Antiga cadeia escondia vestígios arqueológicos
Segue-se um artigo onde se dá conta do espanto dos intervenientes em todo o lamentável processo que levou à demolição do que restava do edifício, assim como do próprio arqueólogo agora envolvido na coisa, quanto à natureza (quantidade, qualidade, antiguidade) dos vestígios encontrados.
Realmente a ignorância campeia entre nós.
Será que ninguém deste núcleo de História Local conhece a história da região ?
Ou o facto de Alhos Vedros ser sede de concelho na época medieval e moderna só servir para repetir em conferências, papagueando lugares-comuns por demais sabidos, não se retirando daí as devidas ilações ?
Será que não se deduz do facto anterior (AV como sede de um vastíssimo concelho da Margem Sul e um dos poucos centros municipais da época) a existência necessária de vestígios arqueológicos de relevo ?
Lá porque a terra tem sido dizimada com a complacência dos poderes instituídos nos últimos 150 anos não quer dizer que assim sempre tenha sido.
Será que os senhores arquólogos já ouviram falar de arqueologia urbana ?
Não ?
Não sabem "ler" a cartografia de uma localidade com origens medievais ou anteriores, quando situada em terreno plano e em zona ribeirinha ?
Também não ?
Não deduzirão de, sendo AV um local de refúgio do próprio monarca em inícios do século XV quando a peste assolava a capital (ler Zurara, se possível e se tempo houver), ser difícil pensar que a terra seria composta por pardieiros e sem nada que se aproveitasse ?
Não seria óbvio discorrer que nas vias com origens mais antigas na terra, as edificações foram sendo substituídas, acompanhando a evolução da terra num sentido de menor monumentalidade quando os tempos foram ficando mais difíceis ?
E que foram ficando soterrados os testemunhos anteriores ?
Hmmmm ? Não ?
Não interessa conhecer nada disso, pois não ?
Será que só interessa a história taurina da Moita ?
Que o senhor Rui Garcia não perceba de património tudo bem, quando andou na Escola deve ter sido mau aluno a História e acharia as aulas uma seca no meio do forrobodó de meados de 70, se bem me lembro, mas agora que historiadores que se dizem locais se mostrem surpreendidos é que é de causar maior estranheza.
Enfim, restam-nos aquelas patéticas declarações, a posteriori, do vereador e vice-presidente de serviço que consegue juntar termos como "arquitectónicos" e "memórias" numa mesma frase.
Talvez o mundo não esteja perdido.
Até pode ser que os alhosvedrenses a quem resta um mínimo de ânimo metam esta malta na ordem, porque já não há pachorra para mais desta ignorância.
Arre, burro, que não há arreata que te faça ver o caminho certo!
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