domingo, setembro 18, 2005
A Campanha Bloquista...
...parece que finalmente arrancou, mas muito à moda dos encontros dos amigos do antigamente, com uns jantares à mistura e uns passeios pela festa da Moita.
Isto é assim, os mais antigos leitores do blog sabem que eu tenho uma aversão epidérmica e visceral pelo Bloco ao nível nacional, embora tenha uma tolerância razoável pelos herdeiros da UDP local.
No entanto, já declarei que, à partida, o meu voto para a Presidência da CMM vai para o Joaquim Raminhos.
Já me acusaram alguns comentadores de bloquista, de defensor de uma aliança PS/Bloco para derrubar a CDU, de tudo um pouco mais, com vernáculo à mistura. Quer do lado da CDU, quer do PS, todos parecem achar que um voto na candidatura local do BE é um voto inútil porque, para os primeiros, é um voto roubado à estabilidade, ou porque, para os segundos, é um voto que não leva à mudança.
No meu caso, o voto no Raminhos, mais do que no Bloco, é um voto não para ganhar, mas a minha última hipótese de protestar sem ser pela minha habitual abstenção.
É certo que conheço o Raminhos pessoalmente e isso pesa na decisão.
Mas também é verdade que não troco com o Raminhos, há uma boa meia dúzia de anos, mais do que algumas palavras de circunstância, pois não convivemos pelas mesmas paragens.
Mas, e porque o meu voto é quase de carácter pessoal no candidato, não me coibirei de salientar os equívocos do comportamento bloquista local.
E esses equívocos passam pela necessidade de definirem quem querem, afinal, aliciar ou seduzir como eleitorado.
E isso passa por várias coisas, a saber:
a) Clara definição das prioridades do Bloco quando, em caso de ser necessário para desbloquear eventuais situações problemáticas na CMM ou na Assembleia Municipal, se tornar imperativo optar entre CDU e PS. Não que eu ache que devem explicitar de que força partidária se acham mais próximos a nível local, mas apenas quais são os traços identificadores da vossa futura acção e o que consideram inegociável, em termos de princípios.
b) Decisão sobre se optam pela postura tardo-revolucionária de alguns dos militantes mais activos no concelho, se pelo pragmatismo calculista do vosso convidado recorrente (Fernando Rosas) que como viram, hoje está a apoiar a candidatura de Mário Soares, enquanto amanhã aparece a anunciar o lançamento da do Francisco Louçã. Ou então, se optam por uma via própria de se afirmarem como a única força com um projecto resultante de uma reflexão sobre o nosso concelho e sobre os seus problemas e capacidades, libertando-se dos espartilhos de compromissos prévios com este ou aquele grupo de interesses e das limitações de quem corre só com o objectivo de vencer e para isso usa de todas as armas.
c) Afirmação de uma campanha pela positiva e activa, apesar da eventual escassez de meios, e aposta numa divulgação eficaz da(s) sua(s) mensagem(ns) para o eleitorado, nem que seja chicoteando alguém para produzir material de campanha e opinião com um mínimo de oportunidade e objectividade.
Vamos lá a ver se me faço entender.
Ninguém está à espera que ganhem a CMM, ou mesmo qualquer Junta de Freguesia.
Mas esta poderia ser uma oportunidade única de, por um lado, fazer render o capital eleitoral das últimas legislativas e, por outro, lançar as sementes para algo mais ambicioso no futuro.
Só que, para quem olha de fora, parece que vocês estão mais preocupados em passar despercebidos e em não dar muito nas vistas, fazendo apenas os mínimos em termos de envolvimento na campanha.
Até que ponto têm estudado as matérias em discussão no concelho, do planeamento urbanístico às finanças locais ?
Até que ponto estão preparados para rebater (ou apoiar) algumas das propostas em cima da mesa, do PDM da CDU aos compromissos do PS ?
Até que ponto estão em condições de resistir a uma campanha de apelo ao voto útil dirigida contra os partidos mais nas franjas do espectro político ?
Até que ponto o Bloco tem uma equipa a trabalhar nesta candidatura com mais do que um voluntarismo bem intencionado ?
É que isto não são questões que se resolvam à mesa de um jantar ou do café da esquina !
Ou aos pulinhos em frente da sede para a fotografia.
AV1 (com fotos retiradas do Bloco de Notas)
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