«… Luís Nascimento em condições de esclarecer o povo do concelho, alhosvedrenses, banheirense, moitenses, sarilhenses, etc, moiteiros, amoitado, sobre a sua eventual política de coligações pós-eleitorais, na eventualidade da ausência de uma maioria absoluta?»Esta foi a questão colocada pelos autores do Blog a 25/07
Como pessoa frontal que sou, não me esquivo de responder, solicito é que me passem a enviar as questões para o meu mail, responderei a todas!
1º - Segundo as últimas sondagens de que eu tive conhecimento (já com um mesito de atraso, é verdade), a CDU tinha 4 vereadores e meio, o PS 2, o PSD 1 e meio e o BE 1.
O que significa que se não houver maioria é porque consegui cumprir o meu objectivo, elegendo o segundo vereador e retirando a maioria à CDU.
Mas isso também significa que o partido que teria só um vereador, e portanto, o de mais fácil de negociação com a CDU seria o BE.
(Pela lógica invertida de alguns, o meu objectivo e a entrada de 2 vereadores do PSD, seria a sorte do Raminhos – mas eu não penso assim, penso que seria a sorte do nosso concelho).
2º - A lei, com a qual eu não concordo, prevê a eleição por método proporcional de Hondt dos vereadores. Considero isto absurdo, seria o mesmo que eleger por método de Hondt o governo. Para mim, o correcto seria existir somente a eleição da Assembleia Municipal e lá ser eleito o órgão de gestão (câmara), tal como a assembleia da república elege o governo.
Se assim fosse, poderíamos falar de coligações pós eleitorais… mas tal não acontece! Ou seja, queiramos ou não, 2 eleitos do PS, 2 do PSD (espero eu) e 1 do BE, farão parte do próximo executivo da câmara, tal como 4 da CDU.
3º - Pelouros – A atribuição de pelouros é, segundo a lei, da exclusiva responsabilidade do presidente. Podendo ele convidar a ocupar pelouros todos os 9 vereadores eleitos, ou apenas 3 (exacto… só é obrigado a convidar mais 2 para além dele, e quem julga que têm de ser 5 devia consultar a lei).
4º - Pelouros serem igual a coligação – Isto é falso! No Seixal há um vereador do PS e um do PSD com pelouro, e a CDU teve maioria, não precisava de “coligação”, em Palmela – e uma vez que falaram do Octávio Machado, candidato do CDS – a CDU também teve maioria. O convite a ocupar pelouro não se prende com isso.
Já agora, no Barreiro onde o PSD ocupa um pelouro e o PS também ocupou um até há pouco tempo (só se demitiu do pelouro com a proximidade das eleições), foi o vereador do PSD que denunciou as entregas de projectos fora do prazo do concurso que fez o Barreiro não ter verbas.
Ou seja, vereadores com pelouro podem ser oposição à gestão.
Aproveito aqui para dizer que se ganhar (e eu sei que é pouco provável, mas em democracia é possível), convidarei a ocupar pelouros, eleitos de outros partidos, mesmo que essa vitória fosse por maioria absoluta (hipótese académica)… o que não significava que havia “acordo” ou “coligação” com eles, haveria sim um respeito pelas suas opiniões e uma garantia de tempo e condições para apresentarem propostas.
5º - Eu aceitar pelouro? Se outro ganhar ( e isto fica válido também para as hipóteses académicas das vitórias do PS e do BE)–
a) Não aceito um qualquer pelouro, portanto a primeira questão é que só aceitaria alguns pelouros nos quais faria um bom trabalho… peço desculpa mas há matérias que eu sei, e há outras que não – e só aceito trabalhos que sei que vou cumprir bem! Verbos de encher já conheço muitos!
b) Não aceito pelouros só pelo “enfeite”. Com as minhas desculpas ao António Duro (que há 8 anos, quando foi vereador, aceitou pelouro e ainda hoje fala nisso, ou ao meu amigo Octávio Machado, que em Palmela também aceitou pelouro nas mesmas condições), eu sou diferente! Ou sou, ou não sou… mas não ando a fingir, ou como diz o povo “a enganar a perna à rã”.
Quer isto dizer, que há condições! Desde a equipa, a remuneração (é verdade, não é alta para os meus padrões, mas tenho consciência que a ter pelouro teria de largar as empresas e baixar os padrões… mas teria de comer!), o orçamento do pelouro, a liberdade dada ao pelouro e ainda que outros vereadores iriam ocupar pelouros – um destaque para os vereadores dos pelouros próximos, sou muito esquisito nas companhias com quem trabalho!
Mas se for um pelouro de poder e sem proximidade com outros pelouros, se o orçamento se mantiver, se puder formar uma equipa (acho que já são “ses” a mais), gostava de demonstrar como se pode fazer MAIS e MELHOR com os mesmos meios…
Se quem ganhar, não sendo eu, convidar uma pessoa de cada partido a ocupar pelouro, não será por minha causa que não haverá um consenso!
Mas mesmo nessa situação – aviso já que sou esquisito!
Esclarecido o assunto, permitam-me, com todo o respeito que sempre tive pelo AlhosVedrosAoPoder, perguntar:
Porquê a mim a questão?
O mais óbvio de convidar, não só pelo resultado, mas também porque é mais meigo e vai facilmente em conversas, basta falar ao coração e recordar que são, como se gostam de intitular “o grupo da Cuba” é o Raminhos do BE.
O António Duro, do PS, quando foi vereador aceitou pelouro – por sinal foi vereador do pelouro do ambiente, no mandato em que em todas as câmaras se fizeram as ETAR’s e aqui na Moita não se fez (mas isso é um aparte).
Porquê a questão a mim?
Será que é importante para alguns que existam 7 pelouros na futura câmara 4 para a CDU, 2 para o PS e 1 para o BE, mas que os dois do PSD não tenham pelouro?
Será que há o receio, neste concelho, que as pessoas percebam que a qualidade dos autarcas do PSD é uma mais valia e deixem de ter receios de votar no PSD?
Não se assuste, camarada AV… acordos de coligação, não farei com ninguém! Auxiliar a governação da câmara, farei a todos. Mas isso já faço, quando crítico, quando apoio algumas medidas, quando bato e me enfureço com outras medidas, é para ajudar o Concelho! Algumas pessoas podem pensar que ajudar o concelho é dizer sim a tudo, eu não penso assim!
Mas quando critico, quando voto contra, é com a profunda certeza de que a proposta vai prejudicar o concelho.
Disponha sempre
Um abraço
Luis Nascimento