terça-feira, maio 18, 2004

A pedido de várias famílias respondo a TM

O nosso grande amigo Titta Maurício (o TM) voltou a responder-nos e, como não gostamos de dar a outra face (vimos “A Paixão de Cristo” e aquela apatia enervou-nos a valer) aqui vou replicar. Como sou interpelado directamente – o sôr Paulo é dirigido a quem edita os posts e esse sou eu – assim responderei mais uma vez.
À primeira parte do texto de TM, como aos costumes, direi nada, porque a validade do prazo das questões em apreço já expirou.
Quanto à segunda, mais substancial, vejo-me forçado – e peço desculpa aos nossos outros ocasionais ou habituais leitores – a responder a TM em duas levas, para melhor se distinguir o acessório do essencial e o tentar desviar dos seus equívocos, que não são poucos.
É impossível responder seriamente a tudo, pelo que começarei pelos comentários que, embora irrelevantes, são impossíveis de evitar:



a) O pessoal aqui do blog não (se) bufa. O espaço é pequeno e, mesmo em tempos de narizes entupidos pela rinite alérgica, o cheiro não se aguentaria. Por outro lado, também não somos gatos, mesmo se alguns de nós são assim para o peludo, para bufarmos em qualquer outro sentido. Também não somos canídeos para termos raiva, embora – como se viu pelo nosso Top 10 – não nos coíbamos de uma mijadela contra o poste da electricidade.
b) Não sou do PS, por estranho que isso lhe pareça (embora também insinue que serei um canalha comunista torturador de criancinhas e simpatizante de choques eléctricos). Aliás só o facto de TM me tomar por um dos rosinhas de Alhos Vedros da minha geração, me deixa os cabelos em pé. Vamos lá a ver, modéstia à parte, prezo-me de ter um QI razoável para a minha idade, origem social e habilitações académicas. O facto de não batermos regularmente na líder rosinha da região deve-se apenas à dificuldade que temos em soletrar e escrever o seu nome (qual dos “i” é que se acentua ?, por essas e por outras é que os nomes de baptismo são uma contingência tão incómoda) e ao facto de ela já vir com o chamado “rabo ripado” de Setúbal.
c) Já percebemos que leu qualquer coisa do Marx e que dele recolheu algumas ideias e vocabulário (“traição à classe” e mimos quejandos). Eu, muito sinceramente, tirando uma professora que na Secundária me obrigou a ler o Manifesto do Partido Comunista, li muito pouco e retive apenas o essencial para a minha cultura geral. Por isso, não tenho esse tipo de tiques.
d) Noto com agrado que se refere a Paulo Portas como Sr. ministro, assim com minúsculas. Só lhe fica bem. Realmente, o homem no Indy até escrevia coisas com sentido, em especial que nunca iria entrar na vida partidária. Viu-se.
e) Deixe lá a pobre da Maria Barroso. A Cardona quando lá chegar se calhar está pior. E a srª Paulo Portas nunca saberemos, não é ? E, se calhar, já se esqueceu que do tacho de que ela comeu uns tempos, também já comeram outras senhoras da sua área política (o nome Maria José Nogueira Pinto toca-lhe alguma campainha da memória ?).
f) Fiquei a saber que para si no discurso político não há rigor. Não preciso de mais argumentação para demonstrar porque nunca poderemos concordar com a forma de fazer política entre nós (em Portugal, em Setúbal, na Moita), pois se alguém com responsabilidades na estrutura distrital de um partido afirma que o discurso político só serve para dizer o que vem à cabeça, estamos falados. O pessoal, e eu em particular, gostamos de lhe “bater” não porque é do CDS, ou por qualquer antipatia pessoal (nunca o vi à minha frente e acredito que seja um excelente chefe de família, do Benfica e isso tudo), mas apenas porque acho que escreve mal, com base em ideias pouco correctas e com argumentações muito fracas, como em outro dia tentarei demonstrar.
g) Registo que não gosta que ponham em causa a sua competência profissional. Ó homem, se nos disser que é engenheiro, mais ninguém goza consigo e passamos todos a ter muito apreço por si, pois até consegue alinhavar umas frases com sequência.
h) Se fosse a si ia ao dicionário ler o significado de “tolerância”. Os seus textos são tudo menos uma demonstração de tal. Pelo menos, nós aqui no blog, demonstramos na prática o que é tolerância.
i) Tente usar menos maiúsculas nos textos. Percebemos a ideia mas faz-nos gastar mais tinta e papel quando imprimimos os seus textos para darmos a ler às nossas crianças, nas sessões de Educação Cívica que promovemos.

Por fim, prometo que na segunda leva desta resposta – mais em particular sobre as questões dos 24, 25 ou 26 de Abril – procurarei não me basear em autores esquerdistas, mas apenas em gente respeitável, do PPD/PSD para a direita embora, para quem toma Sanches Osório como farol do rigor histórico e do amor à democracia, toda esta malta não passe de bandalhos revolucionários, cripto-comunistas e afins. Até tenho medo de lhe citar aquelas partes das memórias do Freitas do Amaral (esse maldito fundador de um partido de extrema-esquerda, “companheiro de estrada” dos mais impenitentes marxistas-leninistas deste país) em que ele fala do incómodo que lhe causou a aliança com o PDC. Ou então do testemunho dos operacionais das redes bombistas de direita que, com o aval de Spínola, Alpoim Calvão, o dito Sanches Osório e outros democratas, andaram também a fazer obras de caridade pelo país em 74 e 75.
Pois, porque não foi só a Isabel do Carmo que foi bombista nesse tempos.
A memória é curta e selectiva, mas nem todos padecemos de tal maleita.

PS (salvo seja e vade retro, isto só quer dizer “post-scriptum” e mais nada) – Só mesmo para acabar. Não sei se sabe, mas o VPV parece que bebe uns copitos de água antes de escrever os textos de opinião. Parece que é para lubrificar as meninges.


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