segunda-feira, abril 09, 2007

Talvez sim, talvez não

A entrevista concedida por Vítor Cabral a O Rio e já disponível online tem alguns detalhes interessantes, desde logo por parecer mesmo uma entrevista dialogada e não aqueles depoimentos escritos que são típicos de algumas outras personalidades.
Quanto ao conteúdo, alguns reparos:
  • VC elogia a política cultural da CMM, sendo que aqui no AVP ficámos algo confusos por não sabermos sequer se essa política existe.
  • Já quanto à desmontagem das desculpas do poder moiteiro quanto à não concretização de obras por falta da comparticipação do Poder Central, VC faz bem em sublinhar que algumas das bandeiras do regime eram obras em que essa comparticipação não estava prevista ou era mínima.
  • Quanto ao PDM, nota-se que o PS foi a reboque dos acontecimentos, em parte por não ter um modelo de desenvolvimento alternativo, também tendo inicialmente subestimado a tenacidade do movimento da Barra Cheia/Várzea da Moita. Em, boa verdade, só com a cartada do pedido da inspecção do IGAT é que o PS passou a marcar alguns pontos na agenda política local, que há muito tinha fugido - e pela 1ª vez desde sempre - do controle dos agentes políticos formais.
  • É complicado afirmar-se que, devido a um eventual chumbo do PDM, "algumas coisas que já estavam tacitamente aceites podem sofrer um recuo e está criada uma situação que irá atrasar o desenvolvimento do concelho", porque isso é validar parcialmente a ideia de que este PDM trazia progresso ao concelho. Ora travar este PDM é que é um progresso, pois trava, talvez até tarde demais, uma política de facto consumado de dormitorização e descaracterização.
  • Por fim, e por agora, percebe-se que em torno das novas instalações para a Escola Secundária da Moita se andam a jogar muitos truques por debaixo da mesa, de parte a parte. Seria mais interessante que a DREL abrisse o jogo claramente e a Situação local se deixasse de abaixo-assinados que não servem para nada, sem ser para agitar as massinhas (que as massas andam por outros lados).
À moda do professor Marcelo, esta entrevista leva um 13 pelo conteúdo e um 15 pelo facto de VC acabar por ser a única face visível do PS a nível local, já que os outros só aparecem em ocasiões festivas para a fotografia ao lado das visitas de circunstãncia. Nos meus tempos dava para dispensar de ir a exame, o que já não é mau de todo.

8 comentários:

Anónimo disse...

Não é penalty, mas porque não falam do golo mal anulado ao Benfica logo no primeiro minuto e de mais alguns foras de jogo mal assinalados que cortaram várias jogadas de perigo do Benfica?

AV disse...

E o que é que a entrevista do Vítor Cabral tem a ver com isso?
Falta de vista está-se mesmo a ver, tal como a ver o jogo.

Anónimo disse...

ups, enganei-me no post, não é mal de vista é distração mesmo, era para ser no post abaixo. Falta de vista a ver o jogo? aconselho então a rever bem o lance do golo anulado ao Benfica.

Anónimo disse...

Se não se importarem vou passar o comentário para o post correcto.

AV disse...

Não nos importamos nada.
Eu só comecei a ver o jogo aos 32 minutos. Antes estava a ver o Tom & Jerry, por exigência filial.

Anónimo disse...

Exigências que não deixam de ser um prazer:) Eu teria feito melhor em ver o Tom & Jerry.

Anónimo disse...

Acabei de ler o vosso comentário à entrevista públicada pelo RIO.

Efectivamente tratou-se de uma conversa de hora e meia, em que os assuntos rolaram, muitas vezes sem a preocupação da minha parte do "politicamente correcto". O jornalista salienta aquilo que, pelo seu critério, é mais importante.

Dizem que o PS foi a reboque dos acontecimentos no caso do PDM...
Eu diria que todos os Partidos foram a reboque dos acontecimentos neste tema.
Em 2004 e 2005 fizemos inúmeras intervenções escritas, requerimentos, etc, chamando a atenção para aquilo que gradualmente vinha a público.

O andamento da revisão do PDM, como agora todos constatamos, foi gerido meticulosamente e com discrição, ao longo de mais de uma década, pelo actual presidente da Câmara e por mais 1 ou 2.
De uma maneira ou de outra, todos os partidos foram apanhados na onda, perante o "nivel de negociação atingido" e o "tamanho das alterações propostas".

Relativamente à política cultural:
É preciso ter esperança.
Acredito que a Vereadora do Pelouro, tem vontade de fazer melhor trabalho.
Tem cometido e participado nalgumas gaffes, é certo. Mas, caramba, é Alhosvedrense.
Se se conseguir individualizar do padrinho e da cintura totalitária que a cerca e que efectivamente manda no Departamento...
VC

AV disse...

Meu caro VC,
Pois, foram todos a reboque, neste caso individualizámos o PS porque a entrevista era sua.

Quanto á política cultural eu estou menos esperançado. Acho que, na prática, este mandato está perdido e só em 2009 aparecerá algo que se veja para iludir os tansos.
O Alhos vedros Cultural não existe.
O projecto museológico anda a passo de caracol.
E no plano da Educação a verba inscrita para a carta educativa é tão ridícula como a do PIDDAC para a Secundária da Moita.