de impropérios enfurecidos.
Aceitam-se testemunhos.
Filipe Fonseca
Aceitam-se todos os contributos que este Agosto permite
Aldemiro, o “Mosca”
Grande figura das ruas de Alhos Vedros durante muitos anos, o Aldemiro foi um dos muitos que vieram da Guerra Colonial com o seu cérebro meio desarranjado.
No entanto, ao contrário de outros, o seu traço principal sempre foi para mim a sua aparente boa disposição e mesmo humor.
Com um estilo muito próprio de se vestir e andar, o Aldemiro merece inteiramente o título de maluco mais elegante da terra. Com o seu andar gingão e, apesar da decadência com o passar dos tempos e quando deixou de ter os cuidados que a família, fatiota a condizer, o Mosca como era conhecido faz parte das memórias de muitos de nós que o vimos nas suas deambulações entre o Campo da Forca (perdão, Bairro Gouveia) e a “vila”.
Bem haja, onde quer que esteja.
O impagável Tagacha
Quem é que, agora entre os trinta e os quarenta anos, não gritou em miúdo “Ta-ta-tagacha” ao vê-lo passar e não fugiu imediatamente debaixo da ameaça de uma pedrade e de uma boa dúzia de impropérios enfurecidos.
Aceitam-se testemunhos.
Filipe Fonseca
domingo, agosto 01, 2004
Maravilha
Por mera curiosidade narcisista (narcísica ?, isto o calor deixa-nos com o vocabulário emperrado) fui ao PTbloggers ver as estatísticas do nosso blog.
Então não é que na sua categoria (regionais) temos o blog com mais hits/entradas a partir deste apontador, com mais cinco que o 2º classificado (o Amigos da Figueira) e deixando muito longe todos os restantes ?
"Semos" bons !
Qualquer dia até me dou ao trabalho de inserir o Sitemeter aqui no blog (promessa a cumprir apenas quando o calor abrandar e depois de uma auditoria ás contas do anterior executivo, para ver se há condições económicas para cumprir essa mesma promessa).
Isto é para quem diz que ninguém nos lê.
Podem não gostar, mas que lêem, lá isso lêem.
Então não é que na sua categoria (regionais) temos o blog com mais hits/entradas a partir deste apontador, com mais cinco que o 2º classificado (o Amigos da Figueira) e deixando muito longe todos os restantes ?
"Semos" bons !
Qualquer dia até me dou ao trabalho de inserir o Sitemeter aqui no blog (promessa a cumprir apenas quando o calor abrandar e depois de uma auditoria ás contas do anterior executivo, para ver se há condições económicas para cumprir essa mesma promessa).
Isto é para quem diz que ninguém nos lê.
Podem não gostar, mas que lêem, lá isso lêem.
O que (não) ler este Verão
Depois das propostas de leituras, seguem-se as propostas de não-leituras em versão resumida, porque caso contrário não havia espaço.
Desta forma, por favor, não ler, para preservação dos neurónios:
1) Qualquer crónica pseudo-erudito-literária da Clara Ferreira Alves, mais conhecida pela Maria vai a todas do BE ao PSD, passando pelo PS, desde que dê visibilidade, cargo, presença no tempo de antena ou viagens.
2) Qualquer crónica muito, muito, muito, muito sensível e iluminada da Inês Pedrosa, porque corre-se o risco de exceder os limites legais de auto-indulgência.
3) Qualquer crónica do Boaventura Sousa Santos, estilo terceiro-mundista-libertária-fundo-social-mundialista, porque não há pachorra para contestatários do sistema que vivem à custa de subsídios do sistema (vidé Observatório da Justiça e quejandos).
4) Qualquer coisa escrita pelo Manuel Serrão, mesmo se ele só assina, pois quem escreve é outro, não tão estúpido como ele mas que, se é seu assalariado, não pode ser grande coisa.
5) Qualquer dos 235 "Apontamentos Políticos" do Vitor Barros sobre aquele livro de que anda a fazer fichas de leitura há vários meses.
6) Aqueles textos muito sensíveis, melados, pungentres, delicodoces, ingénuos e MAUS da Inês Santos Alves na penúltima página d' O Rio.
Desta forma, por favor, não ler, para preservação dos neurónios:
1) Qualquer crónica pseudo-erudito-literária da Clara Ferreira Alves, mais conhecida pela Maria vai a todas do BE ao PSD, passando pelo PS, desde que dê visibilidade, cargo, presença no tempo de antena ou viagens.
2) Qualquer crónica muito, muito, muito, muito sensível e iluminada da Inês Pedrosa, porque corre-se o risco de exceder os limites legais de auto-indulgência.
3) Qualquer crónica do Boaventura Sousa Santos, estilo terceiro-mundista-libertária-fundo-social-mundialista, porque não há pachorra para contestatários do sistema que vivem à custa de subsídios do sistema (vidé Observatório da Justiça e quejandos).
4) Qualquer coisa escrita pelo Manuel Serrão, mesmo se ele só assina, pois quem escreve é outro, não tão estúpido como ele mas que, se é seu assalariado, não pode ser grande coisa.
5) Qualquer dos 235 "Apontamentos Políticos" do Vitor Barros sobre aquele livro de que anda a fazer fichas de leitura há vários meses.
6) Aqueles textos muito sensíveis, melados, pungentres, delicodoces, ingénuos e MAUS da Inês Santos Alves na penúltima página d' O Rio.
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