Não queremos que isto seja um inventário, por isso seremos um bocadinho selectivos nas nossas novas propostas para ocupar os tempos livres do Verão.
Comecemos pelo cinema:
· Fora de casa, para miúdos e graúdos, vejam o Shrek2 que é uma nova pequena maravilha. De caminho, comprem o DVD do primeiro Shrek que custa cerca de € 15 e vale todo o dinheiro que gastam. Depois, esperem pelo fim do mês (estreia a 29) e vejam o Farenheit 9/11 do Michael Moore que, mesmo se polémico e discutível nas opiniões, é algo que se não deve perder.
· No recato da casa, como proposta económica, vejam se ainda apanham o DVD distribuído com o Público de há 1 ou 2 semanas Casamento Debaixo de Chuva que serve para percebermos que as famílias são basicamente o mesmo em todo o lado e em todas as culturas. Neste caso é na Índia, mas podia ser em Itália, em Portugal, na comunidade jucaica, etc, etc. Como proposta um pouco mais cara (aí para perto de € 20) arranjem o Mystic River do Clint Eastwood que, tal como o livro, também vale o dinheiro que custa. Para quem gosta de séries de televisão, e apesar de não ser um clássico absoluto da comédia britânica (aí temos o Sim, Sr. Ministro, o Alô, Alô, as Faulty Towers, o Black Adder, etc, etc), saiu o conjunto de 2 DVD’s da série The Office que ainda anda a passar pela Sic Radical em horário que não percebo.
Passando de novo aos livros, e correndo o risco de parecer pago pelas Publicações Dom Quixote, tentem ler um ou dois destes livros:
· Middlesex de Jeffrey Eugenides, sobre as atribulações da identidade sexual no mundo moderno. Ganhou prémios mas é bom. É difícil de ler um bocadinho, mas não estou a escrever para moiteiro ler.
· Sete Mares e Treze Rios de Monica Ali, também com prémios mas muito bom. De novo famílias indianas fora do seu ambiente, mas muito bem também.
· O Cego de Sevilha de Robert Wilson, bom policial para espairecer, não sendo de esquecer Uma Pequena Morte em Lisboa, do mesmo autor, já de há alguns anos.
· O Estranho Caso do Cão Assassinado (ou algo parecido, pois não li a edição portuguesa, sou muito snob) de Mark Haddon, um falso livro para crianças da Editorial Presença.
· As Cinzas de Ângela (Frank McCourt, Editorial Presença), de preferência no original, para melhor percebermos o humor negro da miséria na Irlanda de meados do século.
· Youth de J. M. Coetzee, sem edição portuguesa, mas uma edição de bolso inglesa muito acessível de preço da Vintage (Random House) que se acha numa Fnac perto de si.
· De autores de língua portuguesa leiam a Fantasia para Dois Coronéis e uma Piscina de Mário de Carvalho (pela acidez irónica do olhar sobre o nosso país), o Fio das Missangas de Mia Couto (o melhor escrito na nossa língua, de muito longe), ou qualquer livro de contos ou crónicas de Luís Fernando Veríssimo (pelo humor no seu estado puro).
· Em Banda Desenhada, as edições são tantas que não é possível acompanhar tudo o que sai de bom, em especial das edições Asa. Quanto a clássicos, registe-se para os mais nostálgios que estão a sair os volumes (com 3 ou 4 álbuns na sequência original) da L’Intégrale do Ric Hochet (em francês, é óbvio, vai no 3º volume com o 4º aprazado para 31 de Agosto). Quanto a revistas, para quem não gosta de japonesadas soft-core ou de super-heróis a vida está difícil mas nas papelarias de centros comerciais acham-se revistas como a Bo-Doi (formato mais clássico) ou a L’Écho des Savanes (formato mais atrevido com artigos de fundo de temas mais marginais), as duas com números especiais de Verão, que servem para matar um pouco a saudade de coisas maiores como a (a suivre), a Metal Hurlant francesa ou mesmo a velhinha Pilote.
· Para os políticos locais leiam o livro Glória de Vasco Pulido Valente (está meio gágá mas o livro é aproveitável) para verem como, já no século XIX, o vazio de conteúdo e de talento chegava com alguma facilidade a posições de destaque na política.
· Para os moiteiros que sabem ler, não nos esquecemos, e recomendamos dois livros fundamentais – a História de um Idiota contada por ele mesmo de Félix de Azúa (de 1988 da Editorial Querco, livro quase por certo esgotado) ou o Elogio do Imbecil de Pino Aprile (Publicações D. Quixote, 2000).
Quanto a música, e por expressa pressão do Manuel Pedro (com ameaças de coacção física), recomenda-se a audição do álbum dos Scissor Sisters, para reviver os anos 70 com ironia, seguindo pelos regressos de Morrissey (I’m the Quarry com o antológico Irish Blood, English Heart a provar que o homem não está tão decrépito como julgávamos) e dos Beastie Boys (To the 5 Boroughs) e acabando por agora nos Keane (Hopes and Fears), mas não esquecendo o (também falsamente infantil) álbum de Adriana Partimpim.
Lá para a semana faremos outra listinha.
‘Inté.
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