quarta-feira, setembro 28, 2005

Dicionário Autárquico IV

G de Garcia – de primeiro nome Rui, actual vereador com os pelouros do Ambiente e Gestão Urbanística e autor de alguns dos maiores dislates em declarações públicas sobre questões sensíveis para alguns sectores da população. Para ele, a velha cadeia de Alhos Vedros, certamente muito danificada, era apenas um conjunto de três paredes, não interessando o seu carácter simbólico nem os vestígios que lá foram encontrados no subsolo e que, para um leigo, indiciavam existir por baixo restos de outra edificação mais antiga. Quanto à limpeza de alguns espaços públicos e/ou privados, afirma que é missão da CMM realizá-la ou fiscalizá-la, mas depois menoriza qualquer denúncia feita e os detritos continuam acumulados. Uma das últimas boutades passou por esquecer as determinações da Lei do Ruído permitindo quie um campo de tiro funcionasse até à meia-noite equiparando-o a um equipamento desportivo onde decorrem treinos. Se nos lembrarmos do que se passou logo no início do último mandato da CDU, isso significa que, se por um azar dos diabos o João Lobo é eleito mas fica impedido de ser Presidente, é este rapaz que lhe sucede e se torna Presidente da Câmara ! É caso para sugerir a evacuação rápida do concelho de toda a população com alguma sanidade mental.

H de Herança – seja do Património Natural ou Histórico, por estas paragens ninguém parece verdadeiramente interessado em preservá-la, sendo os candidatos do Bloco os únicos que parecem ver para além das largadas e touradas de Maio e Setembro. Apesar de outras tradições e memórias onde se poderiam ancorar projectos válidos de preservação do património, os maiores partidos raramente parecem sensíveis a esses temas. A antiga riqueza natural, das zonas ribeirinhas às manchas florestais, têm sido paulatinamente destruídas ou degradadas para além de qualquer reconhecimento. O património histórico mais antigo, talvez por localizar-se quase todo em Alhos Vedros, tem sido negligenciado de forma vergonhosa. A ignorância atinge o ponto de chamar “centro histórico” a uma zona da vila que só cresceu no final do século XIX, sendo obliterada totalmente a memória de Alhos Vedros como sede de município tardo-medieval, onde se instalou uma das primeiras Misericórdias do país, agora defronte do único pelourinho manuelino completo do distrito de Setúbal. Ou então esquecendo que a zona nobre da vila ficava virada para o Tejo e um dos seus eixos ia do actual Largo do descarregador até à Igreja Matriz. Neste particular, as propostas de musealização do Moinho de Maré são recorrentes, mas parecem não passar de pinturas de paredes e pouco mais, pois aguarda-se com expectativa que espólio tem a CMM preservado para expor.

AV1

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