sexta-feira, agosto 20, 2004

História Local

Para os amantes e amadores de História Local, aqui fica o texto introdutório do site da Torre do Tombo sobre o assunto. Não faz mal nenhum seguir algumas das recomendações aí existentes. Sempre se evitam asneiras ou lacunas desnecessárias.

HISTÓRIA LOCAL

Fazer a história de uma localidade ou região implica recuperar memórias disseminadas por um conjunto de vestígios onde o espaço e as sociedades se inscrevem.
Face à diversidade dos temas possíveis de abordar, em consonância com a trajectória da vida das comunidades, a investigação é complexa, exigindo que se percorram arquivos, bibliotecas, museus, etc., ou seja todos os locais onde a memória da presença humana se encontra preservada.
1. Antes mesmo de se procurar um documento de arquivo, e a fim de se obter uma visão de conjunto e se gizarem os contornos do estudo que se pretende fazer, importa conhecer, desde logo, a bibliografia já publicada sobre a localidade ou região, recorrendo, em primeira instância, a obras de índole geral, tais como enciclopédias e dicionários.
De entre outras, consideramos de uma enorme utilidade as seguintes obras de síntese e de referência:
Bibliografia corográfica de Portugal. Lisboa: Biblioteca Popular de Lisboa, 1962-1975;
COSTA, Américo - Dicionário corográfico de Portugal Continental e Insular: hidrográfico, histórico, orográfico, biográfico, arqueológico, heráldico, etimológico, 12 vol. Porto: Livraria Civilização, 1929-1949;
COSTA, Padre António Carvalho da - Corografia portuguesa e descripçam topográfica. Braga: Typographia de Domingos Gonçalves Gouvea, 1868;
Dicionário de História de Portugal, dir. de Joel Serrão,4 vol. Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1961-1971;
LEAL, Augusto Soares d´Azevedo Barbosa de Pinho . Portugal Antigo e Moderno. 12 vol. Lisboa: Livraria Ed. Matos Moreira, 1873-1890;
LIMA, João Baptista de - Terras Portuguesas, 8 vol. Póvoa do Varzim, 1931;
RODRIGUES, Guilherme; PEREIRA, João Manuel Esteves - Portugal: dicionário histórico, chorográfico, biographico, bibliographico, heraldico, numismatico e artístico, 7 vol. Lisboa: João Romano Torres e Cª,1904-1915;
VASCONCELOS, José Leite de - Etnografia Portuguesa: tentame de sistematização, 6 vol. Lisboa: Imprensa Nacional, 1933-1975.
Dever-se-á, em seguida, inventariar a bibliografia especializada, com especial destaque para as monografias.
2. A identificação de documentos de arquivo exige que a investigação se processe em vários fundos. O IAN/TT dispõe de um instrumento indispensável ao investigador, que simultaneamente lhe permite a selecção dos fundos arquivísticos e o orienta no acesso aos documentos, através da indicação dos respectivos IDD (Instrumentos de Descrição Documental). Trata-se dos volumes I e II do Guia Geral dos Fundos da Torre do Tombo, publicados em 1998 e 1999, reportando-se às Instituições do Antigo Regime (os restantes volumes deste Guia estão em curso de elaboração e publicação).
No contexto de uma abordagem global, merece-nos uma referência especial o manuscrito conhecido por Memórias Paroquiais de 1758, organizado alfabeticamente por freguesias. O índice L 321, que se lhe refere, remete de imediato para a localidade pretendida.
Os forais, cuja importância e interesse são por demais reconhecidos, encontram-se dispersos por diversos fundos e colecções, tais como Chancelarias Régias, Gavetas, Leitura Nova, etc. Torna-se, pois, de primordial valor o contributo de Francisco Nunes Franklin, cuja obra Memórias para servir de índice dos forais (...) fornece todas as indicações necessárias. A referida obra encontra-se na Sala de Referência à disposição dos leitores (L 483).
Relativamente à história contemporânea é de grande utilidade o Roteiro das Fontes da História Portuguesa Contemporânea, com coordenação de Joel Serrão e direcção de Maria José da Silva Leal e Miriam Halpern Pereira, disponível igualmente na Sala de Referência (L 534).
Para um estudo mais detalhado revestem-se de grande interesse os seguintes fundos e colecções documentais, existentes no IAN/TT, e aos quais se pode facilmente aceder percorrendo os respectivos instrumentos de descrição disponíveis:
Alfândegas de Lisboa, índice L 266. Inventário publicado;
Alfândega do Funchal, índice F 77;
Alfândega do Porto, índice L 533;
Capelas da Coroa, índices L 11 e F 45;
Casa do Infantado, índices L 13, catálogo C 7;
Casa das Rainhas, índice L 13, catálogo C 8;
Chancelarias das Ordens Militares: Ordem de Cristo, índices L 393 a 434; Ordem de Santiago de Espada, índices L 436 a 444; Ordem de São Bento de Avis, índices L 385 a 392;
Chancelarias régias, índices L 20 a 206, por ordem sequencial de reinados, de D. Afonso I a D. Pedro IV. As Chancelarias de D. Duarte e de D. João II dispõem de índices informatizados e impressos;
Corpo Cronológico, índices L 223 a 234; inventários 299 e 299A, catálogo C 79 a 169A;
Conselho da Fazenda, índices L 212 a 512, C 27. Inventário publicado;
Desembargo do Paço - Repartição da Corte, Estremadura e Ilhas, guia de remessa L 237, índices L 246 a 255; Repartição do Alentejo e Algarve, inventário L 570 e índices L 257 e 258, F 48 a 56; Repartição da Beira, guia de remessa L 237 e índices L 256, F 57 a F59; Repartição do Minho e Trás-os-Montes, guia de remessa L 237, índices L 238 a 242, F 47, F 98 e F 99 e inventário L 569;
Documentos do Reino do Algarve, índice L 487;
Gavetas, índices e catálogo L 267 a 273;
Impostos, índices L 510 e 511;
Inquirições, índices L 278 a 280;
Instituições religiosas, catálogo;
Junta do Comércio, índices L 305, C 466 a C 467 (refere as alfândegas do Alentejo, Algarve, Beira, Minho e Trás--os-Montes);
Leis, índices L 306 a 310A;
Leitura Nova – índices das chancelarias régias;
Ministério da Instrução Pública, índice L 378 a 379;
Ministério do Interior, índice L 497;
Ministério dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça,índice L 380;
Ministério do Reino, índices L 210 e 382. Inventário publicado;
Núcleo Antigo, índice L 574. Inventário publicado;
Provedoria e Junta da Real Fazenda do Funchal, índices L 266, F 77;
Provedorias de Santarém e Tomar, índice L 446, catálogo C 742 a 916;
Provedoria de Setúbal, catálogo C 917 a 970;
Provedoria de Torres Vedras, catálogo C 791;
Provedorias de Torres Vedras e Ourique, índice L 447;
Registo geral de mercês, informatizado;
Registo geral de testamentos, índices L 479 e 480, catálogo C 992 a 1060;
Registos notariais, índices L 435, 439-443, 388-392, 418-434, C 268, 270, 638-643, 654-656, 730, F 61-67.
3. Para representações iconográficas sugerimos a consulta dos fundos e colecções seguintes:
Armorial de Francisco Coelho, intitulado Thesouro da Nobreza, CF 169, onde se representam brasões de vilas e cidades com assento nas Cortes;
Casa Real. Cartório da Nobreza; maço 73, constituído por uma colecção de gravuras representando brasões municipais;
Casa Cadaval, índice L 523;
Livro das fortalezas situadas no extremo de Portugal e de Castela, fac-símile disponível na Biblioteca de apoio à Referência;
Ministério do Reino. Colecção de plantas, mapas e outros documentos iconográficos, índice L 523. Inventário. Desdobrável;
Colecção Olissiponense, catálogo C 635 a 637.

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