sábado, setembro 17, 2005

A Liberdade segundo Bakunine

«Não sou verdadeiramente livre senão quando todos os seres humanos que me rodeiam, homens e mulheres, são igual­mente livres.
A liberdade de outrem, lon­ge de ser um limite ou a negação da mi­nha liberdade, dela é, pelo contrário, a condição necessária e a confirmação.
Não me torno verdadeiramente livre senão pela liberdade dos outros, de ma­neira que, quanto mais numerosos são os homens livres que me rodeiam, e quanto mais extensa e mais larga é a sua liberdade, tanto mais extensa e mais profunda se torna a minha.
É, pelo con­trário, a escravidão dos outros que põe uma barreira à minha liberdade, ou, o que vem a dar no mesmo, é a sua bes­tialidade que é uma negação da minha humanidade, porque, uma vez mais, não posso dizer-me verdadeiramente livre senão quando a minha liberdade, ou, o que quer dizer a mesma coisa, quando a minha dignidade de homem, o meu di­reito humano, que consiste em não obe­decer a nenhum outro homem e a não determinar os meus actos senão em con­formidade com as minhas próprias con­vicções, reflectidos pela consciência igualmente livre de todos, voltam a en­contrar-se confirmados pelo assentimento de toda a gente. A minha liberdade pes­soal, assim confirmada pela liberdade de todos, estende-se ao infinito...»


Mikhail Bakunine, 1871.

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