Uma nossa leitora devidamente identificada, vem denunciar um caso de abuso e intimidação, passado na Moita. Eis o texto enviado:
BRINCADEIRA DE CARNAVAL ou DE HALLOWEEN?
Pelas 14h50’, do domingo, 22 de fevereiro de 2009, fomos à Marisqueira Campino, na Moita, coisa que não fazíamos há algum tempo, embora conhecesse o Fernando (jovem empregado da casa da dona Antónia, há 20 anos), quando costumava lá tomar uma imperial e comer uns caracóis.
Comemos amêijoas à Bulhão Pato, que, por acaso, ao ir ao WC, vi que custavam 14€50, uma vez que, quando o Luís perguntou pela ementa o Senhor Fernando, agora proprietário, julgo eu, respondeu que não havia (mais tarde ele haveria de negar tal situação...). Pedimos também “um pouco” de canilhas, duas “bruxas”, uma dose de pão torrado. Fomos muito bem servidos, embora, desde o primeiro momento, eu tenha estranhado e comentado com o Luís, não ver naquele homem sério e friamente eficiente, o rapaz risonho, tímido e simpático de antigamente. Satisfeitos com a refeição ainda inacabada, pedimos mais uma garrafa de 3,75cl de BSE para completar o repasto. Tudo bem, dois cafezinhos para terminar em beleza.
Diante da conta exorbitante, qual não foi a nossa surpresa ao verificar que as tais amêijoas, o único prato que comemos que não era por quilo, custava 17€50 e não 14€50, como, por acaso, eu tinha visto no quadro entre a zona de bar e a zona de restaurante. Pedi a confirmação e o preço foi rectificado. Enfim, em vez de 67€22, paguei 64€22. O problema ali era o preço tão alto dos ditas bruxas. Como é que três bichinhos, e não dois, como havíamos pedido, custavam 13€21? Pesariam mesmo 190g, conforme a justificação? Nem na Trindade, em Lisboa, servem-nos a peso sem dizer antes quanto pesa determinado marisco, ou sem levar-nos à montra, onde escolhemos o marisco e assistimos ao seu peso.
O meu companheiro, então, pediu o livro de reclamações, para reclamar do preço... penso eu. E não é que ninguém respondia nada até que chegou o tal senhor fernando que nos disse que se quiséssemos escrever no livro de reclamações, teria de ser na frente da GNR. Eu tentei explicar ao tal senhor fernando que tínhamos direito a usar o livro de reclamações e ele insistiu na GNR, cheio de segurança. Tentei lembrá-lo de quem eu era antigamente, com o objectivo de que ele percebesse que eu não queria problemas, mas ele continuou, com ar intimidatório, a dizer que chamaria a GNR, de telemóvel na mão. Farta daquela palhaçada, eu pedi para o meu amigo vir comigo, mas ele insistiu em ficar. Saí e fui para o carro. Estive lá com o meu cão, até que resolvi voltar à dita cuja marisqueira para apoiar o Luís, pois eu sabia que nós tínhamos razão.
Entretanto, já lá estava a GNR que, agindo de forma simplista, já pretendia tornar a situação um mero caso de confusão por bebedeira do reclamante. Intervim, disse que estava junto e que poderia eu mesma escrever no livro de reclamações. Expliquei o que se passara, dizendo que o tal senhor fernando nos tinha ameaçado com chamar a polícia, por querermos usar o seu livro de reclamações. Muito conhecido, provavelmente, do digníssimo dono do bar, o guarda interveio logo, dizendo que isso não era uma ameaça... desculpei-me com o facto de usar a palavra de forma corriqueira, pois não sou advogada (sendo que, para mim, e penso que para o resto dos falantes da língua Portuguesa, o facto de dizer ao meu filho “não faças isso porque se não levas tau tau”, é pura e simplesmente uma ameaça, se eu não concretizar o acto).
Confirmou, o tal senhor fernando, em frente do guarda, que o que dissera foi que só poderíamos escrever no livro de reclamações em frente da GNR. Muita parra, pouca uva. Tal qual eu tinha dito.
Percebi logo a situação e não permiti que tudo se passasse como se fosse um caso de bebedeira, ofereci-me para soprar o balão e disse que, com certeza, daria algum valor porque nós dois bebêramos uma garrafa de 7,5cl e outra de 3,75cl de BSE, vinho branco, com o qual acompanháramos o nosso almoço, o que não nos deixou propriamente bêbados e perturbadores da ordem pública.
Enfim, foi-me entregue o livro de reclamações e eu expliquei brevemente, por escrito, que tive de escrever a reclamação em frente de um agente da Guarda Nacional Republicana, porque assim o exigira o proprietário do estabelecimento, deixando de evidenciar o primeiro motivo que a tentar reclamar nos levou, e realçando o facto de tal imposição, com certeza intimidatória, para não dizer ameaçadora, da presença da GNR para um acto que me é de direito, seja qual for a reclamação sobre qualquer estabelecimento.
O guarda, por sua vez, embora eu oferecesse, não viu o meu bilhete de identidade, nem conferiu a minha assinatura, não tomou nota de nada, deixando-me, com ar complacente, preencher a dita ficha. Ao sair, o seu colega guarda insistiu e aconselhou-me, em relação ao meu amigo: “No estado em que ele está, é melhor levá-lo para casa.”, ao que eu prontamente respondi, e repeti, que o seu estado era o de quem tinha dividido comigo, uma garrafa e meia de vinho branco BSE, o que não justificava essa visão de que tudo não passara de uma altercação por alcoolização.
Só mais tarde vim a saber que, enquanto estive no carro com o cão, passou-se esta situação: É incrível que, não sei se o telefonema foi apenas mais uma manobra de intimidação, o tal senhor fernando, a rir zombeteiramente, depois de ligar para a GNR, disse que a polícia iria demorar e que ele teria de ficar lá no bar a tarde toda. Entretanto, em atitude de “panelinha”, o meu amigo foi ouvindo alguns desaforos de amigos-do-tal- senhor-fernando, que ali estavam presentes e de que nem vale a pena lembrar. Novas atitudes intimidatórias, que só visavam a não utilização do dito livro de reclamações... O meu companheiro, então, dirigiu-se pessoalmente à GNR, que não registou nada, nem lhe entregou qualquer comprovante da participação, para chamá-los e só aí é que apareceram.
Trouxe comigo a factura do almoço, que só em frente do guarda exigi, tal era a minha boa vontade anteriormente, e o original da folha de reclamação, que, por sinal, é a guia errada, pois em situação de tanto constrangimento e irritabilidade contida, parece que nenhum dos dois encarregados do nosso caso leu a targeta na parte inferior da ficha de que aquela tem de ser entregue até cinco dias úteis a partir da reclamação.
E agora? Será que o problema será visto pelas autoridades competentes como uma grave falta de respeito do proprietário em relação aos direitos legais dos seus clientes, pessoas idóneas e trabalhadoras do Concelho, ou será visto como apenas um distúrbio de carnavalescos inconscientes? Será que a “pena” deixa de existir porque não é uma reclamação em relação à qualidade da comida ou dos toaletes?
Bolas! Depois de tanto marisco em tantas casas de renome e de vários países, fui roubada e insultada bem na minha freguesia!
Maria Ernestina de Andrade Sesinando
Comentário do AVP:
Evitai os restaurantes moiteiros, pois além de roubados podeis ser presos !
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6 comentários:
Pois é, os abusos de preços no Café Campino na Moita são por demais conhecidos, sendo efectivamente um abuso na maior parte do que ali tenho visto, especialmente em relação a marisco, que nunca nos dizem quanto tem de peso e de custo e, quando vamos pagar temos surpresas desagradáveis. E o dito sr. Fernando Bronze, que é o dono actual, e que a preços assim enriqueceu rapidamente (já se esqueceu de ser empregado e servir às mesas e depois ter sido sócio de outra pessoa, que parece não saiu da sociedade lá muito bem. O resto que a Sra. conta, bem aí é uma postura de novo-riquismo que aquele Sr. Fernando evidencia. Sobre "amigos" seus que mandaram bocas, são daqueles que bebem ali à borla ou que têm dívidas no rol. Quanto à GNR, é um comportamente normal... Que saudades da PSP... a criminalidade na Moita com a troca aumentou exponencialmente, deve ter sido a única coisa que aumentou, mas para pior claro. Rondas à noite pelos bairros, é mentira, o melhor é estar no quentinho do posto.
Fico grata em saber que não fui a primeira a ter uma surpresa dessas, muito obrigada pela informação e pelo apoio! O seu comentário não poderia ser mais complementar à minha denúncia...e ao estado de choque em que fiquei por me ver, pela primeira vez, obrigada a explicar-me perante qualquer tipo de polícia.
Ernestina
Hilariante esta história num suposto país chamado Portugal.
Boas mariscadas, e se possivel podem convidar-me ?
Abraço
Por vezes local de excessos. Até para alguns empaturrarem-se e pirarem-se. Tudo depende do horário e do material ingerido...
Acho esta história muito mal contada. Mas enfim...cada qual conta como melhor lhe convém.
É muito fácl falar mal de alguém ou de algo, falar bem é que é dificil !!!
Pois é, ANÓNIMO, se você acha que a história está mal contada, talvez fosse o caso de contar a sua versão... que boca é essa, sem detalhes, de quem só quer falar bem?
Ernestina Sesinando
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