quinta-feira, março 08, 2007

Estranha forma de vida...

... a do aparelhismo amoitado ao serviço do poder moiteiro, que se esconde por trás de 2ªs linhas, ansiosas por transformarem avenças em lugares do quadro ou de jovens estudantes à busca do 1º emprego (está por aí um concurso aberto, é aproveitar...).
Tiveram toda a possibilidade de demonstrar que queriam fiscalização e transparência.
Não o fizeram.
Refugiaram-se em chavões vagos de "os tribunais", "as entidades competentes", tal e coiso.
Mas diziam que queriam que se apurasse a verdade.
Mas nada fizeram.
Quando toda a oposição apareceu a apoiar a proposta do PS, acagaçaram-se e perceberam que não tinham espaço de recuo e que se não concordassem ficavam claramente com o selo de quem quer encobrir algo.
Mas apesar de concordarem formalmente, deram ordem de soltura para que alguns aparecessem a desdenhar da proposta que eles próprios aprovaram.
No mínimo é ridículo que certos agentes comunicacionais se desdobrem em tudo e mais alguma coisa.
Agora acena-se com o fecho de postos da GNR, quando nenhum caso é no concelho.
Ontem acenou-se com um falso encerramento do SAP, que afinal era causado apenas por obras de manutenção que, se não fossem feitas, seriam motivo de crítica.

E ainda temos a alegação do bloqueio do PDM, que apresentam como motivo de travagem do progresso e do desenvolvimento do concelho.
É pura mentira e desonestidade, política e pessoal.

Mas afinal não é verdade que afirmaram que tinham todos os pareceres favoráveis?
Se isso é verdade quem trava o PDM?
Os "anónimos"?
Tenham vergonha na cara, não mintam descaradamente.

E quanto ao PDM, o problema é que ele - à custa de protocolos - hipoteca a médio prazo toda a capacidade de manobra da autarquia. É um remédio para salvar a face neste momento e daqui a 10 anos logo se vê.

Vamos ser bem claros com o modelo subjacente ao PDM e aos protocolos:
O que se passa é que, recorrendo à alteração do tipo de uso consentido do solo, o poder moiteiro pretende obter como contrapartidas as obras que por si mesmo não consegue desenvolver.
Esta é a verdade.

A CMM neste momento não tem qualquer capacidade de acção, está sem capacidade de endividamento, de bolsos rotos, com encargos com pessoal crescentes e se não forem os privados a fazerem (ou o Poder Central), nada será feito.
Por isso: toma lá autorizações de loteamento e construção em terrenos comprados a bom preço e faz-nos lá umas obras para apresentarmos como nossas antes das eleições.
Esta é uma solução boa para quem?
Em termos políticos é uma bolsa de oxigénio de curta duração.
Para o concelho é a hipoteca do futuro, devido à alienação do que resta de atractivo nestas paragens.

É visão de curta duração, usando o que é público e de todos em prol de estratégias políticas de manutenção do poder, através da aparência de obra feita.

Esta é a verdade, pura e simples.
Querem inventar mais duas ou três versões da realidade?
A última vez que liz as sebentas do marxismo-leninismo não era isso que lá vinha. Nem verdades múltiplas, nem a cedência ao sucesso do capital especulativo e muito menos o uso de bens públicos com objectivos políticos e económicos particulares.
Muito menos o elogio aos "empresários de sucesso" que ganham milhões, enquanto o resto da população é sacrificada, alegadamente devido aos desmandos do poder Central.

Vergonha e honestidade intelectual, precisam-se.

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem!

Anónimo disse...

Aquando do caso das reformas compulsivas em Setúbal um deputado chamou abelhudo a alguém. A alguém que,contudo, é muitíssimo "admirado" no seu partido, sabemos agora, pelos seus dotes de oratória.
O que é um abelhudo ?
Será o equivalente político do marido desconfiado que chega mais cedo a casa para surpreender a mulher e que acaba por ser ele o surpreendido ?
É o que parece, pois nunca mais se soube nada acerca desse triângulo amoroso...
A atitude do CCDR indicia que tudo isto vai demorar muito tempo pois mostra que ao fazer uma perguntinha de cada vez receia encontrar evidências de eventuais facadinhas no matrimónio.
É conveniente estudar acções complementares para evitar que o caso caia no rame-rame do costume.