segunda-feira, setembro 19, 2005

Hoje estou livresco...

... mas por certo que me vão desculpar.
Chegou-me - via Círculo de Leitores - a última biografia de D. João I que descreve, de acordo com o que escreveram os cronistas e em particular Zurara, o que se passou em 1415 em Alhos Vedros, ou seja a reunião que deu início ao processo que levou à tomada de Ceuta e, a partir daí, ao movimento da Expansão Portuguesa.
Tudo se deve ao facto de D. Filipa de Lencastre ter sido atingida pela peste que assolava Lisboa e de D. João I se ver na necessidade de se recolher em local seguro, o qual viria a ser Alhos vedros.
Infelizmente, essas memórias e os espaços a elas associados têm sido rasurados da toponímia e do próprio traçado urbano da vila, mas isso já são outros futebóis, infelizmente muito tristes.

«Entretanto D. João I foi aconselhado pelos filhos e conselheiros a afastar-se da rainha - assim o exigindo a protecção da realeza -, o que muito lhe doeu, seguindo para Alhos vedros.
(...)
Os maus prenúncios - peste, escuridão da luz solar (o sol "cris"), a morte da rainha - pareciam desaconselhar a expedição. Os infantes, vestidos de burel, foram a Alhos Vedros falar com seu pai, que encontraram muito "anoiado", envergando panos escuros. D. João remeteu uma primeira decisão sobre o que havia de ser feito para os infantes e conselheiros»
(Maria Helena da Cruz Coelho, D. João I, Lisboa, 2005, pp. 178-179)

Tomara todas as povoações deste país terem um evento destes para celebrarem.
Por cá, nada.
A ignorância ainda é o que era.

AV1

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