Em 1974, no primeiro de dois opúsculos que dedicou a Alhos Vedros, Alexandre Morgado contou a seguinte (e bem curiosa) história:
“Entre Cacilhas e Montijo – a Aldeia Galega de outrora – estava uma povoação conhecida pelo nome de Alius Vetus, que hoje fica entre a Baixa da Banheira e a Moita, com o aportuguesado nome de Alhos Vedros. Sabe-se que no séc. II a.C. foi habitada pelos romanos que lhe deram o nome actual.
Os árabes do Norte de África, por sua vez substituíram as hostes do Império de Roma; com bravura D. Afonso Henriques, conquistador de Palmela aos moiros, começam os oito séculos de história desta vila, por ela jornadeando e se demorando grandes senhores de terras e de habitações remotas.
Azurara dá-nos a primeira notícia sobre Alhos Vedros quando diz que D. João I “passouse alem do Tejo a hum lugar que chamam alhos vedros” onde permaneceu tentando esquecer a perda de sua esposa a rainha D. Filipa de Lencastre, ocorrida a 19 de Julho de 1415, acompanhado de seu filho bastardo D. Afonso, 8º conde de Barcelos e 1º duque de Bragança aos quais se juntaram dias depois os infantes de ínclita Geração
D. Afonso nascido dos amores do fundador da casa de Avis e de Inês Pereira, mais tarde comendadeira do convento de Santos – o – Velho foi sempre querido do Rei. E a mãe não obstante o respeito e a saudade de D. João por D. Filipa , gozou de honrarias e privilégios de que esta terra dá notícias, pois foram-lhe concedidos dízimos de Sal das salinas locais.
Alhos Vedros transformou-se então na residência predilecta de muitos nobres da época. D. Afonso de Albuquerque, por exemplo também lá possuía vinhas e pinhais. Contudo a população local era diminuta.
Por decisão de El Rei D. Manuel, foi concedido foral à vila de Alhos Vedros, em 15 de Dezembro de 1514 e no ano de 1532 segundo as estatísticas atribuía-se-lhe já o censo populacional de 580 habitantes, (…) Em 1836, o decreto Lei de 26 de Janeiro dava o título de visconde de Alhos Vedros a D. António Hipólito Costa, tenente general do Conselho de El – Rei D. João V e comendador de honrosas ordens.
Por força do Decreto-lei de 1842, a jurisdição da vila de Alhos Vedros ficou assas reduzida a ela ficando a pertencer apenas Coina, Palhais e Lavradio.
Em 24 de Outubro de 1855, um Decreto Lei provoca a extinção deste concelho, cuja extensão administrativa é anexada ao recém criado concelho da Moita.
Este facto ocorrido há mais de um século é-nos narrado segundo via oral dos nossos avós como resultante da traição por parte dos “moiteiros”: “Os homens da Moita apanharam um dos ministros de D. Pedro V e embebedando-o conseguiram essa reforma concelhia”
“Entre Cacilhas e Montijo – a Aldeia Galega de outrora – estava uma povoação conhecida pelo nome de Alius Vetus, que hoje fica entre a Baixa da Banheira e a Moita, com o aportuguesado nome de Alhos Vedros. Sabe-se que no séc. II a.C. foi habitada pelos romanos que lhe deram o nome actual.
Os árabes do Norte de África, por sua vez substituíram as hostes do Império de Roma; com bravura D. Afonso Henriques, conquistador de Palmela aos moiros, começam os oito séculos de história desta vila, por ela jornadeando e se demorando grandes senhores de terras e de habitações remotas.
Azurara dá-nos a primeira notícia sobre Alhos Vedros quando diz que D. João I “passouse alem do Tejo a hum lugar que chamam alhos vedros” onde permaneceu tentando esquecer a perda de sua esposa a rainha D. Filipa de Lencastre, ocorrida a 19 de Julho de 1415, acompanhado de seu filho bastardo D. Afonso, 8º conde de Barcelos e 1º duque de Bragança aos quais se juntaram dias depois os infantes de ínclita Geração
D. Afonso nascido dos amores do fundador da casa de Avis e de Inês Pereira, mais tarde comendadeira do convento de Santos – o – Velho foi sempre querido do Rei. E a mãe não obstante o respeito e a saudade de D. João por D. Filipa , gozou de honrarias e privilégios de que esta terra dá notícias, pois foram-lhe concedidos dízimos de Sal das salinas locais.
Alhos Vedros transformou-se então na residência predilecta de muitos nobres da época. D. Afonso de Albuquerque, por exemplo também lá possuía vinhas e pinhais. Contudo a população local era diminuta.
Por decisão de El Rei D. Manuel, foi concedido foral à vila de Alhos Vedros, em 15 de Dezembro de 1514 e no ano de 1532 segundo as estatísticas atribuía-se-lhe já o censo populacional de 580 habitantes, (…) Em 1836, o decreto Lei de 26 de Janeiro dava o título de visconde de Alhos Vedros a D. António Hipólito Costa, tenente general do Conselho de El – Rei D. João V e comendador de honrosas ordens.
Por força do Decreto-lei de 1842, a jurisdição da vila de Alhos Vedros ficou assas reduzida a ela ficando a pertencer apenas Coina, Palhais e Lavradio.
Em 24 de Outubro de 1855, um Decreto Lei provoca a extinção deste concelho, cuja extensão administrativa é anexada ao recém criado concelho da Moita.
Este facto ocorrido há mais de um século é-nos narrado segundo via oral dos nossos avós como resultante da traição por parte dos “moiteiros”: “Os homens da Moita apanharam um dos ministros de D. Pedro V e embebedando-o conseguiram essa reforma concelhia”
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