A crítica ao homem dos ditos chochos não é uma crítica ao seminário sobre História Local, que reuniu a malta do costume e muito bem.
Eu nem sequer devia criticar o coitado, pois afinal ele confessou-se disléxico e tudo.
E dislexia parece que rima com burrice.
Por essas e por outras é que, nas poucas vezes que falo em público, me resumo ao que sei e evito pronunciar-me sobre aquilo sobre que não faço a mínima ideia.
Já quanto à pergunta que o nosso amigo Luís Guerreiro colocou ao padre Carlos Alves sobre a instação dos bombeiros moiteiros na igreja de Alhos Vedros, quando decorria o ano de 1925, veja-se o que é escrito no Diário da Câmara dos Senhores Deputados a esse respeito:
«Sr. Presidente: aproveitando a ocasião de estarem presentes os Srs. Ministros da Justiça e do Interior, eu solicito ao primeiro que, de harmonia com um telegrama que eu recebi, mande sustar a venda que se está fazendo de azulejos na Igreja de Alhos Vedros.
Não conheço o seu valor artístico nem histórico; mas, como a velha igreja onde se não exerce o culto há muitos anos, foi pedida pela Câmara da Moita e junta de freguesia de Alhos Vedros para se instalar ali a Corporação dos Bombeiros Voluntários, podiam os azulejos ser entregues à sua guarda e conservação.
A reclamação daqueles povos, segundo me informam, é devida a estarem-se a vender a argentários os nossos valores, desfalcando o Património Nacional, no que tenha de mais rico e artístico.»
Eu nem sequer devia criticar o coitado, pois afinal ele confessou-se disléxico e tudo.
E dislexia parece que rima com burrice.
Por essas e por outras é que, nas poucas vezes que falo em público, me resumo ao que sei e evito pronunciar-me sobre aquilo sobre que não faço a mínima ideia.
Já quanto à pergunta que o nosso amigo Luís Guerreiro colocou ao padre Carlos Alves sobre a instação dos bombeiros moiteiros na igreja de Alhos Vedros, quando decorria o ano de 1925, veja-se o que é escrito no Diário da Câmara dos Senhores Deputados a esse respeito:
«Sr. Presidente: aproveitando a ocasião de estarem presentes os Srs. Ministros da Justiça e do Interior, eu solicito ao primeiro que, de harmonia com um telegrama que eu recebi, mande sustar a venda que se está fazendo de azulejos na Igreja de Alhos Vedros.
Não conheço o seu valor artístico nem histórico; mas, como a velha igreja onde se não exerce o culto há muitos anos, foi pedida pela Câmara da Moita e junta de freguesia de Alhos Vedros para se instalar ali a Corporação dos Bombeiros Voluntários, podiam os azulejos ser entregues à sua guarda e conservação.
A reclamação daqueles povos, segundo me informam, é devida a estarem-se a vender a argentários os nossos valores, desfalcando o Património Nacional, no que tenha de mais rico e artístico.»
3 comentários:
ora aqui está uma informação importante.
Muito bem.
Por solicitação de pessoa amiga que, conhecendo o meu interesse por questões de toponímia, me alertou para a pequena polémica desencadeada pelo post colocado neste blog a propósito do topónimo Alhos Vedros, cumpre-me observar o seguinte:
1. É pertinente a crítica feita ao orador que inventou uma nova etimologia para vedros, pois só com muita imaginação se pode deduzir tal origem.
2. Entretanto, alius nunca pode ser traduzido por outros, como faz o autor do post. Alius é nominativo singular masculino, logo significa outro. se quisermos dizer outros, deveremos dizer alii.
3. Alho em latim é alium, ou allium, no plural alia.
4. Alius vetus deve traduzir-se por "outo velho". Já "allius vetus" é uma expressão inventada que escapa a todas as concordâncias dos casos latinos.
5. Alhos Vedros quer dizer, sem dúvida, "alhos velhos". Do ponto de vista filológico é uma expressão estranha, pelo arcaísmo de vedros junto a alhos. Todavia, para ter uma opinião mais segura, importava conhecer as formas que o topónimo apresenta nos primeiros documentos em que aparece.
6. Do que não há dúvida é da profunda sabedoria existente no velho ditado português:
"Quem tem telhados de vidro, não atira pedras aos vizinhos".
Cumprimentos
Pedro Serra
Caro Pedro,
Muito boa a sua argumentação, embora não elimine a hipótese de ser "outros velhos" ou "outro velho" já que o topónimo não é conhecido na sua forma latina original, mas apenas por versões bem tardias e de grafia instável.
Como certamente saberá a grafia dos topónimos em latim dos períodos posteriores à Alta Idade Média nem sempre são muito fiéis à sua etimologia.
Pelo que o ponto 6 é o mais importante da sua argumentação.
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