terça-feira, setembro 21, 2004

Mitos

Dentro do suplemento do Distritonline dedicado à Moita multiplicam-se os textos propagandísticos, quase todos assinado por um Gonçalo Bofill (assim mesmo com dois “ll”).
Um dos títulos de 1ª página afirma serem “Esperadas milhares de pessoas”.
Deveriam querem dizer serem “Esperados milhares de pessoas”, mas não se pode obrigar o rapaz a fazer o suplemento todo e ainda a saber gramática e regras de concordância nas frases.
(A alguém soa bem uma frase como “esperam-se duas milhares de raparigas” ou “esperam-se dois centenas de rapazes ? Não, pois não ? )
Por outro lado, não se nota nada o chorudo subsídio que a CMM deve ter injectado na publicação.
Lá se perpetuam os mitos das festas da Moita com mais de 300 anos, mas já damos isso como garantido, à conta de mitologia local, para legitimação das práticas contemporâneas.
Só não sei porque é que os alhosvedrenses não reclamam a ancestralidade, com mais de 800 anos, dos “festejos” da terra, esses pelo menos atestados documentalmente com testemunhos que dizem remontarem as festividades religiosas em Alhos Vedros ao tempo da Reconquista em meados do século XII. Aliás, uma das justificações para os moiteiros se quererem separar de Alhos Vedros no final do século XVII era o transtorno que lhes fazia serem obrigados a deslocar-se à Matriz de Alhos Vedros para aí assistirem às festividades mais importantes do calendário cristão.
No entanto, os mitos que permanecem parecem ignorar este facto e as festas em Alhos Vedros andam sempre ao sabor da sorte e do azar dos tempos, com os apoios a escassearem e a “mama” a não dar para todos.

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