quinta-feira, setembro 06, 2007

Ingenuidade?

Confesso que na tertúlia amoitada da Baixa da Banheira tenho uma atitude de maior consideração pessoal pelo Luís do Nascimento, tanto porque não costuma escrever parvoíces sem nexo ou fundamentação, como porque não se arma em mais do que é ou que pensa que é por causa dos pergaminhos.
O LN escreve coisas minimamente coerents e defende as suas posições com equilíbrio e tacto, mesmo quando entra por caminhos dos quais discordo.
Neste post, nos comentários, a certa altura passou a discutir-se o problema do anonimato que o LN condena por achar desnecessário no contexto actual.
Como é ele, vou acreditar que tudo o que escreve é bem-intencionado e sincero, e que não está bem a par do que acontece com todos aqueles que, criticando o poder moiteiro de cara aberta viram o seu nome pessoalmente enlameado (caso do jornalista Cerejo por parte de Nuno Cavaco em vários posts e da generalidade dos elementos da oposição local por parte do próprio presidente da câmara em relação ao vereador do PSD ou de vigilantes anónimos em relação a tudo o resto).
Aliás, basta ver como o António Ângelo passou a ser tratado nos últimos dias no blog do camarada do Telhado, aquele que beneficia da compreensão do Nuno Cavaco e do Rebarbativo Concelhio que o fez nascer, sendo usada para isso a sua ocupação profissional.
Como o António Ângelo trabalha para uma empresa de mediação imobiliária, passaram a atacá-lo como se ele fosse especulador, sem nunca aduzirem factos concretos.
Esquecendo-se da merda feita pela CMM com os seus promotores imobiliários preferidos, os tais que compram a 5 para vender a 1000 graças às mudanças do tipo de uso do solo.

Note-se que não atacam a vida pública e a intervenção política de A.A., mas a sua actividade profissional, esquecendo-se que ocupação mais desprezada pelos portugueses que a de político, em especial a de autarca conivente com negociatas e protocolos, é difícil existir.
Entrem no Fragata e perguntem, com garantia de sigilo, o que um incauto cervejador acha dos vizinhos da moradia à sua direita, aquela com a escadaria.

Este tipo de estratégia é especialmente ignóbil, pois visa atingir as pessoas, quando os que "dão a cara" dizem exactamente o contrário.
Enquanto nos blogues críticos acusados de "anónimos" se atacam actos públicos do poder político, reservando a vida privada a esse tipo de devassa, os blogues do regime, patrocinados pelo poder moiteiro, insiste-se no ataque às pessoas.

Mas já pensaram que todos nos conhecemos e, se quisessemos e tivessemos a mesma conduta de dejecto vacuum, poderíamos também colocar à luz do dia muita coisa relacionada com a vida profissional de figuras gradas do poder moiteiro?

Sempre poderíamos falar dos pedidos de desconto especial das madames.
Ou dos passeios dos senhores à conta de.
Ou dos incumprimentos profissionais de muitos daqueles que agora já não exercem sequer a sua teórica profissão?

Pensem nisso.
Porque os vossos telhados são de vidro fosco mas fraquinho e só a contenção dos "maldizentes anónimos", o decoro que mantemos, impede que a coisa resvale para um nível abaixo do rabo do cão.

Nível a que alguns já chegram.
O Luís do Nascimento não.
Mas é só perguntar a um dos seus colegas "eleitos" que ele explica-lhe melhor ao que eu me refiro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sobre um dos tópicos do post:

"A investigação sobre a situação patrimonial do empresário e dirigente socialista António Saleiro, publicada em várias edições do PÚBLICO nos anos de 1997 e 1998, foi fundamentada e criteriosa, considerando-se justificados os artigos publicados que envolviam aquela figura pública. Este é, em substância, o conteúdo do acórdão em que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) se pronuncia sobre o pedido de indemnização (seis mil contos) feito por Saleiro aos autores dos artigos publicados (José António Cerejo, Carlos Dias e Eduardo Dâmaso) e ao próprio jornal. Esta decisão põe termo à pretensão formulada pelo ex-governador civil de Beja. "

in:http://comunicaradireito.esta.weblog.com.pt/arquivo/2005/01/publico_absolvi.html

Anónimo disse...

ele não pergunta para não saber a resposta. já o figueiredo também não pergunta ao lobo nada, que é para não saber, assim é mais fácil viver.