Por fim, um pingo de bom senso neste país.
Acabou a mama do Orçamento para os amigos do Paulo e do Pedro.
Roda e bota fora.
Nota: Luís Delgado reagiu afirmando, e passo a citar de memória pelo que ouvi dizer a um primo do porteiro do prédio ao lado da prima dele, "o Primeiro Ministro mostrou todo o seu valor político e a sua visão estratégica na forma como foi demitido. Se alguém soube ser demitido em Portugal, foi ele".
terça-feira, novembro 30, 2004
Feira das Vaidades
Nas pesquisas feitas no Google sobre Alhos Vedros já chegámos ao 2º lugar.
O ego incha.
O ego incha.
segunda-feira, novembro 29, 2004
A Festa do Livro
A Câmara da Moita decidiu, para espanto geral, promover uma Festa do Livro no Pavilhão Municipal de Exposições. Não deve ser Feira, para não chatear o Leonel Coelho e nisso fazem bem.
Como fanático por livros (e por uma vez) só posso aplaudir com pés e mãos.
As boas notícias é que, também por uma vez, aquele espaço se encontra cheio de livralhada e sem gado vacuum e respectivos odores e dejectos.
A má notícia é que, como de costume, a CMM trata a coisa com a indiferença habitual, ou seja, com o mínimo dos mínimos de investimento: puseram umas mesas, enfiaram com os livros em cima e pouco mais, se descontarmos umas cadeiritas de plástico. A separação entre editoras ou tipos de livros é inexistente. Alguns estão meramente empilhados nos caixotes em que chegaram. Temos Sade ao lado de livros infantis. Sei que tudo é educativo, mas...
Banda Desenhada erótica do Manara junto com os Astérixes.
Enfim, quem não sabe é como quem não vê.
E quem não lê, então, não faz a mínima ideia como promover a leitura.
A senhora que me atendeu era simpática e prestável, lá isso era, mas até penso que não é funcionária camarária.
Quanto ao resto é um vasto espaço sem qualquer tipo de arranjo especial, sem o mínimo dos mínimos exigíveis numa iniciativa deste tipo. Ao menos que pedissem material promocional às editoras, como sejam catálogos das publicações ou cartazes promocionais das obras mais emblemáticas.
As editoras que mandaram etiquetas com preços ainda nos permitem perceber o desconto. Quanto às outras, são muitos os livros sem preços ou os que, sabendo-se o preço original, não se percebe qual foi a percentagem aplicada.
Bem, do mal o menos.
Sempre são milhares de livros à disposição.
Só espero é que a coisa tenha a afluência necessária para repetir a iniciativa.
Eu sei que é difícil em terra que só corre ao cheiro de bosta, mas a esperança é a última a morrer.
Como fanático por livros (e por uma vez) só posso aplaudir com pés e mãos.
As boas notícias é que, também por uma vez, aquele espaço se encontra cheio de livralhada e sem gado vacuum e respectivos odores e dejectos.
A má notícia é que, como de costume, a CMM trata a coisa com a indiferença habitual, ou seja, com o mínimo dos mínimos de investimento: puseram umas mesas, enfiaram com os livros em cima e pouco mais, se descontarmos umas cadeiritas de plástico. A separação entre editoras ou tipos de livros é inexistente. Alguns estão meramente empilhados nos caixotes em que chegaram. Temos Sade ao lado de livros infantis. Sei que tudo é educativo, mas...
Banda Desenhada erótica do Manara junto com os Astérixes.
Enfim, quem não sabe é como quem não vê.
E quem não lê, então, não faz a mínima ideia como promover a leitura.
A senhora que me atendeu era simpática e prestável, lá isso era, mas até penso que não é funcionária camarária.
Quanto ao resto é um vasto espaço sem qualquer tipo de arranjo especial, sem o mínimo dos mínimos exigíveis numa iniciativa deste tipo. Ao menos que pedissem material promocional às editoras, como sejam catálogos das publicações ou cartazes promocionais das obras mais emblemáticas.
As editoras que mandaram etiquetas com preços ainda nos permitem perceber o desconto. Quanto às outras, são muitos os livros sem preços ou os que, sabendo-se o preço original, não se percebe qual foi a percentagem aplicada.
Bem, do mal o menos.
Sempre são milhares de livros à disposição.
Só espero é que a coisa tenha a afluência necessária para repetir a iniciativa.
Eu sei que é difícil em terra que só corre ao cheiro de bosta, mas a esperança é a última a morrer.
O circo da Moita
No dia 9 de Outubro de 1948, o saudoso Século Ilustrado noticiava as obras para construção da praça de toiros Daniel do Nascimento na Moita.
O curioso, como poderão comprovar pela imagem que vai a caminho do Alhos Vedros Visual, é que a coisa a certa altura do texto passa a ser designada como "circo".
No fundo, nada mais correcto, se atendermos a que, para além das correrias dos bovinos, o que mais se lá encontram é palhaçadas.
O curioso, como poderão comprovar pela imagem que vai a caminho do Alhos Vedros Visual, é que a coisa a certa altura do texto passa a ser designada como "circo".
No fundo, nada mais correcto, se atendermos a que, para além das correrias dos bovinos, o que mais se lá encontram é palhaçadas.
A pique
Mais depressa do que esperaria aproximamo-nos do grau zero na nossa governação.
O fundo do buraco aproxima-se com grande rapidez.
Tenhamos esperança.
Já não falta muito para que seja impossível ficar pior.
Só um reparo.
Quando batermos no fundo, devemos agradecer ao nosso Presidente da República.
A ele devemos tudo isto.
O fundo do buraco aproxima-se com grande rapidez.
Tenhamos esperança.
Já não falta muito para que seja impossível ficar pior.
Só um reparo.
Quando batermos no fundo, devemos agradecer ao nosso Presidente da República.
A ele devemos tudo isto.
domingo, novembro 28, 2004
Publicidade enganosa
Afinal, a montanha pariu um rato.
O coleccionável do Jornal de Notícias faz a História dos concelhos e freguesias mas a partir dos seus moldes actuais.
Ou seja, à História falta algo pois até as freguesias que já foram concelhos só surgem inseridas nos limites dos municípios agora existentes.
Lá foram quase 6 euros deitados à rua, pois a treta até vem envolta em plástico e não dá para ver antes de comprar.
Agora é esperar pelo volume em que vem a Moita (arghhh) e tentar ver a coisa antes de gastar o dinheiro.
O coleccionável do Jornal de Notícias faz a História dos concelhos e freguesias mas a partir dos seus moldes actuais.
Ou seja, à História falta algo pois até as freguesias que já foram concelhos só surgem inseridas nos limites dos municípios agora existentes.
Lá foram quase 6 euros deitados à rua, pois a treta até vem envolta em plástico e não dá para ver antes de comprar.
Agora é esperar pelo volume em que vem a Moita (arghhh) e tentar ver a coisa antes de gastar o dinheiro.
Ai, ai, ai...
As obras na Praça da República e rua 5 de Outubro em Alhos Vedros já estão em curso – quase dois anos e meios depois de publicamente anunciadas mas ainda a tempo de ficarem concluídas antes das próximas eleições autárquicas.
Todo eu tremo de temor pelas consequências das ditas, pois o cartaz de propaganda (o “nosso Santana” cada vez está mais parecido com o outro) não permite adivinhar com exactidão e as descrições dos projectos sempre ocultam.
Ainda me lembro da última grande intervenção feita naquela zona feita nos anos 70 para abrir a variante da estrada no sentido Barreiro/Moita: foram palmeiras centenárias abaixo, reduziu-se a zona pedonal de forma drástica e ficámos com aquela sucessão disparatada de curvas antes da Igreja, alegadamente para não tocar em excesso nos terrenos da dita.
Agora, por enquanto, parece que só vão os arbustos, para “abrir” visualmente o local, etc, etc, naquela conversa redondinha que alia um pseudo rigor técnico à prosápia política.
Pois, pois, pois.
Ver para crer.
Já agora, existe alguma ideia para revitalizar a zona residencial envolvente, cada vez mais degradada e abandonada ?
Ou espera-se que tudo caia, para depois erguer os caixotes da ordem em nome da modernidade ?
Ah, e para acabar, não nos venham com a conversa de que estas são obras de recuperação ou requalificação do centro histórico da vila porque ou não sabem o que é um centro histórico, ou não sabem onde foi o centro histórico de Alhos Vedros ou pensam que a História começou só em finais do século XIX, quando a terra já estava em decadência e sob o poder moiteiro.
Todo eu tremo de temor pelas consequências das ditas, pois o cartaz de propaganda (o “nosso Santana” cada vez está mais parecido com o outro) não permite adivinhar com exactidão e as descrições dos projectos sempre ocultam.
Ainda me lembro da última grande intervenção feita naquela zona feita nos anos 70 para abrir a variante da estrada no sentido Barreiro/Moita: foram palmeiras centenárias abaixo, reduziu-se a zona pedonal de forma drástica e ficámos com aquela sucessão disparatada de curvas antes da Igreja, alegadamente para não tocar em excesso nos terrenos da dita.
Agora, por enquanto, parece que só vão os arbustos, para “abrir” visualmente o local, etc, etc, naquela conversa redondinha que alia um pseudo rigor técnico à prosápia política.
Pois, pois, pois.
Ver para crer.
Já agora, existe alguma ideia para revitalizar a zona residencial envolvente, cada vez mais degradada e abandonada ?
Ou espera-se que tudo caia, para depois erguer os caixotes da ordem em nome da modernidade ?
Ah, e para acabar, não nos venham com a conversa de que estas são obras de recuperação ou requalificação do centro histórico da vila porque ou não sabem o que é um centro histórico, ou não sabem onde foi o centro histórico de Alhos Vedros ou pensam que a História começou só em finais do século XIX, quando a terra já estava em decadência e sob o poder moiteiro.
sábado, novembro 27, 2004
Caso interesse
Amanhã começa a sair um coleccionável com o Jornal de Notícias com a história das freguesias e concelhos do país.
Como Alhos Vedros vem logo no I volume, com menos de 6 euros resolvem o problema.
Como Alhos Vedros vem logo no I volume, com menos de 6 euros resolvem o problema.
sexta-feira, novembro 26, 2004
Indústria florescente
Aparentemente a única empresa alhosvedrense com um historial de sucesso, mesmo em tempos de crise, e em expansão para a própria sede actual do concelho, com sucursal junto à Igreja da Moita, é a Funerária Central de Alhos Vedros (acho que o nome é assim).
Eu sei que podia fazer imensos comentários jocosos a propósito desta situação mas, confesso, garanto que seriam de gosto ainda mais duvidoso que o habitual.
Por isso, deixo-os à vossa imaginação.
Eu sei que podia fazer imensos comentários jocosos a propósito desta situação mas, confesso, garanto que seriam de gosto ainda mais duvidoso que o habitual.
Por isso, deixo-os à vossa imaginação.
Isto é que é ser importante
No último Jornal da Moita a chefe do PS local, Eurídice Pereira, alinhava os seus cargos com tal afã e profusão que, encandeado pelo brilho, perdi de vista qualquer ideia que o seu artigo pudesse conter.
Coisa equivalente pela noção do próprio destino grandioso, talvez para melhor porque inadvertidamente mais cómico, só a protagonizada por Titta Maurício há um par de anos quando assinou um texto como sendo “Por enquanto, apenas, militante do CDS-PP da Moita” (n’O Rio nº 111 de 1 a 15 de Julho de 2002, pg. 6).
Para ambos serve a profecia: Amanhã a Moita, no Domingo o Mundo.
Coisa equivalente pela noção do próprio destino grandioso, talvez para melhor porque inadvertidamente mais cómico, só a protagonizada por Titta Maurício há um par de anos quando assinou um texto como sendo “Por enquanto, apenas, militante do CDS-PP da Moita” (n’O Rio nº 111 de 1 a 15 de Julho de 2002, pg. 6).
Para ambos serve a profecia: Amanhã a Moita, no Domingo o Mundo.
quinta-feira, novembro 25, 2004
Andam todos muito distraídos
Por uma vez o Jornal da Moita lança olhos sobre Alhos Vedros e faz título de 1ª página:
Antiga cadeia escondia vestígios arqueológicos
Segue-se um artigo onde se dá conta do espanto dos intervenientes em todo o lamentável processo que levou à demolição do que restava do edifício, assim como do próprio arqueólogo agora envolvido na coisa, quanto à natureza (quantidade, qualidade, antiguidade) dos vestígios encontrados.
Realmente a ignorância campeia entre nós.
Será que ninguém deste núcleo de História Local conhece a história da região ?
Ou o facto de Alhos Vedros ser sede de concelho na época medieval e moderna só servir para repetir em conferências, papagueando lugares-comuns por demais sabidos, não se retirando daí as devidas ilações ?
Será que não se deduz do facto anterior (AV como sede de um vastíssimo concelho da Margem Sul e um dos poucos centros municipais da época) a existência necessária de vestígios arqueológicos de relevo ?
Lá porque a terra tem sido dizimada com a complacência dos poderes instituídos nos últimos 150 anos não quer dizer que assim sempre tenha sido.
Será que os senhores arquólogos já ouviram falar de arqueologia urbana ?
Não ?
Não sabem "ler" a cartografia de uma localidade com origens medievais ou anteriores, quando situada em terreno plano e em zona ribeirinha ?
Também não ?
Não deduzirão de, sendo AV um local de refúgio do próprio monarca em inícios do século XV quando a peste assolava a capital (ler Zurara, se possível e se tempo houver), ser difícil pensar que a terra seria composta por pardieiros e sem nada que se aproveitasse ?
Não seria óbvio discorrer que nas vias com origens mais antigas na terra, as edificações foram sendo substituídas, acompanhando a evolução da terra num sentido de menor monumentalidade quando os tempos foram ficando mais difíceis ?
E que foram ficando soterrados os testemunhos anteriores ?
Hmmmm ? Não ?
Não interessa conhecer nada disso, pois não ?
Enfim, restam-nos aquelas patéticas declarações, a posteriori, do vereador e vice-presidente de serviço que consegue juntar termos como "arquitectónicos" e "memórias" numa mesma frase.
Talvez o mundo não esteja perdido.
Até pode ser que os alhosvedrenses a quem resta um mínimo de ânimo metam esta malta na ordem, porque já não há pachorra para mais desta ignorância.
Arre, burro, que não há arreata que te faça ver o caminho certo!
Antiga cadeia escondia vestígios arqueológicos
Segue-se um artigo onde se dá conta do espanto dos intervenientes em todo o lamentável processo que levou à demolição do que restava do edifício, assim como do próprio arqueólogo agora envolvido na coisa, quanto à natureza (quantidade, qualidade, antiguidade) dos vestígios encontrados.
Realmente a ignorância campeia entre nós.
Será que ninguém deste núcleo de História Local conhece a história da região ?
Ou o facto de Alhos Vedros ser sede de concelho na época medieval e moderna só servir para repetir em conferências, papagueando lugares-comuns por demais sabidos, não se retirando daí as devidas ilações ?
Será que não se deduz do facto anterior (AV como sede de um vastíssimo concelho da Margem Sul e um dos poucos centros municipais da época) a existência necessária de vestígios arqueológicos de relevo ?
Lá porque a terra tem sido dizimada com a complacência dos poderes instituídos nos últimos 150 anos não quer dizer que assim sempre tenha sido.
Será que os senhores arquólogos já ouviram falar de arqueologia urbana ?
Não ?
Não sabem "ler" a cartografia de uma localidade com origens medievais ou anteriores, quando situada em terreno plano e em zona ribeirinha ?
Também não ?
Não deduzirão de, sendo AV um local de refúgio do próprio monarca em inícios do século XV quando a peste assolava a capital (ler Zurara, se possível e se tempo houver), ser difícil pensar que a terra seria composta por pardieiros e sem nada que se aproveitasse ?
Não seria óbvio discorrer que nas vias com origens mais antigas na terra, as edificações foram sendo substituídas, acompanhando a evolução da terra num sentido de menor monumentalidade quando os tempos foram ficando mais difíceis ?
E que foram ficando soterrados os testemunhos anteriores ?
Hmmmm ? Não ?
Não interessa conhecer nada disso, pois não ?
Será que só interessa a história taurina da Moita ?
Que o senhor Rui Garcia não perceba de património tudo bem, quando andou na Escola deve ter sido mau aluno a História e acharia as aulas uma seca no meio do forrobodó de meados de 70, se bem me lembro, mas agora que historiadores que se dizem locais se mostrem surpreendidos é que é de causar maior estranheza.
Enfim, restam-nos aquelas patéticas declarações, a posteriori, do vereador e vice-presidente de serviço que consegue juntar termos como "arquitectónicos" e "memórias" numa mesma frase.
Talvez o mundo não esteja perdido.
Até pode ser que os alhosvedrenses a quem resta um mínimo de ânimo metam esta malta na ordem, porque já não há pachorra para mais desta ignorância.
Arre, burro, que não há arreata que te faça ver o caminho certo!
quarta-feira, novembro 24, 2004
Canas de Senhorim e Alhos Vedros
O incansável Manuel Pedro desafiou-me para esclarecer a posição deste blog perante a questão de Canas de Senhorim e, muito em especial, do seu paralelismo com a situação de Alhos Vedros e com as estratégias a desenvolver pelo nosso movimento restauracionista.
Bem, quanto à questão de fundo é verdade que Canas perdeu o seu estatuto municipal pela mesma altura que Alhos Vedros, embora não conheça todos os detalhes da problemática, pelo que talvez volte a ela mais tarde.
Quanto às estratégias a usar, o problema é outro.
Se quisermos cortar uma estrada por aqui, o que é que podemos impedir de sair de cá com algum interesse ou que seja de manter sem sair ?
Os de Canas bloquearam o urânio.
E nós ?
Hmmmmm.....
Os moiteiros não vale a pena bloqueá-los. É deixá-los sair e quanto muito impedi-los de voltar.
A bloquear algo só mesmo se, por altura do final das festas, bloquearmos as saídas da Moita e impedirmos que eles levem o resto das bostas e da areia das touradas e largadas para outras paragens e os obrigarmos a viver com a bosta debaixo dos narizes durante um bom bocado.
Este tipo de bloqueio ainda vá ?
O que é que acham ?
Em Maio, tamos nessa ?
Bem, quanto à questão de fundo é verdade que Canas perdeu o seu estatuto municipal pela mesma altura que Alhos Vedros, embora não conheça todos os detalhes da problemática, pelo que talvez volte a ela mais tarde.
Quanto às estratégias a usar, o problema é outro.
Se quisermos cortar uma estrada por aqui, o que é que podemos impedir de sair de cá com algum interesse ou que seja de manter sem sair ?
Os de Canas bloquearam o urânio.
E nós ?
Hmmmmm.....
Os moiteiros não vale a pena bloqueá-los. É deixá-los sair e quanto muito impedi-los de voltar.
A bloquear algo só mesmo se, por altura do final das festas, bloquearmos as saídas da Moita e impedirmos que eles levem o resto das bostas e da areia das touradas e largadas para outras paragens e os obrigarmos a viver com a bosta debaixo dos narizes durante um bom bocado.
Este tipo de bloqueio ainda vá ?
O que é que acham ?
Em Maio, tamos nessa ?
Nobres dígitos
Sua Eminência Parda do CDS/PP, de seu nome Luís Nobre Guedes, veio dizer, perante os desamores do PSD(PPD, como diria o nosso Primeiro) só fica satisfeito se o seu partido atingir os dois dígitos no caso de concorrer sozinho (chuiffff, chuiffff....) às próximas eleições legislativas.
Isto desperta-me dois pensamentos:
Em primeiro lugar, que o CDS já tem dois dígitos, porque 8,5% é um numeral com dois dígitos, um de cada lado da vírgula.
Em segundo, que o CDS até poder ter os cinco dígitos de uma mão, tipo 0,1234% , que a mim não me incomoda nada.
Isto desperta-me dois pensamentos:
Em primeiro lugar, que o CDS já tem dois dígitos, porque 8,5% é um numeral com dois dígitos, um de cada lado da vírgula.
Em segundo, que o CDS até poder ter os cinco dígitos de uma mão, tipo 0,1234% , que a mim não me incomoda nada.
terça-feira, novembro 23, 2004
Em expansão
Pessoal, se fizerem uma pesquisa sobre Alhos Vedros no Google já aparecemos em 8º lugar (a hierarquia é ditada através de um algoritmo que contabiliza os acessos às URL's).
Mesmo se a maior parte de vocês só nos lêem e não colaboram (não fazia mal ajudarem-nos com qualquer coisita, porque o tempo escasseia e nós garantimos anonimato a quem o pedir) parece que já são em número razoável.
Como temos mantido o 1º lugar nos blogs regionais do PTBloggers, estamos bem.
Gostávamos era que nos dessem, já que não escrevem textos, pelo menos materiais (fotos, imagens de jornais ou publicações antigas sobre a terra) ou ideias para posts.
Como diria o outro:
First we take a Moita, than we take Berlin.
Mesmo se a maior parte de vocês só nos lêem e não colaboram (não fazia mal ajudarem-nos com qualquer coisita, porque o tempo escasseia e nós garantimos anonimato a quem o pedir) parece que já são em número razoável.
Como temos mantido o 1º lugar nos blogs regionais do PTBloggers, estamos bem.
Gostávamos era que nos dessem, já que não escrevem textos, pelo menos materiais (fotos, imagens de jornais ou publicações antigas sobre a terra) ou ideias para posts.
Como diria o outro:
First we take a Moita, than we take Berlin.
Boletim Municipal
Há muito desaparecido de colaboração regular neste blog José Silva volta com um pequeno reparo contabilístico-iconográfico.
No nº 33 do Boletim Municipal temos direito a 9 fotos do shôr Presidente e 3 do shôr Vice-Presidente da edilidade.
Regista-se (sempre com apreço) o respeito pelas hierarquias, embora achemos que um ratio de 3/1 será um pouco elevado, merecendo o shôr Rui Garcia um mínimo que 4 a 5 fotos por número mesmo não sendo (nem de longe) tão fotogénico como o shôr Presidente.
José Silva
No nº 33 do Boletim Municipal temos direito a 9 fotos do shôr Presidente e 3 do shôr Vice-Presidente da edilidade.
Regista-se (sempre com apreço) o respeito pelas hierarquias, embora achemos que um ratio de 3/1 será um pouco elevado, merecendo o shôr Rui Garcia um mínimo que 4 a 5 fotos por número mesmo não sendo (nem de longe) tão fotogénico como o shôr Presidente.
José Silva
Notícia sobre canil de Alhos Vedros
Recebemos esta notícia sobre o canil de Alhos Vedros, por via de um nosso leitor (L. Mendes), que passamos a divugar:
Canil de Alhos Vedros Desespera por Novas Instalações
Terça-feira, 23 de Novembro de 2004
Canil de Alhos Vedros Desespera por Novas Instalações
Terça-feira, 23 de Novembro de 2004
"Há dez dias que não durmo", explica Isabel Lopes, vice-presidente da Associação dos Amigos dos Animais Abandonados da Moita. "Sou uma pessoa com uma saúde mental forte mas esta é uma situação muito difícil." Com 300 animais a seu cargo na Quinta do Império, em Alhos Vedros, dos quais 150 são gatos e outros 150 são cães, a associação vive dias de desassossego e desespero. "Recebemos uma ordem de despejo há dez dias e deram-nos um mês e meio para mudar tudo", explica, entre lágrimas. Tudo começou quando a senhoria, que tinha emprestado o terreno à associação durante mais de quatro anos, anunciou que tinha uma proposta de compra do mesmo no valor de 700 mil contos [3,5 milhões de euros]. "Disse-nos que tínhamos o direito de preferência, mas onde é que nós temos esse dinheiro?", diz a enfermeira Isabel, que há quatro anos, juntamente com outras duas colegas, assumiu a presidência da associação. "A nossa associação já existe há cerca de oito anos mas foi há quatro anos que eu e umas colegas minhas nos juntámos para recolher e tratar dos animais abandonados", explica Isabel. "Quando começámos eram uns 70 animais, no máximo 80, agora temos 300. As pessoas vêm-nos pôr aqui ou prendem-nos com cordas à porta da quinta e alguns abandonam-nos aqui durante a noite". Neste momento, a associação já garantiu o aluguer de um terreno para onde os animais poderão mudar, mas continua a precisar urgentemente de material, mão-de-obra e dinheiro para construir os canis e os gatis até dia 15 de Dezembro. "A Câmara da Moita ajuda no que pode, já emprestou uma máquina para trabalhar o terreno novo, mas temos falta de muita coisa", afirma Isabel Lopes. Quem quiser ajudar a associação pode contactá-la através do "e-mail" animaisdamoita@sapo.pt ou do telefone 934854724. Nuno Ferreira
Nota final da redacção: Se disserem que são bois, por certo que a CMM dará maior ajuda.
domingo, novembro 21, 2004
Sugestões para prendas de Natal
Quem quiser oferecer-nos qualquer coisa neste Natal, não hesite, comunique-nos esse desejo (justo, compreensível, incontrolável), que arranjamos maneira de nos fazer chegar todo o tipo de oferenda. Garantimos que esse tipo de simpatia será mantido em segredo e não será considerado como pressão, pelo que não passaremos a elogiá-lo(a) neste espaço.
Lista de ofertas admissíveis e que também podrá ser utilizada como ideias para usar com os amigos(as) e familiares:
DVD dos Gato Fedorento; embora por certo venha a aparecer na pirataria, a admiração pelos rapazes faz com que achemos justo que recebam todos os direitos de autor que consigam pelo seu trabalho. São cerca de 28 euros mas os rapazes merecem-no.
DVD dos Monthy Python (“E Agora para uma Coisa Completamente Diferente”) com uma colectânea dos melhores sketches do seu programa Monthy Python’s Flying Circus, pai e mãe da maioria do humor decente nos últimos 30 anos. São menos de 20 euros por quase hora e meia de puro delírio.
DVD, penso que por fim em edição nacional, das primeiras séries do Seinfeld. A opção era ir pacientemente gravando o que está a passar na SIC Radical, com cuidadinho, mas acabei por não conseguir apanhar todos os episódios (saltaram da 3ª para a 4ª feira) e misturei-os com outras coisas, enfim.
Dois CD’s que são apostas fáceis, ganhas à partida, apesar da certa oposição de um colega de blog, com os novos álbuns dos U2 (música boa para as massas) e dos REM (música boa para as elites). Se quiser ser criativo e mais alternativo compre os últimos do Rufus Wainright ou dos Kings of Convenience se os conseguir encontrar em algum lado. Na Margem Sul, acho que com alguma sorte só na FNAC de Almada, pois ainda não lhes pus os olhos em cima.
Quanto a literatura, como não tenho ainda nenhum, podem mandar-nos o Antes do Degelo da Agustina Bessa-Luís. Li o princípio e parece que é desta que vou ler qualquer coisa da senhora, antes de ela completar o centenário. Se quiserem investir um pouco mais aceitam-se As Farpas de Eça de Queirós na edição recente da Maria Filomena Mónica. Acho que passa dos 25 euros, mas a prosa do homem é o melhor que a nossa literatura nos deu (tirando alguns artigos da revista Tauromaquia).
Lista de ofertas admissíveis e que também podrá ser utilizada como ideias para usar com os amigos(as) e familiares:
DVD dos Gato Fedorento; embora por certo venha a aparecer na pirataria, a admiração pelos rapazes faz com que achemos justo que recebam todos os direitos de autor que consigam pelo seu trabalho. São cerca de 28 euros mas os rapazes merecem-no.
DVD dos Monthy Python (“E Agora para uma Coisa Completamente Diferente”) com uma colectânea dos melhores sketches do seu programa Monthy Python’s Flying Circus, pai e mãe da maioria do humor decente nos últimos 30 anos. São menos de 20 euros por quase hora e meia de puro delírio.
DVD, penso que por fim em edição nacional, das primeiras séries do Seinfeld. A opção era ir pacientemente gravando o que está a passar na SIC Radical, com cuidadinho, mas acabei por não conseguir apanhar todos os episódios (saltaram da 3ª para a 4ª feira) e misturei-os com outras coisas, enfim.
Dois CD’s que são apostas fáceis, ganhas à partida, apesar da certa oposição de um colega de blog, com os novos álbuns dos U2 (música boa para as massas) e dos REM (música boa para as elites). Se quiser ser criativo e mais alternativo compre os últimos do Rufus Wainright ou dos Kings of Convenience se os conseguir encontrar em algum lado. Na Margem Sul, acho que com alguma sorte só na FNAC de Almada, pois ainda não lhes pus os olhos em cima.
Quanto a literatura, como não tenho ainda nenhum, podem mandar-nos o Antes do Degelo da Agustina Bessa-Luís. Li o princípio e parece que é desta que vou ler qualquer coisa da senhora, antes de ela completar o centenário. Se quiserem investir um pouco mais aceitam-se As Farpas de Eça de Queirós na edição recente da Maria Filomena Mónica. Acho que passa dos 25 euros, mas a prosa do homem é o melhor que a nossa literatura nos deu (tirando alguns artigos da revista Tauromaquia).
Utilidades
Longe de nós incentivar a pirataria online mas, para casos excepcionais de materiais que não se apanham no circuito comercial, os sites/programas P2P são uma dádiva. Tentem o Morpheus e, por exemplo, encontrem lá na secção áudio numerosos sketches de stand-up-comedy, músicas divertidas ou excertos de programas televisivos com o Adam Sandler, o Chris Rock, o Seinfeld, o Steve Martin ou o enorme Robin Williams com destaque para dois números com os títulos “God Gets Stoned” e “Donald Duck Gets a Blowjob”. De um desconhecido para mim Rodney Carrington tentem o “Things not to say during Sex”, número clássico mas sempre hilariante.
sábado, novembro 20, 2004
Os lugares da memória
«Ser membro de qualquer comunidade humana significa adoptar uma posição com respeito ao próprio (ao seu) passado, mesmo que esta seja de recusa. O passado é, portanto, uma dimensão permanente da consciência humana, um componente obrigatório das instituições, valores e demais elementos constitutivos da sociedade humana.»
(E. Hobsbawm, Sobre la historia, Barcelona, Ed. Critica, 2002, p. 23)
A indiferença das reacções dos responsáveis da CMM, e seus apoiantes, perante o progressivo apagamento da memória do passado municipal de Alhos Vedros e pela degradação, seguida de destruição, dos parcos vestígios patrimoniais que dele nos restam é algo que só posso qualificar como chocante ou, talvez mais correctamente, como sinal de uma profunda ignorância e insensibilidade pelo papel simbólico de determinados espaços e tradições na manutenção de uma identidade específica por parte das comunidades humanas.
Ou, pior do que isso, como uma estratégia consciente de, por omissão em primeiro lugar e por acção depois, apagamento dos elementos essenciais da memória de uma identidade muito própria e específica que Alhos Vedros já teve no passado e que, nos últimos 100-150 anos o poder da Moita fez os possíveis por obliterar.
As fases do processo de apagamento das memórias e da identidade de uma comunidade são várias. Para além dos efeitos naturais provocados pelo tempo que, ao escoar-se, leva sempre ao esfiapar dos vestígios do passado, temos a intervenção bem mais perniciosa, pela acção ou inacção dos homens.
A tentativa de destruição por vias violentas, embora mais rápida, leva normalmente a reacções de resistência igualmente violentas, mesmo que nem sempre com sucesso. São muitos os exemplos deste tipo de genocídio cultural ao longo da História. Por regra só damos atenção a este tipo de acções, por estarem associados a consequências mais trágicas, para não dizer espectaculares, e tanto mais atenção damos quanto maior é o grupo humano afectado.
Mais insidiosas, mesmo se a mais longo prazo e sem o recurso a meios aparentemente violentos, são as formas de destruição da identidade de uma comunidade pela via da inacção, pela ausência de estratégias de preservação, pela sua desvalorização perante as identidades vizinhas ou meramente por tácticas de esquecimento forçado. Como as consequências da inacção nem sempre têm uma dimensão facilmente perceptível no tempo curto, no curto prazo, só com a sua acumulação ao longo do tempo se vão fazer sentir os seus efeitos mais daninhos.
Neste tipo de estratégias, o tempo é um aliado natural, pois aposta-se, antes de mais, na instalação de um gradual esquecimento nas populações. Em primeiro lugar, as funções simbólicas de determinados espaços são deslocadas, deixando estes numa situação de progressivo abandono. Em seguida, procura-se fazer desaparecer, não as relembrando ou carregando fortemente nas que lhe são concorrentes, as memórias associadas a um determinado local/tradição que permanecem no imaginário colectivo. Por vezes, os nomes, de um edifício, de uma rua, são mudados. Em outros casos, graças a uma inacção criminosa, basta esperar que a decadência natural se instale para se justificar uma intervenção de posterior destruição.
Aos agentes, normalmente económicos e políticos, destas estratégias de obliteração da identidade podemos chamar constritores da memória, por oposição ao papel nobre de construtores da memória reservado por algumas sociedades a historiadores ou antropólogos, por exemplo.
A fase final deste processo, quando tudo está quase acabado e quando se fazem ouvir as poucas vozes críticas que restam, é a de alegar que, de qualquer maneira, já não adiantava preservar o que se encontrava num estado de irremediável degradação.
Este é o argumento mais cínico e hipócrita, quando surge na boca daqueles que, objectivamente, nada fizeram para inverter a situação, quando isso ainda era possível. Daqueles que, pela sua inépcia ou má-vontade, colaboraram na estratégia de esquecimento e destruição de memórias colectivas.
Este é o panorama que vivemos em Alhos Vedros e tudo isto vem a propósito do que se passou em nesta terra nos últimos 149 anos.
Em 2005, passam 150 sobre a sua perda de dignidade municipal, após perto de 500 anos em que foi sede de um concelho que foi sendo progressivamente amputado, originando diversas unidades administrativas: primeiro, o Barreiro; depois, o Lavradio (entretanto igualmente extinto); por fim, a Moita. Sob administração de Alhos Vedros, as terras que podiam ser suas concorrentes puderam prosperar e emancipar-se. Infelizmente, o inverso não foi verdadeiro.
Essa amputação física, embora dolorosa, não foi certamente tão dura como a sua progressiva subalternização na segunda metade do século XIX, dançando de acordo com as conveniências políticas e os interesses eleitorais da época entre o concelho do Barreiro e da Moita. Nem tão dura como o destino triste que lhe reservou todo um século XX de sujeição ao poder da Moita, terra de curtas tradições e que, à semelhança de todos os jovens poderes imperiais, espezinha os ascendentes ancestrais com a sua arrogância e ignorância.
A história de Alhos Vedros no século XX, apesar da exiguidade das suas gentes, é muito rica em si mesma, na sua vivência comum, mas muito triste quando verificamos tudo o que lhe foi feito pelos seus novos senhores.
Com antecedentes, mas com maior ímpeto durante o Estado Novo e sem inversão notória com o advento do Portugal democrático, a (in)acção do poder da Moita tem ajudado objectivamente a destruir tudo o que nos relembrava a Alhos Vedros de outros tempos, desde uma completamente esquecida Rua “Direita”, onde há 500 anos se centrava a vida da vila e o seu centro político-administrativo [1], aos humildes núcleos habitacionais de cariz popular que foram circundando a chamada “vila”.
De interesse económico cada vez menor devido ao seu abandono e degradação, sem um poder político com visão que perceba que o património e a identidade de um grupo humano não se faz apenas de edificações monumentais, tudo tem vindo a ficar corroído, a cair e a ser substituído pelo que de mais incaracterístico existe no urbanismo contemporâneo.
A ninguém com responsabilidades ocorreu nos últimos 20-25 anos que, com os vestígios de actividades dependentes do rio (as últimas salinas desapareceram na passada década de 90, um par de moinhos de maré ainda subsistem, a zona húmida do sapal resiste estoicamente aos avanços dos entulhos, das lixeiras e do cancro do Cais Novo) as suas abandonadas unidades fabris corticeiras, o resto do seu passado tardo-medieval e moderno, Alhos Vedros poderia ter sido preservada como uma espécie de museu vivo, não deixando degradar tudo o que se deixou, limitando os danos de um necessário progresso e investindo num tipo de qualidade de vida que está longe do mais óbvio mas que, nem por isso, tem menos valor.
Infelizmente, a nível local, o poder é detido por gente que associa o desenvolvimento a rotundas com touros, o progresso a urbanizações de 3ª ordem, a cultura à sua foto em cerimónias de inauguração de investimentos de utilidade duvidosa, feitos ao sabor dos calendários eleitorais, a preservação da natureza ao abate indiscriminado de árvores sempre que empecilham uma estrada ou uma urbanização de promotor amigo e a arte a qualquer coisa que se vê apenas em museus da capital.
E enquanto quem tiver o poder achar que um conjunto de pedras é sempre, e apenas, um conjunto de pedras (o templo de Diana em Évora, por exemplo não passa disso), dificilmente as coisas mudarão.
António da Costa
[1] Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento do traçado urbanístico medieval ainda consegue, mesmo se com um crescente esforço, identificar a malha urbana da Alhos Vedros de outros tempos, com as suas artérias paralelas ao rio, as ruelas de ligação, ou os espaços centrais de convivialidade.
(E. Hobsbawm, Sobre la historia, Barcelona, Ed. Critica, 2002, p. 23)
A indiferença das reacções dos responsáveis da CMM, e seus apoiantes, perante o progressivo apagamento da memória do passado municipal de Alhos Vedros e pela degradação, seguida de destruição, dos parcos vestígios patrimoniais que dele nos restam é algo que só posso qualificar como chocante ou, talvez mais correctamente, como sinal de uma profunda ignorância e insensibilidade pelo papel simbólico de determinados espaços e tradições na manutenção de uma identidade específica por parte das comunidades humanas.
Ou, pior do que isso, como uma estratégia consciente de, por omissão em primeiro lugar e por acção depois, apagamento dos elementos essenciais da memória de uma identidade muito própria e específica que Alhos Vedros já teve no passado e que, nos últimos 100-150 anos o poder da Moita fez os possíveis por obliterar.
As fases do processo de apagamento das memórias e da identidade de uma comunidade são várias. Para além dos efeitos naturais provocados pelo tempo que, ao escoar-se, leva sempre ao esfiapar dos vestígios do passado, temos a intervenção bem mais perniciosa, pela acção ou inacção dos homens.
A tentativa de destruição por vias violentas, embora mais rápida, leva normalmente a reacções de resistência igualmente violentas, mesmo que nem sempre com sucesso. São muitos os exemplos deste tipo de genocídio cultural ao longo da História. Por regra só damos atenção a este tipo de acções, por estarem associados a consequências mais trágicas, para não dizer espectaculares, e tanto mais atenção damos quanto maior é o grupo humano afectado.
Mais insidiosas, mesmo se a mais longo prazo e sem o recurso a meios aparentemente violentos, são as formas de destruição da identidade de uma comunidade pela via da inacção, pela ausência de estratégias de preservação, pela sua desvalorização perante as identidades vizinhas ou meramente por tácticas de esquecimento forçado. Como as consequências da inacção nem sempre têm uma dimensão facilmente perceptível no tempo curto, no curto prazo, só com a sua acumulação ao longo do tempo se vão fazer sentir os seus efeitos mais daninhos.
Neste tipo de estratégias, o tempo é um aliado natural, pois aposta-se, antes de mais, na instalação de um gradual esquecimento nas populações. Em primeiro lugar, as funções simbólicas de determinados espaços são deslocadas, deixando estes numa situação de progressivo abandono. Em seguida, procura-se fazer desaparecer, não as relembrando ou carregando fortemente nas que lhe são concorrentes, as memórias associadas a um determinado local/tradição que permanecem no imaginário colectivo. Por vezes, os nomes, de um edifício, de uma rua, são mudados. Em outros casos, graças a uma inacção criminosa, basta esperar que a decadência natural se instale para se justificar uma intervenção de posterior destruição.
Aos agentes, normalmente económicos e políticos, destas estratégias de obliteração da identidade podemos chamar constritores da memória, por oposição ao papel nobre de construtores da memória reservado por algumas sociedades a historiadores ou antropólogos, por exemplo.
A fase final deste processo, quando tudo está quase acabado e quando se fazem ouvir as poucas vozes críticas que restam, é a de alegar que, de qualquer maneira, já não adiantava preservar o que se encontrava num estado de irremediável degradação.
Este é o argumento mais cínico e hipócrita, quando surge na boca daqueles que, objectivamente, nada fizeram para inverter a situação, quando isso ainda era possível. Daqueles que, pela sua inépcia ou má-vontade, colaboraram na estratégia de esquecimento e destruição de memórias colectivas.
Este é o panorama que vivemos em Alhos Vedros e tudo isto vem a propósito do que se passou em nesta terra nos últimos 149 anos.
Em 2005, passam 150 sobre a sua perda de dignidade municipal, após perto de 500 anos em que foi sede de um concelho que foi sendo progressivamente amputado, originando diversas unidades administrativas: primeiro, o Barreiro; depois, o Lavradio (entretanto igualmente extinto); por fim, a Moita. Sob administração de Alhos Vedros, as terras que podiam ser suas concorrentes puderam prosperar e emancipar-se. Infelizmente, o inverso não foi verdadeiro.
Essa amputação física, embora dolorosa, não foi certamente tão dura como a sua progressiva subalternização na segunda metade do século XIX, dançando de acordo com as conveniências políticas e os interesses eleitorais da época entre o concelho do Barreiro e da Moita. Nem tão dura como o destino triste que lhe reservou todo um século XX de sujeição ao poder da Moita, terra de curtas tradições e que, à semelhança de todos os jovens poderes imperiais, espezinha os ascendentes ancestrais com a sua arrogância e ignorância.
A história de Alhos Vedros no século XX, apesar da exiguidade das suas gentes, é muito rica em si mesma, na sua vivência comum, mas muito triste quando verificamos tudo o que lhe foi feito pelos seus novos senhores.
Com antecedentes, mas com maior ímpeto durante o Estado Novo e sem inversão notória com o advento do Portugal democrático, a (in)acção do poder da Moita tem ajudado objectivamente a destruir tudo o que nos relembrava a Alhos Vedros de outros tempos, desde uma completamente esquecida Rua “Direita”, onde há 500 anos se centrava a vida da vila e o seu centro político-administrativo [1], aos humildes núcleos habitacionais de cariz popular que foram circundando a chamada “vila”.
De interesse económico cada vez menor devido ao seu abandono e degradação, sem um poder político com visão que perceba que o património e a identidade de um grupo humano não se faz apenas de edificações monumentais, tudo tem vindo a ficar corroído, a cair e a ser substituído pelo que de mais incaracterístico existe no urbanismo contemporâneo.
A ninguém com responsabilidades ocorreu nos últimos 20-25 anos que, com os vestígios de actividades dependentes do rio (as últimas salinas desapareceram na passada década de 90, um par de moinhos de maré ainda subsistem, a zona húmida do sapal resiste estoicamente aos avanços dos entulhos, das lixeiras e do cancro do Cais Novo) as suas abandonadas unidades fabris corticeiras, o resto do seu passado tardo-medieval e moderno, Alhos Vedros poderia ter sido preservada como uma espécie de museu vivo, não deixando degradar tudo o que se deixou, limitando os danos de um necessário progresso e investindo num tipo de qualidade de vida que está longe do mais óbvio mas que, nem por isso, tem menos valor.
Infelizmente, a nível local, o poder é detido por gente que associa o desenvolvimento a rotundas com touros, o progresso a urbanizações de 3ª ordem, a cultura à sua foto em cerimónias de inauguração de investimentos de utilidade duvidosa, feitos ao sabor dos calendários eleitorais, a preservação da natureza ao abate indiscriminado de árvores sempre que empecilham uma estrada ou uma urbanização de promotor amigo e a arte a qualquer coisa que se vê apenas em museus da capital.
E enquanto quem tiver o poder achar que um conjunto de pedras é sempre, e apenas, um conjunto de pedras (o templo de Diana em Évora, por exemplo não passa disso), dificilmente as coisas mudarão.
António da Costa
[1] Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento do traçado urbanístico medieval ainda consegue, mesmo se com um crescente esforço, identificar a malha urbana da Alhos Vedros de outros tempos, com as suas artérias paralelas ao rio, as ruelas de ligação, ou os espaços centrais de convivialidade.
sexta-feira, novembro 19, 2004
NÃO !!!
«Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?»
Caramba, se por um triz quase que nem percebo a pergunta, como querem que eu assine de cruz ?
Caramba, se por um triz quase que nem percebo a pergunta, como querem que eu assine de cruz ?
Está xujo
O PS fez publicar na imprensa local um lamento pela sujidade que caracteriza os contentores, e as ruas em geral, no concelho da Moita.
É verdade, pelo menos em parte pois, no que às responsabilidades toca, se calhar em vez de baterem no ceguinho (é fácil acusar os serviços da CMM) deviam fazer acções de sensibilização da população para terem mais cuidado na forma como usam os ecopontos (o do papel não é para colocar sacos de plástico com papel lá dentro, é apenas para o papel, o dos vidros, não é para garrafas meio cheias ou com restos de azeite e óleo) e na higiene dos seus cãezinhos.
Gostava de saber, se lá no secretariado concelhio do PS ninguém leva o cãozinho a defecar na rua e não deixa lá a poia para o transeunte apreciar.
Porque isto de dizer mal, só por dizer, tem muito que se lhe diga.
Longe de nós defender o poder moiteiro mas também devemos respeito a quem anda pelas ruas a limpar o lixo que fazemos.
E o mínimo, dos mínimos aceitáveis, passa por não sujar desnecessariamente a via pública, tá bem rosinhas ?
É verdade, pelo menos em parte pois, no que às responsabilidades toca, se calhar em vez de baterem no ceguinho (é fácil acusar os serviços da CMM) deviam fazer acções de sensibilização da população para terem mais cuidado na forma como usam os ecopontos (o do papel não é para colocar sacos de plástico com papel lá dentro, é apenas para o papel, o dos vidros, não é para garrafas meio cheias ou com restos de azeite e óleo) e na higiene dos seus cãezinhos.
Gostava de saber, se lá no secretariado concelhio do PS ninguém leva o cãozinho a defecar na rua e não deixa lá a poia para o transeunte apreciar.
Porque isto de dizer mal, só por dizer, tem muito que se lhe diga.
Longe de nós defender o poder moiteiro mas também devemos respeito a quem anda pelas ruas a limpar o lixo que fazemos.
E o mínimo, dos mínimos aceitáveis, passa por não sujar desnecessariamente a via pública, tá bem rosinhas ?
Investimento ? Desenvolvimento ?
De acordo com os dados do INE para 2001 (ver gráfico respectivo no Alhos Vedros Visual), no contexto da Região de Lisboa e Vale do Tejo, a Península de Setúbal é a subregião, entre 5 (Oeste, Grande Lisboa, Península de Setúbal, Médio Tejo e Lezíria do Tejo), que menos investe per capita, embora sendo a que mais recebe em impostos (sisa, imposto sobre veículos e contribuição autárquica), logo a seguir à Grande Lisboa.
Eu sei que em alguns concelhos desta zona até se investe alguuma coisa.
Agora o que sei é que, por certo, o nível de investimento da Moita deve ser dos que mais puxa para baixo esta média.
Deve ser do modelo de desenvolvimento híbrido (comulista-capinista) que temos.
Eu sei que em alguns concelhos desta zona até se investe alguuma coisa.
Agora o que sei é que, por certo, o nível de investimento da Moita deve ser dos que mais puxa para baixo esta média.
Deve ser do modelo de desenvolvimento híbrido (comulista-capinista) que temos.
quinta-feira, novembro 18, 2004
Jogos de interesses
Um dos sociólogos portugueses que menos estimo (Boaventura Sousa Santos, um rebelde de serviço, sempre disponível para um subsídio do Estado) é o mais distinto arauto entre nós da teoria das interligações entre o local e o total ou global (Um Discurso sobre as Ciências, p. 46).
Significa isto que, para ele e para os que partilham esta teoria/crença, nos tempos do conhecimento pós-moderno e da globalização (económica, cultural, política) que correm tudo se encontra interrelacionado da microescala local à macroescala planetária.
Ocorreu-me tão profunda referência (!!!) ao pensar na incipiente classe política oposicionista local quando um amigo de longa data me perguntou que posição tomaria este blog nas próximas eleições autárquicas.
Por princípio, e penso que a generalidade dos colaboradores e amigos do blog concordarão, o nosso posicionamento deve ser de apoio a qualquer movimento cívico que se apresente a votos com um projecto que recupere para Alhos Vedros um protagonismo que lhe é há muito negado e que promova uma requalificação (a sério, não daquelas que a CMM apresenta no papel) das condições de vida existentes.
Não me querendo adiantar muito cedo, considero, porém, que na ausência de um movimento deste tipo, e perante o cenário que hoje observamos, a neutralidade é a única opção, seja ela expressa por voto branco, nulo ou mesmo abstenção.
E isto porquê ?
Sejamos claros. Ninguém, como nós, tem maior tristeza e aversão pela forma como os actuais detentores/ocupantes do poder moiteiro o exercem de forma discriminatória, desigual e, digamo-lo sem receios, ignorante e incompetente.
Diz-nos um historiador de renome (Carlo Cipolla) que são tantos maiores os danos da estupidez humana quanto maior poder tem uma pessoa estúpida. Para mim, é esse o caso actual do poder da Moita.
No entanto, não confundo essa aversão a personagens menores com as forças partidárias em que, transitoriamente e enquano dá, esses figurões militam. Significa isto que não confundo Joões Lobos e Ruis Garcias com todo o PC local. Existe nele melhor do que isso.
Por outro lado, tamanha recusa do actual poder moiteiro poderia levar-me para os braços das forças de oposição no concelho da Moita com capacidade de funcionarem como alternância ou alternativa.
Ora é aqui que o problema se coloca de forma grave.
Aparentemente inexistente, o PSD parece ter deixado o terreno da direita ao activismo do CDS/PP, enquanto à esquerda, mesmo se é devido respeito à presença de décadas do MRPP ou à moda actual do BE, resta-nos um PS em aparente crescendo.
Aliás, se tomarmos como referência a intervenção na comunicação social local/regional, são apenas os dirigentes locais do PS e do CDS/PP que aparecem com voz activa.
Ora, e volto a repetir para o sublinhar, aqui é que o problema se coloca de forma (muito) grave.
Porquê, dir-me-ão Eurídice Pereira (EP), Hélder Pinhão (HP) e Titta Maurício (TM), os escribas mais empenhados da oposição local ?
Porque, minha senhora e meus senhores, vocês estão noutra, estão a pensar em termos do que podem alcançar a nível nacional através dos vossos partidos (e não me venham com aquela de que estamos afazer juízos de intenção). A luta a nível local é apenas instrumental, um meio ao serviço de fins que estão muito para além deste concelho.
E isto é facilmente demonstrável, bastando ler o que escrevem, seja para O Rio, seja para o Distritonline.
Se passarmos a pente fino os vossos textos, em particular de EP e TM, o que encontramos é uma intensa tentativa de chegar à frente, ganhar visibilidade e posições nos órgãos nacionais das vossas agremiações partidárias. O que analisam ou debatem são assuntos de âmbito nacional, o que elogiam são os vossos líderes nacionais, o que criticam são os vossos adversários a nível nacional.
Quando é que, em todo este ano de 2004 por exemplo, se ocuparam em divulgar propostas concretas de acção para o concelho da Moita ou, mais importante para nós, para Alhos Vedros ?
As vossas críticas ao PC no poder na Moita são as tiradas vagas do costume, sem propostas alternativas – CON-CRE-TAS – que se vejam.
Há meses atrás, quando aqui no blog se desafiou TM para o fazer, ele acabou por reconhecer não estar em condições para apresentar desde já propostas concretas. Quanto ao PS, para além das críticas à gestão municipal moiteira (tarefa por demais fácil, que até nós conseguimos sem estarmos no poder em qualquer freguesia ou termos acesso a informação reservada), pouco ou nada se encontra, salvo umas tiradas fraquitas de HP (já agora, rico, estava muito bem naquelas fotos do Congresso do PS).
Por tudo isto, são muitas as minhas reservas ao papel da oposição local, muito mais interessada no plano nacional. A intervenção que por cá fazem é apenas uma forma, como já se disse várias vezes neste blog, de ganhar créditos nos aparelhos partidários nacionais.
Por tudo isto, não encontro uma oposição credível neste concelho, capaz de mobilizar qualquer réstia de entusiasmo que me tenha ficado após 30 anos de poder PC.
Será isto uma atitude de rendição, de capitulação, de abandono de terreno ao adversário, de ajudar a perpetuar o que está, por omissão ?
Talvez, talvez...
Só que prefiro um cenário de luta aberta contra o que discordo do que alianças de circunstância para a tomada do poder por parte de quem, com o manto do compromisso, apenas se prente promover a si mesmo.
Uma coisa vos garanto, a mim certamente não encontrarão a solicitar subsidiozinhos à CMM, seja qual for a cor do poder lá instalado no futuro, nem a negociar lugarzinhos em troca de apoios.
A mim, e a nós no blog, chega-nos o papel de consciência incómoda.
E já dá muito trabalho.
António da Costa, 16 de Novembro de 2004
Significa isto que, para ele e para os que partilham esta teoria/crença, nos tempos do conhecimento pós-moderno e da globalização (económica, cultural, política) que correm tudo se encontra interrelacionado da microescala local à macroescala planetária.
Ocorreu-me tão profunda referência (!!!) ao pensar na incipiente classe política oposicionista local quando um amigo de longa data me perguntou que posição tomaria este blog nas próximas eleições autárquicas.
Por princípio, e penso que a generalidade dos colaboradores e amigos do blog concordarão, o nosso posicionamento deve ser de apoio a qualquer movimento cívico que se apresente a votos com um projecto que recupere para Alhos Vedros um protagonismo que lhe é há muito negado e que promova uma requalificação (a sério, não daquelas que a CMM apresenta no papel) das condições de vida existentes.
Não me querendo adiantar muito cedo, considero, porém, que na ausência de um movimento deste tipo, e perante o cenário que hoje observamos, a neutralidade é a única opção, seja ela expressa por voto branco, nulo ou mesmo abstenção.
E isto porquê ?
Sejamos claros. Ninguém, como nós, tem maior tristeza e aversão pela forma como os actuais detentores/ocupantes do poder moiteiro o exercem de forma discriminatória, desigual e, digamo-lo sem receios, ignorante e incompetente.
Diz-nos um historiador de renome (Carlo Cipolla) que são tantos maiores os danos da estupidez humana quanto maior poder tem uma pessoa estúpida. Para mim, é esse o caso actual do poder da Moita.
No entanto, não confundo essa aversão a personagens menores com as forças partidárias em que, transitoriamente e enquano dá, esses figurões militam. Significa isto que não confundo Joões Lobos e Ruis Garcias com todo o PC local. Existe nele melhor do que isso.
Por outro lado, tamanha recusa do actual poder moiteiro poderia levar-me para os braços das forças de oposição no concelho da Moita com capacidade de funcionarem como alternância ou alternativa.
Ora é aqui que o problema se coloca de forma grave.
Aparentemente inexistente, o PSD parece ter deixado o terreno da direita ao activismo do CDS/PP, enquanto à esquerda, mesmo se é devido respeito à presença de décadas do MRPP ou à moda actual do BE, resta-nos um PS em aparente crescendo.
Aliás, se tomarmos como referência a intervenção na comunicação social local/regional, são apenas os dirigentes locais do PS e do CDS/PP que aparecem com voz activa.
Ora, e volto a repetir para o sublinhar, aqui é que o problema se coloca de forma (muito) grave.
Porquê, dir-me-ão Eurídice Pereira (EP), Hélder Pinhão (HP) e Titta Maurício (TM), os escribas mais empenhados da oposição local ?
Porque, minha senhora e meus senhores, vocês estão noutra, estão a pensar em termos do que podem alcançar a nível nacional através dos vossos partidos (e não me venham com aquela de que estamos afazer juízos de intenção). A luta a nível local é apenas instrumental, um meio ao serviço de fins que estão muito para além deste concelho.
E isto é facilmente demonstrável, bastando ler o que escrevem, seja para O Rio, seja para o Distritonline.
Se passarmos a pente fino os vossos textos, em particular de EP e TM, o que encontramos é uma intensa tentativa de chegar à frente, ganhar visibilidade e posições nos órgãos nacionais das vossas agremiações partidárias. O que analisam ou debatem são assuntos de âmbito nacional, o que elogiam são os vossos líderes nacionais, o que criticam são os vossos adversários a nível nacional.
Quando é que, em todo este ano de 2004 por exemplo, se ocuparam em divulgar propostas concretas de acção para o concelho da Moita ou, mais importante para nós, para Alhos Vedros ?
As vossas críticas ao PC no poder na Moita são as tiradas vagas do costume, sem propostas alternativas – CON-CRE-TAS – que se vejam.
Há meses atrás, quando aqui no blog se desafiou TM para o fazer, ele acabou por reconhecer não estar em condições para apresentar desde já propostas concretas. Quanto ao PS, para além das críticas à gestão municipal moiteira (tarefa por demais fácil, que até nós conseguimos sem estarmos no poder em qualquer freguesia ou termos acesso a informação reservada), pouco ou nada se encontra, salvo umas tiradas fraquitas de HP (já agora, rico, estava muito bem naquelas fotos do Congresso do PS).
Por tudo isto, são muitas as minhas reservas ao papel da oposição local, muito mais interessada no plano nacional. A intervenção que por cá fazem é apenas uma forma, como já se disse várias vezes neste blog, de ganhar créditos nos aparelhos partidários nacionais.
Por tudo isto, não encontro uma oposição credível neste concelho, capaz de mobilizar qualquer réstia de entusiasmo que me tenha ficado após 30 anos de poder PC.
Será isto uma atitude de rendição, de capitulação, de abandono de terreno ao adversário, de ajudar a perpetuar o que está, por omissão ?
Talvez, talvez...
Só que prefiro um cenário de luta aberta contra o que discordo do que alianças de circunstância para a tomada do poder por parte de quem, com o manto do compromisso, apenas se prente promover a si mesmo.
Uma coisa vos garanto, a mim certamente não encontrarão a solicitar subsidiozinhos à CMM, seja qual for a cor do poder lá instalado no futuro, nem a negociar lugarzinhos em troca de apoios.
A mim, e a nós no blog, chega-nos o papel de consciência incómoda.
E já dá muito trabalho.
António da Costa, 16 de Novembro de 2004
Vergonha, porquê ?
A propósito e a despropósito das questões levantadas pelo blog Alhos Vedros ao Poder quanto à perda de identidade alhosvedrense, gostaria de partilhar convosco algumas recordações acerca do que foi ser de Alhos Vedros ao longo da adolescência e do início da idade adulta, ou seja, quando comecei a sair da terrinha. Quanto à infância, a questão não se punha, quer por inconsciência, quer porque não saía da terra se não com os meus pais.
Em primeiro lugar, lembro-me da sensação que foi ser o único aluno da Margem Sul na minha turma da Faculdade em meados dos anos 80. Em muitas dezenas de criaturas, eu era o único que fazia a travessia do rio todas as manhãs para receber uma educaçãozita universitária, enquanto o resto da malta era lisboeta indígena, das linhas de Sintra e Cascais e uns quantos perdidos da região do chamado Oeste.
Quando os meus colegas deram por isso fui rapidamente tido como “vermelho”. Com o aumentar da curiosidade perante o espécime, tentaram saber a minha proveniência exacta. Horror dos horrores, era da zona mais vermelha de todas, do concelho da Moita onde (juntamente com o Barreiro) o PC tinha regularmente votações que faziam corar de inveja grande parte do Alentejo.
Quanto eu tentava explicar que, mais exactamente, era de Alhos Vedros, recebia um olhar de espanto de volta, tipo, “O quê?”, “Donde?”, “O qu’é qu’é isso ?” ou “Alhos quê?”
Alhos Vedros era uma espécie de fim de mundo de que ninguém tinha ouvido falar. Digamos que, para todos os efeitos, a Damaia ou a nascente Chelas, gozavam de maior prestígio, se outra razão não existisse, porque eram conhecidas.
Por estranho que pareça, este tipo de reacção não era particularmente novo para mim.
Já desde a escola preparatória e a própria secundária da Moita que eu vivera, com muitos outros colegas de Alhos Vedros, o anátema de sermos de onde éramos. Nunca fiquei em turma com número ou letra muito adiante da penúltima – era sempre do 1º 11, do 2º 257 (ciclo), do 7º X, do 8ºY e do 9º Z (actual 3º ciclo). Nas minhas turmas, para além de 4 ou 5 de Alhos Vedros, existiam alunos do Rosário, do Chão Duro, de Sarilhos, do Carvalhinho mas quase nunca, valha-nos Deus, da própria Moita, do centro, digamos assim (quer dizer, acho que tínhamos um ou dois exilados, por qualquer razão estranha). Éramos um gueto multicultural à moda de então.
As meninas e os meninos da Moita ficavam nº 2º 1, nº 7º A, no 8º ou 9º B, quanto muito. Consequentemente, na Secundária, tinha sempre aulas lá para os cantos do fundo da Escola.
Para os maiorais pseudo-betos moiteiros da época, sempre com um humor de fino traço, éramos sempre o objecto de gozo e chacota: “Hé, hé, hé, és de Alhos Vedros ? Não tens vergonha ?”
Por acaso não tinha e, em situaçõs limite, a coisa resolveu-se à estalada.
Ser de Alhos Vedros era algo que nos queriam fazer sentir como vergonhoso, perante o poder político da Moita e o (crescente) poder económico da Baixa da Banheira.
Nuca percebi esta atitude de retardamento intelectual típica dos moiteiros perante o pessoal de Alhos Vedros.
Pior que tudo, nunca percebi porque muitos miúdos alhosvedrenses cediam à pressão e agiam como perfeitos moiteiros, aliando-se ao bando de imbecis que nos azucrinavam a mioleira.
Portanto, meus amigos(as), grande parte das décadas de 70 e 80 foram passadas num ambiente de defesa e quase auto-justificação pelo facto de ser de Alhos Vedros.
Com o tempo, e um pouco de conhecimento, fui percebendo o porquê de tamanha discriminação: ignorância, desrespeito, arrogância e pura e simples estupidez, como escreveu já aqui o António da Costa.
Ignorância do passado e desrespeito pelo presente, causadoras de grave arrogância e estupidez nos actos.
Contra tudo isso, aprendi que a solução só passa em parte pela indiferença.
Porque se nos excedermos na indiferença, o pé estará sempre pronto para nos pisar, a língua para nos vilipendiar, o poder para nos manter no atraso.
Por isso, precisamos de falar, escrever, deitar sempre que necessário cá para fora o que nos vai na alma.
E nunca, por nunca ser, pactuar com a ignorância, o desrespeito, a arrogância e a estupidez.
Filipe Fonseca
Em primeiro lugar, lembro-me da sensação que foi ser o único aluno da Margem Sul na minha turma da Faculdade em meados dos anos 80. Em muitas dezenas de criaturas, eu era o único que fazia a travessia do rio todas as manhãs para receber uma educaçãozita universitária, enquanto o resto da malta era lisboeta indígena, das linhas de Sintra e Cascais e uns quantos perdidos da região do chamado Oeste.
Quando os meus colegas deram por isso fui rapidamente tido como “vermelho”. Com o aumentar da curiosidade perante o espécime, tentaram saber a minha proveniência exacta. Horror dos horrores, era da zona mais vermelha de todas, do concelho da Moita onde (juntamente com o Barreiro) o PC tinha regularmente votações que faziam corar de inveja grande parte do Alentejo.
Quanto eu tentava explicar que, mais exactamente, era de Alhos Vedros, recebia um olhar de espanto de volta, tipo, “O quê?”, “Donde?”, “O qu’é qu’é isso ?” ou “Alhos quê?”
Alhos Vedros era uma espécie de fim de mundo de que ninguém tinha ouvido falar. Digamos que, para todos os efeitos, a Damaia ou a nascente Chelas, gozavam de maior prestígio, se outra razão não existisse, porque eram conhecidas.
Por estranho que pareça, este tipo de reacção não era particularmente novo para mim.
Já desde a escola preparatória e a própria secundária da Moita que eu vivera, com muitos outros colegas de Alhos Vedros, o anátema de sermos de onde éramos. Nunca fiquei em turma com número ou letra muito adiante da penúltima – era sempre do 1º 11, do 2º 257 (ciclo), do 7º X, do 8ºY e do 9º Z (actual 3º ciclo). Nas minhas turmas, para além de 4 ou 5 de Alhos Vedros, existiam alunos do Rosário, do Chão Duro, de Sarilhos, do Carvalhinho mas quase nunca, valha-nos Deus, da própria Moita, do centro, digamos assim (quer dizer, acho que tínhamos um ou dois exilados, por qualquer razão estranha). Éramos um gueto multicultural à moda de então.
As meninas e os meninos da Moita ficavam nº 2º 1, nº 7º A, no 8º ou 9º B, quanto muito. Consequentemente, na Secundária, tinha sempre aulas lá para os cantos do fundo da Escola.
Para os maiorais pseudo-betos moiteiros da época, sempre com um humor de fino traço, éramos sempre o objecto de gozo e chacota: “Hé, hé, hé, és de Alhos Vedros ? Não tens vergonha ?”
Por acaso não tinha e, em situaçõs limite, a coisa resolveu-se à estalada.
Ser de Alhos Vedros era algo que nos queriam fazer sentir como vergonhoso, perante o poder político da Moita e o (crescente) poder económico da Baixa da Banheira.
Nuca percebi esta atitude de retardamento intelectual típica dos moiteiros perante o pessoal de Alhos Vedros.
Pior que tudo, nunca percebi porque muitos miúdos alhosvedrenses cediam à pressão e agiam como perfeitos moiteiros, aliando-se ao bando de imbecis que nos azucrinavam a mioleira.
Portanto, meus amigos(as), grande parte das décadas de 70 e 80 foram passadas num ambiente de defesa e quase auto-justificação pelo facto de ser de Alhos Vedros.
Com o tempo, e um pouco de conhecimento, fui percebendo o porquê de tamanha discriminação: ignorância, desrespeito, arrogância e pura e simples estupidez, como escreveu já aqui o António da Costa.
Ignorância do passado e desrespeito pelo presente, causadoras de grave arrogância e estupidez nos actos.
Contra tudo isso, aprendi que a solução só passa em parte pela indiferença.
Porque se nos excedermos na indiferença, o pé estará sempre pronto para nos pisar, a língua para nos vilipendiar, o poder para nos manter no atraso.
Por isso, precisamos de falar, escrever, deitar sempre que necessário cá para fora o que nos vai na alma.
E nunca, por nunca ser, pactuar com a ignorância, o desrespeito, a arrogância e a estupidez.
Filipe Fonseca
Maravilhas da natureza
Uma equipa da National Geographic identificou em dois ecossistemas locais (um localizado na Praça da República da Moita e o outro dissemindado pelo concelho) duas novas espécies animais, de que se conheciam vestígios da acção mas não se provara cientificamente a existência.
São elas o comulista (o comunista com um exercício do poder tipicamente capitalista) e o capinista (o capitalista ávido do apoio do poder público para estender a sua acção daninha).
Elos perdidos na evolução humana, mas de poder destrutivo fortíssimo, espera-se que o seu estudo revele porque vastas áreas da região têm vindo a ficar inapelavelmente destruídas e a paisagem natural irremediavelmente irreconhecível.
São elas o comulista (o comunista com um exercício do poder tipicamente capitalista) e o capinista (o capitalista ávido do apoio do poder público para estender a sua acção daninha).
Elos perdidos na evolução humana, mas de poder destrutivo fortíssimo, espera-se que o seu estudo revele porque vastas áreas da região têm vindo a ficar inapelavelmente destruídas e a paisagem natural irremediavelmente irreconhecível.
De volta
Após tristes dias de combate com os meios de acesso à net, estamos de volta.
Abaixo a Cabovisão, pois duas semanas depois de uma reclamação por escrito e registada, nem um pio se lhes ouviu.
Experimentemos o ADSL.
Abaixo a Cabovisão, pois duas semanas depois de uma reclamação por escrito e registada, nem um pio se lhes ouviu.
Experimentemos o ADSL.
domingo, novembro 14, 2004
Comprem e leiam
Já está na versão online e amanhã sai em papel O Rio nº 164 (o link está do lado direito, no sítio do costume), com destaque de capa e artigo do nosso colaborador Manuel Pedro sobre a destruição da velha cadeia de Alhos Vedros.
As justificações do echelentíchimo chôr Presidente são do calibre costumeiro.
Primeiro deixam a coisa ir-se degradando.
Depois, dizem que ficou degradada e por isso não serve para nada.
Se aos privados só interessa a rendibilidade financeira dos investimentos, a autoridades municipais responsáveis pede-se mais, em especial aos que (dizem eles) acham que a intervenção pública é essencial para regular os desvarios do mercado.
O melhor é pormos o plano restauracionista que delineámos anteontem em movimento e mandarmos esta malta para Espanha.
As justificações do echelentíchimo chôr Presidente são do calibre costumeiro.
Primeiro deixam a coisa ir-se degradando.
Depois, dizem que ficou degradada e por isso não serve para nada.
Se aos privados só interessa a rendibilidade financeira dos investimentos, a autoridades municipais responsáveis pede-se mais, em especial aos que (dizem eles) acham que a intervenção pública é essencial para regular os desvarios do mercado.
O melhor é pormos o plano restauracionista que delineámos anteontem em movimento e mandarmos esta malta para Espanha.
sábado, novembro 13, 2004
Com sorte
Há obras da Praça da República da Moita.
Não sei o objectivo, mas se tivermos sorte pode ser que um dos condutores daquelas maquinetas que lá andam, a seguir a um almoço bem regado, se descuide e deite abaixo aquele simulacro de pelourinho que lá está.
Sempre as obras teriam servido para alguma coisa.
Não sei o objectivo, mas se tivermos sorte pode ser que um dos condutores daquelas maquinetas que lá andam, a seguir a um almoço bem regado, se descuide e deite abaixo aquele simulacro de pelourinho que lá está.
Sempre as obras teriam servido para alguma coisa.
sexta-feira, novembro 12, 2004
Grande plano restauracionista
Temos um grande plano para restaurar o concelho e ainda ganhar uns territórios anexos para Portugal
Passo 1:
Trocamos a Moita pela Galiza, levando os espanhóis o Rui Garcia e o João Lobo
Passo 2:
Os galegos são boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empresa de vestuário). A indústria têxtil alhosvedrense é revitalizada. A Espanha fica encurralada pelos Bascos e pelos moiteiros.
Passo 3:
Desesperados os espanhóis tentam devolver a Moita (e o Rui Garcia e o João Lobo). A malta não aceita.
Passo 4:
Oferecem também o pais basco. A malta mantém-se firme e não aceita.
Passo 5:
A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados os espanhóis oferecem-nos: a Moita, o país basco e a Catalunha; a contrapartida é termos que ficar com o Rui Garcia, o João Lobo e os Etarras. A malta arma-se em difícil mas aceita.
Passo 6:
Dá-se a independência ao país basco, a contrapartida é eles ficarem com o Rui Garcia e o João Lobo. A malta da Eta pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar. Sem o Rui Garcia a Moita torna-se um paraíso. A Catalunha não causa problemas (no fundo no fundo são mansos)
Passo 7:
Afinal a Eta não aguenta com o Rui Gacia e o João Lobo, que entretanto assumem o poder. O país basco pede para se tornar território português. A malta aceita apesar de estarem lá o Rui Garcia e o João Lobo ;)
Passo 8:
No país basco não há touradas. O João Lobo emigra para o Brasil. O Rui Garcia fica, mas ninguém o deixa pôr bombas, porque a Eta abandona luta rmada.
Passo 9:
O governo brasileiro pede para voltar a ser território português. A malta aceita e manda o João Lobo para a Madeira.
Passo 10:
Com os jogadores brasileiros mais os portugueses (e apesar do João Lobo), Portugal torna-se campeão do mundo de futebol!
João Lobo enfraquecido pela prolongada falta de touradas na Madeira e Brasil, não aguenta a emoção.
O Rui Garcia sem ter poder para mandar destruir casas antigas, também não aguenta.
Passo 11:
E todos viveram felizes para sempre ;)
Passo 1:
Trocamos a Moita pela Galiza, levando os espanhóis o Rui Garcia e o João Lobo
Passo 2:
Os galegos são boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empresa de vestuário). A indústria têxtil alhosvedrense é revitalizada. A Espanha fica encurralada pelos Bascos e pelos moiteiros.
Passo 3:
Desesperados os espanhóis tentam devolver a Moita (e o Rui Garcia e o João Lobo). A malta não aceita.
Passo 4:
Oferecem também o pais basco. A malta mantém-se firme e não aceita.
Passo 5:
A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados os espanhóis oferecem-nos: a Moita, o país basco e a Catalunha; a contrapartida é termos que ficar com o Rui Garcia, o João Lobo e os Etarras. A malta arma-se em difícil mas aceita.
Passo 6:
Dá-se a independência ao país basco, a contrapartida é eles ficarem com o Rui Garcia e o João Lobo. A malta da Eta pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar. Sem o Rui Garcia a Moita torna-se um paraíso. A Catalunha não causa problemas (no fundo no fundo são mansos)
Passo 7:
Afinal a Eta não aguenta com o Rui Gacia e o João Lobo, que entretanto assumem o poder. O país basco pede para se tornar território português. A malta aceita apesar de estarem lá o Rui Garcia e o João Lobo ;)
Passo 8:
No país basco não há touradas. O João Lobo emigra para o Brasil. O Rui Garcia fica, mas ninguém o deixa pôr bombas, porque a Eta abandona luta rmada.
Passo 9:
O governo brasileiro pede para voltar a ser território português. A malta aceita e manda o João Lobo para a Madeira.
Passo 10:
Com os jogadores brasileiros mais os portugueses (e apesar do João Lobo), Portugal torna-se campeão do mundo de futebol!
João Lobo enfraquecido pela prolongada falta de touradas na Madeira e Brasil, não aguenta a emoção.
O Rui Garcia sem ter poder para mandar destruir casas antigas, também não aguenta.
Passo 11:
E todos viveram felizes para sempre ;)
Justiça seja feita
Apesar de meio parado, chegou-me às mãos um publicação recente da Câmara da Moita com o título Retrato em Movimento – concelho da moita (as minúsculas são mesmo assim na capa, não é ironia).
Confesso que, para meu enorme espanto, o conteúdo é sério, útil e, digamos mesmo sem pudores, bom (!!!).
Atendendo à desgraça que caracteriza os textos do site da CMM e a pobreza dos materiais de divulgação do património local, não estava à espera e mais de 150 páginas globalmente classificáveis como francamente aproveitáveis.
Por uma vez, se deixa clara a ancestralidade de Alhos Vedros como unidade municipal tardo-medieval e a Moita como um aglomerado populacional que, em virtude de alterações nas ligações fluviais para Lisboa, só cresce a partir de finais do século XVII.
Por uma vez se reconhece a importância das festas em honra de N. S. dos Anjos, centradas na Igreja de São Lourenço, que no século XVI eram as mais importantes desta parte da margem sul do Tejo, estando obrigados a nela comparecerem as populações de todas as localidades dos actuais concelhos da Moita e Barreiro, mesmo se é esticada ao máximo da plausibilidade (à 1ª metade do século XVII) a origem dos festejos em honra da N. S. da Boa Viagem da Moita.
Por uma vez, se faz um inventário razoável do património edificado de relevo que resta no concelho.
Por uma vez, é deixada de parte aquela visão foclórica das tradições taurinas multisseculares da Moita, confirmando-se que a realização de espectáculos com touros na Moita só têm registo documental depois de 1834 e que só existiu o que se pode chamar como Praça de Touros em 1872.
Por uma vez, se faz uma abordagem dos elementos naturais (flora e fauna) do ecossistema das zonas húmidas ribeirinhas, cada vez mais soterradas por entulhos.
Se fica ainda muito por fazer – nomeadamente a reconstituição da cartografia da vila medieval de Alhos Vedros, da qual a memória os vestígios têm vindo a ser paulatinamente apagados ou uma transcrição das actas das vereações do concelho de Alhos Vedros no século XVII – não se pode deixar de dizer que este parece ter sido um trabalho feito com seriedade.
E, por vezes, isso chega.
Já não se pede talento, esforço, profundidade, etc.
Por vezes, já chega um mínimo de seriedade na atitude com que se enfrentam as coisas.
Para mim, que já tenho poucas esperanças, já me chega.
Confesso que, para meu enorme espanto, o conteúdo é sério, útil e, digamos mesmo sem pudores, bom (!!!).
Atendendo à desgraça que caracteriza os textos do site da CMM e a pobreza dos materiais de divulgação do património local, não estava à espera e mais de 150 páginas globalmente classificáveis como francamente aproveitáveis.
Por uma vez, se deixa clara a ancestralidade de Alhos Vedros como unidade municipal tardo-medieval e a Moita como um aglomerado populacional que, em virtude de alterações nas ligações fluviais para Lisboa, só cresce a partir de finais do século XVII.
Por uma vez se reconhece a importância das festas em honra de N. S. dos Anjos, centradas na Igreja de São Lourenço, que no século XVI eram as mais importantes desta parte da margem sul do Tejo, estando obrigados a nela comparecerem as populações de todas as localidades dos actuais concelhos da Moita e Barreiro, mesmo se é esticada ao máximo da plausibilidade (à 1ª metade do século XVII) a origem dos festejos em honra da N. S. da Boa Viagem da Moita.
Por uma vez, se faz um inventário razoável do património edificado de relevo que resta no concelho.
Por uma vez, é deixada de parte aquela visão foclórica das tradições taurinas multisseculares da Moita, confirmando-se que a realização de espectáculos com touros na Moita só têm registo documental depois de 1834 e que só existiu o que se pode chamar como Praça de Touros em 1872.
Por uma vez, se faz uma abordagem dos elementos naturais (flora e fauna) do ecossistema das zonas húmidas ribeirinhas, cada vez mais soterradas por entulhos.
Se fica ainda muito por fazer – nomeadamente a reconstituição da cartografia da vila medieval de Alhos Vedros, da qual a memória os vestígios têm vindo a ser paulatinamente apagados ou uma transcrição das actas das vereações do concelho de Alhos Vedros no século XVII – não se pode deixar de dizer que este parece ter sido um trabalho feito com seriedade.
E, por vezes, isso chega.
Já não se pede talento, esforço, profundidade, etc.
Por vezes, já chega um mínimo de seriedade na atitude com que se enfrentam as coisas.
Para mim, que já tenho poucas esperanças, já me chega.
O micro-clima moiteiro
A única explicação que encontro para as raparigas da Moita da minha geração estarem todas louras é o facto dos níveis de humidade, combinados com o sentido dos fluxos eólicos e uma inclinação paradoxal dos raios solares na zona da Moita produzirem uma descoloração natural da cobertura pilosa feminina visível ao olhar público.
Trabalho, muito trabalho
Afazeres prementes, fizeram com que nos últimos dias o blog andasse mais parado. No entanto, esperamos recuperar o atraso e é possível que no próximo fim de semana esteja ultimada a transcrição da segunda cassete da reunião do CACETE.
terça-feira, novembro 09, 2004
Reescrevendo a História
No site da CMM é isto que temos sobre a história do concelho:
Concelho
Reparem como é apagado todo o passado do concelho quando a sua sede era em Alhos Vedros. Parece que a Moita sempre foi um território autónomo e que não foi parte integrante de uma unidade administrativa maior até final do século XVII só sendo sede de concelho com uma configuração próxima do actual em meados do século XIX.
A isto chama-se reescrita da História.
Concelho
Situado na margem sul do Estuário do Tejo, desde cedo as funções litorais estiveram na origem dos núcleos ribeirinhos primitivos no território que é hoje o concelho da Moita. A partir do século XIII, o quotidiano nesta região viveu-se entre a recolha de lenha e a extracção do sal, a agricultura, o fabrico de cal e vidro, a moagem de cereais em moinhos de maré e vento, e, sobretudo, a construção naval e o transporte de produtos e pessoas entre esta margem e a cidade de Lisboa. A evolução dos transportes terrestres e a instalação da grande indústria no Barreiro provocaram o declínio da actividade económica tradicional, que se mantivera até ao século XIX, ao mesmo tempo que atraía para a região novos habitantes. Com uma área territorial de 55 km2 (incluindo 1100 ha do domínio público marítimo) é repartida por seis freguesias.
Reparem como é apagado todo o passado do concelho quando a sua sede era em Alhos Vedros. Parece que a Moita sempre foi um território autónomo e que não foi parte integrante de uma unidade administrativa maior até final do século XVII só sendo sede de concelho com uma configuração próxima do actual em meados do século XIX.
A isto chama-se reescrita da História.
segunda-feira, novembro 08, 2004
Censuras
O nosso colaborador António da Costa costuma fazer uns raides pelos blogs da moda para ver o que se passa.
De vez em quando gosta de deixar uns comentários, quando acha que as coisas estão a ficar demasiado pedantes.
Também de vez em quando lixa-se, porque censura há em muitos lados.
A última vez foi no blog Barnabé do bloquista Daniel Oliveira.
Apesar de cordato, o seu comentário sobre a aparição televisiva do inteligente de esquerda foi pura e simplesmente eliminado.
E depois dizem coisas do Paes do Amaral. As diferenças não são muitas.
De vez em quando gosta de deixar uns comentários, quando acha que as coisas estão a ficar demasiado pedantes.
Também de vez em quando lixa-se, porque censura há em muitos lados.
A última vez foi no blog Barnabé do bloquista Daniel Oliveira.
Apesar de cordato, o seu comentário sobre a aparição televisiva do inteligente de esquerda foi pura e simplesmente eliminado.
E depois dizem coisas do Paes do Amaral. As diferenças não são muitas.
domingo, novembro 07, 2004
Para desanuviar
Para esquecer a tristeza em que isto anda por aqui nada como, para amantes de BD que tenham ou não ido ao Festival da Amadora, vistar umas lojinhas online ou uns sites de editoras de livros em quadrinhos (um ou outro link vai ficar em permanência nas nossas propostas).
Lojas:
BDMania (Bd nacional com destaque para o material da VitaminaBD)
Dr.Kartoon (muito boa, com grande stock de bd estrangeira)
Editoras:
Booktree
Devir
MaisBD
Witloof
Outros:
Bedeteca
Free Comic Book Day
Lojas:
BDMania (Bd nacional com destaque para o material da VitaminaBD)
Dr.Kartoon (muito boa, com grande stock de bd estrangeira)
Editoras:
Booktree
Devir
MaisBD
Witloof
Outros:
Bedeteca
Free Comic Book Day
Utilidades
Para quem anda com o computador muito lento sem perceber porquê, vistem este site (Spywareguide) que permite fazer scan e limpar tudo o que é spyware e adware.
Comigo funcionou e muito bem.
Para quem quiser descarregar música legalmente (são gostos..., não se discutem), a menos de 1 euro a dita, já é possível acedermos ao itunes na Europa.
Comigo funcionou e muito bem.
Para quem quiser descarregar música legalmente (são gostos..., não se discutem), a menos de 1 euro a dita, já é possível acedermos ao itunes na Europa.
sábado, novembro 06, 2004
Esperanças perdidas
Em tempos, tive alguma esperança que quando as velhas gerações no poder mudassem (no país e por aqui), as coisas pudessem mudar. Os vícios da geração de 60 e o seu apego desmedido ao poder poderiam ser substituídos por uma visão mais aberta, descomplexada e receptiva de quem já cresceu em democracia.
Infelizmente, estava redondamente enganado, no país e por aqui também.
Está a chegar ao pdoer a geração com 40 e poucos anos, pouco mais velha que eu, e nada parece ter mudado para melhor.
Nos país e por aqui que se nota é um evidente aumento da ignorânica.
Os outros podiam ter apego ao poder, mas estes nem sabem que uso lhe dar.
São como crianças mal educadas com armas de fogo nas mãos, rodeadas de inocentes e potenciais vítimas.
Infelizmente, estava redondamente enganado, no país e por aqui também.
Está a chegar ao pdoer a geração com 40 e poucos anos, pouco mais velha que eu, e nada parece ter mudado para melhor.
Nos país e por aqui que se nota é um evidente aumento da ignorânica.
Os outros podiam ter apego ao poder, mas estes nem sabem que uso lhe dar.
São como crianças mal educadas com armas de fogo nas mãos, rodeadas de inocentes e potenciais vítimas.
sexta-feira, novembro 05, 2004
A Destruição da "Cadeia Velha", património histórico de Alhos Vedros
Alhos Vedros, 5 de Novembro de 2004
Alhos Vedros foi mais uma vez vitima de um grave atentado ao seu património histórico, a cadeia velha, que se supõe ter sido a primeira sede dos Paços do Concelho, foi destruída no dia 4 de Novembro de 2004.
Os interesses económicos sobrepuseram-se à história. Esse monumento com mais de 500 anos, era por si próprio uma memória viva da importância que teve Alhos Vedros, mas de um dia para o outro acabaram com essa memória, pergunto-me o que conterá de importante o subsolo da cadeia, quantas moedas e objectos de valor, não estarão lá enterrados, penso que seria agora necessário fazerem-se escavações no local para se indagar desses vestígios, por isso faço aqui um pedido aos arqueólogos locais para fazerem pressões nesse sentido...
As pedras quinhentistas foram retiradas, não sei para onde e assim se acabou com mais um pedaço da nossa História, mas o atentado nunca será perdoado nem esquecido, por todos os Alhos Vedrenses que se orgulham da suas raízes.Desde que Alhos Vedros perdeu a sua condição de sede do concelho que estes atentados se vêm perpetuando.
Logo no principio do séc. 20, houve alguém da Moita que teve a brilhante ideia, de desmontar o pelourinho de Alhos Vedros e colocá-lo na Moita. Só com a intervenção de alguns Alhos Vedrenses menos acomodados e mais revoltados, se conseguiu que o pelourinho voltasse para Alhos Vedros.
Em 1926 a Igreja Matriz de Alhos Vedros foi vedada ao culto católico, passando a ser a sede dos bombeiros, e o seu espólio foi vendido em hasta pública, os santos e os azulejos que a revestiam também ...Foram de novo alguns Alhos Vedrenses que compraram algumas dessa peças, em leilão, onde as disputaram com antiquários, entregando-as depois novamente à Igreja.
O espólio da Stª Casa da Misericórdia de valor histórico incalculável, que era composto de livros de visitações e outras obras, algumas iluminadas, foram desaparecendo por puro desleixo ou má fé, desde que a Moita passou a ser a sede do concelho.
O próprio Foral Manuelino foi encontrado no lixo por um funcionário da Junta e isto recentemente.
O que a Moita tem feito em Alhos Vedros trata-se de um verdadeiro genocídio histórico e cultural, para acabar com a memória do passado nobre e ancestral desta localidade que já foi a sede do concelho que abrangia do Barreiro até à Aldeia Galega.
A tristeza que nos sufoca neste momento não pode dar lugar ao esquecimento e ao desalento, esta situação errada em que somos dominados por um poder (...da Moita) que nos é estranho, antagónico e não representa o sentir e o ser dos Alhos Vedrenses, não pode ele mesmo ser respeitado.
A destruição do nosso passado por parte da CMM, nesta caso especifico nem passou por uma consulta aos cidadãos de Alhos Vedros, nem aos seus órgãos locais democraticamente eleitos, porque nem a Junta de Freguesia foi avisada atempadamente que esta destruição iria ocorrer.
Esta forma de actuar que a CMM, utiliza em Alhos Vedros, a política do quero, posso e mando acontecerá sempre, até que haja uma luta organizada e suprapartidária que nos volte a devolver a nossa identidade e a nossa independência como concelho.
Manuel Pedro
Alhos Vedros foi mais uma vez vitima de um grave atentado ao seu património histórico, a cadeia velha, que se supõe ter sido a primeira sede dos Paços do Concelho, foi destruída no dia 4 de Novembro de 2004.
Os interesses económicos sobrepuseram-se à história. Esse monumento com mais de 500 anos, era por si próprio uma memória viva da importância que teve Alhos Vedros, mas de um dia para o outro acabaram com essa memória, pergunto-me o que conterá de importante o subsolo da cadeia, quantas moedas e objectos de valor, não estarão lá enterrados, penso que seria agora necessário fazerem-se escavações no local para se indagar desses vestígios, por isso faço aqui um pedido aos arqueólogos locais para fazerem pressões nesse sentido...
As pedras quinhentistas foram retiradas, não sei para onde e assim se acabou com mais um pedaço da nossa História, mas o atentado nunca será perdoado nem esquecido, por todos os Alhos Vedrenses que se orgulham da suas raízes.Desde que Alhos Vedros perdeu a sua condição de sede do concelho que estes atentados se vêm perpetuando.
Logo no principio do séc. 20, houve alguém da Moita que teve a brilhante ideia, de desmontar o pelourinho de Alhos Vedros e colocá-lo na Moita. Só com a intervenção de alguns Alhos Vedrenses menos acomodados e mais revoltados, se conseguiu que o pelourinho voltasse para Alhos Vedros.
Em 1926 a Igreja Matriz de Alhos Vedros foi vedada ao culto católico, passando a ser a sede dos bombeiros, e o seu espólio foi vendido em hasta pública, os santos e os azulejos que a revestiam também ...Foram de novo alguns Alhos Vedrenses que compraram algumas dessa peças, em leilão, onde as disputaram com antiquários, entregando-as depois novamente à Igreja.
O espólio da Stª Casa da Misericórdia de valor histórico incalculável, que era composto de livros de visitações e outras obras, algumas iluminadas, foram desaparecendo por puro desleixo ou má fé, desde que a Moita passou a ser a sede do concelho.
O próprio Foral Manuelino foi encontrado no lixo por um funcionário da Junta e isto recentemente.
O que a Moita tem feito em Alhos Vedros trata-se de um verdadeiro genocídio histórico e cultural, para acabar com a memória do passado nobre e ancestral desta localidade que já foi a sede do concelho que abrangia do Barreiro até à Aldeia Galega.
A tristeza que nos sufoca neste momento não pode dar lugar ao esquecimento e ao desalento, esta situação errada em que somos dominados por um poder (...da Moita) que nos é estranho, antagónico e não representa o sentir e o ser dos Alhos Vedrenses, não pode ele mesmo ser respeitado.
A destruição do nosso passado por parte da CMM, nesta caso especifico nem passou por uma consulta aos cidadãos de Alhos Vedros, nem aos seus órgãos locais democraticamente eleitos, porque nem a Junta de Freguesia foi avisada atempadamente que esta destruição iria ocorrer.
Esta forma de actuar que a CMM, utiliza em Alhos Vedros, a política do quero, posso e mando acontecerá sempre, até que haja uma luta organizada e suprapartidária que nos volte a devolver a nossa identidade e a nossa independência como concelho.
Manuel Pedro
quinta-feira, novembro 04, 2004
O nosso Morais Sarmento
Já tínhamos o nosso Santana, Presidente não eleito e designado como sucessor na Secretaria.
Agora, como já se suspeitava, descobrimos que o seu vice é o nosso Morais Sarmento, curto de ideias e visão, mero súbdito dos interesses alheios.
Como muitos que mamam no poder moiteiro, ele é comunista só de nome e por interesse.
O nosso cartaz de repulsa já está no Alhos Vedros Visual.
Agora, como já se suspeitava, descobrimos que o seu vice é o nosso Morais Sarmento, curto de ideias e visão, mero súbdito dos interesses alheios.
Como muitos que mamam no poder moiteiro, ele é comunista só de nome e por interesse.
O nosso cartaz de repulsa já está no Alhos Vedros Visual.
Luto
Os restos da cadeia de Alhos Vedros foram derrubados em virtude de interesses privados.
Os poderes autárquicos, como em muitas outras situações, deixaram a coisa cair.
A memória do passado de Alhos Vedros continua a ser apagada, paulatinamente.
Em outras paragens, os vestígios de uma cadeia medieval, símbolo de um poder municipal multissecular, seriam objecto de preservação.
Por cá, temos apenas incúria e incompetência.
A Câmara Municipal está certamente preocupada com questões mais elevadas. Onde meter mais uma rotunda rodeada de betão. Onde gastar uns milhares de contos numa estátua de mau gosto que ninguém recordará daqui a duas ou três gerações.
A capela de São Sebastião da Moita (com menos de 200 anos e valor arquitectónico pouco mais que nulo) merece colóquios e encontros de História Local. O património de Alhos Vedros com seis, sete e mais séculos é deixado ao desbarato.
As paredes que restavam da cadeia de Alhos Vedros aguentavam de pé há mais de 500 anos.
Nem um décimo desse tempo durará a recordação dos detentores do poder moiteiro na memória das gentes.
Em especial do inefável Rui Garcia, vice-presidente da Câmara e aparatchik sem talento, arte ou valor, que não seja presença cativa nas publicações da CMM, que deu autorização a esta vergonha.
O nosso desprezo para ele e todos os que, por acção ou omissão, são responsáveis por isto.
Isto é uma vergonha com nome – o nome de quem mandou derrubar as paredes que sobreviviam e o nome dos poderes que o permitiram.
O nome de Rui Garcia, por exemplo.
Que a sua memória tenha o destino vergonhoso que a sua lamentável acção exige.
Como não era negócio passível de render, deite-se abaixo.
Viva o novo bloco de apartamentos que se prepara para nascer.
Vai-se manter “a traça” por certo.
Seria patético se não fosse tão triste.
Pela primeira vez, usamos aqui uma expressão que sempre evitámos:
Bardamerda para si, senhor vereador.
Os poderes autárquicos, como em muitas outras situações, deixaram a coisa cair.
A memória do passado de Alhos Vedros continua a ser apagada, paulatinamente.
Em outras paragens, os vestígios de uma cadeia medieval, símbolo de um poder municipal multissecular, seriam objecto de preservação.
Por cá, temos apenas incúria e incompetência.
A Câmara Municipal está certamente preocupada com questões mais elevadas. Onde meter mais uma rotunda rodeada de betão. Onde gastar uns milhares de contos numa estátua de mau gosto que ninguém recordará daqui a duas ou três gerações.
A capela de São Sebastião da Moita (com menos de 200 anos e valor arquitectónico pouco mais que nulo) merece colóquios e encontros de História Local. O património de Alhos Vedros com seis, sete e mais séculos é deixado ao desbarato.
As paredes que restavam da cadeia de Alhos Vedros aguentavam de pé há mais de 500 anos.
Nem um décimo desse tempo durará a recordação dos detentores do poder moiteiro na memória das gentes.
Em especial do inefável Rui Garcia, vice-presidente da Câmara e aparatchik sem talento, arte ou valor, que não seja presença cativa nas publicações da CMM, que deu autorização a esta vergonha.
O nosso desprezo para ele e todos os que, por acção ou omissão, são responsáveis por isto.
Isto é uma vergonha com nome – o nome de quem mandou derrubar as paredes que sobreviviam e o nome dos poderes que o permitiram.
O nome de Rui Garcia, por exemplo.
Que a sua memória tenha o destino vergonhoso que a sua lamentável acção exige.
Como não era negócio passível de render, deite-se abaixo.
Viva o novo bloco de apartamentos que se prepara para nascer.
Vai-se manter “a traça” por certo.
Seria patético se não fosse tão triste.
Pela primeira vez, usamos aqui uma expressão que sempre evitámos:
Bardamerda para si, senhor vereador.
quarta-feira, novembro 03, 2004
The lost tapes - A primeira fita
Como prometemos já há quase um mês obtivemos por via de mão amiga, as cassetes áudio com a gravação da 1ª reunião do CACETE, Comité Abrangente para o Combate Eleitoral contra o Totalitarismo de Esquerda, esboço de organização destinada a conquistar o poder moiteiro ao PC através de uma coligação muito abrangente de todas as forças políticas activas no concelho.
Entre as vozes identificáveis, pensamos encontrar Afrodite Nogueira (pelo PS), o Dr. Sottomaior Maravilhas (pelo CDS/PP), o engenheiro Mimoso Desconhecido (pelo PSD), o Zé-da-Erva (pelo BE), o Zé-Tóino (militante de base socialista), a Catarina Sempre-Revolucionária (activista bloquista, ex-UDP), o José Amendoim (intelectual socialista local), a Maria Sete Dias (militante de base socialista), o Tiago Afonso das Dores (bem-pensante não-alinhado), a Cátia Tatiana (JSD a ver como pode subir na vida), o Ti Zeferino (reformado, sem mais nada que fazer), o Manel da Praça (bêbado, enganado no caminho para casa, mas que ficou agradado com o ambiente de tasca que encontrou). Ao sempiterno Leonel Coelho (MRPP) foi proibida a entrada com o argumento que ele ainda é comunista (se calhar o único de todo o concelho).
Este é, como sublinhámos, um exclusivo recolhido pelo nosso repórter Zé Berbigão, disfarçado como Joaquim das Couves, municípe eleitor em busca de esclarecimentos.
Passemos então à transcrição, cujo atraso se deveu ao facto do nosso colaborador ser de origens humildes e o blog não lhe ter facultado equipamento digital para a recolha da reportagem, pelo que foi demorado passar o conteúdo da fita magnética para papel.
(Ruído de pés a arrastar e de cadeiras a rangerem, alguns “pchius” e “tejam calados”).
Afrodite Nogueira (AN) – Damos então início a esta reunião...
Sottomaior Maravilhas (SM) – Ó Sôtora, quem é que lhe deu autorização para assumir a presidência da reunião? Isto aqui não é o PS, isto aqui é uma Democracia. Aqui há Liberdade.
Mimoso Desconhecido (MD) – Apoiado. Aqui deve haver isso tudo.
Zé-da-Erva (ZE) – O que é que se passa ? Não se pode fumar aqui ?
AN – Na qualidade de membro recém designado do Convénio Nacional do meu partido e atendendo ao peso eleitoral do PS a nível local penso que, a bem da unidade do CACETE, devo ser eu a presidir à reunião, não acham ?
José Amendoim (JÁ) – Apoiado, apoiado, só assim poderá acabar o desgoverno em que nos encontramos.
Tiago Afonso das Dores (TADinho) – Por um lado acho que sim, que seria uma nova dinâmica que se criaria mas, por outro lado, sinto que o desânimo me invade perante tudo isto.
SM – Ó Sôtores, por amor de Deus, haja respeito. Deve exercer o comando desta reunião quem tem provas dadas na defesa dos valores da Autoridade e da Ordem, ou seja, eu mesmo, eu próprio.
TAD - Assim não pode ser. Está-se aqui a criar uma dicotomia que não leva a lado nenhum.
ZE – Fuma-se ou não ?
Catarina Sempre-Revolucionária (CSP) – Fuma-se ! Ninguém está ver. Enrola lá essa treta.
Zé-Tóino (ZT) – Lá na minha rua há um buraco munta grande. A culpa é dos comunistas. Temos que correr com os gajos.
AN – Caro munícipe, concordo com a sua conclusão, mas temos que analisar a coisa em perspectiva. Por isso é que as minhas propostas para o concelho...
SM – Ó Sôtora. Lá está outra vez a tentar assumir o comando da reunião. Não pode ser.
MD – Apoiado, apoiado. O Doutor tirou-me as palavras da boca.
Maria Sete Dias – (MSD) – Despachem lá isto que está quase a começar a Quinta das Celebridades.
JA – Que cheiro a fumo é este ?
ZE – Porra que o gajo já deu com a coisa.
CSP – Agacha-te atrás deste mais gordo que ele não vê...
TAD – Amigos, amigos, assim não se consegue nada. Vamos a ter ordem.
SM – Ora querem lá ver este. Mas quem és tu, afinal, para estares aqui com opiniões ?
ZT – O raio do buraco é mesmo enorme, no meio da rua, no outro dia quando ia a passear o Rex quase que ia caindo lá para dentro. O raio do cão só conseguiu fazer o serviço ao pé da porta do 42 de tão assustado que ficou.
Manel da Praça (MP) – Ihhh, ca granda confusão. Acho que me enganei na tasca.
JA – Deixem a camarada Afrodite falar, ela tem a legitimidade de falar em nome da maioria do eleitorado descontente do nosso concelho.
SM – Ora querem lá ver mais este ? O que é que o amigo quer também ?
MD – Apoiado, apoiado. Este rapaz vai longe. Faz-me lembrar a mim quando era novo.
(Som de batidas insistentes na porta)
Leonel Coelho (LC) – Deixem-me entrar seus fascistas, que eu sou a voz do povo neste concelho desde que vocês ainda lambiam o ranho do nariz.
SM – Deixem esse comuna facínora lá fora !
MD – Apoiado, apoiado.
AN – Não sei se em nome dos princípios democráticos e da liberdade de opinião não deveríamos deixar o sr. Leonel entrar.
SM – Quais princípios democráticos ? Qual liberdade de opinião ? Isso não funciona com esses comunas sem vergonha.
ZE – Esta erva é boa ou não ? É cá uma pedra.
CSP – É da boa. Não me batia assim desde os tempos da Escola. Onde é que arranjaste essa merda ?
ZE – Ali no café onde a malta da GNR costuma ir beber umas bejecas à borla.
ZT – Já o meu Bruno Emanuel no outro dia também ia caindo no buraco quando ia a correr atrás da Vanessa Andreia quando iam para a Escola. Já vos disse aquele buraco é um perigo.
MSD – Despachem-se lá que o Conde Castelo Branco hoje ia mugir as vacas e eu gostava tanto de ver.
Ti Zeferino (TZ) – Deixe estar jovem, que isto é melhor c’aquilo.
TAD – Minha senhora, não tem vergonha de ver essas mediocridades na televisão ?
MDS – Ohhh, mediocridades ? O qu’é que você tem a ver com isso ?
TAD – Ó minha senhora, por favor...
Cátia Tatiana (CT, intervindo pela primeira vez) – Ah, eu gosto muito da Cinha; em tanto estilo, tem tanto savoá-férre. É uma pena que o nosso primeiro e ela já não se dêem bem.
MDS – Também acho, são tão jeitososo os dois. Faziam um casal tão jeitoso, com os filhos todos.
AN – Silêncio aí atrás !!!
SM – Então, sôtora, agora já manda calar o povo ?
JA – Esteja você calado, homem, que já me está a irritar.
MP – Hic ! Devo estar mesmo enganado na tasca. No Retiro dos Gajos não há tanto basqueiro nem quando o Fanã faz batota à sueca.
TZ – Você conhece o Fanã ? Sabe que ele ainda é primo do meu neto.
CT – O Fanã é bem simpático. Fala-me sempre. Gosto do crucifixo que ele usa sempre ao peito. Se não estivesse sempre a cuspir para o chão e deitasse menos perdigotos, nos tempos da Escola acho que ainda tínhamos namorado, que ele era bem engraçado.
JA – Quem é que está fumar aí atrás ? Eu estou bem a ver o fumo e cheira-me a qualquer coisa. É você aí de blusão de ganga ?
SM – Quem é que está a fumar droga nesta reunião. É preciso chamar já a polícia ?
ZE – Camaradas, tenham calma. O que falta nesta reunião é disciplina e organização, uma ordem de trabalhos e uma mesa de presidência previamente definidas, linhas orientadoras para a discussão. Podíamos fazer issso com base na importância eleitoral das forças políticas presentes no passado acto eleitoral para as autarquias. A partir daí ia-se dando a palavra aos representantes de cada partido e depois abria-se um espaço para debate com os outros municípes presentes. Também não seria má ideia criar grupos de trabalho para abordarem com profundidade cada uma das áreas temáticas de maior relevo (saneamento, obras públicas, rede viária, apoio aos jovens, etc), com um prazo para apresentarem um relatório das carências detectadas e com propostas de acção para o futuro.
...................... (Silêncio geral, ouvindo-se apenas uns protestos abafados de LC, ainda à porta)
CSP – Eh, pá. G’anda moca que tu apanhaste. Já não dizes coisa com coisa.
ZT – E o meu buraco ? O qu’e que se faz ?
MP – Tá decidido. Vou-me embora. Só vejo garrafas de água no balcão.
(Fim da fita da primeira cassete)
(Continua ...........)
Entre as vozes identificáveis, pensamos encontrar Afrodite Nogueira (pelo PS), o Dr. Sottomaior Maravilhas (pelo CDS/PP), o engenheiro Mimoso Desconhecido (pelo PSD), o Zé-da-Erva (pelo BE), o Zé-Tóino (militante de base socialista), a Catarina Sempre-Revolucionária (activista bloquista, ex-UDP), o José Amendoim (intelectual socialista local), a Maria Sete Dias (militante de base socialista), o Tiago Afonso das Dores (bem-pensante não-alinhado), a Cátia Tatiana (JSD a ver como pode subir na vida), o Ti Zeferino (reformado, sem mais nada que fazer), o Manel da Praça (bêbado, enganado no caminho para casa, mas que ficou agradado com o ambiente de tasca que encontrou). Ao sempiterno Leonel Coelho (MRPP) foi proibida a entrada com o argumento que ele ainda é comunista (se calhar o único de todo o concelho).
Este é, como sublinhámos, um exclusivo recolhido pelo nosso repórter Zé Berbigão, disfarçado como Joaquim das Couves, municípe eleitor em busca de esclarecimentos.
Passemos então à transcrição, cujo atraso se deveu ao facto do nosso colaborador ser de origens humildes e o blog não lhe ter facultado equipamento digital para a recolha da reportagem, pelo que foi demorado passar o conteúdo da fita magnética para papel.
(Ruído de pés a arrastar e de cadeiras a rangerem, alguns “pchius” e “tejam calados”).
Afrodite Nogueira (AN) – Damos então início a esta reunião...
Sottomaior Maravilhas (SM) – Ó Sôtora, quem é que lhe deu autorização para assumir a presidência da reunião? Isto aqui não é o PS, isto aqui é uma Democracia. Aqui há Liberdade.
Mimoso Desconhecido (MD) – Apoiado. Aqui deve haver isso tudo.
Zé-da-Erva (ZE) – O que é que se passa ? Não se pode fumar aqui ?
AN – Na qualidade de membro recém designado do Convénio Nacional do meu partido e atendendo ao peso eleitoral do PS a nível local penso que, a bem da unidade do CACETE, devo ser eu a presidir à reunião, não acham ?
José Amendoim (JÁ) – Apoiado, apoiado, só assim poderá acabar o desgoverno em que nos encontramos.
Tiago Afonso das Dores (TADinho) – Por um lado acho que sim, que seria uma nova dinâmica que se criaria mas, por outro lado, sinto que o desânimo me invade perante tudo isto.
SM – Ó Sôtores, por amor de Deus, haja respeito. Deve exercer o comando desta reunião quem tem provas dadas na defesa dos valores da Autoridade e da Ordem, ou seja, eu mesmo, eu próprio.
TAD - Assim não pode ser. Está-se aqui a criar uma dicotomia que não leva a lado nenhum.
ZE – Fuma-se ou não ?
Catarina Sempre-Revolucionária (CSP) – Fuma-se ! Ninguém está ver. Enrola lá essa treta.
Zé-Tóino (ZT) – Lá na minha rua há um buraco munta grande. A culpa é dos comunistas. Temos que correr com os gajos.
AN – Caro munícipe, concordo com a sua conclusão, mas temos que analisar a coisa em perspectiva. Por isso é que as minhas propostas para o concelho...
SM – Ó Sôtora. Lá está outra vez a tentar assumir o comando da reunião. Não pode ser.
MD – Apoiado, apoiado. O Doutor tirou-me as palavras da boca.
Maria Sete Dias – (MSD) – Despachem lá isto que está quase a começar a Quinta das Celebridades.
JA – Que cheiro a fumo é este ?
ZE – Porra que o gajo já deu com a coisa.
CSP – Agacha-te atrás deste mais gordo que ele não vê...
TAD – Amigos, amigos, assim não se consegue nada. Vamos a ter ordem.
SM – Ora querem lá ver este. Mas quem és tu, afinal, para estares aqui com opiniões ?
ZT – O raio do buraco é mesmo enorme, no meio da rua, no outro dia quando ia a passear o Rex quase que ia caindo lá para dentro. O raio do cão só conseguiu fazer o serviço ao pé da porta do 42 de tão assustado que ficou.
Manel da Praça (MP) – Ihhh, ca granda confusão. Acho que me enganei na tasca.
JA – Deixem a camarada Afrodite falar, ela tem a legitimidade de falar em nome da maioria do eleitorado descontente do nosso concelho.
SM – Ora querem lá ver mais este ? O que é que o amigo quer também ?
MD – Apoiado, apoiado. Este rapaz vai longe. Faz-me lembrar a mim quando era novo.
(Som de batidas insistentes na porta)
Leonel Coelho (LC) – Deixem-me entrar seus fascistas, que eu sou a voz do povo neste concelho desde que vocês ainda lambiam o ranho do nariz.
SM – Deixem esse comuna facínora lá fora !
MD – Apoiado, apoiado.
AN – Não sei se em nome dos princípios democráticos e da liberdade de opinião não deveríamos deixar o sr. Leonel entrar.
SM – Quais princípios democráticos ? Qual liberdade de opinião ? Isso não funciona com esses comunas sem vergonha.
ZE – Esta erva é boa ou não ? É cá uma pedra.
CSP – É da boa. Não me batia assim desde os tempos da Escola. Onde é que arranjaste essa merda ?
ZE – Ali no café onde a malta da GNR costuma ir beber umas bejecas à borla.
ZT – Já o meu Bruno Emanuel no outro dia também ia caindo no buraco quando ia a correr atrás da Vanessa Andreia quando iam para a Escola. Já vos disse aquele buraco é um perigo.
MSD – Despachem-se lá que o Conde Castelo Branco hoje ia mugir as vacas e eu gostava tanto de ver.
Ti Zeferino (TZ) – Deixe estar jovem, que isto é melhor c’aquilo.
TAD – Minha senhora, não tem vergonha de ver essas mediocridades na televisão ?
MDS – Ohhh, mediocridades ? O qu’é que você tem a ver com isso ?
TAD – Ó minha senhora, por favor...
Cátia Tatiana (CT, intervindo pela primeira vez) – Ah, eu gosto muito da Cinha; em tanto estilo, tem tanto savoá-férre. É uma pena que o nosso primeiro e ela já não se dêem bem.
MDS – Também acho, são tão jeitososo os dois. Faziam um casal tão jeitoso, com os filhos todos.
AN – Silêncio aí atrás !!!
SM – Então, sôtora, agora já manda calar o povo ?
JA – Esteja você calado, homem, que já me está a irritar.
MP – Hic ! Devo estar mesmo enganado na tasca. No Retiro dos Gajos não há tanto basqueiro nem quando o Fanã faz batota à sueca.
TZ – Você conhece o Fanã ? Sabe que ele ainda é primo do meu neto.
CT – O Fanã é bem simpático. Fala-me sempre. Gosto do crucifixo que ele usa sempre ao peito. Se não estivesse sempre a cuspir para o chão e deitasse menos perdigotos, nos tempos da Escola acho que ainda tínhamos namorado, que ele era bem engraçado.
JA – Quem é que está fumar aí atrás ? Eu estou bem a ver o fumo e cheira-me a qualquer coisa. É você aí de blusão de ganga ?
SM – Quem é que está a fumar droga nesta reunião. É preciso chamar já a polícia ?
ZE – Camaradas, tenham calma. O que falta nesta reunião é disciplina e organização, uma ordem de trabalhos e uma mesa de presidência previamente definidas, linhas orientadoras para a discussão. Podíamos fazer issso com base na importância eleitoral das forças políticas presentes no passado acto eleitoral para as autarquias. A partir daí ia-se dando a palavra aos representantes de cada partido e depois abria-se um espaço para debate com os outros municípes presentes. Também não seria má ideia criar grupos de trabalho para abordarem com profundidade cada uma das áreas temáticas de maior relevo (saneamento, obras públicas, rede viária, apoio aos jovens, etc), com um prazo para apresentarem um relatório das carências detectadas e com propostas de acção para o futuro.
...................... (Silêncio geral, ouvindo-se apenas uns protestos abafados de LC, ainda à porta)
CSP – Eh, pá. G’anda moca que tu apanhaste. Já não dizes coisa com coisa.
ZT – E o meu buraco ? O qu’e que se faz ?
MP – Tá decidido. Vou-me embora. Só vejo garrafas de água no balcão.
(Fim da fita da primeira cassete)
(Continua ...........)
terça-feira, novembro 02, 2004
Pois, pois
De novo no Diário do Barreiro:
Quinzena da Educação na Moita
Município da Moita aposta na qualidade de educação
Lendo depois a notícia descobre-se que a iniciativa passou por passeios pelo concelho no contexto da já tradicional "recepção aos professores" que decorre na generalidade dos concelhos.
Que não os incomode o facto das Escolas Secundárias do concelho serem das piores da Península de Setúbal e de estarem muito mal classificadas a nível nacional, como já analisámos a propósito da publicação dos afamados rankings de Escolas. Claro que a culpa é dos rankings.
O que interessa é passear.
Quinzena da Educação na Moita
Município da Moita aposta na qualidade de educação
Lendo depois a notícia descobre-se que a iniciativa passou por passeios pelo concelho no contexto da já tradicional "recepção aos professores" que decorre na generalidade dos concelhos.
Que não os incomode o facto das Escolas Secundárias do concelho serem das piores da Península de Setúbal e de estarem muito mal classificadas a nível nacional, como já analisámos a propósito da publicação dos afamados rankings de Escolas. Claro que a culpa é dos rankings.
O que interessa é passear.
Finalmente, caraças
Notícia do Diário do Barreiro:
Escola Básica 2,3 de José Afonso - Alhos Vedros
Construção do Pavilhão Desportivo adjudicada
Após dezoito anos de prática de educação física ao ar livre, os alunos da Escola Básica 2,3 de José Afonso, em Alhos Vedros, vão ter finalmente um Pavilhão Desportivo. A Câmara Municipal da Moita aprovou, na última reunião pública, a 27 de Outubro, a adjudicação da construção da infra-estrutura nesta escola do concelho.
(ATÉ QUE ENFIM...)
Escola Básica 2,3 de José Afonso - Alhos Vedros
Construção do Pavilhão Desportivo adjudicada
Após dezoito anos de prática de educação física ao ar livre, os alunos da Escola Básica 2,3 de José Afonso, em Alhos Vedros, vão ter finalmente um Pavilhão Desportivo. A Câmara Municipal da Moita aprovou, na última reunião pública, a 27 de Outubro, a adjudicação da construção da infra-estrutura nesta escola do concelho.
(ATÉ QUE ENFIM...)
Sobre António Hipólito da Costa III
Dados disponíveis no Centro de Estudos do Pensamento Político do ISCSP:
Costa, António Hipólito da
Visconde de Alhos Vedros.
Chefe da revolta liberal de 1828, quando tenente-geral.
(A imagem, fraquinha, entrará no Alhos Vedros Visual amanhã).
Costa, António Hipólito da
Visconde de Alhos Vedros.
Chefe da revolta liberal de 1828, quando tenente-geral.
(A imagem, fraquinha, entrará no Alhos Vedros Visual amanhã).
Sobre António Hipólito da Costa II
Alguns dados de Guerreiro sobre a questão dos viscondes de Alhos Vedros:
NPB - Nobreza de Portugal e Brasil - 3 vols
Direcção de Afonso Eduardo Martins Zuquete
Editorial Enciclopédia, 2ª Edição
Lisboa, 1989
Casamentos
Casamento I: 1778
Bárbara Rosaura Elisiária da Silva
Com: António Hipólito da Costa, 1º visconde de Alhos Vedros * 1756
Viscondes de Alhos Vedros
Criação
Título criado por D. Maria II, rainha de Portugal por decreto de 26-01-1836
http://genealogia.sapo.pt/titulos/tit_show.php?id=45
Guerreiro
NPB - Nobreza de Portugal e Brasil - 3 vols
Direcção de Afonso Eduardo Martins Zuquete
Editorial Enciclopédia, 2ª Edição
Lisboa, 1989
Casamentos
Casamento I: 1778
Bárbara Rosaura Elisiária da Silva
Com: António Hipólito da Costa, 1º visconde de Alhos Vedros * 1756
Viscondes de Alhos Vedros
Criação
Título criado por D. Maria II, rainha de Portugal por decreto de 26-01-1836
http://genealogia.sapo.pt/titulos/tit_show.php?id=45
Guerreiro
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