quinta-feira, novembro 26, 2009

O Cerco à Liberdade de Imprensa


Saiu no Expresso, mas lamentávelmente não veio o nome do autor deste excelente artigo que demonstra que a concentração dos grupos de Media em Mega Grupos de Media, é uma merda.
Esta concentração levou na Itália a que até aos anos 90 existissem mais de 80 grupos de Media, (jornais, TVs, rádios, enfim os Media tradicionais), para agora se concentrrem em apenas 8 grupos quase todos do Berlusconi, os que sobram são sériamente pressionados pelo poder para que sigam a linha editorial do governo Berlusconiano e quem se atreve a ir contra a corrente é posto na barra dos tribunais com o novo tipo de censura que se chama DIFAMAÇÃO.
Esta nova arma que a censura utiliza é correntemente usada na Itália contra os JORNALISTAS e são os INDIVÍDUOS que são acusados e não o orgão de informação que publica os seus artigos.
A fragilização dos Media independentes do poder político é por isso personalizada o que é uma maneira directa e cobarde de fazer com que os jornalistas deixem de publicar artigos que os podem levar à barra dos tribunais, (nestes casos específicos italianos com pedidos de indenizações extremamente elevados, penso um jornalista foi processado pelo Berlusconi em mais de 2000000 de Euros !) omitindo factos ou pura e simplesmente fazendo jornalismo inócuo ou vazio de conteúdo, para não beliscar os detentores do poder.
Os jornais independentes por serem mais contestatários do "status quo", são também mais consumidos por quem se não revê nesse "status quo" e para manter essas margens curtas de lucro que lhes permitem sobreviver, apenas o fazem com a venda de jornais, porque a publicidade estatal ou a privada que vive de encomendas ao poder estatal pura e simplesmente deixa de fazer publicidade nesses jornais, (aqui no concelho da Moita o jornal O RIO deixou de se publicar em papel devido a estes factores) nos outros Media a sobrevivência é ainda mais difícil, porque não se vendem e apenas vivem da publicidade, as rádios e TVs privadas têm por isso de se acomodar ao poder como aconteceu na TVI, onde o jornal de sexta foi eliminado por confrontar directamente Sócrates. Nas rádios o mesmo acontece e a liberdade de imprensa é por isso cada vez mais a voz do dono, o poder.
Em Portugal a concentração de Media levou a que quase não exista informação independente, pois está concentrada em 11 grupos, mas os mais importantes são, o Estado com a RTP a PT Lusomundo a Media Capital, a Impresa a Cofina a Impala. Os outros grupos são espanhóis como a Prensa Ibérica, religiosos como a Rádio Renascença e as dezenas de rádios locais que posssui a Igreja Universal do reino de Deus, vejam aqui com mais detalhe os Media portugueses.
Esta situação leva à extinção de uma informação independente nos Media tradicionais e à opção cada vez mais acentuada dos leitores passarem para a internet, que é actualmente a mais plural e independente voz alternativa aos cidadãos que realmente querem saber o que se passa e não o que o poder diz que se passa.
Os Media tradicionais são por isso cada vez menos lidos vistos e ouvidos e acabarão por terminar por ausência de conteúdo jornalistico de investigação ou qualquer outro tipo de jornalismo que se atreva a questionar o poder e isso remete para o próximo post, já já a seguir.

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