«O mirone está presente em todas as classes sociais, porque o portugam quando dá para ajavardar, é democrata. É mesmo das poucas ocasiões em que é democrata, a javardice.
O mirone quando tem muitos mirones amigos e influentes chega finalmente à política e é aí que ele mostra todas as potencialidades. Aceita com naturalidade cargos para os quais não tem o mínimo de preparação, e portanto dá em ministro, ministra, ou secretário de Estado num instante. E como normalmente se rodeia de gente pouco séria, pouco inteligente e com poucos escrúpulos, não repara que o resto da malta está a ver que é uma nulidade. Aliás, o mirone nunca vê o fundamental, vê só o sítio para onde está a olhar no momento, como os cavalos com aquelas palas.» (José Pedro Gomes, O País dos Jeitosos, p. 40)
Não fui eu que escrevi a pensar em certos opinadores e defensores do poder moiteiro ou amoitado, mas tenho pena de não ter sido.
AV1
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