Alhos Vedros, 5 de Novembro de 2004
Alhos Vedros foi mais uma vez vitima de um grave atentado ao seu património histórico, a cadeia velha, que se supõe ter sido a primeira sede dos Paços do Concelho, foi destruída no dia 4 de Novembro de 2004.
Os interesses económicos sobrepuseram-se à história. Esse monumento com mais de 500 anos, era por si próprio uma memória viva da importância que teve Alhos Vedros, mas de um dia para o outro acabaram com essa memória, pergunto-me o que conterá de importante o subsolo da cadeia, quantas moedas e objectos de valor, não estarão lá enterrados, penso que seria agora necessário fazerem-se escavações no local para se indagar desses vestígios, por isso faço aqui um pedido aos arqueólogos locais para fazerem pressões nesse sentido...
As pedras quinhentistas foram retiradas, não sei para onde e assim se acabou com mais um pedaço da nossa História, mas o atentado nunca será perdoado nem esquecido, por todos os Alhos Vedrenses que se orgulham da suas raízes.Desde que Alhos Vedros perdeu a sua condição de sede do concelho que estes atentados se vêm perpetuando.
Logo no principio do séc. 20, houve alguém da Moita que teve a brilhante ideia, de desmontar o pelourinho de Alhos Vedros e colocá-lo na Moita. Só com a intervenção de alguns Alhos Vedrenses menos acomodados e mais revoltados, se conseguiu que o pelourinho voltasse para Alhos Vedros.
Em 1926 a Igreja Matriz de Alhos Vedros foi vedada ao culto católico, passando a ser a sede dos bombeiros, e o seu espólio foi vendido em hasta pública, os santos e os azulejos que a revestiam também ...Foram de novo alguns Alhos Vedrenses que compraram algumas dessa peças, em leilão, onde as disputaram com antiquários, entregando-as depois novamente à Igreja.
O espólio da Stª Casa da Misericórdia de valor histórico incalculável, que era composto de livros de visitações e outras obras, algumas iluminadas, foram desaparecendo por puro desleixo ou má fé, desde que a Moita passou a ser a sede do concelho.
O próprio Foral Manuelino foi encontrado no lixo por um funcionário da Junta e isto recentemente.
O que a Moita tem feito em Alhos Vedros trata-se de um verdadeiro genocídio histórico e cultural, para acabar com a memória do passado nobre e ancestral desta localidade que já foi a sede do concelho que abrangia do Barreiro até à Aldeia Galega.
A tristeza que nos sufoca neste momento não pode dar lugar ao esquecimento e ao desalento, esta situação errada em que somos dominados por um poder (...da Moita) que nos é estranho, antagónico e não representa o sentir e o ser dos Alhos Vedrenses, não pode ele mesmo ser respeitado.
A destruição do nosso passado por parte da CMM, nesta caso especifico nem passou por uma consulta aos cidadãos de Alhos Vedros, nem aos seus órgãos locais democraticamente eleitos, porque nem a Junta de Freguesia foi avisada atempadamente que esta destruição iria ocorrer.
Esta forma de actuar que a CMM, utiliza em Alhos Vedros, a política do quero, posso e mando acontecerá sempre, até que haja uma luta organizada e suprapartidária que nos volte a devolver a nossa identidade e a nossa independência como concelho.
Manuel Pedro
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