quarta-feira, setembro 21, 2005

O futuro disto tudo...

... não se joga sempre onde mais se espera.
Nem sempre é nas Legislativas ou nas Presidenciais, ou nos referendos ou nas autárquicas nas grandes cidades do país.
Por vezes, joga-se em outros tabuleiros, de menor dimensão, mas altamente simbólicos.
Para um desiludido com a classe política como eu, a última esperança reside nos eleitores.
Embora seja tendencialmente abstencionista, mobilizei-me para votar em alguns momentos que considerei críticos.
Por isso, acho que no dia 9 de Outubro muito do futuro do nosso regime passa pelos eleitores de Amarante, Felgueiras, Gondomar e Oeiras. Se pudesse era lá que votaria.
É aí que se vai saber se, afinal, isto é mau por causa dos políticos, se por causa de todos nós, eleitores.
Se, afinal, a culpa é nossa como colectivo.
Avelino F. Torres, Fátima Felgueiras, Valentim Loureino e Isaltino Morais são caciques à moda antiga, mesmo se cobertos com uns pózitos de modernidade bacoca e uma legitimidade eleitoral ganha com base em estratégias de arregimentação directamente saídas do século XIX..
Nos concelhos onde eles vão a votos têm uma base eleitoral aparentemente vasta, apesar do que se sabe das suas práticas correntes.
Se imperar a lógica do "é aldrabão, mas faz obra", será não o início do fim mas um prego decisivo no nosso caixão como Estado de Direito credível.
É que nestes casos, basta aos eleitores não votarem nestas pessoas para os cargos a que se candidatam, independentemente da opção alternativa que tomarem no dia da eleição.
Tudo, mas tudo, é melhor do que deixarmos parcelas do nosso território voluntariamente à disposição deste tipo de políticos. Eu por exemplo com a Madeira, já perdi as esperanças.
Se agora estes candidatos-caciques, falsamente independentes, conseguirem uma legitimação eleitoral, ninguém os vai parar depois, porque foram os seus concidadãos a validarem os seus comportamentos de desrespeito para com a Justiça ou para com o Bem Comum.

AV1

Adenda: O camarada Jerónimo estava há pouco a justificar a política de alianças autárquicas do PCP (ora com o PS, ora com o PSD), com base no que é melhor para as populações, caso a caso. Não sei se alguém na CDU local o estava a ouvir e à sua heterodoxia nesta matéria. Convinha que informassem o João Lobo, antes do debate de amanhã e de algum excesso táctico.
A seguir, daqui por uns 15 minutos, teremos a inefável Fátima felgueira numa conferência de imprensa. Espera-se o pior.

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