segunda-feira, agosto 30, 2004

Interregno no país real

Continuo em interregno pelo país real (leia-se, interior rural).
Não é que, normalmente, viva no país virtual, mesmo se o poder moiteiro nos deixa um tanto ou quanto sem saber a quantas andamos.
Mas, voltando ao país real só posso dizer que me está a deixar meio deprimido.
O país real está cada vez mais feio.
O país real está cada vez mais deserto.
O país real está cada vez mais queimado.
Há SCUT's mas há muito pouco mais.
Há emigrantes e as suas casas em construção.
Há supermercados, mas não há jornais.
Há espaço, mas a paisagem desapareceu.
Há rotundas, mas não há senso comum.
O país real está cada vez mais amoitado.
O mau gosto venceu em quase toda a linha.
Bem ditos os estrangeiros que nos compram os montes alentejanos e as casas de pedra da serra.
Esses ainda lutam contra a maré.
Os portugueses renderam-se em quase toda a linha ao pior que tinham dentro de si.
Apenas temos aquilo que merecemos.
O país está a transformar-se numa enorme Moita.

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