sábado, dezembro 29, 2007

O empréstimo moiteiro: os porquês e o que vem a seguir

No jornal SemMais (pág. 33) lê-se que o shôr Presidente acha indispensável que a CMM contraia um empréstimo de mais de 5 milhões de euros para "saneamento financeiro", em especial para pagar as dívidas mais antigas e avultadas: à ADSE, à Segurança Social e à Amarsul.
Os líderes da oposição local fazem os seus avisos quanto à razões de tal empréstimo e às suas consequências em termos de encargos para o futuro.
E por acaso é nesses aspectos que nos devemos concentrar mais e questionar a Situação:
  1. Como foi possível chegar a uma situação destas, se no final do mandato anterior tudo parecia ser possível? Se foram feitas promessas como se a autarquia moiteira nadasse em facilidades financeiras, mesmo se eram conhecidas dívidas que, se fossem no caso de um cidadão ou empresário comum, dariam direito a ter o Estado em cima dos calcanhares? Que desmandos foram feitos nas gestões anteriores para que o poder moiteiro retivesse as contribuições devidas pelos seus trabalhadores à ADSE e Segurança Social? Como foi possível que a Amarsul - que terá sido criada para facilitar a vida dos municípios - se tenha tornado um peso tão grande? E como é possível que, com tais dívidas, ainda funcione? Mas, principalmente, como foi possível que a CMM enterrasse dinheiro na marginal moiteira como enterrou se estava numa situação destas? O que foi pago, para que estas dívidas se acumulassem? Seria interessante saber quem não tem razões de queixa da CMM como devedora.
  2. Por outro lado, para o futuro, que encargos mensais acarretará este empréstimo de 1 milhão de contos dos velhos? Não seria melhor desde já afirmar que a CMM perdeu qualquer capacidade de cumprir as promessas feitas na campanha de 2005 e que todas as promessas que os sucessores desta gerência possam fazer estão desde já sujeitas a toda a desconfiança? Porque não há que ter ilusões: o poder moiteiro é como aquelas donas de casa que vai às compras a contar com o rol do fiado e depois dá-se ares de grande senhora, mas tem uma conta calada por onde passa. Em 2009 as oposições devem estar atentas à cobrança das promessas feitas em 2005, quando já se conheciam muitas das impossibilidades e apesar disso se anunciaram obras em outdoors propagandísticos que bom dinheiro custam. Mas também devem estar atentas ao buraco que vai ser o mandato de 2009-2013. Porque este senhor vai-se embora, mas deixará rasto bem negro para quem o suceder. provavelmente, D. João I, o Almeida, teria deixado um buraco bem menor, apesar de todas as suas fraquezas.
E já agora, o que dizer de um poder político local que, perante este descalabro, ainda se quer dar ao respeito quando anuncia que vai renovar a frota automóvel, por causa da poupança em emissões de CO2?
Arrotem menos postas de pescada, almocem e jantem com mais maneiras, que certamente diminuirão em muito o metano produzido em alguns gabinetes e olhem que o metano faz bastante mal à camada de ozono.
Andem a pé, desloquem-se de bicicleta, já que tanto elogiam a "rede de ciclovias", que mais parece um retalho.

E já agora, se pediram para vir o IGAt que tal pedirem uma vistoria às contas pelo Tribunal das ditas?
Sei que há contabilistas sem medo nesta zona, mas se calhar são menos habilidosos do que pensam.

3 comentários:

Bino disse...

Alhos Vedros é onde fica a minha discoteca preferida.

AV disse...

Ganda Bino.
Em breve linkaremos o Abrupto Sexual, uma referência na blogosfera real.

Anónimo disse...

Não é ás oposiçoes que se deve pedir para estar atentas, deve-se sim meditar sobre todas as promessas eleitoralistas da cdu, e sancionar a nivel local o que prometeram e não cumpriram.
Mas como toda a gente vê e não quer ver se o concelho está como está todos os municipes têm o que merecem,principalmente os que votam cdu e os que Não votam.
Que 2008 continue no AVP,a ser a voz critica do Concelho