segunda-feira, setembro 12, 2005

Moiteiros têm vergonha do seu pároco ?

Parece que nem só os Moitenses estavam com vergonha de assumir a sua vida Cristã, parece que agora os Moiteiros também têm vergonha do seu parôco, porque enviaram para o Arre Macho, sem assinatura este escrito com a indicação de que irá ser distribuído no decorrer da Festa da Moita:

"SrºPadre, Nossa Senhora da Boa Viagem, não é uma Maria que vai com as outras.
Das suas "homílicas" oratórias, são já muitos os exemplos das suas convicções fundamentalistas, extremistas e violentas. Entre outras, é inesquecivel aquela em que numa missa apelou a que rezassem para que o dito barco do aborto se afundasse.

A isto, agora junta-se o facto de ter aceite que a imagem da NªSenhora fosse exposta no cartaz da Festa, a abençoar um instrumento de violência e tortura.
Tal decisão, contribui para fortalecer apenas uma das vertentes tradicionais da Festa, exactamente a mais questionável, a tauromaquia, que a manter-se, pelo menos não deveria ser enfatizada, por razões civilizacionais e valores cristãos.
Na recente entrevista que deu ao jornal, somou mais dislates.
O despropósito da frase "moiteiros não têm vergonha de assumir a sua vida cristã", pressupõe que os cristãos da Moita já tiveram vergonha de assumir-se, transparecendo a ideia para os de fora, de que a procissão e outros eventos religiosos só se realizam desde que o Senhor veio para cá.
Percebe-se que queira cumprir a orientação papal de combate aos relativismos, já não se percebe é o sistemático recurso a fundamentalismos, transmitindo a ideia de estar numa terra diabolizada.
Na Moita crentes e não crentes, cristãos católicos ou não, por isto nunca foram inimigos. Mesmo os não crentes (ateus,como lhes chamam)não desdenham, nem repulsam a matriz cristã como bitola no relacionamento e vivência social.
A fé de uns e as convicções de outros, sempre conviveram pacificamente.-Vergonha?, vergonha já têm alguns católicos da Moita, mas p'lo Padre que lhes saíu na rifa.
E fique a saber que a padroeira da nossa terra, tem que ver apenas com a mãe de Cristo, aquela santa mulher que paríu vários filhos, esposa do bom homem Zé Carpinteiro.
Boa Viagem foi o nome que os nossos antepassados escolheram, para na tristeza ou na alegria, por crença e fé, possuírem uma referência transcendental de apoio e conforto.
Nas comparações que fez, está o preconceito oriundo da caracterização que um Cardeal no inicio do século XX fez às iniciativas religiosas deste lugar, considerando-as pagâs e até hereges, obra de gente aliada dos livres-pensadores.
É por isto que os moiteiros não autorizam misturas.
A Nossa Senhora da Boa Viagem nunca apareceu.
Não é como a tal de Fátima que nunca se chamou Maria, mas Salomé, viram-na vestida de branco acompanhada por um senhor a sair de uma gruta, era um naco de mulher.
Os pastorinhos viram-nos sair, mas nunca souberam o que é que aquele casal esteve a fazer na gruta... o resto, são as trêtas que os poderosos e os negócios entenderam arranjar.
Os Moiteiros gostam e confiam na Padroeira.
Sabem que Nossa Senhora da Boa Viagem, não vai com todas as Marias."

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