Desde que apareceu que o AVP, pela própria postura crítica dos seus editores, se afirmou como um espaço destinado ao debate e à manifestação de uma liberdade de expressão que os blogs trouxeram para a esfera pública.
De início, não tínhamos comentários e pedíamos que quem quisesse nos enviasse as suas colaborações e comentários.
Quando inserimos a funcionalidade de comentários sem filtragem, avisámos que quem dá, também tira, caso as coisas descambassem, como aconteceu em outras paragens até levarem os autores de alguns blogs a desvarios censores.
As coisas têm corrido com altos e baixos. Temos tido vagas de ataques periódicas, primeiro a nós individualmente (acusaram-nos de cobardes, interesseiros, etc, etc), depois a leitores do blog (caso da vaga actual).
Uma solução era fechar de vez os comentários e não havia mais chatices.
Mas isso era dar de mão beijada a vitória aos que da democracia só conhecem a superfície, mas que no fundo não lidam bem com a liberdade, pois só aceitam a sua, não reconhecendo direitos equivalentes a quem pensa de forma diferente.
No fundo, há extremos que se tocam, por muito que não queiramos acreditar.
A pulsão censora, trauliteira, anti-democrática, que convive mal com a liberdade de expressão de todos é transversal ao universo político e exerce-se de muitas maneiras, nem sempre subtis.
Uma das formas de se manifestar, na impossibilidade do uso da força (física, policial, económica), para atingir os seus objectivos, é tentar criar uma barreira de ruído que perturbe a comunicação ou então tentar lançar falsas denúncias e calúnias como métodos destinados à descredibilização dos adversários.
São técnicas usadas há muito, podendo ser dados exemplos ao longo da História, em especial do século XX. Nesse particular, todos os defensores de regimes totalitários visam calar as vozes incómodas por todos os meios ao seu alcance. São pessoas e grupos para quem a Cidadania é uma palavra e o seu exercício é meramente utilitário, conforme as conveniências do momento.
Se o Poder está nos outros eu tenho Direito à Indignação (lá dizia o outro...), mas se está nas minhas mãos ou do meu grupo, o melhor é ficar tudo caladinho. E depois há ainda os outros que, com o seu silêncio e/ou encorajamento implícito, pactuam com essa estratégia.
É aí que se estabelece a linha de separação entre os que acreditam na Liberdade e os que apenas acreditam na sua liberdade.
Por isso, não utilizaremos a possibilidade de apagar comentários que são meros chorrilhos de asneiras e ofensas pessoais não fundamentadas por ideias ou críticas a actos concretos.
Por isso, manteremos o AVP como um espaço abero à discussão possível.
E porquê, contraporão os mais puristas ?
Porque a lama que se atira fica certamente nas mãos de quem a lança, mas se erra o alvo, não fica a sujar mais ninguém.
Há quem não perceba algo tão simples como isto.
É pena.
AV1
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