sábado, setembro 30, 2006

Lá por isso...

... arranjem já uma epidemia para a maior parte dos políticos.
Este final de semana é a vez de Ernani Lopes aparecer na revista do Expresso a contar como a luta contra o cancro lhe fez ter uma epifânia e ver a vida sob outro prisma, numa história que já se vem tornando clássica em confissões de figuras públicas, que vem do tempo - nas mesmas páginas - de semelhante testemunho de Duarte Lima, aquele simpátiso satélite cavaquista que enriqueceu que nem um foguete quando veio a escorregar por uma tábua de Bragança até aos corredores de São Bento e outros parecidos.
Não é por nada mas eu já conheci diversos casos de pessoas com cancro, familiares, amigos ou meros conhecidos, a maior parte dos quais não sobreviveu, infelizmente.
E as epifânias foram sobretudo causadas pelo medo, MUITO MEDO, perante a iminência da morte e foi comum a todo(a)s, crentes ou não crentes, a uns fazendo-os descrer pela injustiça que sentiam, a outros fazendo-os acreditar como derradeira fonte de esperança.
Em quase todos os casos é verdade que ficaram diferentes, mudando algo na sua forma de ver o mundo.
Só que - e aqui é o meu cinismo a falar mais alto - se agora todas estas pessoas que desempenharam como sabemos cargos de relevância para a vida de todos nós estão muito melhores no seu âmago e de boas relações com o mundo, a Humanidade e o Cosmos, é porque antes não valeriam grande coisa.
Não digo que não passaria pelo mesmo, mas a verdade é que também não me tenho assim em tão boa conta e, como os leitores saberão, o meu mau génio só teria possibilidades de melhorar.

AV1

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