terça-feira, maio 27, 2008

A História da Estação, texto de João Mário, painel de azulejos de Luís Guerreiro

Recebemos este comentário de João Mário sobre a história da Estação de Alhos Vedros, fizemos um Post, ilustramos com um painel de Azulejos de Luís Guerreiro, que também postou no seu blogue, sobre a destruição iminente da estação de comboios de Alhos Vedros...

Um marco centenário, ponto de paragem desde 1861, para os homens e mulheres, ferroviários, corticeiros, operarios das fábricas, todos os que construíram esta terra e este concelho humilde mas orgulhoso dos seus valores.

É isto, o que significa a Estação do caminho-de-ferro em Alhos Vedros.

Nenhum de nós se opõe à modernidade e ao progresso, sabemos quão dificil é saber conjugar património e funcionalidade, historia e futuro,tal como se faz nos países do primeiro mundo... afinal, demolir para construir de novo é apenas obra para caloiro de engenharia ou arquitectura, que tentará deixar assinatura num projecto descontextualizado e descaracterizado. Se ao menos não houvesse espaço...se não fosse possivel utilizar os dois hectares a nascente, se o largo que serve a estação fosse um exemplo de desafogo,se não fosse possivel mexer na cota da propria via, se as plataformas soterrassem a estação enfim, quanto é que esta geração miserável e inquisitória já fez para branquear a nossa memória colectiva a troco dumas tambem miseráveis mordomias.
Há pouco tempo destruíram o edificio da primeira sede do concelho, empobrecendo todo o municipio, sim,não só a vila de Alhos vedros mas tambem a Moita e todo o concelho.

É património de todos nós!!

Em tempos demoliram o antigo poço mourisco, cujas marcas são bem visiveis. Há memória de tentarem pegar fogo à igreja de S.lourenço.

A capela da misericordia está como está.

O pelourinho anda dum lado para o outro até um dia.. Demoliram o antigo predio dos correios para dali restar um largo lamacento e degradado.

Deixa-se cair os moinhos de maré da enxarroqueira e o moínho novo.

O quinhentista palácio dos condes de SamPayo em ruína, ao lado do moínho do cais, o qual, recuperado esse sim, ficará para as gerações que nos seguirem.

Dêm-se alvíssaras!! Hoje, na historia dos transportes deste concelho, é Alhos Vedros que vai seguramente perder, já tem a sentença lida não duvideis, amanhã é a Moita e assim sucessivamente...lamento

João Mário

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